Esta peça está actualmente em exibição numa rua perto de si. Oferece uma das mais poderosas mensagens que me lembro de ler num cartaz político. É a revelação do segredo para a devolução de bens roubados: elegermos um Governo de esquerda.
O texto não diz o que é um Governo de esquerda. Talvez porque não tivessem espaço para o descrever, talvez porque essa entidade só seja concebível no plano da imaginação, talvez porque os autores também ignorem em que consiste. Quanto à promessa, a situação é ambivalente. Por um lado, garante-se que a totalidade dos furtos será devolvida. Por outro lado, não se indica a partir de que data estão a preparar a recuperação. Será a partir de Janeiro de 2012? De Julho de 2011? Meados de 2010? Mais para trás? Muito mais para trás? Aliás, estará o BE em condições de identificar um período histórico em que não se tenha registado um qualquer tipo de roubo desses que garante poder ressarcir?
Estamos perante um compromisso maximalista. O que importa pensar de seguida é neste enigma: a indiferença com que a mensagem é recebida pelo público a quem se dirige. Essa apatia desafia a racionalidade. Dir-se-ia, apenas carecendo de fazer uso do senso comum, que uma legião de espoliados sairia debaixo das pedras e entraria em convulsão com a promessa. Mas não só nada desse transe se observa como até não há qualquer sinal de que alguém esteja interessado em gastar duas calorias a discutir a estupenda propaganda. Existirá uma conspiração imperialista que esteja a impedir o contacto entre estes cartazes e as vítimas?
Imaginemos que Belmiro de Azevedo pedia emprestada uma das posições ao BE para colar um novo cartaz. E que num desses suportes, apenas num deles, pespegava com a informação de que ia dar 1 milhão de euros a quem lhe mandasse um email com a melhor justificação para ficar com esse dinheiro. Quanto tempo passaria até essa mensagem chegar à comunicação social e se tornar um assunto falado por toda a gente sem excepção durante semanas? Provavelmente, horas. Poucas. Contudo, a mensagem relativa à entrega de dezenas, centenas ou milhares de milhões de euros – e ainda de direitos e privilégios – aos portugueses permanece incapaz de gerar um solitário SMS entre ministros deste Governo.
O que o caso comprova, por indução, é a realidade de uma inteligência colectiva. Ninguém dá atenção ao que não passa de uma patranha demasiado tosca para sequer animar os tolinhos. Essa inanidade, paradoxalmente, protege os dirigentes do BE que, suspeita-se, terão algures aprovado a peça. É que nem a um jornalista têm de apresentar um laivo de explicações acerca do que se está a ali a agitar, quanto mais ter de demonstrar a viabilidade da retórica. Catarina Martins e João Semedo, com a vantagem de terem o dobro dos neurónios das convencionais lideranças partidárias, seriam incapazes de evitar o ridículo perante o desafio de mostrarem ao eleitorado que é possível introduzir responsabilidade numa proposta que nos trata a todos como imbecis.
Não se sabe o que é um Governo de esquerda para o BE, mas é por estas e por outras que esse sonho lindo continua a ser uma miragem para entreter sectários.
Também vi o cartaz, também estranhei e pensei imediatamente que iria haver reacções como esta. Que são parvas.
Ainda bem.
Quanto ao fundo, a mensagem do BE não é idiota. E’ insofismavel que os sacrificios que se pediram aos portugueses a pretexto de combater a crise pesaram principalmente sobre o trabalho (incluindo neste o dos funcionarios publicos). E também é evidente que os sacrificios foram totalmente vãos, tendo apenas agravado o mal. Portanto qualificar esta politica como um roubo e falar em restituir direitos não é propriamente uma asneira, nem alias muito diferente daquilo que fez (e bem) a tua colega de blogue quando impugnou as medidas orçamentais discriminatorias perante o Tribunal constitucional.
Mas tu não vês isso, porque estas demasiado concentrado na caça ao “populismo”. Uma mensagem simples, clara, ainda que radical, é necessariamente, aos teus olhos, uma das mil e uma figuras da demagogia e saltas logo à cacetada para matar a besta fascisto-populista que distingues na sombra, a aguçar o dente.
Eu digo que não ha mais perigoso, nem alias mais demagogico, do que essa forma de disqualificar de inicio o adversario, evitando ao mesmo tempo o debate. Estamos em crise, e é irrealista falar em restituir direitos, sejam eles quais forem, porque não ha dinheiro, é isso que estas a dizer ? Ja conhecemos esta cantiga, que é em substância a do PSD e do CDS. De acordo com ela, podemos apenas limitar provisoriamente as perdas, e lamentar as que ocorreram antes de tempo por causa da nabice do adver-parceiro ! Esse discrso, como sabemos, não é nada sofistico ! E também não é nada “populista” defender que o Socrates tem de voltar para o governo, não porque faria algo de fundamentalmente diferente do que faz o actual governo, mas porque se ele nunca tivesse sido deposto, então ai de certeza absoluta que estariamos hoje a passar à frente da China em termos de crescimento economico…
Queres combater o populismo ?
