Seguia eu já bem atrasado para o jantar de ontem, serra de Sintra acima, quando quase fui abalroado por um autocarro repleto de turistas de olhos claros e arregalados. Alguns golpes de volante e de travões depois, percebi que sobrevivera; eu e o grande recipiente plástico que viajava a meu lado, cheio do melhor cozido à alentejana de Lisboa (obra do excelso “Barrote Atiçado”).
Depois, pus-me a imaginar desenlace mais dramático e cénico. O meu rotundo cadáver disposto numa travessa de alcatrão, guarnecido por couves, batatas, nabos, grão, na fumegante companhia de carnes variegadas e enchidos das melhores proveniências. Quem desse comigo em tais preparos não duvidaria que se estava ali a aprestar um banquete para algum deus canibal.
Já me antevi em mortes mais dignas.
Também tinhas tijolos por baixo, como aquele BMW que estava exposto frente a tua casa?
E onde fica esse Barrote, já agora serviço completo.
A morada….
Rua Álvaro Benamor. E podes visitar-me na porta em frente.
Este foi mais um lapso Freudiano, ou tencionas, realmente, “virar comida”?
(Não precisas responder, é retórica!)
Seria um verdadeiro desatre. efectivamente. Tendo em conta que tu não és um enchido da melhor proveniência. Não faria pandan.