Era uma vez eu, e uma relação de 10 anos. Um dia acordei e tinha uma DST. Eu pensava que as DSTs eram fáceis de se saber que se tinha, pensava que se ficava roxo, ou com borbulhas, ou que caiam bocados. Pensava eu, que tendo uma relação monogâmica, e não tendo nunca tido, nem visto, nada roxo, com borbulhas ou a cair, estaria segura, e nunca teria DSTs. Fiquei pois, bastante surpreendida quando a médica me disse que tinha uma DST. Ao que parece há DSTs silenciosas. Então, pensei eu, e dado que era eu na tal relação de 10 anos que era assim mais a atirar ao promíscuo, devia ter apanhado a dita DST com o exnamoradeco anterior. Claro que antes falei com a outra metade desta minha relação de 10 anos. Contei-lhe que tinha uma DST e disse que se me queria contar alguma coisinha agora seria uma boa altura. Ele disse que não, e eu acreditei.
E toca de telefonar ao exnamoradeco, que até me dou bem com ele, nem tanto para averiguações, mais para o avisar para se tratar, coitadinho, que a tal da doença diz que pode causar entupimentos das partes que fazem filhos. E o exnamoradeco, graças a deus que me dou bem com ele, lá disse que eu devia estar enganada, que ele por acaso até tinha as análises em dia e estava limpinho.
Então voltei a falar com a outra metade da presente relação, e ele lá confessou, com uma historinha feita de encomenda para eu não me importar. E eu, que até sou uma pessoa coerente, não me importei. E continuei a relação de 10 anos por mais uns meses. Outro dias estava ele a mostrar-me umas coisas no computador, e apareceu na busca automática do Google o nome da corrente gaja que andava a comer (mesmo depois de saber que quando um gajo come gajas pode estar a transmitir DSTs). E eu pu-lo na rua, recuperei todas as chaves, alterei todas as passwords, e deitei fora toda a merda que durante 10 anos achei que durante todo o meu futuro seriam boas recordações do nosso passado.
Dá ganas de nada dizer, tal o desconsolo. Mas seria injusto não aplaudir a confissão. Porque as confissões têm essa função: limpar a merda.
«deitei fora toda a merda que durante 10 anos achei que durante todo o meu futuro seriam boas recordações do nosso passado»
Aparentemente errado, Isabel. Este desabafo deixa antever ainda alguma que ficou pelos cantos da sua alma. Livre-se disso, conselho de ruim cabeça. Não há creme anti-rugas para a amargura. Que mata, como saberá.
Ainda não li o texto, mas a Isabel tem jeito para títulos. Só neste dou-lhe 20/20.
Susana,
Manda-lhe isto http://www.youtube.com/watch?v=GtPviLunCsQ e ele que se divirta a fazer uns coros com o Zappa…
bolas susana, era para a isabel, pois claro…..
Anda Pacheco! tlim tlim tlim tlim
(beijo)
Moral da história: é necessário muito cuidado com a busca automática do Google!
Como é que era a busca do google? “Gaja que ando a comer”??
para quem vê de fora é uma merda ainda mais merdosa do que andar a comer gajas por fora, essa merda de não usar uma merda de um preservativo.
diz q usou. mas é naquela, tambem disse muitas outras coisas…
10 anos é um bom pedaço de tempo…
1. Procuraste segunda opinião médica? Anda por aí muita gente mal preparada a exercer medicina e capaz de confundir uma zoonose com uma DST.
2. Não é fácil deitar fora 10 anos da nossa vida. Vai doer, pá. É levantar a cabeça e seguir em frente.
Zeca Diabo,
Não se deita fora tempo algum. Guarda-se na memória. Podemos é ter saudades ou raiva. Apesar de nenhuma ser fácil, a raiva sempre nos faz correr o sangue e é disso que precisamos para nos sentirmos vivos quando estamos por dentro mortos.
aquilo que não nos serve nunca é completamente mau. e a vida é bem mais do que o amor romântico, ou muita gente que nunca o teve estaria bem tramada. em dez anos muito de bom acontece; deita-se fora a pessoa a mais, o que demora um bocadito, e a vida é nossa.
vale saber-se que ele era «outro», como dizias. perguntava um amigo meu há uns tempos, numa altura em que sofri uma decepção, «mas olha, se tivesses continuado mais tempo iludida ainda teria podido ser pior, ou não? ainda bem que o soubeste.»
por outro lado a infidelidade não significa falta de amor, significa apenas imaturidade. e a mentira significa cobardia. os mentirosos cobardes imaturos sem carácter também amam.
amam. mas são merecedores de amor?
susana, e agora é mesmo susana, levando ao extremo o que dizes quem nunca se ilude vive feliz. ora assim sendo, a verdadeira felicidade será dos cínicos e eu tenho de me recusar a acreditar nisso.
por outro lado, a tal de infidelidade é pau de muitos bicos. é-se infiel a quê? não acho que seja falta de maturidade, acho só que, como uma amiga minha dizia há muitos anos, é um desquilibrio que nem chega a desíquilibrio. imperdoável só acho a mentira. consigo viver com tudo, menos com mentiras. só me mente quem acha que eu não consigo perceber a verdade e isso é um ataque directo à minha ingteligência. com isso não consigo viver.
mas achas que o que eu disse conduz a essa conclusão, levado ao extremo? não vejo assim. mas lá que prefiro a noção de realidade à doce ilusão, isso sim. no entanto podes experimentar maravilhas, enquanto iludida. e a experiência, propriamente dita, ter esse lado inegável (e iniludível, num certo sentido) de ser experiência…
quanto ao resto, completamente de acordo. na infidelidade, atribuo-a à imaturidade neste sentido: se há uma relação que pressupõe a dita «fidelidade», isto é um acordo entre as partes, creio. porque há também quem se conheça incapaz de cumprir tais ideais de comportamento e só aceite as chamadas «relações abertas». a incapacidade de lidar com um problema que é intrínseco à relação, ou ao próprio, denota imaturidade e cobardia. havendo amor, se alguém não é capaz de cumprir este acordo, é porque há algum problema. se o problema não pode ser tratado em conjunto, ou se uma das partes não consegue controlar os seus impulsos mais primários em nome de algo mais elevado, deve haver verdade. e, aqui, estou contigo: a mentira é que me mata. havendo amor. porque se não houver, há uma outra mentira e uma outra ilusão, mais grave ainda.
falta fazer a grande pergunta, susana, e isso de amor é o quê?
ui, essa é uma grande pergunta, porque tem muitas respostas, ernesta. cada qual tem a sua e, mesmo assim, sem certezas…
diria que há amor se cada um e ambos entenderem que há. nesse caso haverá confiança e a crença de que o amor é inabalável e que nem o sofrimento dá cabo dele. assim, enfrenta-se a dificuldade em nome do amor e acredita-se que dois a lidar com o problema é melhor solução do que só um a fugir.
entenderem, ou sentirem?… (é a mesma coisa, no contexto?)
dada a subjectividade do sentir, no caso prefiro o entendimento, pois além de um lado cognitivo dá azo, também, ao entendimento entre eles… mas deixo à vontade do freguês.
olha susana, só te posso dizer que se não fôr carne da minha carne, não faço a mínima ideia do que seja. ou talvez faça. paixão sei bem o que é, que dói nos ossos, amor não tenho a certeza. mas gostava de saber. ou de não saber…
mas eu acho que quando há amor se torna carne da nossa carne. é como um pacto de sangue (entre tantas outras coisas).
da minha carne torna-se de certeza. mas o contrário também será verdade? e como se sabe?
sabe-se porque se quer. creio não haver um «como». é assim como se sabe da graça divina… ;)
Eu chego agora e não percebo nada. Sem uma cronologia asseada nunca entendo coisa nenhuma. Atão a Isabel ao fim de 10 (dez) anos de relação e ralação ainda achava possível que a maleita fosse originária do ex-namoradeco? Ele era “ex” até que ponto, há quanto tempo? Se diz que era vomecê a mais promíscua, não tou entendendo memo nadinha. E a tal de DST era de que tipo? Porque há-as de vária perniciosidade, e isso faz muita diferença na história. Por mim, não estaria disposto a verter nem uma lágrima por um simples esquentamento, se me faço entender. Os que apanhei foram sempre por minha culpa, burro do caraças. Boa noute.
lá vamos nós outra vez para a tal de ilusão que, a maior parte das vezes, parece a felicidade. (bem, este papel de advogada do diabo não é bem o meu, mas tenho de justificar on cognome…)
ernesta,
se do sentimento enquanto tal, nunca se sabe, nunca se tem a certeza (sentimento do outro); se das suas manifestações, sim.
e também de quando acaba. de quando já não há.
e isso é o que me perturba mais: porque acaba? como? quando?
é isso, sem se ver. o amor é como tu – nota-se bem quando acaba mas é difícil de se perceber enquanto é. sem se ver enquanto dura.
quanto às suas manifestações, caimos outra vez na pescadinha de rabo na boca – o que é o se que se manifesta? só depois de o sabermos o podemos ver. ou deixar de o ver.
aí, acho muito mais fácil saber porquê acaba do que saber porquê começa.
as mais das vezes acaba porque nunca começou.
e com isto fiquei também eu curiosa. acho que só amei uma única vez na minha vida. isso ao contrário das paixões, que foram muitas. amei, e senti-me amada, quando deixei de ter só hoje e agora e consegui olhar para amanhã. e sabia que o amanhã ia estar lá e nós iamos lá estar também.
ora viste, ernesta: sabias porque sabias…
se nunca começou não pode acabar, susana.
e não sabia. vivia. soube depois.
pois, ernesta, estava a falar da tal ilusão.
se não sabias, porque dizes «sabia que o amanhã ia estar lá e nós íamos lá estar também»?
na altura não percebi, que queres, as histórias de encantar eram diferentes, que amor era isso mesmo. acreditar. ter esperança. não duvidar nunca. viver em paz.
acho que é muito mais fácil identificar uma paixão.
o outro também não dizia que era fogo que ardia sem se ver?
acho fácil saber porque o amor começa. (a paixão, pelo contrário, é inexplicável). porque acaba, não. porque, as mais das vezes, ou é inexplicável ou as explicações são tão comezinhas que apoucam o amor que se sentia.
algo assim.