Então explica antes o que distingue o que disseste do orçamento para 2013 e a frase do cartaz que hoje te indispõe…
Boas
tamém vi o cartaz, não estranhei e pensei imediatamente que o parvos dos viegas iriam reagir ao estímulo não condicionado do ivan petrovich valupi.
os escardalhos ficaram histéricos com a hipótese de haver eleições, entraram em espiral obsessiva com uma vitória do ps e arranjaram esta formula para combater o suposto novo governo. o que deveria ser perguntado a esta gente era o destinatário da mensagem, qual governo ou gang de iniciativa presidencial e já agora o contributo que o be deu para a aquisição do que foi roubado, porque a contribuição para o roubo é pública, 5,17%.
viegas,lamento dizê-lo, mas infelizmente,parece-me que tambem tem a “tripa cagueira ligada ao cerebro”,para defender o indefensavel. lamento muito,mas no roubo, houve varios cumplices e um deles foi o bloco,ao levar a direita até ao poder!haja pudor!
eu diria que o cartaz foi feito a pensar atingir o imaginário colectivo – a imaginação é sempre o último reduto perante uma realidade supostamente incontornável à primeira vista, por um lado. mas, por outro, também é o primeiro reduto perante uma realidade que se quer manipular apenas em proveito próprio sem, no entanto, nada ser explicitamente prometido e logo não explicável nem responsabilizável.
Caro nunocm,
OK, portanto o debate sobre a restituição é legitimo, so que os “cumplices” não têm qualidade para participar nele. Portanto discutamos o roubo, e a restituição, mas exclusivamente entre gente séria : por exemplo entre o José e o Socrates. E se possivel com alguma rigidez técnica e moral : restituir esta bem, mas apenas uma parte daquilo que foi roubado…
Vocês são a melhor homenagem à eficacia retorica do cartaz que criticam, so isso !
Boas
O sr. Viegas termina com a expressão definitiva: ‘quem diz é quem é! nhanhanha nha!’
Droga, hoje o honrado nome “joão viegas” deve ter sido usurpado por algum inácio mais fanhoso, ou então pelo próprio João Viegas, mas em manhã de ressaca colossal.
Este cartaz da propaganda do BE é realmente tão tosco e tão imbecil, que até um otário com mentalidade de publicitário consegue desconstruí-lo. Sem qualquer prejuízo da sua acertadíssima moral, note-se…
Mas quanto ao BE e ao Louçã estamos conversados em termos de propaganda: nada foi mais eficaz e, cumulativamente, honesto (coisa tão rara, em Publicidade…) do que esta lapidar frase, título de um livrinho do Prof. Francisco Anacleto: «À ESQUERDA DO POSSÍVEL». Exactamente.
Isto é o BE. Mais nada. Desde sempre. E para sempre o será.
da-lhes viegas!
até se espumam todos a arranjar replicas para os teus argumentos. um até vem falar do Louçã imagine-se… deve querer que a malta se lembre de constancios e assim.
joão viegas, andas muito confuso. Dizes que estou a evitar o debate a respeito desta proposta do BE quando, às tantas, sou o único cidadão não-BE que lhe está a dar alguma importância. E cá estás tu, com o espaço todo disponível para me ajudares a mudar de ideias. Força nisso.
Quanto ao que dizes, vou ter a delicadeza de ignorar os disparates quase todos. Apenas não consigo resistir a falar neste:
“E também não é nada “populista” defender que o Socrates tem de voltar para o governo, não porque faria algo de fundamentalmente diferente do que faz o actual governo, mas porque se ele nunca tivesse sido deposto, então ai de certeza absoluta que estariamos hoje a passar à frente da China em termos de crescimento economico…”
Aqui entre nós que ninguém nos lê, conta lá: quem é que anda a defender que Sócrates tem de voltar para o Governo?
«força viegas!», diz a pobre. Mas que força é essa? Que força é essa?? Que só te serve pra… disparatar? Que só te manda asneirar? Que força é essa, amigo? Que te põe de bem com outros e de mal contigo?
Tás a ver no que dá acordares assim etilizado? Tás a ver o tipo de claque que sai logo à liça para te defender? Sentes-te bem acompanhado por estas inteligências brutas, ou líquidas, que vêem quem os trata bem a espumar e coisas assim? A espumar e a fazê-los lembrar o “constâncio”?
Caneco, o mundo que nos separa não é nada, quando comparado com o mundo que te separa desta tua irrevogável horda de fãs…
Bom proveito.
Portanto, se te percebo, o slogan até nem é assim tão idiota e pode até permitir, não apenas levantar uma questão essencial para quem pretende apresentar alternativas crediveis à calamitosa politica actual, mas ainda destapar a careca dos esquerdalhos do BE.
Bem me parecia que não estavas a querer dizer aquilo que esta escrito no teu post. Dai a minha confusão…
Boas
“… o slogan até nem é assim tão idiota e pode até permitir…”
desde que vi uma bicicleta a andar de portas, tudo é permitido, desde que conforme a teoria totalitária de tara irrecuperável ou arrevogável. o teu problema é o mesmo da bécula, contusão cerebral.
O “slogan” é mais do que idiota, embora a ideia seja justa. Só que um “slogan” político não é, nem pode ser, uma proclamação de moralidade trivial! Senão teríamos “slogans” do género «Os justos ao Poder», «Votem só em boas pessoas», «Exijam governantes honestos» e «Confiem o seu voto apenas a quem conheçam bem», ou outras inanidades desse tipo.
