Sonhei que a Joana Amaral Dias e a Rita Rato, alegando suspeitarem que Sócrates foi informador da PIDE durante os anos em que frequentou a Escola Secundária Frei Heitor Pinto, aliciaram a Francisca Almeida para um encontro no parque de estacionamento do Freeport. Assim que a Francisca entrou na Ford Transit conduzida pela Joana, a carrinha arrancou em alta velocidade.
O sonho saltou para o interior de um quarto. A Francisca estava amarrada pelos braços e pernas a uma cama. A Joana e a Rita torturavam-na recorrendo a estranhos instrumentos, pressão corporal e vernáculo de carroceiro. Tentavam que a social-democrata admitisse a superioridade do movimento das forças amadas e respectivo processo revolucionário em cama. Nisto, ouve-se um estrondo e entra pela janela a Carolina Patrocínio. Diz que vem numa missão de sacrifício para resgatar a sofredora. As raptoras dizem-lhe que só libertam a refém se a Carolina estiver disposta a um desgoverno de coligação. Ela concorda, junta-se à Francisca e rapidamente assumem a posição de bloco central rotativo. Quando as quatro se preparavam para uma conferência de líderes, acordei.
É este o meu 25 de Abril. De sonho.
“Que força é essa amigo? / Que força é essa amigo? (…) Que força é essa? Que força é essa que trazes nos braços?” para, Val, uma tão espantosa criatividade, eivada de uma invulgar capacidade crítica, de cultura, humanismo e excelso humor, te assaltar assim a escrita?…
Um grande, grande abraço e um cravo – daqueles que faz sentido no que de melhor sonhamos que foi e deveria ser o 25 de Abril :)
:-D
(no meu 25 de abril meto o rio) :-)
Os teus sonhos húmidos são muito mais ambiciosos do que os meus, pá…
Ninguém agarra este Val!
*
Eu quase que garanto que se sonhasse com Joana Amaral Dias, Rita Rato ou Carolina Patrocínio nunca teria como tema o “25 de Abril” nem uma qualquer manobra politico-partidária, por mais revolucionária, ou reaccionária, que fosse. Considero que seria um desperdício e afirmo-o com todo o respeito que as personagens me merecem.
Mas enfim. Cada um sonha o que quer e o “25 de Abril” também se terá feito para isso.
Só tenho dúvidas é que se possa considerar um sonho algo que tem todos os ingredientes para ser um pesadelo, apesar das intervenientes.
Mais do que o “25 de Abril”, recorda-me muito mais o “25 de Novembro”…
(mutatis mutandis :)
Grande sonho, Valupi. Criatividade onírica não te falta :-P
25 de Abril sempre contra todos os fascizantes socratianos
Se o Sócrates fosse fascizante, a esta hora já eras investigado e desaparecias bem rapidinho. Após uns tempos eras encontrado morto por… acidente.
Para ti Ary:
Partiste mas não morreste
Meu irmão, meu camarada
P´lo povo tudo fizeste
Seguimos tua peugada.
Ary, ó voz da razão,
ó poeta da verdade
Teus poemas, coração
Do motor da liberdade.
São para ti estes versos
Com os teus não os confundo
São para cantar nos berços
Dos filhos de todo o mundo.
Levantem alto as bandeiras
Pois tombou um combatente
Mas na frente das fileiras
Tu Ary… Sempre presente.
pensa lá comigo,vá, tu que és contra os filhos da puta do ps: que adianta seres contra – ou a favor – da rosa, do cravo ou dos verdes e da fruta que houver?
(o que interessa não é que eu posso, enquanto leio o que me apetece, pendurar os marcadores nos bicos das mamas?) :-D
Sócrates informador da Pide?
Pode ser a evolução da telenovela em curso.
Aguardemos os novos episódios.
Bom dia Val,
Um pequeno detalhe : em 1974 já havia Ford Transits ?
As jovens ainda não tinham Joana e Rita ainda não teriam nascido. Felizmente já nasceram em democracia, mas gostariam de ter vivido em fascismo. Não lhe façamos a vontade.
Um abraço
UI, Ui, o valupi com sonhos sadomasoquistas, terá sido um sonho molhado?
:))
O discurso de Cavaco Silva no 25 de Abril:
E diz o roto pró nu… Ao ouvir o discurso sobre o 25 de Abril do PR, fiquei boquiaberto quando se referiu ao bónus recebidos por várias personalidades. Se estivesse no lugar deles insurgia-me contra este facto e revelava que só recebia lições de moral e ética por quem a pratica.
