Vinte Linhas 587

Casas e livros – dois exemplos diabólicos da vida «on-line»

No mesmo dia em que soube do caso da senhora que morreu há 9 anos na sua casa, ouvi uma conversa terrível no autocarro 758 entre o Cais do Sodré e a Estrada de Benfica. O caso da senhora (já focado no aspirinab.com) tem muitos aspectos para ser analisado. Neste texto interessa-me sublinhar a facilidade diabólica com que foi possível alguém vender «on-line» e outro alguém comprar uma casa «on line» sem nunca essa casa ser vista nem pelo vendedor nem pelo comprador. O caso dos livros tem a ver com a situação igualmente diabólica de uma autarquia ter uma biblioteca de onde foram roubados livros. Feita a queixa pelos autarcas, a primeira coisa que a polícia fez foi ir à Internet procurar os livros. Como havia uma livraria com catálogo «on-line» foi fácil dois elementos da polícia dirigirem-se à livraria e levarem um livro igual ao que foi roubado. Assim, sem mais nem menos. Simplesmente diabólico.

Até parece que no tempo antes da Internet a polícia não investigava livros roubados. Podiam ter começado pelos visitantes mais assíduos, por exemplo. Mas não – foram à Internet e deram logo um rumo à investigação apenas com um clic e uma imagem no ecran. É disto que eu tenho medo. Há 14 anos pedi para me reformar porque já não aguentava o ambiente diabólico no meu local de trabalho. Quem era mais estimado e promovido eram os que tinham jeito para os computadores ma eu não estava na Informática; estava no Serviço Operacional de Estrangeiro. Há 14 anos a minha intuição afastou-me da exagerada importância dada à Informática. Hoje estes dois casos provam que eu já tinha razão em 1996. Grande cambada…

22 thoughts on “Vinte Linhas 587”

  1. Tinhas razão uma gaita, pá. Vives rodeado de redes informáticas, escreves em blogs, tens acesso instantâneo a milhões de livros, fotos, músicas, filmes, falas ao mesmo tempo com pessoas de todos os continentes, assistes em directo a revoluções, e tens a lata de dizer que a importância dada à informática, há 14 anos, era exagerada?
    Foste foi demasiado preguiçoso para começar a aprender a trabalhar numa folha de cálculo, em 1996, tiveste medo da novidade, ou não acreditaste na tua capacidade de aprendizagem, tiveste, pelos vistos, inveja da facilidade com que “rapazitos” recém chegados à instituição tratavam os computadores, sei lá, agora não chames intuição a isso, que ninguém te acredita, nem te gabes de ter feito uma boa escolha, porque não fizeste. O resultado está à vista, para quem souber ver.

  2. JCF,

    Essa dos livros. Tu contaste mas não estou a ver muito bem como é que isso foi. Conta lá outra vez e diz-me a que horas te meteste no 758, e se fazia sol ou chuva, etc. É muito possível que a diabólica da tua parabólica não estivesse a funcionar bem.

    E a outra de quando estavas nos SOE. É sempre o maldito do dinheiro e das promoções, né?. E depois reformares-te aos 46 anos, na tenra flor das duas fodas por mês. Dava para escrever um livro.

  3. “Há 14 anos pedi para me reformar porque já não aguentava o ambiente diabólico no meu local de trabalho.”

    e eles fizeram-te a vontade porque? humm… deixa cá ver, porque não apreciavam os teus poemas e estavas a ocupar espaço. ganda sortudo, agora vives à custa dos endividados que pagam uma percentagem do teu ordenado na prestação da casa e ainda vens para aqui resmungar paleio de falhado.

  4. Vá lá, poeta, é sempre tempo de aprender !
    Pelo menos o essencial, para não sermos gozados por Zecas, V pontos. e outros Kalimatanos.
    Belos livros naquela estante, JCF ! Não se podem digitalizar ?
    Um abraço
    Jnascimento

  5. a coisa mais sofisticada que assimilaste nos teus tempos de bancário export devem ter sido as calculadoras à manivela e ainda andas com a cabeça às voltas. escreve uma carta de crédito, pode ser passe.