Mas, pior do que isso, para além da veracidade e da óbvia constatação de que seria da mais elementar justiça devolver aos espoliados tudo aquilo que lhes roubaram (embora aqui ficássemos o Verão todo a discutir o âmbito dos credores…), sem que isso tenha qualquer efeito prático em termos políticos, há um problema muito mais grave com esta espécie de “slogan” ca(te)quético: é a falta de legitimidade de quem o produz!
Ou seja, eu, por exemplo, Psiquiatra de Profissão (aqui neste “blogue”), a quem foram inconstitucionalmente subtraídos dois Subsídios, ou seja, dois meses completos de Salários em 2012 (muitíssimo para além, portanto, do pratinho de tremoços que o Sócrates já tinha decretado), claro que subscrevo esta mensagem do BE! Mas tenho o dedo e meio de testa para a classificar de irrealista e, muito pior do que isso (pior sobretudo em termos morais, não tanto mentais), não reconheço qualquer legitimidade a este bando de aluados para a formular!
E porquê?
Porque foi a sua prática política, a sua “luta” e, pior do que tudo, a sua “narrativa”, em perfeita RESSONÂNCIA COM A DA DIREITA QUE NOS ROUBOU, que conduziu directamente à situação que agora dizem combater!
Ou seja, em vez de me alegrar vê-la escrita por toda a Cidade, mais me lembra quem foram os cúmplices da tragédia atual! Ou seja, trata-se de uma infeliz frase não só ineficaz, como contra-producente, como queríamos demonstrar.
Não, o Bloco assim não vai a lado nenhum. Mas também, se nem com o afastamento do Louçã perceberam isso, nunca o vão perceber, os azelhas…
@ Viegas, o que é “tudo o que foi roubado”? Quem roubou? Quando? Como planeiam devolver o alegado espólio?
Enquanto não responderes sucintamente a cada uma destas questões não podes ser levado a sério. O país não é uma associação de estudantes e a política não se resume a sound bites gritados a partir de uma eterna barricada.
A direita Socratica está incomodada,
Os funcionários públicos sabem bem o que lhe ROUBARAM.~
Os pensionistas sabem bem o que lhe ROUBARAM.
Um governo de esquerda, deve ser claro naquilo que propõe.
Devolver os subsidios que o governo PSD-CDS, roubou aos funcionários públicos e aos pensionista, é começar a moralização da vida publica.
Talvez isso incomode aos defensores dos PEC,s…aguentem-se….
Júlio de Matos, muito bem.
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joão viegas, andas mesmo confuso, nem reparaste que te fiz uma pergunta. Adiante.
A tua capacidade de percepção, entendimento e compreensão já é lendária, pelo que te aconselho a teres a maior das desconfianças a respeito do que te aconteça perceberes. Quanto ao slogan, é mais um pináculo da demagogia da esquerda pura e verdadeira.
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Augusto, estou contigo: “Um governo de esquerda, deve ser claro naquilo que propõe.” E caso consigas ser tu a fazer esse trabalho de clarificação, não te acanhes. Ficamos à espera do teu fundamental e decisivo contributo, camarada.
Bom, quanto mais comentarios vejo, mais me parece que o cartaz é na realidade muito mais do que um “slogan”. Pelo menos tem o mérito de colocar dedo na ferida e de obrigar a debater o essencial, em vez das habituais discussões teologicas sobre culpas.
O que é que v. estão a dizer, afinal, que a politica desastrosa de punção arbitraria, ilegitima e contraproducente, recaindo quase exclusivamente sobre os rendimentos do trabalho, não é um roubo ? Que as medidas inconstitucionais a que se refere o Julio de Matos não constituem um roubo ? Ou então que são um roubo mas que não vamos dramatizar, pois o que esta feito esta feito, e que a questão de restabelecer direitos postos em causa sem qualquer legitimidade, e sem qualquer eficacia, não é uma questão pertinente, pois a troika esta a olhar para nos e até parece mal ?
Eu, que ja votei PS e que considero perfeitamente a hipotese de voltar a fazê-lo, vou estar atento às respostas. Porque se o programa do PS para as proximas eleições for apenas o habitual “arranja-me um emprego”, se calhar vou ponderar sériamente não votar nele.
E se por acaso aparecer um partido esquerdalho, ainda que a cheirar mal, a dizer que não podemos andar a gritar que as politicas de Passos são um roubo institucional sem levantar, ao mesmo tempo, a questão da reposição dos direitos ilegitimamente esbulhados, não vou achar a mensagem impertinente, nem inconsequente.
Como não acho que o cartaz o seja.
Mas pelos vistos isso levanta sérias duvidas por aqui. Porque, como sabemos, o grande crime praticado pelo Passos Coelho, não foi o que ele fez, mas apenas tê-lo feito em nome do PSD. Tivesse tido o beneplacido do PS (como é que se chama o lider carismatico actual ?), estaria tudo bem…
Boas
Eh, pá, amigo sectário, desisto. Hoje, definitivamente, não pareces o João Viegas. Estás a gastar cartuchos à toa. Assim não dá…
Chama-me “socrático”, “direitista”, “PECador”, como o triste do augustinho, ou então bebe uma mine morninha e espera pelo futebol em Agosto, ou pela novela da Sic em Setembro! O que mais queres que eu te diga, moço? Até parece que fizeste a nova operação da troca do cérebro com o miguel “bate-punho” gonçalves…
O texto do Val ergue-se como um obelisco à ideologia do pauperismo; tal ideologia é, infelizmente, tão martelada nos média que pode ser facilmente evocada através de referências implícitas e insignificâncias subliminares. (Mas o pauperismo é um pequeno dique cultural, qualquer tsunami social ultrapassa tão insignificante defesa). Removendo o pauperismo implícito do discurso do Val, logo cairá por terra toda a ridicularização do slogan bloquista. Por muito que possa discordar do slogan, um gajo do centro-esquerda não pode criticá-lo do alto do gasparismo-jonetismo; nem pode apontar a ausência de propostas no slogan sem apresentar nenhuma. Se o bloco pode ser culpado de ficar a meio, o Val coloca-se na situação de nem querer arrepiar caminho. Haveria que discutir como combater os factores (económicos) que levam a estas situações de saque e empobrecimento das populações ocidentais.
