José Luís Tavares (Santiago, Cabo Verde, 10 de Junho de 1967) faz hoje 40 anos.
O Aspirina deseja muitos. Anos, poemas. E felicita-se por poder publicar, hoje, esta
CARTA A MIM MESMO
NO DIA DOS MEUS ANOS
Como poeta nasci já quase canónico
(vede se isto não tem seu quê de cómico),
fazem-me quase um preto gentio camões —
não ligueis, que amanhã príncipe dos anões
serei. É certo que não errei o fio à vida,
seus corsos e naufrágios — fui mais fundo
que os demais? — em modo assaz rotundo
percorri-lhe as voltas, os sustos, a recaída.
Saberão vez alguma que nesta escura feira
tudo é sombra e deriva? Que nem as agudas
razões do pranto desvanecem esta surdina?
Não te iludas com os louros na cabeleira:
mais depressa se rirão das tuas agruras
dizendo «outro que não escapou à sina».
José Luís Tavares
ora muitos parabéns que é coisa que gosto de dar
Parabéns ao camões caboverdiano. E que esta carta lhe continue a chegar.
Parabens! Curto e grosso.
Feliz aniversário com muitos poemas tão belos como este.
parabéns pelo poema, pelo tom, pela idade que – dizem – é um tempo de grandes feitos.
Louis Ciffer,
de curto e grosso é que o poema não tem nada. Grosso é você, além de curto de ideias. Bom, mas naturalmente estava a pensar noutra coisa…
ó maria antonieta, o ciffer não estaria a pensar no seu próprio comentário? é que pareceu-me…
É capaz de ter razão, susana. O Ciffer, se calhar, estava a limpar-se ao toalhão de banho em frente do espelho…