Dissertação breve para um sinal no rosto
Os dermatologistas usam os termos da sua especialidade (papiloma séssil) mas eu aplico as palavras dos leigos – sinal, verruga, cravo. Vejo no teu rosto uma projecção do relevo e do clima. Os cabelos, soltos pelo vento, são prenúncio de tempestade. Os olhos, focos de luz e de escuridão, produzem em certas condições de pressão e humidade, breves aguaceiros de lágrimas. Ou na mágoa sufocada ou no júbilo a explodir. Uma especial meteorologia, sem boletins, expectativas ou valores. Vejo no teu sinal no rosto uma bandeira de ternura. Como se numa batalha, avançasse entre tambores e clarins, uma companhia de soldados invisíveis e silenciosos. Há no sinal no rosto um apelo de romaria e de oração. Vejo à volta do seu perímetro uma filarmónica rural, o pó nos sapatos dos músicos, o sol a rasgar tiros de luz nos instrumentos de metal, a procissão a acabar num cortejo de oferendas. No poema, como na oração, procura-se juntar de novo dois mundos separados pela distância, pela noite e pela morte. O teu sinal no rosto liga a geografia à emoção e inscreve, num quotidiano cinzento, uma ruptura de cores vivas, sons harmoniosos, caminhos abertos, horizontes rasgados até ao azul do mar. No poema ouve-se a música das ondas do mar, de sete em sete, na sua caligrafia de espuma, no seu ritmo de Natureza. Que é muito diferente da Cultura, com seus códigos e sinais, suas técnicas e segredos. Um sinal no rosto é uma consequência da Natureza que nenhum Atlas do Corpo pode explicar. A ternura traduzida em palavras frágeis numa elegia de poucas linhas, é já questão de Cultura. Entre a Natureza e a Cultura, um sinal no rosto convoca toda a alegria escondida na cidade e invoca o mais puro som do mar.
eheheheehehheeh, cum carassas, pá, eheheheheheh, pera aí que me tremo de tanta risada, olha lá, atão tu falas em locatários pá, que é um termo específico e vens-me com esta de que és leigo em dermatologia, pá, eheheheheh, verruga, ó cagamelo, e aquela, pá, aquela dos olhos, focos de luz e de escuridão, produzem em certas condições de pressão e humidade, breves aguaceiros de lágrimas, eheheheheh, a metereologia chegou aos olhos da cara com a verruga, até Deus se dobra de tanto rir, ó pá, a sensibilidade não se compra, meu, nasce-se com ela, pá, depois misturas a paz do rosto com a batalha dos homens invisiveis, ó cagamelo, e esta, ai esta, ai santinho, Um sinal no rosto é uma consequência da Natureza que nenhum Atlas do Corpo pode explicar, ó pá, se um cirugião vê a tua escrita antes dóperar, tá feito, as mão cumeçam-lhe a tremer de tanto riso, e lá se vai o corpo, olha lá, paças da meteriolojia pá prá cultura, ai e a elegia de poucas palavras ai esta, ai esta, dói, ó meu, vou-me embora, pá, vou rapar as pernas, queu preciso de me distraír cum algu original, fogo, fogo.não aguento meu, tu traumatizas, pá.
ó zeca galhão, pá, já iscrevi sobre a trampa que publicastes, pá, e nada daparesser aqui. tábém, ó cagamelo, olha lá, meu trambolho, o vinagre e o azeite pá não se misturam, pá, é como as linhas paralelas, ó safado, nunca sencontram, carassas.vé bem o título que dás á cousa escrita, pá, ainda se fizesses uma dissertação sobre um sinal no olho do cú, pá, o pessual, vinha aqui e até mandava uns bitaites pra compor o panorama, agora assim, falas sobre verrugas na cara, mas não dizes em que lado da cara, pá, tá aporra do sinal, pá, tu que falas do lado esquerdo da árvore e o carassas, pá, que falas em geografia pá, cumo é que queres ca gente imagine a gaja que tem o sinal, ó bandido? ainda pur sima falas quês leigo, olhá lá ó palhaço, atão andas praí a falar da locatárias das tarefas quotidianas, fogo, e agora dizes quês leigo, tu já viste se os dermatolojistas dissertassem todos sobre os sinais que o atlas do corpo não conhece, ó pa, távamos feitos, era o prinúncio, como tu dizes de qualquer merda, e esta pá, e esta que tu dizes pa, Os olhos, focos de luz e de escuridão, produzem em certas condições de pressão e humidade, breves aguaceiros de lágrimas, ouve lá, que me dobro de rir, até me veio a soltura, pá, fogo, pá só te falta dizer quais são as condições de pressão, meu, e ahumidade, cum catano, olha que tas enganado, á quem não tenha sacu lacrimal, carassas, cumo é que tu fazes com esses, pa?porra, já me chatiei com esta merda, pá, ainda purcima misturas ternura com soldados e guerra, ó pá, tas xumbado, pá. a literatura pá não é a sopa da pedra, ó bandido. safa.e depois falas de cultura e de elegia de palavras, ó pá, poe algemas nessas mãos, chama a sinhã quela sabe como fazer isso, tás a ver, falas-lhe em pirilau, e a gaja aparece cu rabão a dar a dar, e traz xicote e tudo, pra te dar com ele no lombo pá, que tu mereces umas boas cassetadas, andaste a chamar nomes ao maralhal, fogo, charolês, pá.safa.