Recomendo a leitura do mais recente livro de Paul Craig Roberts, “The failure of lassez-faire capitalism”. Noto que este americano é insuspeito de ser uma “abominação” trotskista ou comunista ;-). Ele fez parte da administração Reagan, foi inclusivé um dos pais da “reaganomics”; está mais próximo dos liberais do que dos keynesianos, embora se tenha tornado um crítico feroz da globalização e do capitalismo desregulado. É uma pessoa que pensa pela sua cabeça o que, infelizmente, vai rareando no Ocidente. Do prefácio desse livro:
«O capitalismo desregulado é problemático em três áreas: em primeiro lugar, a crença de que os mercados se auto-regulam é ingénua. Os mercados são instituições sociais. São os actores humanos dos mercados que necessitam de regulação. Em segundo lugar, a crença incondicional nos benefícios do comércio livre, nesta era de globalização, origina perdas significativas de bem estar das populações e difunde o pauperismo, não apenas nos países em vias de desenvolvimento mas também no Ocidente. Em terceiro lugar, deve-se apontar a ignorância de muitos economistas do facto de que o capital produzido pelo homem não sustitui o capital da natureza, e de que a exaustão do capital da natureza em nome de lucros de curto prazo é um prejuízo para as gerações vindouras.»
Para além do capital natural, devo eu também acrescentar o capital humano que, como se vê pela crise demográfica, está em erosão continuada, por todo o mundo desenvolvido. O pauperismo não é um valor absoluto; é um espelho cultural do retrocesso e decadência económica da nossa sociedade; há que combatê-lo, com slogans como o do bloco se for preciso.
joão viegas, tu só queres é que te dêem atenção, né? É por isso que escreves a primeira coisa que te passa no bestunto sem perderes muito tempo com a lógica. Nada de errado com isso, atenção, sendo que a blogosfera talvez não tenha outra utilidade.
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joaopft, tu que leste o Paul Craig Roberts no “The failure of lassez-faire capitalism” é que poderás arrepiar caminho. Venham daí essas considerações e soluções, compadre. Não pagas mais por isso.
Ó João Viegas não adianta esperares que aqui estejam de acordo que o novo Governo se demarque das medidas que este tomou.
Bastava só que revogassem as que dizem estar em desacordo. Mas, eles estão de acordo com tudo, por isso é que nunca vamos ler o que pretendem fazer.
Era importante que o PS, também grande responsável pelo estado do Pais nos dissesse de facto o que vai fazer com o poder.
Nos sabemos que não vai mudar de politica só de políticos .
olha,
o Val responde ao joaopft da mesma forma que o psd responde ao ps: “venham de lá essas considerações e soluções, compadre”!
e depois, apesar se reconhecerem incapazes de resolver o problema do “roubo” e da “restituição”, apesar de nem reconhecerem a existência do problema, não percebem porque lhes dizem que não são um partido de esquerda…
ah burros!
Desculpem lá a intromissão, mas voces já leram bem o que escreveram???!!!
Deve ser do calor, que não vos deixa pensar bem. E depois sai cada uma pior que a anterior.
Val, com a elegancia de pensamento que lhe é própria, e com o qual podemos concordar ou não, declarou que o cartaz do BE é uma treta. Niguém lhe liga nenhuma,
Não tem qualquer efeito,não serve mesmo para nada. a não ser dar origem a discussões estéreis como esta que temos aqui. E fica armada a discussão de varinas na Ribeira para saber quem tem o peixemais fresco…
Mas Val tem razão, o cartaz é mesmo uma treta. Representativo do vazio de ideias que vai grassando por ai!
E deixem o argumento “Socrates” em paz! Até nisso o BE alinha pela direita.Ja esta na altura de serem homenzinhos e reconhecerem as asneiras que fizeram. arranjem argumentos novos! ideias novas! vão á praia mergulhem para refrescar ideias, e vejam se tem alguma util.
Desculpem lá agora assaltou-me uma duvida: Voces têm a certeza que o BE é de esquerda??
anjodapureza, fala-nos desse problema do roubo. Quanto e o quê foi roubado, segundo a tua opinião?
oh andre castro, “primeiro as pessoas”?
quais pessoas, todas? e primeiro do que quê, do que tudo?
e quem pretende “passar à frente” das pessoas? são também pessoas?
