Vamos aos pulhas

Micael Pereira é um reputado jornalista de investigação, um “grande repórter” pago pelo Balsemão. Acerca da Operação Marquês e suas peripécias, será uma das 100 pessoas em Portugal que mais informação a respeito possui ou já tratou, talvez mesmo uma das 50, ou até menos. Fez bem o Polígrafo, na parceria com a TSF, em chamá-lo para comentar a denúncia de Sócrates contra os jornalistas portugueses por estes, na sua tese, estarem a normalizar o que é um escândalo. E que ocorreu a este prestigiado membro do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação dizer na ocasião?

Isto: que Sócrates tem uma narrativa desmentida pelo que “veio a público”, e pelo que “nós sabemos”; que Sócrates contribui para a desinformação a respeito da sua situação judicial ao insistir na sua narrativa; que Sócrates e Trump são siameses nestas andanças judiciais; e que é óbvio nada haver de influência, motivação, exploração ou abuso de natureza política na Operação Marquês, estamos antes no reino da pureza institucional e da exemplaridade na conduta, tanto de magistrados como de jornalistas.

Ora, não conheço o Sr. Pereira pessoalmente, nem conheço ninguém, que saiba, que o conheça pessoalmente. Pelo que estou bastante disponível, e até confiante, para admitir que seja uma das melhores pessoas que já se passearam neste planeta, não fazendo mal a meia mosca. Por aí, pelo lado em que é um cidadão, esta sua opinião gravada para os arquivos do Polígrafo/TSF é de uma legitimidade absoluta. Por ser o que ele pensa com os seus botões, tendo tido a generosidade de partilhar com eventuais interessados.

Mas fica do episódio um lamento. É que desconhecemos o que o Micael craque das investigações aos políticos quase corruptos, especialmente a este na berlinda, tem a dizer sobre o que esteve na origem da sua ida ao programa: O Grande Normalizador. Neste artigo, Sócrates organiza, detalha e em parte repete o que tinha dito na entrevista à SIC que deixou a jornalista agastada e impertinente, em parte repete o que tem repetido noutros artigos sobre o seu caso judicial. Sobre isso, que é um conjunto de factos, de inferências necessárias e de ilações lógicas, fica um silêncio tumular. Dele e de toda a classe jornalística. De todo o comentariado. De todo o sistema partidário.

É por isso que o Micael Pereira entra nesta edição do Polígrafo como vedeta da imprensa e sai como mais um pulha que não merece a mínima consideração profissional. Concluimos factualmente.

4 thoughts on “Vamos aos pulhas”

  1. A vida não está fácil para o dr. Francisco Balsemão:

    – Com o garrote das dívidas a apertar, com perdas sucessivas e com três meses para pagar 50 milhões aos bancos, Balsemão lançou mão de um esquema para tentar salvar o Expresso e a SIC
    https://talequal.pt/k142/

    – Vendeu a sede da Impresa ao Novo Banco por 24,2 milhões e recomprou-a por menos de 4,6 milhões
    https://talequal.pt/k181/

    – Grupo Impresa à beira da falência, Balsemão com a corda na garganta
    https://www.sapo.pt/jornais/nacional/10256/2024-01-17

    – Balsemão quer calar o Tal & Qual, furioso por lhe termos dado cabo de uma negociata que queria fazer com a Caixa Geral de Depósitos para salvar o seu depauperado grupo
    https://talequal.pt/k175/

  2. Um,
    Se a comunicação atual no mundo é, cada vez mais, feita de mentiras inteiras e meias verdades ou narrativas falsas como dizem na peça as jornalistas do ‘polígrafo’ porque razão, então, devemos acreditar no que dizem, opinam, comprovam ou confirmam as “pitonisas” Beatriz e Fátima do polígrafo?
    Dois;
    O mesmo para o designado jornalista M. Pereira. Também este sabe, plenamente adquirido “pelo que nós sabemos e vem a público” que nada é como ele (Sócrates) conta, logo, será ou deverá ser como o Pereira conta e diz segundo o que sabe pela comunicação social e pelo seu modo de ver e pensar a direito sem dúvidas e desembaraçadamente, a despachar.
    É deste tipo de irracionalidade lógica plenas de saber oracular que fala por insinuações vindas do seu além divinatório diretamente das pífias pítias sentadas no centro do mundo da informação ‘verdadeira’ como são o “cm”, a “tsf”, a PGR e demais imprensa testadas, confirmadas, seladas e lacradas como verdades vindas diretamente do céu assim tal qual como chegavam à cabeça dos cardeais da Inquisição.
    Aquando da acusação e prisão era o “despesismo, o faraonismo, o megalomanismo” que levaria à ruína os portugueses e o país e agora, parece, terá de ser condenado porque sim e porque não, com provas ou sem provas porque é uma necessidade da pátria sacrificar os melhores como prova de sobrevivência dos vulgares, trafulhas e corruptos. A pullhice é tanta que até os que se opuseram ao acabamento do Alqueva considerando-o mais um “elefante branco” vêm agora vangloriar-se da obra como se fora sua; um dia farão o mesmo com todas as grandes obras que não o deixaram fazer.
    E não o deixaram fazer, precisamente, quando mais eram necessários lançar tais obras com orçamentos aprovados que, precisamente, dada a sua dimensão relançariam a economia rapidamente. Era só aprovar o PEC IV e arrancar, pois, nessa altura a UE já tinha virado a sua estratégia de 180º, isto é, já se convencera que a aposta era ajudar os países e não garrotá-los como impunha o idiota do coxo alemão.
    Tal visão de garrotar os países da UE (sublinhe-se, UNIÂO Europeia) foi um dos maiores males cometidos pela dita União, pois, que não só diferenciou os países como, castigando-os em vez de os ajudar, os remeteu para uma enorme insegurança e desconfiança relativamente à dita União.
    Até hoje.

  3. a aliança democrática, montenegros, nunos melos, toda a direita em particular e a extrema-esquerda em geral tentam fazer-nos esquecer o que disseram e o que contribuíram para a politização da justiça e criar percepções de corrupção em tudo o que fosse afecto ao partido socialista e seus dirigentes, métodos e desinformação que agora condenam por estarem a provar o seu próprio veneno.
    a graduação das diferenças de suspeito até condenado nunca se aplicou ao sócras ou aos governantes socialistas, era tudo condenado na primeira página dos jornais e aberturas telejornais, com identificação completa de nome, cargo político e bem visível que pertencia ao PARTIDO SOCIALISTA.
    nunca interessou se o processo foi arquivado por suspeitas infundadas, falta de enquadramento criminal ou provas. ainda hoje andré ventura se refere a paulo pedroso como exemplo de pedofilia.
    a presunção de inocência nunca se foi aplicada nos casos dos socialista, sócras, costa. galamba, etc. e os os partidos de direita usaram no passado outdoors com publicidade cuja teor é igual ao que agora reclamam.
    os casos & casinhos do governo de costa, patrocinados pelo marcelo, eram fixes, agora são entraves à acção governavativa.
    o que era asfixia democrática da liberdade de expressão nos tempos do sócras, passou a ser insulto e difamação que não podem ser tolerados e devem ser punidos.
    não perdi a esperança de ver o montedecasas a declamar plágios dos artigos do sócras, com leitão amaro na bateria, sobre o processo marquês e a reclamar-se vítima das campanhas negras que ele próprio criou.

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