(penso que a ernesta não sabia porque vivia sem saber; e só depois soube o que vivia antes. parece-me lógico. ie, acontece. pode acontecer assim.)
(que sei eu? já é tão tarde…)
viver, acreditar, ter esperança, não duvidar nunca, ter paz – e isso não é saber? é haver amor…
sem se ver,
vi-te perfeitamente.
ou falta dele, susana…
seja o que fôr, só consegues medir tudo isso se tiveres um ponto de referência, já dizia o Einstein… muitas vezes só percebes o que era quando, depois de perderes, somas as partes e percebes finalmente o todo. porque, como diz e bem a sem se ver, no amor é difícil perceberes quando começa, mas fácil de notares quando acaba e, enquanto dura, não há perspectiva suficiente para ser avaliado,
e já agora, dei por mim a tentar perceber as diferenças entre amor e paixão. pareceu-me, assim de repente, que a paixão vive dela própria e existe enquanto é perceptível. quando acaba torna-se em algo que nos parece impossível de ter acontecido. o amor é o contrário. não se dá por ele exactamente porque nos entra na carne como se fizesse parte de nós. só se percebe que lá estava quando se perde.
lá está: cada um(a) tem a sua experiência. a minha não é semelhante.
http://www.postalescachondas.com/tarjetas/create.php?card_id=262
http://br.youtube.com/watch?v=j5RKy0mVSYo&feature=related
Não entenderam nada. A paixão é um espirro. O amor, uma diarreia.
e o que a motivou mais a deixar os 10 anos na memória do disco rigido guardado num ficheiro com nome que vai tentar apagar devagarinho, a “facadinha” ou a mentira?
vilaforte
ora ca vai uma resenha de respostas…
podia ter sido pior, podia, podia ter descoberto quando já tivesse filhos (se é que os posso ter), quando a medica, em vez de me dizer q tenho clamidia, me dissesse que tenho sida.
nao foi so a mentira, nao foi definitivamente a infedilidade, que com a infedilidade vivi eu bem ainda um par de meses (se bem que com uma certa dificuldade em controlar impulsos de ver telemoveis e afins). Foi mais instinto de sobrevivencia, que a ameaça da sida pairaria sobre a minha cabeça, e a puta da falta de respeito de ter reincidido depois de conhecer os riscos. Isso, e ter andado a gastar dinheiro com as gajas, enquanto que discutia comigo por eu querer ir jantar fora com ele “porque estou em dificuldades e nao posso gastar dinheiro nessas coisas”.
E pronto, deste assunto tou arrumada, siga pra bingo, como diria a outra :)
o “podia ter sido pior” já era uma generalização (relativa ao deitar fora 10 anos de vida, etc) e uma ironia na onda do «enquanto mal nunca pior», à portuguesa. acho que não, não podia ter sido pior. mas ainda bem que não foi.
e claro, o pior não é a infidelidade, é essa prova de desrespeito que te coloca à mercê do acaso. pôr a tua vida em risco.
clamídia. que coisa.
Já por aqui tudo se disse e só me restará dizer que o “Aspirina” tem aqui a melhor contratação da época. Parabéns aos dois e venham mais “golos”, bonitos como este.
Por causa de clamídia? E de um nome na busca automática do google? Bem, é mesmo uma historinha de merda
Isabel, estatísticamente todos nós temos uma historinha de merda na vida. Maneiras que o horizonte está limpo..
Que raio de coisa é essa da clamídia? até parece nome de bolbo de planta das Antilhas
“:O)))
E essa treta demora 10 anos a incubar?
c’um caraças- há todo um mundo que desconheço. Ou foi sorte, ou muito asseio, mas nunca conheci clamídias em toda a vidinha.
Agora 10 anos e mais uns meses para tirar dúvidas é muito castiço. Assim como assim, mais outros 10 em cima e aproveitar para ir tirando as dúvidas por fora.
Até porque estas coisas parece que se curam como as bebedeiras, com outra em cima. Quem sabe se a clamídia não se pirava, se arranjasse um clamídio nos intervalos…
Mas pronto. Sou péssima a moralizar traições farmacêuticas.
hummm… estive a ver no Google. Diz que demora 1 a 3 semanas a manifestar-se. Então tá bem. È capaz de ter sido uma Clamídia com Alzheimer
mas nem todas envolvem clamidias, comendador.
(que coisa)
(outro beijo para ti, isabel)
Não, nem sempre envolvem Clamidias, sem-se-ver. Às vezes envolvem Natashas. Outras é mais Marlenes…
zazie, não demora 10 anos. ela é que acreditou no rapaz e então pensou que pudesse ter sido infectada numa vida anterior…
comendador, a clamídia é perigosa. se não for detectada a tempo pode infectar as trompas e até provocar infertilidade.
Pois… numa vida com 3 semanas de “anterioridade”´
ehehe
Estou com o Burnay- ele há muitas Natashas, Clamídias e Floribelas ao gosto do freguês. A parte que achei patusca foi o tomar balanço de 3 semanas.
De qualquer forma, espero mesmo que seja apenas literatura, já que ninguém tem nada a ver com a vida íntima de cada um- com clámídias ou pascácios, tanto faz.
que é isso do tomar balanço de 3 semanas?
Sei das clamideas, Susana. E sei que a Isabel já teve a historinha de merda a que, estatísticamente, todos temos direito na vida. Pelos meus cálculos, a Isabel terá uns trinta anos, aposto a comenda em como é uma mulher linda e interessante. Logo, o que eu queria mesmo dizer é que a Isabel (e reportando-me aos valores de esperança média de vida)terá os próximos quarenta e nove anos sem vestígios de historinhas de merda. Nada mau…
Não me perguntes a mim. Eu limitei-me a ler a historinha (que acredito que seja literatura) e lá é que vem que ainda esteve 3 semanas de tolerância e só depois saltou fora.
Por isso é que achei piada à história. É toda à matrix- realidade virtual por pesquisa no Google que leva a uma gaja chamada Clamídia; viagem no tempo de 10 anos para colmatar 3 semanas de incubação e mais 3 para preparar balanço de indignação de dor de corno
“:O)))
não leste com atenção, zazie. ela conta que descobriu a doença e confrontou o homem com quem estava há 10 anos, que negou a infidelidade. então pensou que pudesse ter sido o gajo anterior. descobriu a sua ingenuidade e o rapaz lá confessou. ela perdoou e continuou mais uns meses. até descobrir (com essa história da pesquisa no google, cujos contornos específicos desconheço) que era uma prática corrente e não tinha sido um caso pontual. como ela mesma diz no comentário, foi aí que cortou, não fosse a próxima facadinha trazer sida para casa.
comendador, antes fosse assim. sabe que as estatísticas pouco dizem dos casos individuais… é como nos impostos: há sempre uns que pagam mais. e, tal como aqui, nem sempre paga mais quem mais ganha.
então pensou que pudesse ter sido o gajo anterior
Exacto. Ora se o gajo anterior existiu, na historinha, em flashback de 10 anos antes e a doença demora apenas 1 a 3 semanas a incubar, cá está o que eu disse- é matrix- viajou no tempo.
Mas já percebi que é uma série- até começou com aquele outro post onde também havia troca de género e no fim aparecia a Outra. Afinal era a Clamídia.
Quem viajou no tempo, foi o tal gajo de 10 anos antes, que aparece umas semanas antes a incubar uma clamídia que depois passa para narrativa ao ralenti e só vem a dor de corno 3 semanas depois. Ainda que aqui, tenha começado logo pelo último capítulo.
ehehe
(Bem Susana, está a destruir o meu imaginário. Só falta vir dizer-me que a Isabel não tem trinta nos e não é uma mulher linda interessante…)
(Deixe-me acreditar naquilo que quero…)
a clamidia pode demorar 10 anos a revelar-se.
mas leva bastante menos a provocar lesoes irrecuperaveis no aparelho genital feminino, e, como bem disse a susana, podendo provocar a infertilidade.
donde, comendador, de pouco serve à isabel (enfim, espero bem que não seja o caso!!!) ter 30 anos e uma vida pela frente, não acha? não há natasha que se equipare a isto, há?
20, 30 ou 40…
(que coisa)
Estamos a falar duma dst que afecta anualmente cerca de 1% da população americana, i.e. 2.800.000 (dois milhões e oitocentos mil) pessoas/ano. Neste paraíso da higiene pública que nós somos, nunca afectará menos de 120.000 pessoas/ano. Acham que é mesmo um assunto para perder mais de 1 minuto/ano? Quanto às complicações que podem surgir, também a gripe, a constipação e a prisão de ventre as têm. A infidelidade, esse sim, é um assunto.
A zazie hoje parece estar em forma. Se calhar apanhou alguma dst que a tornou engraçada.
Passo já a historieta. Pensava que era mero exercício de escrita. Se é verdade, são pelo menos, 3 pessoas vítimas dessa boa porcaria.