É que “enquanto não responderes sucintamente a cada uma destas questões não podes ser levado a sério. O país não é uma associação de estudantes e a política não se resume a sound bites gritados a partir de uma eterna barricada”…
deve ser mesmo do calor, Maria: onde é que um texto fértil gera discussões estéreis?
val, sou funcionario “publico”, o que neste caso significa que tenho os deveres da função publica mas, como trabalho numa fundação e o meu contrato é de direito privado, não tenho direito a nenhuns dos tão propalados privilégios (ADSE, segurança no emprego, etc). adiante, que isto foi só algum contexto para te dizer que nos ultimos anos me foram retirados vencimentos que me eram devidos pelo meu contrato de trabalho. alguns milhares de euros no meu caso pessoal, imagino que coisa pouca para um grande senhor como tu.
agora diz-me, esses euros foram-me roubados ou não? qual é a opinião do partido socialista nesta matéria?
@ Olinda
Aqui.Agora. Esta.
discordo uma arroba, Maria: dos férteis só podem nascer sãos ou deficientes – valem ambos.
“agora diz-me, esses euros foram-me roubados ou não? qual é a opinião do partido socialista nesta matéria?”
se tivesses sido roubado já tinhas apresentado queixa na polícia. foste embarretado politicamente pelo psd/cds com a colaboração pcp/be e pedes explicações ao ps, tá bem, toma lá a linha azul ps: 808 201 695 e resolve o problema com eles.
@Val:
O que PCR defende é:
1º) Reestabelecimento das leis de regulação financeira que foram abolidas durante a década de 1990.
2º) Revisão dos acordos de comércio livre (globalização), no sentido de proteger razoavel e proporcionadamente os salários e a produção locais, tendo em conta as condições económicas de cada país. Só isso poderá restaurar os rendimentos do trabalho no Ocidente e possibilitar um modelo de desenvolvimento dos países pobres que não se baseie exclusivamente nos salários baixos e na rápida exaustão de recursos naturais, e que possa servir de base a ganhos futuros e sustentáveis de bem estar das populações.
Os bloqueios principais às soluções são políticos. Se se organizar a economia mundial em moldes racionais, o potencial de crescimento é suficiente para resolver os problemas financeiros actuais em quase todos os países. Haverá consequências negativas — para a indústria financeira e todos aqueles cujo negócio é o “outsorcing” — mas o saldo será positivo. No entanto, países como o nosso precisarão, ainda assim, de algum apoio.
No nosso país temos problemas específicos que ultrapassam os dos países mais fortes. Temos um défice de competitividade que vem do passado, e que catalizou uma crise financeira mais séria que noutros países. Além disso, não dispomos de soberania suficiente para resolvermos o problema sozinhos. A solução no âmbito europeu é bem conhecida. A política macroeconómica europeia deve ter em conta as especificidades da periferia; mas hoje difícil de implementar politicamente, pois na actual conjuntura de crescimento anémico os ganhos de uns serão perdas para os outros.
As elites ocidentais conhecem bem as soluções. Mas como as elites são hostis às soluções, não há como não estar pessimista. Receio que os europeus do norte sejam tentados a empurrar o seu problema para a frente, canibalizando-nos e depois deixando-nos cair. Eis uma forma pragmática de as elites fugirem, no curto prazo, às perdas que a solução real do problema lhes provocará. Como se vê, há interesses demasiado contraditórios, de difícil reconciliação. Num âmbito mais vasto, há hoje uma possibilidade de grande evolução social no mundo que convive com a possibilidade de eternização da decadência e do retrocesso civilizacional. E tudo pode terminar num “banho de sangue globalizado”, como é evidente.
Não há soluções fáceis para o problema político. Não há plano salvador, gizado de antemão. Mas isso não é desculpa para a indecisão permanente e para a inacção.
caro ignatz,
eu não peço explicações nenhumas ao ps, mas reparo que também não lhas pedi a si e deu-mas na mesma, destrambelhadas e tudo. de barretes politicos imagino que deva perceber vossa excelencia muito, pelo que o ouvi com atenção e agora agradeço-lhe alguma reciprocidade.
o que eu peço é que os ilustres socialistas aqui da casa me elucidem acerca da opinião do ps relativamente ao roubo, repito roubo, dos subsidios de ferias e de natal.
é uma pergunta que vem na sequencia do post do valupi, e da conversa gerada pelos comentadores do mesmo, e à qual parece que toda a gente aqui tem medo de responder.
és tu que te vais chegar á frente, ou não? é que barretes há muitos…
“o que eu peço é que os ilustres socialistas aqui da casa me elucidem acerca da opinião do ps relativamente ao roubo, repito roubo, dos subsidios de ferias e de natal.”
se leres o pedido de fiscalização do ps ficas esclarecido e se leres o acordão do tc concluis que a pergunta deixou de fazer sentido.
reclamações é com o anacleto, que deve ser o pai do slogan
…o post é sobre um cartaz do be…pegando nele o autor escreve sobre o niilismo político que entranha a mensagem…o be é pois aqui uma metáfora da actual direita no poder…e tem razão…agora o meu modesto contributo: para não ser assim (bastava suprimir tudo – visualmente é mesmo fraquinho – vá lá estou a brincar) … fica o símbolo (a vermelho é lindo) e aproveitem a frase «(por)para um governo»… era capaz de ter impacto e depois é disso que o povo mais precisa…
anjo, mas não anjolas, andas baralhado. Se queres saber qual é a opinião do PS deves experimentar falar com alguém do PS. Eu não sou dirigente, nem militante, nem sequer simpatizante do PS.
