Tenho uma coisa muito importante a dizer sobre as recentes saídas do Fernando Venâncio e do Daniel Sá do Aspirina B e que, porventura, irá abalar as fundações da blogosfera: os Animal Collective vão dar dois concertos em Portugal no mês de Maio – dia 27 no Porto (cinema Batalha) e dia 28 em Lisboa (Lux). Como foi muito bem referido pelo Fernando Venâncio antes de abandonar o Aspirina, os Animal Collective são a maior banda do planeta e, por isso, se quiserem evitar a criação de uma imagem de vós próprios à qual não estão habituados (o que é uma verdadeira chatice, perguntem ao Daniel Sá), vejam lá se compram bilhetes antes que os mesmos esgotem (os bilhetes, não o Fernando Venâncio e o Daniel Sá, que são inesgotáveis). Mas eu não conheço a banda, exclamarão alguns (entre os quais julgo vislumbrar o tom pouco cuidado nas sílabas e na acentuação do José do Carmo Francisco) – não se preocupem, caralho: não estou eu aqui para outra coisa. Começo por este singelo «Leaf House», uma cançoneta sobre gatinhos, que é suficientemente estranha e genial para separar o trigo dos mais preguiçosos. Ah, ao contrário do Daniel Sá, que, pelos vistos, está alojado nas antípodas do Venâncio, direi que não vou dizer se gostei ou não de não estar aqui. Se dissesse o que não disse sobre o quanto gostei de não estar, continuaria a não estar, né. Desejo-vos, sinceramente, a ausência de qualquer problema pancreático.
LEAF HOUSE (Animal Collective, 2004)
This house is sad
Because he’s not
Inside it
Where does he hide
When someone comes?
To the front door
There’s no one to say: Meow, kitties!
eh pá, se ninguém tem de coragem de vir aqui venho eu. Fartei-me de rir JP, há sempre a aprender com os gatos, mas acho que gosto mais de miau
ahah, acho que vou gostar disto,
http://aeiou.cartaz.expresso.pt/Default.aspx?CategoryId=106&CategoryContentId=54663&EventId=3344
Cê mexe tanto comigo, gatão…
Béu béu!
Primo, és o maior. Facto que escapou tanto aos pré-socráticos como aos renascentistas, estranhamente. E vais ver os animais no Batalha ou no Lux?
Primito: vou ver no Batalha (frase para ser lida no sentido denotativo e não na sua formulação idiomática). Tens aí uma excelente oportunidade para vires ao Porto. Tens cá casa para a dormida. Basta dizer «sim», que ainda hoje compro o bilhete. Até porque ainda tenho o raio do House of Leaves para te entregar.
Tuby: «béu béu» é uma onomotopeia que confirma a genialidade da língua portuguesa. Muito melhor que «wof wof».
z: touché. Partilho o absoluto deprezo do primo por essa pessagada chamada 300. Mas a comicidade do original é inultrapassável.
Gosto, mas que é isso em comparação com a versão de “Temptation” da Diana Krall, que ouvi há minutos? Amendoins? Sementes de abóbora?
Sobre a saída dos dois vates citados também penso exactamente o mesmo do que tu.
(pois eu ainda agora tenho um pouco de inveja que vocês tenham rido tanto com o original, embora agora à distância já perceba, mesmo assim fico meio mareado. Mas com este acho que vou rir bem e já me chega. Boas por aí – por aqui está um tempo do caraças, com espíritos romanos à mistura, pedras mágicas e paus erguidos)
Nik: não é por gostar de ameijoas que vou deixar de provar uns grelos à maneira. É facílimo gostar da Diana Krall – tem bom gosto nos arranjos e uma voz capaz de mover os anjos. Mas os Animal Collective são outra fruta – estão constantemente a correr riscos e a pôr em causa todas as regras de mais de cinquenta anos da música pop (sim, eles fazem pop, não me venham falar de psico-folk e outras tretas). Há cinco anos que oiço Animal Collective e estou sempre a descobrir coisas novas.
(z: paus erguidos é importante)
Primo, como diz a minha mamã, agradeço como se tivesse aceitado. Fico embevecido com a tua generosidade, da qual espero abusar na primeira oportunidade.
À primeira, eu gostei dos sons. A letra é idiota, mas isse hozendia é fatal.
e não esqueças que os pinheiros dão o exemplo, direito ao céu
Se o Valupi não quiser o bilhete, fica para mim. LOL.
Nik: a letra aqui é sobretudo significante e não significado.
Primito: se puderes ir ao Lux, já sabes.
O desprezo é animal, não colectivo, mas pessoal.
caro JPC,
– então agora lá porque ao Daniel de Sá lhe apetecia fazer uma saída mais ou menos dramática do Aspirina, era caso para quê, para ficarmos todos para aqui a chorar e a trocar declarações lamechas? Era o que mais faltava!
– Lá porque o Daniel de Sá pode estar ‘magoado e quer magoar’ a gente não pode rir e curtir e falar do Benfica/Belenenses? Dos Animal Collective? Era o que mais faltava!
Já percebi. Já percebi eu e, creio, já percebeu toda a gente. Entendes tu que o melhor a fazer é desvalorizar, ponto final e bola p’ra frente, vai-se fazer o quê, andar de joelhos atrás, anda cá, vá lá, please, não faças isso? Era o que mais faltava, isto não é um jardim infantil e não há insubstituíveis em parte alguma, menos ainda em arte. E mais. Os Animal Collective vão dar dois concertos em Portugal no mês de Maio – dia 27 no Porto (cinema Batalha) e dia 28 em Lisboa (Lux). Isto e o mais que acontece é que é importante, dizes, não o que deixa de acontecer ou lá porque deixa de acontecer. E está certo. O Aspirina é o Aspirina, estás cá tu, estão cá os outros autores, o que não falta são razões para as pessoas continuarem a vir aqui. Certo? Tem lógica, é um argumento. Já percebi.