Siga para bingo? Conheço bem essa frase (infelizmente). No entanto fiquei tão confusa como a Zazie. Se a Isabel era a parte promiscua e até foi perguntar ao exnamoradeco qualquer se era ele quem tinha a DST, pressupõe-se que esse exnamoradeco qualquer fosse coisa que a Isabel mantinha em simultâneo com a relação de 10 anos (percebi mal?). Assim sendo, porque não haveria a outra metade da relação de 10 anos de fazer o mesmo? Percebi tudo mal? Ajude-me Comendador.
É que eu julgava mesmo que era um conto de infidelidade infecto-contagiosa em formato matrix.
http://www.postalescachondas.com/tarjetas/create.php?card_id=230
Há um pormenor curioso no relato de Isabel: é o “ex-namoradeco anterior”. Ou seja, se bem entendo português, eram vários os ex-namoradecos possíveis naquela história promíscua, ela só perguntou ao último da fila. E depois o mau da fita é o gajo, o namoradeco sem ex, porque lhe pegou a clamídia… Francamente, eu já não tenho a certeza que assim tenha sida, perdão, que assim tenha sido.
Agora para aliviar o ambiente: o comentário mais engraçado foi o da Susana: «como ela mesma diz no comentário, foi aí que cortou, não fosse a próxima facadinha trazer sida para casa.»
O sacana do traidor é um super-homem. Carrega a Clamídia na maior, continua a fornicar a amante com Clamídia e a oficial também e ainda ia apanhar sida nas calmas e só a desgraçada da cara-metade é que fica doente
“:O)))))))
é caso para dizer que corno esquentado, de água fria tem medo
ehehe
zazie,
Em boa forma, hoje. Vá, diz-me: esse teu lado impiedoso é latex protector ou é apenas o tal charme matador que me encanta?
nunca é demais chamar para esta história o látex protector, de facto, rvn…
qual látex Susana. Estas coisas apanham-se todas on a toilet seat….
Eu oiço quase diariamente relatos e confissões de infidelidades de alguns colegas e amigos que possuem relacionamentos (aparentemente) estáveis, não oiço discussões sobre os limites do amor e da paixão – que sentem pela “amiga” ou pela “encornada” – ou da problemática das respectivas diferenças. A infidelidade não lhes é um problema, é um escape. Por vezes, até, um modo de vida.
Acredito mais que estes homens estejam confortavelmente acomodados a uma vida de rotinas e padrões sociais (por eles) inquestionáveis (então se já houver filhos na história…), do que estejam numa de partilhar uma bela história de amor (ou de paixão) com uns “desequilíbrios” ou umas “imaturidades” inconsequentes pelo meio.
Mas um homem que tem um descontrolo desmesurado da sua braguilha também ama? Ama pois, ama as pernas da coleguinha, o decote da brasileira e empregada de mesa do restaurante onde vai almoçar, … e até tem uma paixão secreta pelas novas mamas da Luciana Abreu. Bem boas, por sinal.
claro, agent. essa é a programação ecológica do homem. assim como a das mulheres é fazer família. e não é cultural, é biológico. por isso é que quem queira fugir um pouco à biologia em troca do pensamento está geralmente fodido. mas não é líquido: nem todos são tão básicos. só quase.
parece que afinal ainda nao segue pra bingo.
passo a explicar.
A clamidia pode ser uma doença silenciosa, e como tal nao apresentar sintomas. Fiz analises a DSTs por outros motivos, e acusou clamidia. Sendo uma doença silenciosa, posso te-la tido uma semana ou um ano, ou 10, nao faço ideia. Estando a minha mente tranquila, confrontei a cara metade, ele disse q nao, e eu tudo bem, falei com o ex namorado que na minha opiniao na altura, seria a pessoa de quem eu a teria apanhado. Pelos vistos nao foi. Quando digo que sou eu a promiscua desta relaçao, queria dizer que tenho, aparentemente, uma postura mais aberta perante relaçoes, tenho sempre na boca “ah e tal, um gajo pode sempre acontecer-lhe qualquer coisa e ser infiel, acontece” por acaso a mim nao aconteceu e sempre fui fiel. E era eu que nao era virgem quando entrei nesta relaçao.
Confrontei entao o presente namorado e ele confessou “uma facadinha”
Uns meses depois, na tal busca do google, confrontei-o novamente, e ele confessou ter um problema, confessou que afinal foram dezenas de facadinhas (sempre com gajas diferentes), e que continou a dar facadinhas mesmo depois de saber que me podia estar a colocar em risco, ou seja continuou a dar facadinhas depois de termos curado a clamidia (que nele tambem foi silenciosa).
Pá, posso estar a ser histerica, e a sida nao se pega usando preservetativo e tal, mas foda-se, jogai vós a essa roleta russa que a mim nao me apetece. Isto pra nao falar de HPV, que diz que se pega nem que estejas encapotado em pelicula aderente, de candidiases recorrentes, e de outras merdas que nem quero falar.
Pronto, desta vez é que tenho mesmo dito.
arrumei.
E sim, tenho essa idade e sou linda e deslumbrante
:)
É muito bom falar-se com esta frontalidade sobre o lado da responsabilidade ligado ao sexo e ao afecto. Neste caso, diz respeito às doenças contagiosas. Mas há outras dimensões, igualmente escondidas pela imbecil e cobarde hipocrisia.
Eu sabia! Eu sabia! Enfim, posso agora ir em paz para fim de semana…
Isabel,
Tudo dito coisa nenhuma, digo eu. Bora lá então falar da coisa séria desta conversa. A DST, clamídia, esquentamento,comichão? Nada disso. Do conceito de ‘corno’, única infecção que me parece afectá-la com risco de permanência. E não é ‘tudo dito’ porquê? Vai-me perdoar, mas pelo risco de contágio. Passo a explicar.
Li as suas palavras do post original e não as achei originais. Mas não tinham que o ser, era o que mais faltava, exigir a quem exprime a sua dor mais íntima que o faça com requintes e flores para os mirones. No primeiro (e único) comentário que lhes fiz, disse o mesmo que agora repego, por insistência na chaga. ‘Livre-se da amargura’, sugeri. Livre-se da amargura, insisto agora, que lha vejo maior e mais corrosiva que (não) julguei.
Percebo sem dificuldade a questão do preservativo, é descuido de pulha. Percebo que não seja agradável (escolha outro adjectivo, não será por isso) saber que a pessoa que amamos passeia a líbido por outras camas. Mas esse conceito de corno, de engano, de traição, de deslealdade, é filho directo de um outro que eu não consigo conceber na relação entre duas pesoas adultas e tão conscientes quanto lhes permita a paixão: o conceito de posse, de exclusividade de direitos sobre alguém e as suas escolhas. O rótulo de ‘és meu’ (ou ‘és minha’, que quem diz que o ciúme é feminino é imbecil maior que o nunes e devia ser regulado por decreto, por não regular) é um absurdo que se revela na frustração que agora sente, traída no que só lhe pertenceu enquanto a química a dois funcionou. Enquanto ‘ele’ foi dos dois. Expor-se assim, como o faz, será corajoso e até terapêutico, quem sabe, mas aumenta mais o fardo que já carrega, põe mais tijolos no saco de culpas que se esforça por fingir não carregar.
Permita-me uma opinião pura e dura, ordinária no verbo mas antibiótico indicado para a gripe do seu coração: cague nisso. Vou repetir, com intenção mais pedagógica que escatológica: cague nisso, amiga. D’alto. Enterre, jogue fora, deite ao mar, se não conseguir o ideal, que é esquecer. Só nesse dia recomeçará a viver, acredite. Com ou sem DST.
Aceite os meus cumprimentos, sinceros mas desprovidos de lágrimas de compaixão que reservo para a morte ou para casos sérios de miséria. E que você dispensa, por estar longe, longe disso.
rvn: nunca quis possuir ninguem, mas julgo-me no direito de saber que riscos corro. Se querem ser-me infieis, é uma discussao, se ao ser-me infieis estao a colocar em risco a minha saude e as minhas hipoteses de ter filhos já é uma historia completamente diferente.
Nao deixa de ter graça a maneira como cada um le uma historia, por muitos pormenores e frontalidade que esta que tenha, e a adapta as suas vivencias e opinioes pessoais…
Sim, estou azeda, amarga e insuportavel, mas este blog ao que parece é analgesico, era pra ver se me passava :)
abraços e bom fim de semana, pode ser que o sol me deixe mais bem disposta e venha falar dos 200 euros q gastei em maquilhagem que nao sei usar, ou qualquer assunto assim mais bem disposto.
isabel,
Analgésico e antipirético, não anti-pirados, ou não me encontraria você por aqui. Goze o fim de semana e essa ninharia de estar viva, luxo maior. E grátis.
um corte de cabelo, Isabel. é sempre o mais indicado para melhorar a disposição, que isso da maquilhagem também me causa os mesmos problemas…
já somos três nisso da maquilhagem. eu, ainda por cima, detesto ir ao cabeleireiro, às compras idem… um prestador domiciliário de cortes de cabelo e roupa ao gosto e medida, isso é que seria um nicho de mercado (se fosse em conta, claro está).
Susana, somos quatro nisso da maquilhagem.
(Um amigo meu, também Comendador, já explora esse nicho de mercado.Manda dizer que é em conta…)
ok, mande o número, que eu já estou cliente.
ir ao cabeleireiro também não gosto, mas um cortezinho giro é do melhor para nos sentirmos gente. se a isabel quiser também lhe posso dar o remédio que usei durante muitos anos quando me levantava mais sorumbática – uma saia curta e um prédio em construção.eh pá, pôe gaja boa nisso, que até nos sentimos estrelas de cinema…
(De onde se verifica que o Comendador não estava preparado para tanta, digamos assim, jactância)
(E, não estando preparado, sai pela esquerda baixa)
(Touché…)
disso também usei, ernesta: vestidinho curto e justo + passeio no cais faz maravilhas pelo ego. mas só pelo ego – e nestas coisas nem tudo é narcísico…
Ai a cultura trolha eleva a auto-estima das mulheres?!… Afinal, tivemos sempre razão.