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joaopft, “não há soluções fáceis para o problema político”, eis como concluis a exposição do problema tal como tu o entendes. Pois é usando exactissimamente o mesmo critério que critico a demagogia do BE.
Maria o que é para si ser de esquerda?
Alinhar com a Troika?
Alinhar com os Pec,s
Prometer 150,000 novos empregos e outras tretas que nunca cumpriram?
O BE incomoda eu sei, sobretudo aqueles que se estão a preparar para alianças com o PSD e o CDS.
O Tribunal Constitucional, ordenou a devolução dos subsidios aos Funcionarios Publicos e aos pensionistas.
O BE reafirma esse deliberação do Tribunal Constitucional.
Ou será que os socratinos, se preparam para defender, se o PS regressar ao governo,que os funcionários publicos e os reformados devem perder os subsidios de férias e de Natal?
Já nada me admirava,vendo o que o PASOK aliado do PS português , está a apoiar na Grécia…..
Parece que neste cortiço mal frequentado ainda andam com a treta do conluio da esquerda com a direita para derrubar Sócrates, o comentador. Invés de tratarem um cartaz com um slogan que deveria ser um hino da Esquerda, que tal vissem a vacuidade do argumentário e, já agora, a longevidade da desculpa do PEC IV . Acreditem, especialistas sobre este assunto não faltam nesta casa.
Pensando melhor, tens razão Valupi.
Dizer que as decisões do presente governo foram calamitosas, que apenas agravaram a crise, que eram e são completamente injustificaveis e que salta à vista que quem quer o bem do pais deve antes tomar medidas exactamente inversas, é uma coisa.
Sugerir que se possa voltar atras com essas medidas é outra, completamente diferente e ja completamente embrenhada no populismo irresponsavel.
E depois, não havia por ai tanta mensagem a transmitir, com imaginação e pugnacidade. Alguns exemplos :
“Basta de crise e privações : na medida do possivel, não vamos fazer nada”
“Aguenta so mais um bocadinho, que isso passa”
“O que arde cura, o que aperta segura(*)”
“Progresso em acção, prosperidade no horizonte”
“Pão paz democracia”
Uns exagerados esses loucos do bloco de esquerda…
Boas
(*) : Ja me lembro ! O lider carismatico do PS de hoje chama-se Antonio Joaquim Segura. Foda-se, de certeza que vou votar nele, amanhã ou depois.
joãopft,noutras circunstancias,nada tinha a opor ao cartaz do bloco.depois de tudo que passou com o chumbo do pec4,que permitiu que agora assistamos ao maior roubo até à data, levado a cabo contra o nosso pais e o nosso povo,não posso perder a oportunidade de lembrar aos cumplices, que roubo como este não há memoria.nota: já ouvi tanto bloquista dizer que votaram ps,que até me apetece dizer que esta gente é uma especie do alverca futebol clube mas do ps!joão viegas,os cumplices quando participam é para serem julgados.
Se não se souber o que foi roubado vai ser difícil fazer a devolução. Aparentemente, foi o subsídio de férias dos funcionários públicos e dos reformados, confisco já resolvido pelo constitucional. Falta agora o resto, que o “Bloco que mete medo ao PS”, atempadamente, apresentará numa tabela excel.
E se deixássemos todos a merda do clubismo político em paz?
E usássemos a cabeça para pensar?
Será possível que ainda continuemos a discutir coisas essenciais desta maneira?
Como é possível alguém perguntar “quanto e o quê foi roubado, segundo a tua opinião”, depois de o Tribunal Constitucional ter acordado a INCONSTITUCIONALIDADE do não pagamento dos Subsídios de Férias e de Natal a determinados assalariados e pensionistas em 2012?
É ISSO o que foi roubado e que, num Estado moral e honesto, deveria ter sido reposto. Alguém ainda tem dúvidas quanto a esta inconveniente verdade? Não foi para evitar que esse ROUBO
E se deixássemos todos a merda do clubismo político em paz?
E usássemos a cabeça para pensar?
Será possível que ainda continuemos a discutir coisas essenciais desta maneira?
Como é possível alguém perguntar “quanto e o quê foi roubado, segundo a tua opinião”, depois de o Tribunal Constitucional ter acordado a INCONSTITUCIONALIDADE do não pagamento dos Subsídios de Férias e de Natal a determinados assalariados e pensionistas em 2012?
É ISSO o que foi roubado e que, num Estado moral e honesto, deveria ter sido reposto. Alguém ainda tem dúvidas quanto a esta inconveniente verdade? Não foi para evitar que esse ROUBO se repetisse que o PS, o BE e a CDU pediram a verificação da constitucionalidade sucessiva das mesmas normas do OE deste ano? Então estamos aqui a discutir o QUÊ?