Agora vir denunciar actos e quando se recebe juros mirabolantes – do BPN – dizer que não prestava nenhuma actividade política é de uma desvergonha inqualificável. Quem recebeu o bónus, recebeu algo imposto pela administração e pelo seu empenho na condução da empresa. Quem recebe juros acima do estipulado, recebe-o pelo compadrio e amigalhaços, porque os outros depositantes não foram assim contemplados.
Bela frase de frei Tomás: olha para o que digo e não para o que faço. Há personalidades por se julgarem no alto do seu pedestal que tudo podem fazer ou dizer. Aqui só vejo uma explicação. Não foi Cavaco Silva que escreveu o discurso – se não reparava que a bota não condizia com a perdigota – e riscava essa chamada de atenção.
Nós portugueses devemos de nos insurgir contra esta lavagem de memória – ou uma mentira dita várias vezes torna-se verdade? Depois dizem não serem imperadores. Gostava que o tal juiz fizesse ver a Cavaco que quem manda é os juízes. Por ser o supremo da Nação não lhe dá o direito de dizer e fazer a seu belo prazer. Há, contas a prestar ao povo.
Pobre Nação que é assim liderada e julgava eu que os exemplos vinham de cima. Que ignorante eu sou e acabo com a frase em que pus reticências: que mal vestido vens tu.
Manuel Pacheco, o discurso ainda mais infeliz é o do Rui Rio. Além de defender a famosa política da verdade, ainda se sai com um parágrafo com laivos machistas e retrógados de primeira categoria:
“Poderão algumas virgens ofendidas insurgir-se contra o que acabo de dizer, mas, para mim, é claro que só não o quer reconhecer, quem, por alguma razão, se precisa de acoitar no tal discurso hipócrita e politicamente correcto em que já poucos acreditam”, afirmou.
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O pedestal elevado ao céu, opus
do teu sonho acima da vida,
contém em sí a medida
do humano, e vem da luz
o inamovível signo preto
dito sombra, uma sem-figura
que indica amarra segura
indivisível o corpo concreto
à alma e aponta a todo
mortal que pelo pensamento
julga poder definir o modo
a medida o lugar e o tempo
do homem feito esquema,
abolindo a vontade própria
exigindo seja papel de cópia
sem alma de um sistema
sem sombra de dúvida, que voa
tão alto que perde de vista
a sombra, esta não lhe perdoa,
atrai-o ao chão e imperialista
amarra-o a sí, obriga-o a correr na sua pista.
A sombra está lá viva vigilante
sempre presente como seta
apontada ao homem, a preta
mancha lembra ao ignorante
ao tolo ao sábio que a meta
final é uma cova no chão
onde vão parar juntos intelecto
alma pensamento e seu abjecto
objecto corpo carnal, maldição
iniludível da humana condição.
nenhum Abril nos liberta desta
amarra que trazemos aos pés
seja vontade ideia-única seja fés
crentes de existências em festa
sempre. Nenhum Abril haverá
que automaticamente
pós-festa de liberdade aumente
ao que há o que não há
ou faça ser nova a velha gente.
Só douto farsante demagogo
vende felicidade porta a porta
proclama a memória morta
promete ser Prometeu e fogo
novo que traz num fósforo
mágico a chama redentora
do mundo sujo e geradora
final do feliz mundo próspero.
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Ò Cláudia, não tenho grande simpatia pelo Rui Rio, mas não vejo nada de machista nem retrograda no paragrafo que transcreve, se fizesse o favor de me elucidar, ficar-lhe-ia imensamente grato.
Ó e não Ò :(
Virgens ofendidas! Que vá procurar outra expressão! Por exemplo, virgens ofendidos.
Tu também deves ser outro macho armado ao pingarelho, Ibn Erriq.
Estou mesmo realmente ofendido: nunca fodi uma gaja.
Adormeceste a ler o quê??
eu não sei bem se foi para mim a pergunta, tété, mas aqui vai: para chamar o sono dou corda à caixinha de música.
(os livros são para outra coisa) :-)
talvez o Espírito Santo
Ó Cláudia, não percebo a irritação, conheço uma coisa equivalente ao machismo primário, o feminismo burro.
A expressão virgem ofendida aplica-se a qualquer género, faz parte do léxico comum.
“Virgens ofendidas! Que vá procurar outra expressão!” Porquê esse tem direito de autor? Oh pobreza de espírito!
Amor, não estou armado a nada, perguntou só para saber, pelos vista convive mal com as questões, olhe, azar seu.