Por isso é que eu, cheio de salamaleques, sempre a deixá-las entrar primeiro nos elevadores enquanto, solícito, seguro as portas, não me safo.
(Tarde demais para mudar, uma vez tentei um regenerador “Ó booooaaaa!”, mas não me saí bem)
val,
Ai, a alma feminina, meu amigo! Esse armazém de fatos do La Féria…
eleva, pois. nessa cultura há muita elevação.
susana,
subtil piada de cintura.
e de vespa, diga-se.
O comendador é mentiroso. Safa-se e muito bem.
Isabel, esclarecida, obrigada, agora entendi bem. E siga para bingo sim, sigamos portanto.
A cultura trolha eleva a auto estima quando é aplicada por comendadores (deve ser pelo desconcerto, sei lá).
Alguém que me entenda, susana…mas oh! se eleva… e lembras-te daquele anúncio da Pepsi com um lavador de janelas? Era Narcíso?
meus senhores, de trolha todos vós tendes um pouco. e eu prefiro um gaja boa gritado de um andaime que um gaja boa entalado na garganta enquanto, gentilmente, me abrem a porta do carro.
ernesta, de plumas e lantejoulas para o valupi perceber melhor a metáfora…
cabeleireiros? roupa? prédios em construção…?
Mas vós sois muito taralhocos? desde quando é que um prédio em construção é afrodisíaco? e aquela treta da tesoura e da caspa que se apanha e mais a conversa de treta, nos cabeleireiros…
V.s querem remédio santo (sem ser o que toda a gente conhece) para soltar a fanga?
Dançar na rua! dançar em casa, dançar no escritório, dançar onde quer que seja. Isso sim- uma rumba, um mambo, um chácháchá e fica-se como novo
“:OP
Cheguei a exigir um fio telefónico de 5 metros, num local onde trabalhei, para o meu escritório e os toinos nunca descobriram que era para isso mesmo. Metia os fones e lá saltava uma rumba ao fim da tarde
“:O))))
Agora essa de passear no cais e apanhar com bocas foleiras… Uma vez ia toda afogueada porque estava cheia de febre e o raio de um trolha ainda teve o desplante de dizer: “é só saúde”
“:O)))))
:D sempre apanhaste um trolha muito educado, zazie! geralmente são frases mais… cruas. quanto à dança, plenamente de acordo, mas não se falava em afrodisíacos. a dança faz pela disposição, não pela auto-estima.
Agora a sério. Não existe traição sexual. A única coisa que nunca perdoaria a ninguém era deixar de me ter estima, de me querer bem, de me respeitar.
E isso pode acontecer até entre amigos. Trair a estima que se tem a alguém por motivos de despeito ou outros mais mesquinhos é a única coisa verdadeiramente indigna. E essa sim, basta para cortar relações.
O resto não existe. É questão de savoir faire. E ninguém quer verdades. O que queremos é que nos preencham espaço- e a verdade não ocupa lugar
“:O)))
De resto acho que só fui alvo de uma micro traição menor num rol que não vem ao caso. E até foi porque o idiota encasquetou que eu é que andava a fazê-las. Coisa de pieguices, está visto. Porque eu nem estava. Gosto de tudo muito no seu lugar- quando era saison de flirt não havia legitimidade para nenhum se achar o exclusivo;quando era de exclusividade sempre foi para sempre.
A dança não faz pela auto-estima? c’um caraças…
Mas a auto-estima nunca se perde. O que se pode perder são companhias ao lado. E isso é o que mais há à solta.
Agora perder a auto-estima por causa de um prazer que outros tiveram? fónix. Desde que não me tirem nada da boca…
Dançar sim, é mesmo o melhor estímulo, juntamente com um bom mergulho no mar. E, para mim, uma caçada às gárgulas.
zazie, dançar danço eu, e muito. a maior parte das vezes na corda bamba…. mas olha que a música é outra, que essa do É Só Saúde fazia-me trepar ao andaime com manias de hipócrates e dar-lhe uma amostra da saúdinha, que uma gaija nessas alturas quer é piropos, não é diagnósticos….
Além do mais aquilo de que gostamos verdadeiramente nunca se perde. Tenho por certa esta ideia. Voltam sempre. Mesmo quando voltam tarde de mais porque o lugar já está ocupado.
Mas voltam se soubermos mudar os carris a tempo.
zazie,
se te apanho a trepar nos andaimes, dando amostras, nunca mais te falo.
Agora é claro que ninguém flirt 10 anos. Dez anos é tempo para casamento. E o problema muitas vezes está aí. Confunde-se o tipo de relacionamento apenas porque há quem precise de companhia por qualquer preço. Dez anos juntos e tipo de relação com facadinhas é flirt ou casamento com amante por fora. Menos que isso é engano no cardápio.
Dez anos é para se constituir família, não é para andar a pensar em “outras” e “clamídias”.
ehehe
Trepei nada em andaimes
“:O)))))
Mas que história foi essa do prédio em construção ser afrodisíaco. Mato-me a rir com estas conversas de adolescentes
ehehehehe
“ter um prédio faz muito bem ao ego”. E ir ao cabeleireiro também
loooooooooooooooooooollll
Mas é claro que é bom flirtar-se muito antes de se meter em coisas a dar para o sério. Quanto mais não seja para manter uma boa corte disponível em caso de reforma ou saltada fora
ehehe
ora então, finalmente, estás de acordo…
eu também nunca fui traída, que o saiba e, comigo, foram bem mais de 10 anos. mas olha que o caso de estudo em análise encaixa que nem ginjas nos parâmetros da falta de respeito, da consideração e da estima.
epá, zazie, a mim o cabeleireiro também não faz coisa alguma. já os piropos, a não ser quando se é adolescente e se pensa «não querias mais nada», provocam sempre um sorriso. e sorrir é como dançar.
Ernesta:
«e eu prefiro um gaja boa gritado de um andaime que um gaja boa entalado na garganta enquanto, gentilmente, me abrem a porta do carro.»
Esse era o estilo BA dos intelectuais dos jornais. Uns grunhos de esquerda, mais grunhos que mil trolhas juntos, e sempre todos salamaleques a abrir a portinha do restaurente ou a puxar a cadeira. E, na volta, mal a moça virava costas era corte-e-costura com direito a comparações íntimas que até metia raiva.
Agora devem ter-se reciclado em politicamente correcto. Dá para os apanhar aqui na blogosfera- sempre com ” a mulher” na boca, se é para defender aborto e escaparem a responsabilidades e logo a seguir é a a vaca, a não sei quantas e mais o rol da psicanálise de algibeira.
Sim, os piropos também sempre achei piada. Mas é claro que sou realista. Tenho uma amiga que também defendia muito a eternidade dos piropos e de outras coisas como aprender karaté aos 40 anos, para defesa pessoal em caso do piropo ser mais grunho. E queria convencer-me a amochar no colchão com o karaté porque, dizia ela,´com um treino de uns bons anos, era remédio infalível e podia andar sozinha na rua à vontade.
Está visto que eu lhe disse logo que, sendo assim, preferia comprar uma pistola, porque não estava a ver assédio de piropo a velhinhas.
«o caso de estudo em análise encaixa que nem ginjas nos parâmetros da falta de respeito, da consideração e da estima.»
Não sei, não li essas passagens por pudor. Pensava que era literatura. De qualquer forma garanto-te que só há falta de respeito, consideração e estima se se escolher um fraco para companhia.
Um homem forte pode ser o maior sacana mas nunca te desconsidera. O problema está todo nos fracos.
Por isso é que é um disparate falar-se em “igualdades sexuais” e trocarem-se papeis. Fora isso, uma enorme dose de educação e até distância no que é para ficar sempre preservado também impede faltas de considerações.
Mas sei que isso é difícil porque o instinto de conservação leva à aceitação de muita coisa que nunca devia começar.
Mas também está visto que existem desconsiderações temporárias por defesa. Se alguém esconde e é confrontado com a mentira, defende-se e aí podem vir raivas recíprocas que não vão servir para mais nada que cada um magoar e ser magoado.
verdade ou literatura tanto faz: importa é ser o que está na origem da conversa. sim, tens razão, quem nos desconsidera são os fracos. não há como um fraco, um inseguro patológico, para infligir uma humilhação a outrem com genuíno prazer.
susana e zazie,
andaimes. sorrisos, piropos. danças com o fio do telefone, cabeleireiros, maquilhagens, adolescência e afins….
afagos ao ego acho que todas gostamos, apesar de a mão que embala os nossos berços ser sempre diferente.
quanto ao o caso de estudo em análise, nem é caso nem é estudo. a isabel disse, algures por aí “não era eu a virgem nesta relação” ou qualquer coisa do género, mas metia virgindade dele pelo meio. agoram digam-me. um tipo virgem, ou quase, que isto nunca se sabe, descobre o sexo. acha piada e quer ver o resto, que antes nunca tinha visto, e tem uma, duas, vinte gajas, a quem paga o que não tem para um jantarinho decente (isabel dixit). Bolas, está tudo escrito aí em cima. google. Gajas. Dinheiro. era amor, não? Cá para mim não era falta de respeito, nem de consideração, nem de estima. era só falta de ponta. não há outra maneira de dizer isto.
o tonto errou quando começou a mentir, mas de um tipo virgem aos tantos e tal esperava-se que fosse o quê?
z, por onde andas, mais as tuas certíssimas teorias sobre os homens sem pecados?
Por exemplo: para que serve dizer-se que se quer saber a verdade, se já se sabe e não se conta fazer nada com ela?
