50 anos depois do primeiro livro – o poeta em Alcoutim
Em 1962 o poeta Fernando Grade estreou-se em livro com «Sangria», uma edição da Guimarães Editores. O seu 29º livro de poemas celebra essa «maratona» com um conjunto do qual, na anterior oportunidade, não houve espaço para nomear esta «Canção de campo e desgraça ao sabor do Guadiana». Ainda a tempo, aqui fica um excerto:
«Correm as brisas sangrentas
No que resta de olivais
Cabelos são como lendas
Presos nas águas do cais.
Ó Alcoutim, Alcoutim
Que vês o rio a correr
Como um pénis ternurento
Nas mamas de uma mulher.
San Lucar fica defronte
Tem casas brancas com gatos
A noite não sabe a uvas
E os beijos são desacatos.
Cruzamos ventos com facas
Baile de sombras e medos
O meu amor por mulatas
Sabe a vinho e a bruxedos».
Ó Alcoutim, Alcoutim
Que vês o rio a correr
Como um pénis ternurento
Nas mamas de uma mulher
Alcoutim tem um rio baril, trunfo turístico a explorar.
Cinquenta anos de poesia não é para todos – é apenas para os que podem. Parabéns poeta Fernando Grade em 2012 lembrando 1962, ano do 1º livro!
ó caralhete! A poesia é para toda a vida pá, nunca pára, pá, e de certeza que não é para ti, pá.