Já lhe chamam, no éter, o poeta do futebol. O nosso José do Carmo Francisco é uma espécie de arquivo falante do futebol português e faz gala disso. Autor de um livro com um título maravilhoso, Os Guarda-redes Morrem ao Domingo, jornalista desportivo, peca por uma certíssima parcialidade no respeito ao amor clubístico: o Sporting.
Aqui no Aspirina tem-nos deliciado com os seus poemas: insólitos na métrica e na temática. Cobre, sem dúvida, um nicho de mercado com muita cache e cachet. Ali abaixo o entusiasmo foi grande. Compareceram machos fadistas e a desgarrada é viciante. Contagia, e não fiquei imune. Deixo agora, aqui, o meu agradecimento pela animação que tem gerado.
Mil nove e oitenta e quatro
Lá para Paços de Ferreira
O árbitro estava comprado
Foi tudo um grande teatro
Por conta de uma rameira
Que eles tinham contratado
Devia ser proibido
Que uma vileza tal
Fosse prevista na lei
E o Sporting tenha perdido
Pela corrupção venal
Estão todos feitos, eu sei
Os leões foram fadados
à derrota nesse dia
Sentiam-se abençoados
Jogaram como uns danados
na Cova de Santa Iria
Mas saíram defraudados
A métrica franciscana tem uma explicação: porque o Saramago chegou ao Nobel tratando as regras da pontuação aos repelões, julga o JCF poder chegar a nobelizável à força de pontapés na métrica.
Cá para mim penso que JCF cumprirá o destino de todo o santacatarinense e ficará a ver navios.
Justa homenagem da susana. Sim, senhora. Temos homem, temos poeta, temos futebóis. É uma festa.
Eu posso abrir o tasco prás bejecas e bifanas.
Bejecas e bifanas não é para mim que tenho que perder a barriga porque eu estou gorda, feia e barriguda.
Já pensaste em ginástica de abdominais, Claudette? Dança do ventre também é muito aconselhável, faz bem a tudo e dispõe bem a assistência, sendo uma arte eminentemente social.
venho aqui dar uma voltinha de colibri
Nik, sou preguiçosa. No melhor dos casos, faço isso uma vez e logo desisto. Se eu comer só fruta, faltam-me as proteínas. Ai que desgraça não ser a Kate Moss.
zeca diabo, nunca se sabe, nunca se sabe; imagina que este é um caminho para a descoberta de uma ordem absolutamente nova na métrica, em que de repente surgirá uma nova musicalidade desta quebra de regras? e seja como for, parece-me ocupação edificante ficar a olhar os navios. a água, a linha de horizonte, as condições atmosféricas, os próprios navios que entram e saem, tudo perfeito para a contemplação.
valupi, é isso mesmo: tanto que temos.
joão pedro, sugiro-te uma adenda moderna para a tua roulotte: pita com legumes salteados na wok.
claudia, todas as mulheres se castigam quando o tempo começa a aquecer. não te preocupes, lembra-te que o inverno está aí não tarda.
z, pois volteia à vontade.
A essa tasca eu vou, oh jpc.. mas como um amigo meu diz… a qualidade da casa vê-se pela qualidade do picante
A kate moss é um paradigma de nada… tem um sorriso mt bonito…mas eu gosto de chicha, xixa ou chixa…
Susana: apetece dizer como se dizia quando eu era pequeno – «Que grande rapioca!» Foi muito certeira e divertida essa intervenção. Mas só agora é que li, agora 21,35 horas. Estive na Bertrand a ouvir um grupo (FJ Viegas, MR Sousa, Ines Pedrosa, Nuno Santos) a perorar sobre a difícil relação entre os livros e a televisão. Chegou-se a uma conclusão: nem a TV gosta dos livros nem os livros gostam da TV. Obrigado Susana!
susana, no Inverno também não quero ser gorda :-(
Perorar
verbo intransitivo
1 concluir um discurso
Ex.: o orador começou a p. quando o público já estava cansado
v. transitivo indirecto e intransitivo
2 falar com afectação, com pretensão
Ex.: perorava a um público indiferente, perora sempre que encontra ouvintes ingénuos
v. transitivo directo e transitivo indirecto
3 defender, falar a favor
Ex.: perorou os direitos da mulher, perorou em favor da amnistia
jcf, quem do grupo (FJ Viegas, MR Sousa, Ines Pedrosa, Nuno Santos) perorou mais?
Vai ser publicado um resumo das intervenções na próxima revista «Ler» mas parece-me que quem perorou mais foi o Professor Martelo…
Todos pioraram, de certeza. O Prof. Martelo, esse martelou.
Além de perorar o Prof. Martelo pegou no microfone e fez de entrevistador chegando a dizer «O que eu gostava de ser era Carlos Vaz Marques».
Só que a táctica do pito
Com o final do apito
Está-lhes a dar para o torto
E o reinado do patrão
Lá da toca do dragão
Está num certo desconforto
Quanto aos valentes leões
Dadas as más decisões
Ficam atrás em segundos
Não te importes oh Susana
Há pr’aí tanto sacana
Não ligues a vagabundos!
pelo menos é do sporting.
valha isso.
:D
Hoje pensei nas tuas palavras pois estive no lançamento do livro «Crónica de Ouro do Futebol Português» do Círculo de Leitores. É que o Joaquim Vieira citou uma frase de um treinador do Nottingham Forest «O futebol não é um jogo de vida ou de morte, não; é muito mais do que isso».