É tudo uma questão de estratégia e honestidade inteligente. Se eu sei que fulano me fez uma coisa com a qual eu não vou conseguir viver de que adiante exigir que ele conte e concorde comigo que é coisa com a qual não vou conseguir viver?
Nada de nada.
Foi a isso que chamei a escolha do cardápio certo. Ou bem que se flirta – o que extremamente saudável em novo- e quanto mais se flirtar mais se evita ser-se mulher antes de tempo (conserva o lado menina) ou bem que é relação de amor e essas não podem ser coisas idênticas a fazer de amante de gajo casado e com família noutro lugar. Ninguém se prende 10 anos no melhor da sua vida de constituição de família apenas para fingir que está a fazer isso- constituir família. E, se não está, então não há engano, há rei morto, rei posto.
ernesta, não fazemos ideia de qual a idade dele quando a relação começou. e não podes presumir a parte pelo todo. conheço um caso de um gajo e de uma gaja cuja primeira relação durou quase 20 anos, nos nossos dias, a nossa idade. para eles, porque era amor, essa exclusividade era algo que tornava a sua história ainda mais bonita. portanto o desfecho que apresentas como inevitável poderia nem sequer ser previsível. não há existências iguais.
Eu conheço 2 casais com uma vida inteira em que cada um foi o primeiro do outro. E são felizes. Por acaso, os que já vão nos 60 e são meus compadres também praticam dança de salão
ahahahahahah
Agora fazer da fidelidade sexual o barómetro de tudo, a começar pela auto-estima é que não bate certo. Até porque depende daquilo para cada um é feito. E isso é coisa que não tem regras, ainda que se possam ir construindo. Agora com as hormonas bem activas só mesmo quando se nasce para cara-metade e chefe de família e já se tem essa certeza aos 20 anos.
Coisa que pode acontecer a gente muito bonita e até muito mais requisitada que muito estafermo engatatão.
susana,
a minha melhor amiga fez agora 2o anos de casada. eram os dois virgens quando se conheceram. o que eu disse, foi pelas palavras da isabel. foi ela que fez o retrato e foi ela que sempre põs a relação como desiquilibrada – ela muito, ele nada. isso foi aqui, no blog. na vida, não sei mas imagino. sei só uma coisa. se estivesse no lugar dele talvez tivesse também querido acertar agulhas. errado? pois é…tenho sangue quente e pavores iguais aos de toda a gente. e não me agradaria gastar a vida a ouvir a pessoa do lado a explicar-me os factos da vida…
o tipo mentiu? pois foi. não conheço a isabel, mas tenho a certeza que, apesar dos € 200 de maquilhegem desperdiçados, está muito melhor que ele. ela parece-me a personagem forte neste drama de fracos.
toda esta história é triste porque pequenina. e, como diria alguém que a podia ter escrito, que vidas pequeninas temos nós…
Fora isso a Isabel disse aí uma coisa que está fora do resto e essa sim, acho que é importante e devia ter tratamento legal.
Se alguém contaminar outrem, sabendo que o pode estar a fazer e lhe passa uma doença com consequências que até podem ser irreparáveis, acho pura e simplesmente que é caso de tribunal.
Com direito a brutal indemnização monetária- avaliada de acordo com os efeitos físicos e psicológicos da dita doença.
Agora sim, não estou a brincar. E isto é que até era o tema, nunca o amor.
Mas sei que é questão que muitos grupos ditos humanistas contrariam com a tal defesa da “não discriminação”. O tanas- seja sida, seja esquentamento que provoque danos irreversíveis, seja hepatite B- devia haver lei e direito a ir-se para tribunal para exigir recompensa.
Se alguém cortar os dedos a outrem é obrigado a pagar indemnização. Em caso de acontecer no trabalho e não tiver seguro até lhe podem penhorar os bens. Então porque motivo não é o mesmo se alguém “cortar” o aparelho reprodutor a outrem, por mera indiferença?
zazie, essa assino por baixo. e por cima. e dos lados e onde mais possa assinar. e até dou umas dicas para o processo e acho que a indemnização deve ser o dobro do que estejas a pensar.
Exacto! absolutamente de acordo. E nisto é que não vale vir-se com “dores de corno” ou cagar fora; ou o raio que o parta. Era tribunal e brutal indemnização.
No caso de haver estirilidade devia dar direito a que a pessoa ficasse empenhada para o resto da vidinha.
E se não tinha dinheiro era irem buscar-lhe à puta dos pais que não souberam dar educação. Palavra. Reproduzirmo-nos é algo sagrado. Já basta que tenham transformado o aborto numa conquista boa para pulhas, quanto mais estirilizar por imbecilidade de indiferença.
também me junto a essa petição.
eu junto, mas só na segunda metade, que na primeira zazie eu, pulha, votei completamente e absolutamente sim. e se quiseres também podemos discutir isso, que amanhã é sábado e há cama até mais tarde
Esse assunto já está esgotadíssimo em todos os blogues que existem. Acho que não houve um único onde não debatesse essa trampa. E eu própria fui mudando de opinião.
A pessoa que melhor conseguiu equacionar todas as questões foi o Timshel. Eu, que tenho a mania de dizer que ninguém é capaz de me fazer mudar de opinião ou influenciar, admito que foi ele que me fez entender melhor uma série de questões que me levavam para a abstenção.
(quero dizer- moralmente foi ele, de forma inteligentíssima que me fez compreender melhor umas questões; politicamente foi trabalho meu e por isso nem votei contra a despenalização mas contra aquela merda manhosa que o governo levou a aprovar).
Mas isso já acabou. Até aqui no Aspirina deixei testamentos que a Susana também leu.
Não, zazie, ainda não acabou. Ando há meses, e meses, a adiar a conclusão da minha série do Borralho. Faltam dois, pelo menos. Um deles liga-se com um dos temas deste post: a educação sexual. Ainda hoje, ou ontem, saíram notícias sobre o assunto (a média de abortos abaixo do previsto) e estamos com um ano passado sobre a coisa. Por isso, bom tempo para voltar a ela. E sempre.
Eu já voltei a ela a propósito de outra questão que sei que daqui a mais um tempo vai voltar a estar na berra (quando vier a eutanásia) que foi a prepotencia governamental em querer retirar autonomia à ordem dos médicos para continuar a defender o juramento milenar que a justiica.
Até citei um post do CC (que é comuna e católico) e escreveu um texto fabuloso.
Por aí sim- pela tal terraplanagem jacobina contra a lei natural, estou e estarei sempre de serviço.
Agora o resto nem sei.
Também nunca defendi essas macacadas de “educações sexuais” desde a primária para matarem o que é descoberta e fazerem a cabeça aos putos em doutrinas de paneleirices (sorry mas é mesmo isto que penso e também já postei sobre o assunto).
Educação sexual é não fazer das crianças adultos e achar natural que tenham desgostos de amor na infantil (como sei que até já os há, por efeito de excesso de novela). O resto é ensino é coisa de anti-concepcionais e nada tem a ver com o pacote que foi trocado por aborto gratuito num SNS onde se morre à espera de uma mera intervenção cirúrgica ou onde nem dentistas existem.
Mas não sabia que a média era abaixo do previsto. Outra coisa que não sei e tinha curiosidade é se afinal é praticado com as tais pílulas que rebentavam as miudas ou se é intervenção por aspiração que é bem mais cara. Eles prometeram a segunda, mas havia médicos que já diziam que ia ser com pílula abortiva e mainada.
E mais outra (ehjehe) o que também nunca consegui saber, por preguiça, se calhar- é como funciona a lei nos países onde também é legal até x semanas. Depois delas vai alguém preso?
E por cá, como está a ser? há verificação de ultrapassagem de tempo legal ou continua tudo na mesma?
É que esse era o argumento casuístico mais fatela- aquela treta de vergonha de se viver fora da lei
ehehee
Quando há centenas de lei que não se cumprem e até o uso de ondas para rádio pode dar direito a pena legal
“:O)))
até já há desgosos na primária? em que primária andaste tu zazie se não tiveste violentos desgostos de amor?
e sim, ficou 50%, pelo que parece, abaixo do previsto. e sim, também eu discuti por todo o lado. e concordo com o valupi, a discussão, ou melhor, a troca de opiniões, ainda não acabou e nem tem de acabar.
e queres saber uma coisa. antes desta merda manhosa que este governo levou a aprovar, como tu dizes, já eu tinha duas filhas. uma delas podia tê-la morto ainda antes de ter nascido. queres falar de que merdas zazie? de uma merda de uma lei que havia que te deixava matar – também são pessoas, garanto! – se não fossem genéticamente perfeitos, mas não te deixava decidir? afinal sempre há linhas, não há zazie?
zazie, eu tive um desgosto de amor na infantil e nunca tinha visto televisão.
quanto à educação sexual, estou em completo desacordo contigo. claro que deve ser adequada a cada idade, mas se a escola não se ocupar desse assunto, infelizmente não é a família que o fará.
até para investir no sentido oposto ao que referes, que mesmo antes do referendo sempre houve uma displicência em relação à gravidez e ao aborto.
há uma tremenda ignorância. pela minha parte, grata por ter ouvido sempre no discurso do meu filho mais velho a associação do sexo ao afecto e a convicção de que usará sempre preservativo. no entanto, na altura do referendo e tal como relatei na altura aqui, enquanto ele estava completamente contra o aborto, considerando que «era como matar um bebé», a maioria dos miúdos da idade dele, na escola, achava óptimo, porque agora já se ia poder engravidar à vontade sem se correr riscos no aborto.
se há uma sexualidade irresponsável entre os adultos, como podemos esperar outra coisa nos adolescentes?
pela minha parte, e porque votei sim, estou a tentar dar o meu contributo, em colaboração com a escola. é pequeno, mas à minha medida. uma peça de teatro interactiva, já experimentada em colaboração com a associação para o planeamento da família e que estamos a tentar pôr de pé pelos menos entre as turmas do 9º ano, o ano em que a sexualidade é tema interdisciplinar. a peça representa situações “negativas” relativas à sexualidade irresponsável e na sua apresentação alguns elementos da assistência podem substituir-se a quem está em palco no desempenho dos papéis, suscitando a discussão dos porquês. não me parece nada que isto seja doutrinação para o sexo, mas sim informação e reflexão sobre algo que acontecerá ou não independentemente destas.
