Passa o dia a viajar como um cigano
Entre a Lezíria e a Estrada de Pegões
Respira o verde todos os dias do ano
Entre a casa e a Escola de Campeões
Chega a esquecer-se das suas lesões
No esforço de curar quem o procura
No relvado eles correm como leões
Na marquesa sofrem com amargura
Passa o dia a viajar como um cigano
De terra em terra a fazer tratamentos
Os olhos são Atlas do corpo humano
Percebe uma lesão em dois momentos
Tudo o que diz é genuíno e verdadeiro
Tudo o que faz tem o toque dum artista
A sua vida não se esgota no enfermeiro
A sua alma está para lá do massagista
Bem, parece-me que futebol precisava de um poeta… Aqui o temos. LOL
Neste mundo de massagens
Eu alvitro outras paragens
Lá p’ros lados do Oriente.
Daquelas de corpo inteiro
Que nos deixam num braseiro
Corpo e alma, tudo quente.
Tailandesa, bem no chão,
Sambódromo e furacão
São sensações misturadas.
Experimenta e vê a dif’rença,
Ali a coisa é intensa,
Há calor e mãos de fadas!
Zé: mais outra desgraça, pá! Chamas a esta coisa poesia? Valha-te Deus ou as musas! Lá pelo facto de teres obrigação de mandar trabalho aqui para o aspirina, dada a falta de »mão de obra», não quer dizer que nos atormentes com este género poético. Tem pena, chiça! Não me digas que o poema faz parte da tua “Antologia Poética sobre o Futebol” publicada em 1989!? Não acredito! Quem foi que te editou, Zé?
Poesia Porno: há aí uma grande confusão. Eu nunca publiquei nada, nem tenciono publicar. O que aí deixo, à laia de comentário, é uma comparação de técnicas de massagem onde explicito as minhas preferências. Nada mais. Quem tiver outras ideias que avance; quem não gostar que salte para outra.
Olhe que não, olhe que não! O poema é recente e como talvez ainda não tenhas percebido o Europeu 2008 está à porta. Não tem nada a ver com a antologia de 1989 «O Desporto na Poesia Portuguesa».
Só um tipo que trata a poesia a pontapé poderia procurar inspiração no futebol do Sporting.
meus amigos,
eu sei que o pessoal anda com o humor em baixo, tá de chuva para gracinhas, mas…
… eu cá também quero experimentar a poesia desportiva. Vai sem maldade, e com um abraço para o JCF.
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Dona Alzira Lavadeira
Dona Alzira foi nascida aqui em Lisboa
e já de pequenita assistia ao futebol
quem diria que esta senhora tão boa
viria a lavar os equipamentos do escol
A sua ciência na escolha do detergente
só tem comparação com o grande amor
que é de resto notado por toda a gente
quando aplica o mais recente amaciador
E se algum dos jogadores por mero acaso
é confrontado com um desses azares da vida
de comer sem querer um yogurte fora de prazo
ou outra coisa fodida
Dona Alzira não lhe vai faltar nessa hora
vai lá estar e oferecer o seio generoso
onde até o capitão da equipa chora
sempre que o sporting leva na pá do glorioso
(Mesmo pondo de parte a hipótese de vir a ser tema de tese de mestrado, acham que o meu poema tem futuro?)
rvn, acho que tens queda.
zeca,
porquê? caí e espalhei-me ao comprido?
Concordo plenamente. Vai mesmo por aqui uma grandessíssima confusão ó Zés! É claro que o meu comentário
se referia ao post do Zé do Carmo Francisco. Mas a qual Zé havia de ser!? Não ao seu poema/comentário, caro Zé/só/Zé! Assim é quélas se arranjam, tá visto.
O seu poema, Zé/só/Zé, até se digere bem. Há ali mãozinha de mestre! Podia, até, candidatar-se a um lugarzinho aqui no Aspirina. Talvez o João Pedro Costa repare em si e o convide, quem sabe? Mas não me diga que também lhe dava uma tampa…
RVN, «tese de mestrado» diz você? E porque não !? Acho melhor não pôr a ideia completamente de parte. Quer um conselho? Vá praticando, homem, vá praticando. E quem cai, logo se levanta. Se não tiver uma perna partida, já se vê…
rvn: genial!
Ó Rui, o poema só se tiver mesmo futuro. Porque presente, bem, presente não se vê grande coisa nesse Glorioso. Mas deixa-me calar, porque o campeonato ainda não acabou e o Chalana acredita no 2º lugar.
Nope, rvn, digo que tens queda para a coisa. Ao invés o narciso jcf não tem onde cair.
Para o RVN, com amizade e veneno.
Quem apanha cinco a três
Devia ficar calado.
Que essa conta que Deus fez
Já se perdeu, como vês,
Num tempo há muito passado.
E, se eu tas faço lembrar,
Sei bem que estas glórias custam
Pois só são de recordar.
Já não conseguem voar,
As águias já não assustam.
Quem tens lá nessa maranha?
Uns coxos, uns aleijados,
Uns que jogam só com manha,
Outros de segunda apanha,
Outros que correm parados.
A malta está tão canalha,
Tão pobrezinha nos nomes,
Que se enreda em qualquer malha,
E até nem sequer já falha
Nem marca golos, o Gomes.
Chora o leite derramado,
Que mofina sorte, amigo.