ó zeca galhão, pá, olha, os teus rabiscos das verrrugas e sobre os montes tão prós sentidos dos inteligentes como está a mulherzinha du dizenho pra estrada, pá, a gaja anda a passear o cão na linha do elétrico, pá, já vistes, e a varina, que tá pur cima do carro, a gaja assim não consegue vender a sardinha pá. perssebes, ó zeca, fogo, pá, á coisas que não se misturam, e já que voltas atras no tempo, meu, esqueceste-te do cureto e do miradoiro, ó trambolho, ehehehehe.
um sinal como bandeira de ternura. que imagem tão doce. todo o texto é doce, aliás. :-)
mas a imagem é repetida porque eu lembro-me do gato, de rabo enrolado, lá em cima.:-)
Sinhã tens razão mas não tinha outra imagem à mão. Este texto tem a ver com o eléctrico 28, foi inevitável o recurso…
deixa lá – também fica bem porque é de alegria, à mostra, na cidade.:-)
Sinhã – Já agora ali ao lado são as Portas do Sol, bom sítio para tomar uma limonada e ver a paisagem.
o rústico da benedita ataca de novo, agora tecnologia papiloma séssil-martingança
eheeheheheheh, cada cromo, ó pá, hei-de aparecer por lá, espera aí que menganei a escrevere, eide aparesser pur lá pra ver as trombas de ambos, pra assanhada levo repelente, que a dita vê pirilaus na cara de todos e cumessa logo a magicare o pecado, ó zeca galhão, contigo pá, vou-me assentare ao pé de ti pá, e vou cumessar a gritar, este é o gajo que xama torto ao meu avô e me chama bandalho e trambolho e bandido, espera aí, a outra a fuleira da sinhã, é a que me chama filho da puta, oi, meus, vai ser cá um chavascal, bem, tás a ver não tás, e depois digo ao pessual que tu és juíz social do tribunal de menores nos açores,ai o catano, quando eu disser isso, ó pa, a comissão de proteção de jovens e menores vai alegar que a geração futura está em perigo, e olha que eu provo o fel que te corre nas entranhas, nessas veias que nenhum atlas do corpo conhece e os teus olhos, expressão da raiva contida num coração de calhau, nestas condições de pressão e de humidade, farão ribombar trovoadas ensurdecedoras de lágrimas, com o som do motor de um avião, ó pá, este avião é o mesmo do poema da treta que tu amandaste cá pra fora há dias, ehehehehhe, limonada pá, fogo, logo vi que tu não aguentas uma bejeca daquelas que faz arrotar a merda ruidosa, e ca sabe tão bem, com caracoletas, caracóis e tremossos, oi, cumessa aolhar por cima, eu vou aparesser, ó palhasso. charolais, ó pá, tás a ver não se aprende só franssé na iscola de vila franca pá, hein,ó nobel do nada.
ó zeca, pá, procura ai no teu dissionário como é que se diz pirilau em linguaje de dermatologista, ouve, faz aí uma dissertação ao pénis da Sinhã, a assanhada.
:-) de que lado?
esta assanhada, ainda pregunta de que lado, fogo, no meio pá!no meio, minha!
Já te foste meter por caminhos duvidosos, zézinho. Gabei-te o texto anterior e olha o resultado: escreves este, e metes as mãos pelos pés. Uma verruga, pá, até uma verruga te aguça a inspiração para escrever um post?! Raio de gosto, meu. Ao ler, imaginamos logo aqueles horríveis sinais de carne, que metem aflição. E dizes tu que a verruga «é uma bandeira de ternura»???! Que «à volta do perímetro da verruga vês uma filarmónica rural, o pó nos sapatos dos músicos, a procissão e o cortejo de oferendas»??? Larga dessa, pá! Ninguém aguenta um texto de Cultura onde a personagem principal é uma verruga!!! No próximo post, diz-nos, pelo menos, quem é a dona da verruga a quem dedicas este pesadelo rústico e verrugoso… É o mínimo que podes fazer pelos teus leitores, pá!