Não é desses desgostos que falava. Foi mesmo informação de educadoras de infância com casos perfeitamente dramáticos de crianças que já são adultos em miniatura. E isso não é saudável. Passar-se do berço para os problemas dos adultos sem infância é prova de retrocesso civilizacional.
Tal como não há-de ser normal haver tantas famílias com problemas de relações sexuais forçadas, por assédio em crianças de 9, 10 e 11 anos, como também conheço.
E a educação informativa é uma coisa- a doutrinação a esse pretexto, para vender a família homo e a dita ideia que é tudo uma questão de opção, outra. Existem filmes e publicações que são um escândalo. Assim como existe todo um movimento de psicólogos a denunciar essas experiências sem rede, sobre crianças e cujos resultados só saberão à posteriori.
Era disto que falava. Posso passar-te links mas creio que deves estar a par .Até o FNV que é socialista e todo de esquerda, mas psico, andou meses a falar do assunto, no mar salgado.
Que se doutrinem a eles próprios ou aos seus filhos, agora que queiram usar a escola pública e os curriculos totalitários e únicos, decretados pelo ME para os filhos dos outros é que não.
E isto que disse, não é coisa de “bairro da lata” como dantes era natural ou nos campos, quando as crianças nem tinham tempo para o ser. È caso em escolas de famílias de classe média. Os dramas de amor na infantil têm espelho visível nas novelas onde as mesmas crianças também namoram e aprendem todas as manhas de engate, e até vivem os problemas amorosos e sexuais dos adultos.
isto é fenómeno de mexicanização dos media e é nosso, com particular força, porque somos a Argentina da Europa nessa matéria.
estou a ver uma novela zazie, já te respondo…
(não, não estou, que cá por casa nem televisão se vê, mas estou ali e já venho…)
Há um fenómeno que não se dão conta. Os miudos muito pequenos tanto têm a inteligência muito mais activa que na idade adulta, como as emoções. Ora a estupidez é, por um lado querer anestesiar-lhes a crueldade natural e brincadeiras de cowboys com mortes imaginárias, e por outro, achar que é saudável trocar essa agressividade de mera brincadeira (não falo dos filmes ninja e outras merdas) pelo dolicodoce de um imaginário dos meros problemas de novela. Porque isso acaba por ser levado a um nível de exagero natural da idade por virtude de falta de fantasia. O realismo é uma doença muito perigosa que se pode apanhar logo na infância.
estou ali e já venho eehhe
E eu também ando cá e lá e estou a fazer download de bibliografia que amanhã vou laurear a pevide.
1. flirtar é, desejavelmente, durante toda a vida. com ou sem amor a ser vivido. flirtando, sim ou não, em exclusivo com esse amor. é um direito que nos assiste. e que nos faz sorrir e, espera-se, o outro sorrir: para que dance, como bem disse a susana.
2. «No caso de haver esterilidade devia dar direito a que a pessoa ficasse empenhada para o resto da vidinha.»
Finalmente perceberam a gravidade da história que a Isabel decidiu partilhar connosco.
caramba.
« a maioria dos miúdos da idade dele, na escola, achava óptimo, porque agora já se ia poder engravidar à vontade sem se correr riscos no aborto. »
Com que idade? com que idade é que existem crianças a dizer isto?
Crianças, preocupadas com o aborto?
isto é que é doença. Era disto que falava. Fónix que felizmente já não tenho que me preocupar com isso e, quando chegarem os netos, a descendência pensa como eu e há-de evitar esta monstruosidade.
Por isso é que eu sei dos problemas de muitas mães quando chegam a casa e o puto com 11 anos conta que a miúda com 12 queria fazer sexo com ele e não sei que mais e a até a professora já está a par desses casos “problemáticos” como elas dizem. Mas ninguém pensa de onde eles vêem. É que isto não é normal. Principalmente quando isto se torna a forma de “brincar” por excelência e não há fantasia para mais nada.
mas não sou perfeita como tu, zazie….
«Finalmente perceberam a gravidade da história que a Isabel decidiu partilhar connosco.
caramba.»
Eu não tinha de perceber porque isto é um blogue a dar para o literário onde nunca li confissões deste tipo. Nem sequer foram assim apresentadas. Por mera educação e respeito e até por coerência na sequência dos 2 postes tomei-a por um exercílio de estilo fantasioso.
E nem me interessa o lado pessoal, porque me aflige demasiadas proximidades a intimidades de terceiros, mesmo quando são eles que se “destapam”.
Mas a questão que é mesmo grave não precisa de ser misturada com mais nada. Apenas requer informação médica séria, das consequências e informação séria jurídica sobre direitos. Existe uma associação gratuita de magistrados que funciona na Almirante Reis, em Lisboa. É caso para a pessoa se informar da lei.
Por mim desejo que não seja mais que isso, um esquentamento que já passou. Mas, se ela pensa que pode ser outra coisa e que tem a probabilidade bem real de ter ficado estéril, como ela disse, então é mesmo caso para agir, e quanto antes.
Eu? perfeita ?ehehehehe
ainda agora fiz uma anormalidade que até tinha aqui ao lado uma pessoa a gozar comigo
ahahahaha
Sou é maluquinha. Estava a fazer 3 coisas ao mesmo tempo e uma delas era anormal
“:O))))
(e não era esta)
a idade é a dos 14, 15, agora, e aquilo foi há um ano. tal como contei na altura, porque os miúdos ouviam falar e falavam do referendo, a escola resolveu desenvolver umas acções de informação, no âmbito da Educação Cívica. foram variadas, dirigidas pelas directoras das respectivas turmas. na do meu filho deu-se informação sobre o aborto, distribuiu-se um poema que falava, no fundo, da ausência de liberdade do ser no útero, conversaram e ouviram os miúdos. numa outra turma fez-se uma pseudo-votação (com o que discordo em absoluto, porque deve-se dizer-lhes que por alguma razão não têm idade para votar) e a respectiva DT ficou assustada porque só dois votaram contra. contou-me isto por eu ter dito que nestas idades seria de esperar, ao menos, alguma candura. depois da votação houve um miúdo que perguntou então e agora se ganhar o sim, o que é que acontece? e outro que respondeu agora, se andares com a fulana e ela engravidar já não tem mal: abortam!.
Bem.. 14 , 15 anos… A essa idade já eu namorava oficialmente (antes era clandestino) ainda assim acho demasiado cedo para mais do que isso, namoricos.
Relações sexuais aos 14 anos? é exagero. Mas também sei que há extremos .Quem as tenha aos 14 e quem nunca as tenha tido aos 30
“:O)))
E cada vez aumenta esse fosso redistributivo, como diria um igualitário
ahahaha
Mas continuo na minha. Eu até acho anormal aquela história de agora verem as ecografias do mano. E depois se a gravidez vai à vida, como acontece tantas vezes? contam aos putos que o mano morreu e foi para o caixote do lixo porque é para aí que vai um feto?
É coisa de emoção de tamagoshi. Tratam tudo com tanto realismo que tanto faz ser o feto como tamagoshi.
pois, é a idade apropriada, porque eles já sabem todos o que é andar com as hormonas aos saltos.
não sei, zazie. eu tive 3 abortos espontâneos e os meus filhos sabem deles. falam e perguntam sobre o assunto, mas nunca se lembraram de perguntar para onde foram os embriões, caramba.
Mas as hormonas não andam agora mais aos saltos que andavam há 10 ou 15 anos atrás ou há 30, ou 40. Andam da mesma maneira.
O que se perde são os cambiantes da sedução. Porque é logo a “meter para a veia”. Ora, se há coisa rica é o erotismo, que vive de cambiantes tanto mais ricos quanto menos directamente para a veia forem.
Se os miudos sentiam as hormonas e o coraçãozinho aos pulos só por darem a mão no cinema, achas que a sexualidade fica mais rica por agora só conseguirem sentir essa emoção se saltarem logo para a cueca?
É que a natureza sabe fazer as coisas. Ora novela não é natureza, mas pudor até é. E são esses meios termos que tanto charme ajudam a aprender que se perdem.
E isso só pode levar a um empobrecimento progressivo. Porque os instintos quando ficam saturados e precisam de doses cada vez maiores para se estimularem, depois já não reagem por menos. Se aos 14 é a saltar para a cueca, a partir dos 20 0u 30 há-de ser com pornografia.
Já para não falar em todo um jogo de recusa e dificuldade que é a base de um bom savoi faire para o futuro. Assim querem aprender a ingenuidade depois? quando começam logo pelos poemas ao aborto?
Ainda bem que não se lembraram. Mas é verdade que já pensei na coisa quando andam com os videos do feto como coisa de album de família. Muito sinceramente acho isso contra-natura. E a pergunta mantem-se. Se um dia deixarem de ver o video, tal como vêm o video do tamagoshi o que é que lhes dizem?
Que morreu? que foi para o caixote do lixo antes de nascer?