  6. «gozados» é uma maneira de simplificar, só somos gozados quando vamos ao engano e aqui sabemos o que a casa gasta. Pelo contrário é uma alegria perceber o ódio deste pessoal às histórias e à pessoa que as conta. Um até diz (como se pudesse dizer) que quer saber a que horas entrei no «758». Apetece mandá-lo lamber sabão. Um abraço caro Joaquim Costa d ´Africa

  7. Em primeiro lugar não se percebe a história que querias contar. Uma autarquia queixa-se de roubo de livros e dois polícias vão a uma livraria após pesquisa na net e levam um? Compram-no, apreendem-no, pedem-no emprestado? Isto é para perceber?
    Em segundo lugar, é preciso uma grande lata para reformar-se aos 46 anos (um raro privilégio) e ainda vir queixar-se de sentir-se ultrapassado pelos que tinham jeito para os computadores. Como se fosse uma questão de jeito e não de estudo, trabalho. Por que não estudaste como eles e te adaptaste às novas ferramentas? Por seres geneticamente mandrião?
    Fiz quatro perguntas, não espero resposta a três.

    Não resisto a contar-te algo muito pessoal: comprei o meu primeiro computador aos 45 anos, já lá vão 12. Nem sabia como ligá-lo e muito menos desligá-lo. Seis meses depois já o desmontava e voltava a montá-lo, substituía-lhe memórias, a placa gráfica, a placa de som, acrescentava melhor ventilação ou o luxo de um gravador de cd, mudava o sistema operativo, tinha aprendido a tratar por tu as aplicações correntes da Microsoft, utilizava alegremente o Autocad, o Adobe Photoshop, o Sonic Foundry, pirateava mp3 a 33 kbps (com sorte)… Nunca tive uma aula de informática, aprendi sozinho com o auxílio de livros e revistas que fui comprando.
    Queres saber por que o fiz? Porque sou um profissional liberal, não podia reformar-me aos 45 anos, não tinha subsídio de desemprego, o mercado começava a ser inundado por pessoas “com jeito para os computadores” e eu não podia deixar-me ficar para trás.

  8. Podes esperar sentado Zeca. Então não percebes e queres que te explique? Pareces o António Silva «ò Amália, tu com a tua voz e eu com a minha garganta, vamos longe!» Pois é verdade: dois polícias foram a uma livraria e «levaram» um livro só porque tinha um título igual ao «outro». O roubado. Não assinaram nenhum auto nem nada – «levaram» apenas. Porque viram na Internet. Também a casa da senhora foi vendida num leilão «on line». Não digas que não percebes que em 1996 promoviam num Serviço Operacional de Estrangeiro pessoas com jeito para a Informática. O erro está aí, não na minha pessoa.

  9. olha, vale mais ouvires histórias no autocarro do que ficares atordoado – e sem ouvir – com os maus cheiros.:-) e o que interessa, mesmo, é a recuperação dos livros.

    (o ódio tem efeito espelho, Zézinho; tranquilo) :-)

  10. Sr. Zeca Diabo, também não morro de amores por computadores, mas não se pode viver sem eles pois não? E embora bem mais velho que o senhor( feitas as contas) adaptei-me porque era inviável entrar na reforma aos 45 anos e hoje já faço as minhas coisinhas nessa máquina do demo e pecorro as autoestradas dessa conquista do milénio que dá pelo nome de Internet sem ter atingido, por enquanto, os seus níveis de desenvolvimento. Todavia a menção do número 45 leva-me a, por associação de ideias, a lembrar que actualmente sou beneficiário do Fundo do Desemprego o que não considero nenhum opróbio. E sabe porquê? Porque efectuei os meus descontos durante 45 anos, religiosamente, pontualmente, tanto foi o tempo que sem parar trabalhei, antes de ser descartado como coisa sem valia e que se troca por outra bem mais barata e não tão exigente.
    Já ouviu falar na France Telecom? Pois é…..foi um caso similar.
    Ah, outra coisa, as minhas contribuições também devem ter servido, motivo de muito orgulho, para pagar as reformas e pensões de alguns idosos que o senhor com toda a certeza conhecerá, quem sabe bem perto de si. É a solidariedade intergeracional……e só tem direito a Fundo de Desemprego quem para ele desconta.