Já tinha percebido, de resto, quando explicaste a primeira vez. Continuei a perceber à segunda vez, idem à terceira, quarta e seguintes. É um ponto de vista pleno de legitimidade e com a autoridade acrescida de ser o teu ponto de vista. É a resposta consequente, seria proporcional, nada a dizer. Tudo isto eu percebi. Só não percebi a necessidade do achincalhanço rasteiro em que se transformou essa opinião, pela insistência na ironia forçada, no remoque desnecessário, no acentuar exagerado de uma indiferença enojada que defendes ser a postura a tomar perante a saída do Daniel. E isso eu não consigo perceber porquê. Nem para quê, for all that matters. Acho mesmo que não te fica bem, quer como pessoa, quer como autor. Para além de achar injusto, gratuito e escusado para com o visado.
Não vejas nas minhas palavras uma suposta ‘defesa’, que eu nem sequer vejo ‘ataque’ que a justificasse, isto se eu a tanto me prestasse, o que não é evidentemente o caso; nem vejas nelas, peço-te, uma qualquer afronta que muito menos me passa pela cabeça, a ti ou seja a quem for na circunstância. Porquê então tanta conversa? Porque sinceramente, muito sinceramente, achei uma violência gratuita e escusada este ‘vá pró caralho’ que vejo dito e repetido ao longo do (muito) que já disseste sobre o assunto.
Com igual sinceridade, se possível, diz-me (se quiseres): estou enganado?
JPC,
por lapso, ao escrever o comentário, deixei ficar dois parágrafos em baixo, na caixa, que eram para apagar mas não os vi ao publicar. Ou seja, o comentário termina em «diz-me: estou enganado.» O texto que se segue não tem nexo nem cabimento onde está, podes limpar o comentário e eu repito a postagem? Tens solução alternativa ou nem por isso? As minhas desculpas pelo sucedido, lamento.
rvn, eu até gosto de variedade no Aspirina. Ontem o Daniel; Hoje o JPC. Amanhã, pode ser o contrário. Dá uma cólica ao JPC e despede-se e volta o Daniel sorridente porque ganhou o Euromilhões. É a valsa da blogosfera.
ah ah ah rvn, depois de dares uma bofetada ao JPC, pedes-lhe um favor? AHAHAHAHAHA. Só no Aspirina!!!
claudia,
exactamente por existir esse vai-vem que referes, de cólicas e euromilhões, é que não me parece boa política carregar nas tintas na hora do adeus de cada um. Há mar e mar…
(e bolas: onde viste tu essa bofetada!! longe disso, e espero que ele não veja assim.. quanto ao favor, um destes não se nega a ninguém, acho, resulta em prol da geral)
Eu acho o adeus exagerado… Concordo. É um adeus a Menezes… Não pode ser!
rvn: já apaguei a parte excedentária do comentário. Na boa, essa cena já me aconteceu bué de vezes.
Quanto ao resto, estás.
JPC,
«Quanto ao resto, estás.»
Homem, que diabo: querem ver que apagaste também o resto da tua própria resposta?;)))
Deve ser a resposta que mereces. LOLOL.
JPC
Como vê quem ficou mal na fotografia foi você. Pelo menos numa fotografia tirada sem lobbies aspirínicos.
De facto, não era preciso achincalhar Daniel de Sá nem os outros que saíram. Faz-me lembrar aqueles namoros que enquanto duram são um mar de rosas mas à mínima discussão é um lavar de roupa suja e um achincalhar gratuito.
Você é que ficou mal, não foi o Daniel. Sabe, as palavras revelam muito mais de quem as diz do que dos seus destinatários. E no seu caso, as suas palavras revelam infantilidade, maus fígados e inveja.
Nada a fazer, JPC. Serei o primeiro a regozijar-me aquando a sua saída. Será inevitável. Cá estaremos para ver.
este AS só pode ser acetil_salicílico, mas deve ser da concorrência,
rvn: pois foi.
AS: verás que até lá vais aprender a admirar o meu charme e inteligência (a sério, acredito mesmo nas tuas capacidades). E depois, quando um belo dia sair do Aspirina, hás-de chorar baba e ranho. Seu tonto.
Z
A abreviatura de ácido acetilsalicílico é AAS.
Não se esqueça do ácido.
pois mas como era da concorrência podia dar um jeitinho de base, ou de sal, sei lá, isto agora já nada é como antigamente
Não vi que estou com sono, mas vejo depois. De qualquer forma, continuas a meter o vernáculo nos lugares certos, é sempre uma beleza ler os teus posts (mesmo que sejam sobre música pop alternativa).
epá! o bilhete está mais caro no Batalha do que no Lux 5 aérios!
Obrigado, Catarina. Mas tens mesmo de ouvir a musiqueta.
Gibel: eu sei. É a roubalheira do costume. Mas, desta vez, é por uma boa causa.
Eu vou é gastar os aéreos em coisas mais interessantes!
AC numa discoteca “fashion” e num cinema?? Tenrinhos! Eu ainda sou do tempo em que eles actuavam para meia-dúzia de freaks em cacilheiros em pleno Tejo.
;)
(Também deves ser rapaz para gostar de El Guincho!)
http://www.youtube.com/watch?v=wSDOltyzOUQ&feature=related
agent: conta-me tudo, caramba. Como é que foi?
LOL!
Já começava a pensar que tinhas desaparecido de vez, mas como sempre voltas em grande estilo.
Bom post.
Grande música.