Adelino, tal e qual, entre o sol e o pó
A 210 quilómetros da grande cidade, o sorriso de Adelino convida a um copo na sua adega, com azeitonas e meio casqueiro na mão. Lava os copos na água fria de um garrafão empalhado («Esta é do furo!») e bebemos à nossa saúde e dos netos. Saudamos o passado e o futuro porque o presente são os filhos que estão a trabalhar. Empurra as galinhas com um gesto largo mas elas não desistem. O vinho é morangueiro mas é muito bom.
Largos minutos depois, ainda as mulheres estão a despejar a bagageira do automóvel, já Adelino sorri de novo («Eu não dizia?») e os sacos de plástico não acabam. Desce comigo até à casa velha da outra banda para mostrar como a ribeira vai seca e lamenta: «Assim as nascentes não rebentam!» Obriga-me a aceitar um saco de plástico cheio de pinhas para acender o lume e meia dúzia de ovos para fritar com azeite «do nosso». Adelino é guloso mas quem não será guloso com estes ovos amarelos de galinhas que só comem milho «do nosso»?
Passa o peixeiro, passa o padeiro, passa o rapaz dos Correios; cada um com o seu apito estridente marca o ritmo do dia nesta aldeia. Outro som sai do posto público, uma casinha de cortiça, de onde Adelino aparece depois de chamar um táxi. No seu português dirá «já chamei o carro de praça!» porque nunca se vai habituar a dizer táxi. Amanhã, tal e qual, entre o sol e o pó, Adelino repetirá o convite, entre sorrisos e cumplicidade – «Quer vir à vila mais eu? Já vem aí o carro de praça!». Na ponte sobre a ribeira que vai seca («e já vamos em Março, veja lá») Adelino é um perfil, uma mistura de memórias e de sombras, num gesto galhardo de votos de boa viagem para nós, os de Lisboa. Obrigado Adelino, até sempre! Daqui até à vila ainda sou capaz de me cruzar com o seu carro de praça.
o bronco da benedita foi às berças abastecer a despensa com “o nosso” que a vida tá cara e ora variar emborca uns metasulfitos por conta do futuro e do trabalho alheio. a carraspana deve ter sido de tal ordem que o citrohein apanhou o freio nos dentes e deve ter regressado por coimbra, 210 km benedita/lisboa é obra.
é preciso descaramento para ir à santa terrinha com uma bagageira cheia de sacos de plástico, roubados no continente porque os do lidl são a pagantes, pôr as mulheres a despejar e ir enfrascar um “morangueiro muito bom” enquanto batias um côro ao adelino tendo em vista o enchimento dos plásticos com mantimentos pró mês. o pagamento é o habitual, uma dedicatória num blogue de referência que poderá ser lido no cibertasco de sta. catarina, logo que regressar a lisboa. as manigâncias que um info-excluído faz para se alimentar.
oh puéta! na próxima leva-lhes os exemplares não vendidos do “iniciais”, devem dar jeito na cagadeira.
esta porra parece o script d’um comercial daquela porra da carrinha amarela que apita, a-familia-deu-de-frosques. já sei! divides a citrohein ao meio e pintas uma metade de amarelo e a outra de cinzento, kitas o chasso com uma buzina de camionista, não carece de esforço humano adicional porque já o és, carregas o resto das “iniciais” e bute para a benedita em missão biblioteca itenerante gulbenkian. quando lá chegares, fazes um basqueiro do caralho com a buzina e do lado cinzento começas a distribuir livros, podes dizer que são a salvação do povo ou outra treta que passe pelos cornos e à medida que dás os livros vais pedindo contributos em géneros que podem ser recolhidos no lado amarelo, uma espécie de family frost ao contrário, quando te livrares dos prémios jovem promessa da poesia portuguesa do séc. xix e já tiveres aliviado as arcas dos adelinos, bazas em alta prestação prá ganda cidade do bairro alto. leva contigo a kate que trabalha com o tomtom para fazer figura d’assistente, fica sempre bem aparecer nestas coisas com uma gaja a mostrar as mamas ou a tranca, nunca as duas ao mesmo tempo que pode ser muito avançado para a ideologia vigente e evitas fazer mais 210 km. bem, agora diverte-te que eu acordei a cheirar tócinho e não é do céu.
http://www.youtube.com/watch?v=AIhyj9ikFrQ
fodi-te o negócio caso os gajos da benedita leiam esta merda, mas como parece escrito pelo jórge jazús, sempre podes argumentar que foi vingança por terem ganho ao setúbal.
Bom dia, poeta, para si e para Adelino.
Está quase a morrer, mas ainda existe um País recôndito, onde a Lìdia faz fumeiro, o Elísio faz seu vinho, os ovos são amarelos, e os frangos rijos.
Que bela omeleta no azeite que “é do nosso” e a salsa do quintal.
O meu carro de praça ainda é a Carreira da Viúva, o carro de praça ou o carro de aluguer, que me vai levar ao Douro para eu ver se as amendoeiras, com a seca, tiveram “sessão” suficiente para florir ! Ou ir um pouco mais longe e perguntar a Bandarra o porquê de não chover.
Jnascimento
Meu Caro Joaquim – um abraço caloroso porque para ter leitores deste quilate vale a pena escrever. E os «corvos» estão na gráfica, já falta pouco?
oh pázinho! como só tens um aficcionado não seria mais barato mandares-lhe os teus pinsamentos por mail, poupávas-nos em paciência e pantufada ecológica.
mais uma excelente memória.
abraço JCF
Meu Caro Luis Eme
esta casa podia ser em Salir de Matos ou no Vale Serrão…
Um abraço JCF
… na quinta da marinha era sucesso garantido. o pardal monteiro rebola-se de inveja no jazigo, o souto moura já marcou uma manifestação com receio de ficar no desemprego e a helena rosette vai entrar em contacto contigo para cederes temporariamente o pardieiro para sede da próxima candidatura à ordem dos arquitéticos. azar o teu aquela porra ter sido construída na benedita, se o teu avó tivesse feito aquilo no meio da praça do comércio, estavas rico e nem precisavas de escrever poemas ou ser juiz amador para sobreviveres, até a hoover tinha direito a mulher a dias da miéle.
porra que já tens 2 fãs a bater palmas. deves ter convocado uma flash mob para te incensarem aqui na caixa. a bécula deve estar a negociar o apoio e o freakmunde foi publicar para a câmara corporativa, questão de status i presume.
ó zeca galão, pá, debias ter escrevido que o amigue foi ao milheiral lhe deu a caganeira e limpou o rego do rabo a um seixo pá, o binho, meu, debe ser feito lá no pio do sítio, e os gajos saltam lá pra dentro, depois de passarem as extremidades pá por agua e toca de amaçar a uba, pur issu é que o binho sai vom, pá. tense de sere maise eisplissito, caramba, olha lá a honra do Cesário, caraco. tu que fazes iscrita impressionista, debias ter mais respeito pelos gajos do liceu de bila franca pá, ou da iscola comerciale, atãoe?
Oube, atua iscrita já não se usa pá, a suciedade mudoue, tens que te adaptar. isprimenta iscrebere sobre os jobens da benedita, donde ése naturale, e bais aber que num tense maose a medir, a liberdade palabrória é tale que aí podes ganhar um pulitzer para escribas de casa de banho.