Pelos vistos, não há fim à vista para a sétima avaliação da troika. O impasse que seria resolvido durante o fim-de-semana está, afinal, para durar. E o secretismo é tanto que sabemos mais acerca do que se vai passando no Conclave do que nestas reuniões entre troika e Governo. Mas resta saber quem é que está a emperrar as negociações. Há uns dias, a comunicação social garantia que o atraso se devia à inflexibilidade da troika na questão do corte de 4 mil milhões. Que a troika exigia que os cortes avançassem em 2014, enquanto o Governo defendia que se prolongassem até 2015. É muito estranho que não haja uma fugazita para os jornais a dar conta do esforço do Governo para nos aliviar os sacrifícios. Se calhar, é porque a história do impasse está muito mal contada. Sabemos que o ministro das Finanças nunca se mostrou disponível para adiar os cortes, pelo contrário, como se viu, na semana passada à saída da reunião do Ecofin, quando o questionaram sobre o assunto. Portanto, a existir conflito teria de ser entre Gaspar e Portas, que segundo algumas notícias estaria empenhado em prolongar os cortes até 2015. Mas, mais uma vez, parece-me que a história está mal contada. É que, em princípio, 2015 é ano de eleições Legislativas e duvido muito que Portas, o político experiente, se tenha esquecido disso e esteja a lutar para que durante esse ano o Governo tenha de fazer cortes brutais, incluindo despedir milhares de funcionários públicos.
Teremos de esperar pelo fumo, que para nós será sempre negro, para vermos de que lado tem estado a inflexibilidade.
e tu podias ser a limpa-chaminé, guidinha, para vires contar com a ponta do nariz chamuscada e riso de faúlas na voz.:-)
pelos vistos o vaticano é mais eficiente do que o governo. os católicos já sabem quem é o papa mas os portugueses ainda não conhecem os resultados da “avaliação” da troika..
e lá está o presidente de novo a corresponder-se com um papa em nome dos portugueses… o que ele não faz por nós…
provavelmente é assim que ocupa as tais 10 horas diárias, vai rezando
Tudo isto é uma grande encenação. O governo tem pouco ou nenhum capital político; na prática o primeiro-ministro é (para o mal e para o bem) um “lame duck”:
http://en.wikipedia.org/wiki/Lame_duck_%28politics%29
Por isso terá sempre dificuldades (políticas) em implementar as “reformas” que agora, num exercício de enorme hipocrisia, afirma serem da troika e não suas.
Nos próximos dias sem dúvida que assistiremos a acto final deste peça de teatro mediocre. Será um tudo por tudo para fazer parecer, à opinião pública, que a coligação Gaspar/Portas lutou contra a troika e fez tudo para amaciar as “exigências” dos nossos credores.
Que estes senhores do FMI/BCE/UE se prestem a este Carnaval fora de época, se pensarmos um pouco, não será assim tão estranho. Pois cada um usa as munições que (ainda) tem…
«Lame duck officials tend to have less political power, as other elected officials are less inclined to cooperate with them. However, lame ducks are also in the peculiar position of not facing the consequences of their actions in a subsequent election, giving them greater freedom to issue unpopular decisions or appointments.» (wikipedia)
houve uma fugazinha, mesmo a jeito, no Público: funcionários passam a descontar menos para a ADSE, serviço privado de saúde.
A conta..o que devo ao estado é que não há meio…espero com todo o gosto…até um ano, se for preciso.