Ah, sim, o cartaz do BE. Pois é, mas um simples cartaz oportunista, ineficaz e demagógico não pode levar-nos a ter divergências de fundo sobre o essencial. Isso é que é grave e preocupante nas fileiras da Esquerda. Entendamo-nos, porra! É assim tão difícil?
ztangi,tirar-nos o subsdio,pode ser uma atitude correta em determinadas circunstancias.o problema é que não havia necessidade e mesmo assim os resultados são desastrosos. o ps não promete o bacalhau a pataco,mas tambem não nos “poe a pão e agua,”como nos paises do amanhã que cantavam.resumindo o ps é o fiel da balança. de um lado uma direita reacionaria com força para chegar ao poder,mesmo com ajudas dos que estão no outro prato da balança armados em defensores da classe trabalhadora.que os pariu a ambos.
julio de matos se o roubo deste pais fosse só subsidio de ferias e de natal,estavam mais de 70% dos portugues a viverem sem grandes problemas.fiquei sem subsidios,não me queixo por isso,mas por termos o futuro hipotecado.isto é que nos deve preocupar!
nuno cm,
eu também não me queixaria, se visse que o dinheiro que me foi roubado – e mais ainda aos meus filhos do que a mim, que ainda aguento algum apertar do cinto – tivesse sido bem aplicado em melhores Escolas, Hospitais, Lares e Centros de Dia decentes, recuperação de Bairros degradados ou até Estações de Correios, Esquadras de Polícia e Tribunais. Mas não foi.
E também estou solidário com outras vítimas de roubos menos explícitos, como os trabalhadores precários, os que têm salários em atraso (é o caso da minha mulher…), os desempregados sem subsídio, mas também os doentes sem tratamento, os alunos sem garantias de completar os estudos e, pior do que tudo, os jovens sem saídas profissionais e que se vêem forçados a abandonar a sua família e o seu País.
E estou muito preocupado com tudo isso. Mas estávamos a discutir o que entender por “roubo”, na situação política atual, e nada se compara, neste aspecto, àquilo que foi já denunciado como violação da Lei Fundamental do País. E que nunca nos será restituído, a não ser MORALMENTE!
Júlio de Matos, tudo muito bem. Mas então, falta explicar, como o título do post indica, qual o rumo económico e social que nos seria imposto pelo governo da esquerda grande para resolver estas questões.
@nuno cm
Evito aqui falar do PEC-4, pois não quero evocar a triste tradição da esquerda, que é uma de divisões e intermináveis discussões intestinas, e que os Monty Python, em “A Vida de Brian”, tão bem satirizaram. Já não tenho pachorra para isso…
Para pôr a questão de forma sucinta, creio que a decisão de o BE e PCP viabilizarem ou não o PEC-4 não era óbvia nem simples. De resto, nem José Sócrates lhes pediu o que o próprio sabia ser impossível. Colocados entre Cila e Caríbdis, o BE e o PCP optaram por confrontar Cila; a outra opção levaria-os a um vórtice político que engoliria o BE, o PCP e o PS. Seguir-se-ia o descrédito total da esquerda radical — por trair a sua natureza irascível — e a pasokiquização do PS; o país iria depois servir de pasto ao populismo de direita.
Lamento, amigos do PS, mas terão que concordar comigo neste assunto. Passos Coelho também estava entalado, conforme o delfim de Menezes lhe indicou na devida altura. Pois se Passos assinasse o PEC-4, ficaria em posição de fraqueza perante os cavaquistas. José Sócrates entalou politicamente toda a gente, com o PEC-4. A direita viu-se prematuramente no poder; como castigo pela ousadia de ter chumbado o PEC-4, levou com o ministro da troika em cima, o que a destroçou politicamente.
“aquaporina”,
mas claro que falta explicar, nunca pus isso em dúvida.
“joaopft”,
«José Sócrates entalou (…) toda a gente, com o PEC-4», mas incluindo ele próprio. Assim concordo. O PEC-4 poderia ter resultado bem, mas exigia um ambiente político menos viciado e muito menos crispado. E, caso tivesse resultado, teria sido muito bom para todos nós. Penso que aqui também concordará comigo.
O drama de José Sócrates foi, no fundo, o eterno drama do PS desde 75: nunca pode contar com a benevolência da Direita quando pretende ser firme e consequente ao serviço do Estado social e da Democracia, mas apenas quando esta vê que o PS lhe serve para defender os seus interesses; e nunca pode contar com a compreensão e o apoio da Extrema-esquerda quando se trata de ser responsável e realista no exercício do Poder, mas apenas quando esta pensa que o PS lhe pode servir para os seus estéreis combates ideológicos.
Vivemos sempre entre estes dois polos em Democracia: a Direita abarbata e abocanha o Poder sempre que sente que o PS vacila e a Esquerda se desune, mas devolve pressurosamente o Poder ao PS quando teme que a sua ganância e irresponsabilidade provoquem danos irreparáveis na manutenção dos seus interesses caso a populaça se descontrole…
Caros (Julio de Matos e outros),
1. Não sou bloquista, nem avesso a debater a responsabilidade do BE na crise politica de 2011. Penso que esta questão é neste momento secundaria, mas gostos não se discutem…
2. Sou inteiramente favoravel a deixarmos a merda do clubismo politico de lado.
3. A questão de saber o que foi roubado e o que deve ser restituido é sobre o programa politico no futuro. Não julgo que a questão seja idiota e vou estar à espera de saber quais as medidas propostas nesse sentidol. Pelo PS (que goza de um maior numero de simpatizantes neste blogue), mas também pelo BE, como é obvio. Como muitos eleitores da area da esquerda, o meu voto sera decidido apos ponderação de umas e de outras.
