Vinte Linhas 401

Um tal Mr. Jason Cowley do jornal «Observer»

Em Julho de 2007 há um texto meu no «aspirinab» sobre a casa de Charles Gounod, casa essa que fica muito perto do local onde todos os dias o meu neto Thomas Francisco anda de bicicleta até se cansar e pedir o ursinho para fazer óó. Foi «As raposas de Charles Gounod». No dia 29-7-2207 às 22,39 horas eu enviei ao editor do suplemento desportivo do «Observer», o tal Mr. Jason Cowley, um texto no qual discordava de modo claro (embora respeitosamente) do seu artigo sobre Lasse Viren.

Numa perspectiva estúpida, nacionalista e errada, ele referiu-se aos «rivais» do polícia finlandês mas ficou-se pelos nomes de Brendan Foster, Dick Quax, Yfter e Rod Dixon esquecendo de modo imperdoável o mais importante rival de LasseViren – Carlos Lopes. Tão importante e tão rival que foi medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 1976 e medalha de ouro em 1984. Esqueceu também de modo ostensivo e estúpido a figura de Fernando Mamede, recordista europeu e mundial dessa época.

O grande problema para esse Mr. Jason Cowley era simples – nem Carlos Lopes nem Fernando Mamede são dos países da Commonwealth. Ora a sua capacidade de raciocínio estava limitada aos países que usam o inglês como língua e a libra como moeda – seja ela de transacções correntes ou de referência para câmbios arbitrados. É uma tristeza cujas raízes não são apenas a ignorância mas também o orgulho estúpido de quem não percebe que o Mundo é maior do que parece. Ou como escreveu José Régio de modo magistral – «há mais mundos». Ao deitar para o lixo o mail que escrevi em inglês nesse dia de 2007 aqui compartilho convosco esta chamada de atenção. Dois anos depois, ainda a tempo.

7 thoughts on “Vinte Linhas 401”

  1. lixo??? mas quem és tu para dizer que o chauvinismo inglês contra nós é lixo??? eu deitei para o lixo o «mail» não o assunto. Safa!

  2. não vale a pena por duas razões. primerio não sei ir buscar um mail ao lixo, depois está escrito em inglês e diz o mesmo que o meu texto en portugues. siga a rusga!

  3. Não é fácil lidar com a situação: as pessoas que conheço são impecáveis – o marido da minha filha e os seus pais. Os vizinhos também impecáveis e muito amigos do meu neto. O meu neto nasceu lá no Hospital Universitário rodeado de cuidados e atenções. O que não presta é o geral, os jornais, a petulância das pessoas a fingirem que não nos percebem. Porque no fundo no fundo também lhes custa (e muito) que a gente fale a língua deles e eles não sejam capazes de fazer o mesmo com a nossa.

  4. Os ingleses e os norte-americanos são os romanos da actualidade. Como estes, dominarão imperialmente até serem invadidos e destruídos pelos novos Bárbaros e começar, enfim, a florescer uma nova e melhor Era civilizacional, como aconteceu na Alta Idade Média.

    Há apenas que saber esperar, como as placas tectónicas e os glaciares…

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