Longe de mim sugerir seja o que for. Mas outro dia entrei na Livraria Portugal e vi expostos estes romances, todos recentíssimos, todos (suponho) de autores portugueses: «És o meu segredo», «Pede-me o que quiseres», «Não me digas que foi um sonho», «Não me contes o fim». E isto fez-me pensar. Não me perguntem o quê. Eu próprio não sei. Mas talvez alguém saiba.
Cada um é para o que nasce e o resto é conversa. Certo, certo, é que os posts do Nuno Ramos de Almeida são sempre os que têem mais comentários. Chama-se a isso ter olho para o senso comum.
Não acha os títulos tão cativantes para atraír leitores? Faz talvez lembrar Corin Tellado. É literatura básica, não é preciso pensar está tudo escrito preto no branco.
Xatoo, eu não escrevo aqui para que a coisa seja comentada. Mas se ser muito comentado é virtude, que viva o Nuno. Aliás, viva em todo o caso.
troco o meu pensamento pelo teu.
António,
Se queres dizer que (no, julgo, teu blogue – mas, se assim for, és muito pouco anónimo…), se queres, pois, dizer que, perante estes títulos, o discernimento se nos embota, acertas em cheio.
Esses titulos,de facto, deixam muito a desejar, mas avaliar um livro pela capa,é no mínimo curioso!
Estranho comentário o seu, Rita Barros. Eu não afirmei, e muito menos «de facto», que os títulos «deixassem a desejar». Também não «avaliei» os livros, menos ainda «pela capa». Enfim, creio que o principal lhe escapou.
De facto, você não afirmou nada. Mas a verdade,é que esses titulos o puseram a pensar,vá lá saber-se porquê? E quando o principal nos escapa, não há nada a fazer. O
melhor mesmo, é esperar por melhores dias. O mundo está cheio de calimeros.
Digamos assim: estes livros são maléficos, não deviam ser publicados. Que horror!Estão a explorar os ignaros com histórias de Amor!!!! Estamos mesmo a pedir uma Ditadura Intelectual!!!
Os Áiatólas estão a chegar. É normal. É um nicho do mercado da Opnião publicada. Boa sorte!
Ó Índico, estás numa de pilhéria, parece-me claro. Se parasses um bocadinho a pensar, talvez te surgissem uns raciocínios assim:
«Pelos vistos, um título em que se fala a um ‘tu’ tem chances cativar o leitor, ou a leitora, e de vender bem. Os autores e os editores já descobriram isso, e investem na modalidade. Dá um ar muito moderno, muito ‘light’, muito perto da vida das pessoas».
É que o título dum livro é uma coisa séria. É um elemento de afirmação, de uma estratégia de captação. Nenhum autor dá um título qualquer a um livro seu.
Mas, de repente, de há uns tempos, eles correm para este tipo de títulos vocativos. Não é grande descoberta, esta minha, concedo. Mas a história pode ter uma moral. Não moralista, é óbvio.
Dialogismo puro. Nada mais do que isso.
Ó Fernando,
À medida que os anos vão passando, é lamentável, pelo menos aos olhos desta chata observadora, vê-lo submeter-se com prazer e abandono à maldita ditadura da vírgula. Eu tenho-o por insigne praticante da arte de pontuar e também sei que este seu hábito tem pouco ou nada a ver, em termos de estilo, com o arroto que se provoca para ganharmos tempo quando esquecemos aquilo de que estamos a falar. Mas o que é certo é que num dos seus langarés ai em cima você esbanja, em boa imitação dum filho de Português rico que não pensa no dia de amanhã, nove dessas malditas senhoras em menos de duas linhas de texto. Deus meu! Será problema de travões? Se ser, ou for, diga-me. Para que é que servem raparigas amigas com umas luzes de mecânica de motores a quatro tempos?
Abraço da admiradora de sempre,
Ermelinda Cândida
Ermelinda, querida,
As tuas atenções, o teu desvelo, dão-me um nó na garganta. Desculpa-me, pois, se avanço aos soluços, buscando as palavras, procurando o tom – tentativamente, dirias tu, se te deixasses penetrar da língua que, por aí, te cerca.
Mas, que queres, moça? Esta língua, esta, não nos deixa correr, proíbe-nos a travessura, exige o compasso, a detenção, a meiguice de inesperadas pausas.
Sorte a tua, darling, aí por essas bandas, onde se inventaram os motores a todos os tempos.
eu, adoro vírgulas!
Há já alguns anos que desisti de entrar em livrarias portuguesas. É preciso muito estômago, para as atravessar e tentar encontrar qualquer coisa de jeito…
e-konoklasta:
Vai às livrarias inglesas e depois logo vez o que é bom para a tosse. [Obviamente há excepções.]
Ó Venãncio deixa-te de moralismo, de educar o povo. Estes títulos são uma partida para a discussão, não uma passivação.Revolta-te, não sejas queixinhas.
Carlos,
Como oração da noite, já vi pior.
Sim, hei-de revoltar-me.
“Não beberei desse cálice”!
“Seja qual for o caminho…”
E isto fez-me pensar… Não me perguntem o quê… Eu próprio não sei… Mas talvez alguém saiba…
Caro Fernado, ainda alguém se lembra de usar as suas frases para títulos…não me pergunte de quê mas talvez alguém saiba…
E isto fez-me pensar… Não me perguntem o quê… Eu próprio não sei… Mas talvez alguém saiba…
Caro Fernado, ainda alguém se lembra de usar as suas frases para títulos…não me pergunte de quê mas talvez alguém saiba…
Pois é! Estes blogueiros, que não pertencem à quota assustadora dos iletrados funcionais, e muito menos à desgraçada maioria dos info-excluídos, reagem com estes modos à estocada do post Generation U. E depois são capazes de andar por aí a queixar-se de tudo, como quem não tivesse nada a ver com isso.
isto é pura hipnoterapia literária, cáspite!: U a caminho do I. :-)