Atirados ao chão na Juventude da Galiza
No passado dia 3 o poeta Adalberto Alves apresentou o seu mais recente livro «No Vértice da Noite» no palacete da Juventude da Galiza ali ao Torel. Falou o editor enquanto por cima de nós uma gaita-de-foles não parava de tocar. Falou Elsa Rodrigues dos Santos e a gaita continuou. O actor João d´Ávila leu poemas do livro e a gaita não parou. O autor do livro agradeceu e a gaita subiu de tom. Luísa Amaro e António Eustáquio tocaram três pequenas peças (guitarra portuguesa e guitolão) e não tocaram mais porque a gaita-de-foles não parava de fazer barulho por cima de nós. Quando no Verão passado o José Saramago se saiu com aquela do «mais cedo ou mais tarde vamos ser integrados na Espanha» muita malta não percebeu o alcance. É que ele já estava integrado desde 1992 quando a espanhola o obrigou a apagar a dedicatória às pessoas do Lavre que lhe contaram as histórias do livro «Levantado do chão». Como essas pessoas foram apresentadas ao Nobel porque Isabel da Nóbrega apareceu no Lavre com uma forguneta cheia de livros (alguns da RDA e da Bulgária…) para a cooperativa local, a espanhola mandou apagar não só o nome da Isabel mas também o das pessoas que o escritor lá conheceu através da Isabel. Esta cena horripilante vivida na Juventude da Galiza com as gaitas-de-foles por cima das nossas palavras é um terrível exemplo da dita «integração» na Espanha avançada pelo Saramago. O poeta João Rui de Sousa a quem saudei na sala ficou quase apagado perante a barulheira da gaita-de-foles. Quando desci a calçada do Lavra direito aos Restauradores com os amigos Fernanda, Patrícia e Eduardo, a gaita-de-foles da Juventude da Galiza ainda não se tinha calado. Integração? Safa!
eu diria antes: gaita!
Devias ter dito ao tipo da gaita: Por qué no te callas?
http://www.agal-gz.org/modules.php?name=News&file=articlecomments&sid=4236
Tarde, vocês estão a serem invadidos pela gaita! Preparem-se.
Uma das coisas mais engraçadas que li neste blogue nos últimos meses, especialmente aquele passo onde o instrumento sobe de tom depois do agradecimento. Fez muito bem em achincalhar essa missa de gaita de foles, seu Zé!!
Eu por acaso até gosto de uma gaita bem tocada. Seja de foles ou não. Mas, quando o som é muito forte e insistente, até um violino incomoda. (A não ser que sejam cinco… mas já não há. Do quinteto só apanhei dois a jogar: o “Malhoa” e o Zé da Europa.)
Horripilante e eu até gosto de gaitas-de-foles mas foi horrível, ninguém da direcção da Casa se lembrou sequer de dizer aos pobres que estavam a fazer escalas que se calassem enquanto se liam os poemas e se ouviam as músicas da Luisa Amaro e do António Eustáquio…
Gaita de foles?! Adalberto Alves certamente teria preferido o sopro da salamiyyah.
olha o gibel! lembrei-me logo de ti, que me apresentaste o adalberto alves. :)
À parte a enorme capacidade de grande repórter que o Zé Francisco tem e que aparece aqui, mais uma vez, neste curto texto, fazendo-nos rir a todos… eu vejo este “fait divers” de outro ângulo: entre Celtas e Árabes, o diálogo entabulado há muitos séculos, continua…porque É POSSÍVEL.
Sarah
susana,
foi um prazer :) (além do “meu coração é árabe” já “provaste” o “Al-Mutamid” também da Assírio e Alvim?)
Ainda soam as gaitas! deveriam exclamar os portugueses. Sim, ainda a Galiza está viva. Viva!!
http://www.agal-gz.org/modules.php?name=News&file=articlecomments&sid=4239
que engraçado, é tão parecido com o nosso português, e até acho mais engraçado comissom que comissão, que destas fiquei farto. Eu cá para mim chamava-se língua portuguesa e tem como dialectos o português, o galego e o brasileiro, mas se calhar isto é uma afronta aos tutores da língua que nem sei.
‘a minha pátria é a língua portuguesa’ de Pessoa, é a definição de referência, mathesis
notícias da comissom:
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1325103&idCanal=14
Realmente só à bastonada… Não quer perceber que o erro foi dos outros que não mexeram uma palha para que as pessoas suas convidadas não fossem incomodadas com aqule barulho ensurdecedor… Só mesmo à bastonada…
A gaita estava no andar de cima e, como os galegos não vêem através das paredes nem dos soalhos, não se deram conta do que se passava em baixo. A culpa é da gente distraída (para ser suave) que estava em baixo à espera que os de cima adivinhassem os seus pensamentos. Aproveitar o episódio para atacar Espanha, o iberismo e o Saramago é que não lembra a um careca. O Zé do Carmo tem cabelo?
A culpa é dos responsáveis que cederam a sala mas não se preocuparam com o barulho à sua volta. O meu cabelo nada tem a ver com este assunto que é apenas de revolta perante o desdém daquela gente. Não ataquei ninguém; nós é que fomos atacados pelo ruído dos outros. Já chega de demagogia
Mais “ruído” de gaita:
http://www.agal-gz.org/modules.php?name=News&file=articlecomments&sid=4242
Eu cá para mim chamava-se língua portuguesa e tem como dialectos o português, o galego e o brasileiro, mas se calhar isto é uma afronta aos tutores da língua que nem sei.
Z: você, sabe muito, mesmamente deu no ponto, eis o cerne e o cumio ( cimeira) do assunto.
cumprimentos depois de dois anos largos.
regreso ó futuro II