Verdade que continuo a achar que a história da cegonha não foi inventada por estúpidos, Mas por uma sabedoria bem mais inteligente que o realismo dos nossos dia aniquila logo na primeira infância.
mas não é de agora que saltam prá cueca aos 14 ou até mais cedo, zazie. até parece que nunca houve gravidez (e pior, aborto) adolescente. falas como se fosse invenção das modernices quando, pelo contrário, é a cedência a impulsos primários. a educação pode até impedir precipitações ou, se inevitável, prevenir acidentes (quaisquer que eles sejam).
quanto ao começo aos 14/15, dos casos que conheço (a maioria das raparigas, aliás) não é nada como preconizas.
e o poema não era ao aborto, era até uma coisa muito delicada a favor do devir do ser humano.
vêem
Vou indo. Tenho ali uma anormalidade para resolver e estão-me a chatear
“:O)))))
Não. Eu falo por conhecimento de prole. Mais nada. E a minha prole nunca foi toina nem anormalzinha. E não precisou de saltar para a cueca aos 14 anos.
Algo mudou. E acho que não foi a prole mas a cabeça dos paizinhos que se julgaram muito modernos a achar que a prole é que muda.
Também sei como me criticavam por não haver novela para ninguém nem boite aos 13 ou 16 anos. Mas depois foi independência aos 18 enquanto que os outros chegam aos 30 e ainda vivem debaixo das saias da mãe ou por conta do papa- Com todas essas precocidades de cuecas aos 14, telemóvel e carro e mais não sei quantos. Aos 30 há-os bem sozinhos…
respondi-te acima, no mesmo comentário.
Tu deste exemplos de casos extremos- de casos de falta de família. Ora eu estava a falar de educação familiar e escolar que acaba por dizer o mesmo que aquilo a que chama “problema social”.
Pois se engravidar na adolescência é problema social. Não o é pelo facto do aborto ser proibido ou apenas por desconhecerem contraceptivos (e- também, por se achar que faz parte da natural e saudável formação da infância e adolescência ter relações sexuais em idade onde ainda nem se tem sentido de responsabilidade).
Era mais ou menos isto. Porque todos sabemos que os problemas sociais sempre foram tratados em trabalho de campo- nos locais onde é mesmo inevitável de outra forma. Agora fazer dessa inevitabilidade uma pedagogia de elite é que é uma anormalidade.
È a mesma anormalidade que considerar a droga e os drogados algo inevitável, donde a única solução é a sala de chuto.
Porque não uma moralização dos costumes? há vergonha em falar-se em moralizações dos costumes, mas não há vergonha em se falar em abortos e haver jovens meio crianças a abortarem legalmente. Por conquista dos adultos em seu nome.
é um problema social, cultural e, por vezes, apenas uma cedência a um impulso sem nada de anormal, zazie. dessa tal pedagogia de elite só tu estás a falar, eu estou a falar de elementar informação e educação para a responsabilidade. se se ensina a separar o lixo porque não se há-de ensinar a ecologia do corpo e a responsabilidade pelas acções do mesmo?
quanto aos abortos das adolescentes, ainda bem que é assim, que já não vão abortar às escondidas dos pais que lhes haviam de dar uma tareia ou expulsá-las de casa, esvaindo-se em sangue sem ninguém ver por causa da agulha de tricot mais acessível do mercado.
Não, não é. Porque abortar na adolescência é prova de que o sentido de responsabilidade não estava formado. E, toda a questão moral de se fazer um filho é essa. Alguém fez aquele ser que depois vai para o lixo. Este acto só pode ser tomado por inevitavel e exemplo de progresso não por sovas e agulhas de tricot (que é folclore de outros tempos) mas pelo facto de fazer passar a ideia que a responsabilidade por uma vida passou a ser decretada por lei e só começa à posteriori. Com datação de 10 semanas.
Pelo meio existe um hiato que tanto pode ser “escolha” de que o ser que se fez vai nascer e até já lhe dão nome; como opção que o ser que fizeram vai fora, porque afinal não há condições ou são todos irresponsáveis.
É isto. E é a isto que nunca ninguém me conseguiu responder sem introduzir os supostos dramas na história. Porque a lei não passou a dizer que é apenas em casos dramáticos. Não a lei e a pedagogia escolar da lei, passou a vender a ideia a todo e qualquer adolescente ou adulto que um filho é algo mental. Depende de uam opção e nunca de uma responsabilidade. E essa sim- a responsabilidade está e deveria estar na cabeça de toda a gente que começa e acontece na altura em que a probabilidade de ele ser feito está em jogo.
E mais. o caso da vida passar a ser opção científica e legal ditada pelo estado, sem mais condições nenhumas é a porta aberta para mandar fora um feto por qualquer outra mera questão de não interesse como a genética propõe e já defende. A eugenia tem a porta aberta e são os mesmos que a condenam que a abrira, Porque negaram a lei e a protecção ao ser formado e colocaram apenas 2 personagens em questão- os que o fazem- como vítimas desse acto e nao como seres responsáveis por esse acto e por essa vida.
(e que fosse só literatura, zazie, seria sempre ‘caramba, finalmente etc etc’)
percebo a zazie. dou razão à susana.
dou razão à susana. percebo a zazie.
(ainda bem que não tenho filhos. posso ter opiniões ziguezaguantes sobre o assunto.)
(enquanto professora, e quando apelada a este assunto, sou zazie e susana. também se consegue, acreditem.)
bom, mas também eu dou razão à zazie nisso da responsabilidade não estar formada. por não estar é que essas coisas acontecem, precisamente.
o que digo, é por conhecer uma série de casos em que havia família, educação, e a crença de que «eles ainda são umas crianças», onde houve abortos na adolescência. restam os outros ainda mais frequentes onde a família é disfuncional, a educação inexistente, os valores nulos. é por isso mesmo que defendo uma sensibilização para as inerências da sexualidade.
dizia o meu obstetra que a melhor educação sexual era a possibilidade de se assistir ao amor entre os pais e dei-lhe razão, mas não toda.
não creio, de resto, que se venda a ideia de que é bom e saudável ter relações sexuais enquanto ainda não se tem responsabilidade para tal. ninguém encoraja os adolescentes a começarem cedo, a não ser a sua própria cultura de bazófia.
defendo, como a zazie, que há um ser humano a partir da concepção e que quem o fez é responsável pela sua protecção. mas também sei que é raro os filhos comunicarem aos pais as sua intenções e começos e que uma atitude condenatória é um óbice ao desejável diálogo.
«mas também eu dou razão à zazie nisso da responsabilidade não estar formada. por não estar é que essas coisas acontecem, precisamente.»
Susana- faz o seguinte exercício. A partir de agora, o que a lei diz é que toda e qualquer ser humano, seja com essa idade em que a responsabilidade não está formada, seja naquela em que tudo está formado, inclusivamente a responsabilidade- tem por lei, direito a não ter responsabilidade a não ser a partir das 10 semanas. Depois de já ter feito o filho.
A questão é esta- é que a lei é igual para responsáveis e irresponsáveis, para ricos e para pobres, para problemas e sem problemas, para tudo- sem mais nenhuma exigência que a ideia que só há exigência de responsabilidade a posteriori.
E isto é um abastardamento de tudo- de todos os valores- é um retirar da “tabuleta” que dizia que isso não se faz.
E mais- é considerado doente, quem engravida e não quer ter o filho. De tal forma que até se desejou acabar com o juramento dos médicos obrigando-os a “encaminharem” para aborto ou a aceitarem a lei da doença da gravidez gratuita em SNS que é a vergonha do nosso país e que não funciona para quem está, de facto, doente.
nisso dou-te toda a razão.
no entanto enquanto a lei dizia que todo o aborto era um crime isso não impediu o aborto. e era uma injustiça que as miúdas se submetessem ao aborto clandestino por falta de formação.
porque a moral pré-existente sempre desvirtuou o ser in utero (situação que até o tal filmezinho da ecografia que há bocado condenavas tem contribuido para inverter). além disso há um sem número de crendice e fé na virgem maria que leva os miúdos a pensarem «que não vai haver gravidez». lembro-me de uma que os rapazes vendiam às raparigas quando eu era uma adolescente muito bem informada (parte por acção materna, parte por moto próprio, leituras) e que me deixava os cabelos em pé: que se ficassem de pé o esperma não subia. agora têm educação sexual na escola, pelo menos na disciplina de ciências aprendem o aparelho reprodutor e ainda mais alguma coisa em educação cívica. só posso acreditar que esta informação será útil. se se aproveitar para passar alguns valores e sentido de responsabilidade, então melhor ainda!
É só conversa, é so conversa. E depois espantem-se que os gajos dêem à sola?
Susana:
Confundiste a questão-
Eu não critiquei que se fizessem ecografias e que a grávida e o progenitor vissem o feto. Disse que é que ahvia aí um desfazamento entre o “corpo tomado pela ciência” e os afectos. A questão é complexa e não dá para a explanar aqui.
Mas é precisamente o oposto das consequências que tu lhe retiraste em relação ao aborto. Porque, umas das coisas que foi logo introduzida na lei foi o impedimento de se mostrar à grávida o feto em ecografia.
Precisamente com a finalidade oposta que tu disseste- “para não ver, porque olhos que não vêem, coração que não sente”.
Portanto, não é à custa de haver albuns familiares e videos de mão-em-mão entre os que querem que o fiho nasça que se aumenta a sensibilidade quando os que não querem que nasça nem vêem. E nem lhes podem mostrar.
Do ponto de vista médico apenas acho que não será coisa tão inofensiva o excesso de filminhos e intromissões nesse ser ainda por nascer. Por isso é que há países onde as ecografias são restringidas apenas ao absolutamente necessário.