Não venhas em tom de fado,
Vai cantar para outro lado,
Que o teu Benfica é castigo.
Talvez por isto, a caixa de comentários do Aspirina, é o que é. Num post de pretensa poesia, que não vai além de umas quadras de rimas mal amanhadas, surge poesia. Refiro-me, concretamente, ao Zé, que é só Zé, e evidentemente ao Daniel. Quanto ao RVN, embora consiga superá-lo, mas porque é obrigado a lê-lo frequentemente, nota-se a influência do JCF. O que é mau, evidentemente.
Muito bom, Daniel de Sá! Esta sim, é poesia, mesmo em tom de bricadeira. Aqui não há “rimas de pé quebrado”. Os verdadeiros poetas topam-se ao longe!
Parabéns e um abraço poético!
Não sei porque é que este De Sá se foi embora, quando estava aqui tão bem. Também gostei do RVN, embora lampião.
Mas como é que hoje ainda se pode ser benfiquista?
Uns coxos, uns aleijados,
Uns que jogam só com manha,
Outros de segunda apanha,
Outros que correm parados.
Ora cá está como o futebol encontra, finalmente, os seus vates. Já só faltam as guitarras!
amigos,
vão perdoar, distraí-me por uns minutos, ligaram do União de Leiria porque tinham lido o aspirina e queriam saber se os poetas cá da casa alinham no onze da próxima vez, ou se podem esperar as facilidades do costume. Parece que eles ficaram impressionados contigo, ó Daniel, não conhecem a táctica da quintilha, queriam saber pormenores. Mas sabes que a minha boca é santa, sobretudo com os amigos, mesmo verdes.
Bom, mas estavam os senhores a dizer…?
Que tristes, que estranhas rotas
Do Benfica, quem diria!
Até p’ra vingar derrotas
Já pede ajuda ao Leiria!
RVN, essa poema da Dona Alzira é uma maravilha.
Ouvi há pouco o meu amigo José do Carmo Francisco dizer no rádio que “o humor é uma lágrima entre parêntesis”. Abro pois abaixo um parêntesis, também este dedicado a outro amigo, o do costume nestas tricas, o RVN.
Com mais penas na alma que no rabo
Com as uvas da Régua se faz vinho
Que tem caves em Gaia, e é chamado
Do Porto, para ser mais afamado
Que um Colares, um Borba, um Alvarinho.
Faz falta não falhar algum golinho
Para aquecer o povo derrotado,
Porque com ele assim desanimado
A águia já receia o próprio ninho.
Até se assusta olhando o seu estádio,
Temendo um dedo em riste como um gládio.
E era aos outros que a Luz metia medo.
“Até lavar os cesto é vindima”
Era a esp’rança que há muito a não anima
Porque a vindima este ano foi mais cedo.
Breve courato do armário da fé
Passa a noite a fungar como um magano
Entre a Alzira e a Rosinha dos Limões
Transpira castanho com’o que sai do cano
Entre o café e o Largo do Camões
Chega a casa e põe-se a dar opiniões
No esforço de chagar até à loucura
Ninguém suporta ouvir os seus sermões
Na casa e na rua é sempre a mesma tortura
Passa o dia a versejar este fulano
Infligindo a todos estes tormentos
Sem nunca abrandar durante todo o ano
Não percebe que à sua volta só há lamentos
Tudo o que diz é falso e chocarreiro
Não há dúvida que se trata dum autista
A sua boca é um esgoto com mau cheiro
Era pô-lo na gaiola a comer alpista
eh pás! Ganda malucos, muito bom
Depois de mentirem sobre a idade (1904 por 1908) depois de mentirem sobre os campeonatos chamando «campeonatos» às Ligas entre 1935 e 1938 ainda aparecem jornais a escrever «Benfica ataca a champions» esquecendo que eles estão em quarto lugar… O Rui Santos é que tem razão: «Vale mais o joelho do Mantorras do que a falência da SAD do Farense».
Santos, Camacho, Chalana
Timoneiros da mesma nau
Catrineta de Vieira chama
Bom nos pneus mas no futebol mau
Mau é pouco, péssimo mesmo
à UEFA vão e já é bom
Avalio a grosso, a esmo
Bandoletes e maestros dão o tom
Dois mil e oito é centenário
Uma Instituição envergonhada
Vergonhas no balneário
E no campo uma banhada
Isto está cada vez melhor. Ameaça fazer História.
De roupa toda suada
Cabelo húmido ao vento
do Luís Figo assento
a perna bem torneada
Já de Baía a expressão
Disfarçava que era burro
de Sá Pinto só o murro
que fez dele bom vilão
Cristiano, o peito nu
A meia até ao joelho
celebra o seu bom artelho
galopando como um gnu
É pena o equipamento
não ser um mero calção
de lycra com algodão
pra nosso contentamento
LOL este post (e comentos) é de antologia!!!!
Eu cá não percebo nada
Pois não curto futebóis
Mas acho grande piada
Às vozes à desgarrada
Desta girl com os boys.
Ah! E, já agora, para ultrapassarmos este desagradável assunto, eu queria pedir encarecidamente ao jcfrancisco para reabrir os jogos florais. É que há por aqui insuspeitadas vocações que, com um pequeno treino, são capazes de atingirem o estrelato. Daí o pedido de ajuda ao poeta de serviço.
Nota: como desagradável assunto, refería-me ao caso do PM que deixou isto muito tenso.