Moda campaniça

Nas terras do Alentejo / É tudo tão asseado
As casa e os corações / Sempre tudo anda lavado
(Popular – Baixo Alentejo)

Nesta tarde de nevoeiro
Onde o olhar se espreguiça
Vem do lado do Barreiro
O som de uma campaniça
Vem do lado do Barreiro
Passa por cima do Tejo
Mas o som chega inteiro
Como no Baixo Alentejo
Oiço o coro já se arrasta
No fundo da minha rua
Mas o coro não me basta
Quero ouvir a voz que é tua
Eu faço de cada poema
As cordas de uma viola
E escondo-me no cinema
Sempre que falto à escola
Julgo ver o teu olhar
Na linha do horizonte
Silhueta a atravessar
A estrada para o monte
São casa, são corações
Onde quero ser habitante
Procuro nestas canções
Chegar ainda mais adiante
Quero ouvir-te em directo
Sem recurso ao diferido
Quero um poema concreto
O título está estabelecido
O título está no teu nome
Os versos são os teus dedos
Os meus olhos têm fome
Do doce dos teus segredos

3 thoughts on “Moda campaniça”

  1. A poesia é uma coisa linda! E, então, quando é bem feita até o cheiro penetra e nos sobe pelas narinas:

    QUANDO CAI O CAGALHÃO
    BATE NA ÁGUA, AFUNDA,
    SOBEM SALPICOS QUE VÃO
    D’ENCONTRO À MINHA BUNDA!

  2. A poesia é linda, sim senhor, mas quando é bem feita. Agora quando cheira a póia, há que fazer poiasia, por exemplo.

    De poeta nada tenho
    de palhaço tenho tudo
    sou um pobre de espirito
    armado em carrancudo

    Tenha carranca, sim senhor
    tresando que nem um pio
    por isso não me gramam
    e me dizem «puta que te pariu».

  3. Ó chóriço, ó poiata, olha que os dois poemas acima são dirigidos a ti pá, podes fazer uma compilação questa gaita um dia bale muito. Fogo, já me tô a bere como o aqueles gajos impressionistas todos famosos, mas só dapois de murrrrerem. Tás abere, tu meu maluco és como o La palisse, tens uma queda pró óbvio, claro que mesmo assim, por bezes erras que nem um burrrro, eu sô mais uma espécie de van gógue, tás a ber, ou monê, tás a morder? Pois pá.

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