Mas nada disto tem a ver com o aborto. Assim como os casos que dás exemplos nada têm a ver com a lei que foi aprovada nem negam a minha posição- que sempre foi a de abertura condicionada a uma série de items e até, porventura, apenas provisória, a ser colmatada com bombardeamento de anti-concpecionais nesses casos extremos (nesses casos que são problema social e não para toda a população, de forma indiscriminada e apenas “por direito”.
não, zazie, falava de se mostrar os vídeos das ecografias às outras crianças. isso, dizia eu, é que contribui para eles começarem a perceber que já está ali uma pessoa. eu nunca mostrei aos meus, há uma cultura familiar dos bebés que o dispensa nesse sentido, mas faz todo o sentido que a disseminação desse tipo de imagens altere a ideia prevalecente de que fora da vista ainda não há, nem é. a importância da visão para a concretude das coisas é tremenda. não estou, assim, a falar numa relação directa entre quem vai abortar e essa visualização, mas de um contributo para uma mentalização diferenciada da presente.
Eu sei que é algures por aí que tudo se coloca em relação à própria “identidade” do embrião e do feto. Na altura postei uns textos (um tanto ao lado) do José Gil que afloravam a questão do corpo e das enormes alterações que ocorreram com a sua “tomada” pela ciência moderna e, actualmente, com a sua “socialização científica” por virtude de alterações e manipulações que dantes não existiam.
Foi assunto que pensei precisamente por persentir que não existe uma coordenação emocional nem um status social e legal que estejam a par dessas alterações.
Até me informei do que acontece a um feto que morre e a partir de quando é enterro, ou até quando é propriedade do hospital.
Porque é algures por aqui que emoção, sentimento, responsabilidade, identidade, autonomia enquanto ente, diferente de órgão, ou cambiantes disto tudo se passa.
E é também por isso que se fala no aborto e se esquece algo muito mais cretino que se passa nos bastidores da ciência- a manipulação genética e a criação in vitro. E a legislação é estranha, por cá é mesmo inexistente- uma vez que não foi aprovado nunca o estatuto jurídico do embrião (oscila a meio caminho entre propriedade a que só o fecundante poderá dar autorização de deitar fora com prazo de cerca de 10 anos (creio eu) e oscila também entre a total indiferença social pela sua fabricação como tratamento de infertilidade.
Ou seja- muitos dos defensores absolutos da vida, são os mesmos capazes de pagarem brutais tratamentos de fertilização in vitro, que dão direito a ir metade dos embriões em excesso para o lixo.
Do mesmo modo que as barrigas de aluguer fazem parte também de ditos direitos individuais onde toda a noção de reprodução enquanto fruto de acasalamento e amor e protecção de descendência também já foi abastardada.
Isto apenas para dizer que há limites emotivos éticos que nós, enquanto adultos, não sabemos sequer equacionar, quanto mais achar que é natural e benéfico as crianças entrarem neste mundo dos adultos e fazer disso uma mais valia social.
De um modo geral digo-te: nem oito nem oitenta. Nem o moralismo castrador que transformava tudo em secretismo e pecado e nem o neo-primitivismo que faz de todas as crianças uns seres bestializados, sujeitos a esses impulsos primários como os animais- fora de toda a aprendizagem de civilidade que até se ensina para comportamento à mesa, mas não se ensina para comportamento sexual e, ao mesmo tempo- uns micro-adultos num mundo realista onde não há espaço próprio e autónomo fora das “histórias e problemas dos adultos”.
Defendo a manutenção de uma reserva de “mundo de Peter Pan”. E sei que essa só se preserva contra o realismo, por enorme espaço de fantasia e imaginário e afastamento da vidinha novelistica dos adultos.
Mas, defendo também que uma educação dos dois géneros, implica uma aprendizagem de civilidade e cortesia, de respeito e pudor que é em tudo oposta- às meninas de 10 anos a mostrarem as pachachinhas aos meninos- como se fossem micro putinhas; e os meninos da mesma idade a enfirem-lhes os pirilaus, como se fossem micro chulinhos.
Porque, se é por aqui que começam, não se admirem depois de terem amantes por fora e espalharem doenças na parceira ou não respeitarem ninguém. Foi assim que começaram- nessa falta de educação de regressão à bestialidade pré-histórica.
Só para terminar.
Isto que eu defendo é também em tudo oposto ao que muitos que condenam o aborto defendem: a gravidez e depois dar o filho que não se quer ou não se pode ter para adopção.
Sei que foi isso que o Valupi defendeu, aqui na blogosfera, assim como o Timshel.
Porque, a posição deles vem de uma ética católica e a minha é autónoma à crença que posso ter.
Acho uma total monstruosidade defender-se a ideia que uma mulher (seja ela qual for) vai andar 9 meses com um ser na barriga para depois o dar a outrem para adopção, porque isto seria a alternativa humana ao aborto. A alternativa até sociológica, no caso do Tim, para um mundo de igualitarismo social começar pelo berço- os pobres e indigentes a servirem de incubadoras para a elite infértil.
Porque, na prática, o exercício da ecografia vem de novo à questão. Uma mulher grávida e com filhos, poderia andar com o maninho na barriga e no fim dizer aos outros filhos que aquele mano não era para ficar em casa, era para ir viver com outra família.
Pergunto, que raio de segurança poderia ter uma criança quanto ao amor materno e paterno e sorte que também lhes poderia acontecer- ir para adopção, caso a mãe quisesse.
E é por isso que a condenação do aborto sempre foi uma questão moral- de condenação moral de um acto e não de impedimento mecânico dele e muito menos de resolução de engenharia social para problemas de infertilidade dos outros.
E a foto da ecografia mantem-se. Viam ou não viam? sabem que é a cegonha que trás o bebé ou o bebé está na barriga, vê-se porque todos vêem e depois uns ficam com eles e outros podem mandar para o lixo ou dar a quem querem?
pressentir e outros erros.
E é por isso que esta questão acaba onde começa- nos desfazamentos sociais- Porque ninguém tinha lata nem poder para exigir a uma senhora ministra ou qualquer outra coisa para não abortar e gerar o filho e depois dá-lo para adopção. Mas essa mesma senhora aborta à borla, se quiser, ao lado da miudinha do bairro mal informada ou da mulher desempregada que nem mais um filho pode sustentar.
E o nosso Estado igualitário achou que isto era tudo igual- tudo uma conquista de direitos e a chegada ao século XXI.
Oferecem aborto aos pobres, em vez de tudo fazerem para lhes proporcionar condições de vida e possibilidade de terem os filhos.
ah, essa é uma questão da maior importância, zazie. também acho uma barbaridade o incentivo à gestação seguido do abandono. porque essa visão que o defende está a observar a situação de um ponto de vista em que a mãe que não quer ter o filho e depois dá-lo para adopção o considera pertença sua. assim como se dá-lo para adopção fosse sinónimo de o entregar à vida, tão só. o que esse ponto de vista está a ignorar é que o mesmo amor exigido para prosseguir a gestação até ao fim é aquele que irá impedir a mãe do abandono; trata-se da mesma natureza. e é por aí que compreendo, sem defender, o aborto: nunca pela visão egoísta «oh, mas logo agora que nós comprámos as 4 assoalhadas, não me digas que vamos ter que mudar para a periferia do subúrbio e uma casa mais pequena», mas por esses casos em que uma mãe mata um filho antes de ele o poder sentir, para o proteger de uma morte maior, a do abandono subsequente, de uma imprevisibilidade desprotegida e eventual desumanidade e desumanização. quem fala nisto está a ver que a mãe não quer ter o filho e sofrer com a sua separação, o nunca mais saber dele, ao invés de ver que a mãe não quer condenar o seu filho à desprotecção desde a nascença. é anti-natura.
e isso de dar os filhos a casais inférteis que venham a amá-los seria ainda o melhor cenário mas, infelizmente, sabemos que a sorte dos bebés abandonados é quase sempre bem pior.
admito o meu erro e lirismo, mas como eu vejo é a nossa história num crescendo de humanização, apesar de tudo. os crimes passionais passaram a não ser tolerados porque a moral se alterou e, em consequência disso, as leis se alteraram. a função primeira da lei é ser dissuasora e a lei que proibia o aborto nunca o foi, por ser o aborto tão fácil de esconder.
o que seria desejável era que fossem criadas as condições de que falas para que todos possam ter os filhos imprevistos. que haja uma real educação sexual, para a sexualidade responsável. e, depois, que se volte a legislar. enfim, serei lírica mas, entretanto, prometo fazer o que posso.
Estamos de acordo. Esta ideia de se salvar uma vida à custa de se matar o sentimento maternal é uma aberração. Claro que não tem forma legal de ir para a frente, enquanto alternativa ao aborto. Mas tem forma de ser estimulada por vias travessas, todas elas relacionadas com a destruição da base natural do que fundamenta por instinto e sentimento a família: duas pessoas que geram por amor um filho.
Como se depreende, nem este simples estádio natural está intacto, como pelo contrário, tem todo um mundo de frankenstoinos e ideologias à frente para fazer dele uma mera alternativa.
O Cronenberg já falava disto (por outros meios) há 30 anos atrás.
Mas basta ler aquelas notícias da China com sopas de feto para se perceber que instintos e sentimentos, no ser humano, são coisas tão fracas que pouco é preciso para as anestesiar.
Estava para aqui a ler um livro e deparo-me com duas frases que, automaticamente, fizeram-me recordar este post. Não traz novidade nenhuma, só achei piada à coincidência.
“Ignorar a realidade é um reflexo de defesa. Fazemos isso com as doenças e com o que pode mudar a nossa vida.”
vim cá ver os 188 comentários e, como já aprendi a não discutir coisas sérias por escrito, registo e mando um beijo à Isabel. E siga para bingo.
tropicatufa