  11. jcf, o mínimo que se pede a um autor premiado é que seja claro e conciso. Como queres que te compreendam quando não és explícito?
    Agora dizes que os tais polícias entraram numa livraria e levaram um livro sem pagar. Cometeram um roubo, há que castigá-los. Dizes que apenas investigaram na net? Não creio em ti.

    Quanto a ti: por que não aprendeste a ter jeito (dá um trabalhão do caraças) para informática e preferiste reformar-te aos 46 anos de idade? Pois, já sei, desculpas, desculpas e mais desculpas. Os outros é que marcham com o passo trocado, tu és o único certo.

    Podias ter dito que preferiste mudar de vida porque tinhas jeito para versejar :)

  12. Ora bolas! não tem nada a ver uma coisa com a outra. Quando me reformei em 1996 já descontava desde 1966 mas já tinha ganho o prémio de revelação da APE em 1980 e já tinha publicado «n» livros. Além disso já colaborava em jornais desde 1978 e também em revistas. A história ouvida dos polícias que foram a correr à Internet é dolorosa mas verosímil. É o mundo «on line».

  13. Meus caros: como de costume, não se cansem, não vale a pena insistir com o jcfrancisco. Até no caso em discussão, ele consegue meter a «deixa» do prémio de revelação da APE em 1980 e da colaboração em jornais e revistas desde 1978! Isso dá-lhe direito a tudo: a não saber escrever, como se pode avaliar por este post, e a gabar-se. A reforma aos 46 anos só lhe facilitou a vida, embora seja uma vergonha, quer ele tenha descontado ou não para a Segurança Social. É muito mais agradável passar os dias na esplanada ou a passear do que metido no Banco. Quanto à informática, sempre ouvi dizer que «burro velho não aprende línguas». Afinal, a máxima também se aplica aos «burros novos», como ficou provado. Pessoalmente, «aprender até morrer»; e nunca aprendemos tudo! Descobri que a preguiça, é outra característica deste «poeta»…

  14. afinal isto é baitamente frequentado por reformados precoces que têm horror à informática quando aplicada ao trabalho, fora disso eles são campeões da bloga, do tuitanço e do foicebuque. cambada de calões, nem pra comunas prestam.

  15. Burro és tu pois confundes tudo – os bancários antigos só descontavam para a CAFEB – Caixa de Previdencia e Abono de Família dos Emp. Bancários. Portanto são os bancos que pagam os ordenados aos seus respectivos empregados até morrerem. A Segurança Social só abrange os bancários no activo e obviamente só quando estes novos começarem a ser reformados é que o assunto vai ser tratado. Havia coisas absurdas – eu descontava para o Fundo de Desemprego mas se ficasse desempregado não recebia nada.

  16. «São os bancos que pagam os ordenados»!!! Com o dinheirinho de quem, pá? Ou tens dúvida de que não somos nós a pagar-te desde os 46 anos?! Como dizes num post qualquer, que fizeste 60, são 14 anos de bem-bom à conta!!! E com esta conversa toda lá vais somando comentários…É um fartote!!!

  17. Isso é uma questão de cultura geral: nem no tempo do «botas» ele convenceu os donos dos Bancos a entrar para a SEgurança Social pois o argumento dos banqueiros é que o 23% entravam num Fundo e daí saíam as reformas – que de facto são ordenados. O impresso até é o mesmo, mesmo design.

  18. qual cultura geral? só se for a tua, calaceiro pago pelos endividados destes país. andaste 30 anos a fingir que fazias e quando te pediram para trabalhar foste para casa com ordenado indexado ao spread pago pelos camelos. matriz rural deslumbrada com a rua do ouro, és parolo e não enxergas o design da coisa.

  19. Parolo é o teu avô torto, palhação. Vai chamar calaceiro ao outro lado do espelho, vai entregar o pescoço à canga!!!

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