Passos Coelho e a bola de cristal

Passos Coelho voltou hoje a informar-nos que não tem nenhuma bola de cristal, que não pode prever o futuro. Mas parece-me que não é bem assim. O que se passa é que a bola de cristal antes de 5 de Junho do ano passado funcionava na perfeição, o que permitia ao então candidato a primeiro-ministro ver o futuro com clareza, aposto que era na bola que via as gorduras do Estado a desaparecerem, os juros da dívida a descerem, o rating do País a subir, etc. Depois das eleições, tudo mudou, a maldita bola passou a ter dias, ou minutos. É que Passos Coelho consegue dizer na mesma entrevista que não consegue prever o futuro, e na frase seguinte mostrar-se absolutamente seguro que estamos no caminho certo, que 2012 é sem dúvida o pior ano para os portugueses e que o fim da crise já está à vista! Num momento há “riscos e incertezas” que, aliás, parecem ser exclusivos deste Governo, nos anteriores não havia nada disso, e, no momento seguinte, pelo contrário, a visão de um futuro risonho e a certeza de estarmos a um passinho da felicidade. A culpa só pode ser da bola.

4 thoughts on “Passos Coelho e a bola de cristal”

  1. guida,

    momento de clarividência que vai já seguir pelos instrumentos de comunicação internética que tenho à mão (no, i’m not on the fucking facebook)

  2. Caros,
    O problema não é a bola de cristal que se partiu ou ele perdeu, nada disso, o problema é bola oca que trás sobre os ombros.
    Aquela bola-cabeçuda nasceu oca, sem qualquer massa e muito menos cinzenta. Nota-se já permanentemente naquela fachada de boca de fio dental uma aspereza face à dificuldade mental em responder a qualquer simples questão e como tal foge às questões colocando-se no lugar de simples vitima dos acontecimentos.
    Quando na oposição exigia que o PM soubesse de tudo, tivesse previsto e previsse tudo, tivesse previsões e estudos para o futuro. E a todas previsões avançadas ele sabia de antemão e com certeza certa absoluta (certamente através de bola-de-vidro fosco) que eram más porque ele, ele o próprio, sabia tudo e como resolver tudo porque tinha tudo estudado.
    Agora chuta para a bola de cristal e, cola-se às vitimas das suas politicas, fazendo-se ele próprio de vitima da crise europeia sobre a qual nada tem a dizer nem pode fazer nada.
    Este tipo é mesmo uma lástima. Ele e todo o governo metidos juntos numa máquina capaz de fazer da mistura do grupo um único homem competente nunca o conseguiria por falta de matéria prima. E se no grupo meterem o cavaco a coisa piora ainda mais.

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