4. Se não quisermos brincar com as palavras, não podemos limitar o que foi roubado às medidas inconstitucionais. Estas foram impugnadas, anuladas, e o problema esta mais ou menos resolvido. Mas como dizer que são apenas estas medidas que constituem um roubo, sem dizer ao mesmo tempo que todas as outras medidas tomadas pelo governo PSD/CDS são legitimas (diminuição do subsidio de desemprego, aumento do horario de trabalho, aumento do IVA e dos transportes, tudo medidas que fazem pesar o esforço de contenção orçamental apenas sobre os rendimentos do trabalho) ?
5. Portanto a questão levantada pelo cartaz é mesmo essa : o que vai ser feito para repôr direitos e equidade e acabar de vez com a fantasia que a solução para a crise consiste exclusivamente em ir ao bolso do trabalhador e, quanto ao resto, em distribuir beneces e vender ao desbarato serviços publicos abdicando definitivamente do que eles dão (ou deviam dar) aos mais pobres, e mais geralmente ao pais em termos de qualificação e de produtividade ?
6. Sendo este blogue um blogue de simpatizantes do PS (se exceptuarmos o Valupi, que como sabemos continua a execrar José Socrates e jamais dira nada em favor do PS enquanto o homem permanecer vivo), parece legitimo perguntar : quais são as medidas que o PS vai tomar para corrigir a situação ?
7. Tanto quanto percebo ao ler os comentarios deste post a resposta é : nenhumas…
8. O post é, salvo erro, sobre demagogia. Ora bem, o que é mais demagogico : anunciar uma politica nitidamente diferente da que esta a ser implementada (como faz o BE), ou apresentar-se como um governo alternativo, mas ao mesmo tempo admitir que a politica vai ser rigorosamente a mesma e que, mercê da qualidade intrinseca dos quadros do PS, galvanizados pelo punho de ferro do Antonio J. Aperta-Segura, a crise internacional vai fugir logo nas primeiras semanas da proxima legislatura e, com a ajuda de Deus, vai então ser possivel, um ou dois séculos mais tarde, dispensar uns cobres ao zé povinho, desde que ele aceite definivamente a perenização das medidas retrogadas do governo PSD/CDS ?
9. Pensando melhor, acho que posso ser mais radical : no fundo deviamos acabar com a conversa de merda em geral. E também com a do BE, se fôr caso disso…
Boas
oh viegas! vais ter que esperar pelo programa eleitoral do partido socialista às próximas eleições se queres respostas para isso e muito mais, até lá podes perguntar à maltósia do bloco porque é que contribui para a distribuição de “beneces” entre outras merdas que te apoquentam. o cartaz visava uma campanha eleitoral que não aconteceu, desviando as atenções do proletariado votante para as responsabilidades dos anacletos no festim dos direitolos e o resto é conversa de merda em geral e de cagalhão liofilizado em particular.
boas merdas.
joao viegas,para ver se vale a pena discutir politica consigo pergunto: defendeu a adesaõ de portugal à cee, hoje ue? continua a defender? agradeço a sua resposta.
joãopft.porque motivo o bloco perdeu 50% do seu eleitorado?claro que depois de se propor uma moçao de censura ao governo socrates defender depois o contrario não era facil ,mas duvido que os resultados fossem piores.na politica não podemos estar só a ver o que se passa à frente do nosso nariz temos que ver mais longe, pesando as consequencias dos nossos atos.infelizmente nunca veremos o que é um governo do bloco ou do pcp,mas imaginamos pela experiencias que vivemos.repare,que estes dois partidos não conseguem coligar-se para ir a votos.lembra-se do que disse jeronimo de sousa antes das eleiçoes? recordo-lhe:” cada um deve ir a votos na sua bicicleta”.no meio de transporte jeronimo foi realista . os verdes são da familia.como tal coligaçao com eles sem a foice e o martelo e com um nome de cdu (nome de partido de direita na alemanha) eleitoralmente dá muito jeito.enquanto estes dois partidos tiverem esta percentagem de votos,a direita fica sempre a ganhar mesmo na oposiçao e por isso o meu combate a esta gente.
és mesmo tanso, claro que o gajo vai responder que não houve referendo e se tivesse havido não votava porque diospirou-se.
se só podemos opinar depois de referendos,as merdas que debitas contras as mulheres, já não faziam parte do teu cardápio!
Caro João Viegas, não concordo de todo num ponto fulcral:
a responsabilidade do BE na crise de 2011 não é neste momento secundária, antes é central em toda a incapacidade da Esquerda para forjar uma alternativa comum de políticas, de programa e, até, de linguagem, ou “narrativa”, que é a palavra certa, embora haja quem a queira fazer parecer desgastada.
É pena que não viva em Portugal, pois poupar-nos-ia imenso trabalho a discutir este aspecto. Quem está longe do nosso quotidiano e só sabe de Portugal por via das notícias, tem imensa dificuldade em perceber a raiz mental dos problemas que nos afectam.
Digo-lhe isto eu, que tenho amigos comunistas, socialistas e bloquistas (e de Direita também, claro, mas isso para o caso é irrelevante), com os quais às vezes se torna dificílimo entabular um diálogo sério e construtivo. Entre Amigos, note bem.
E tente informar-se sobre esta realidade incontornável: a coberto de uma suposta identificação de ideias e objectivos para Portugal, o Povo dito de Esquerda (simplifiquemos…) está tão ou mais desunido do que o Povo “latu senso” estará dividido entre a Esquerda e a Direita! Não entender isto é não entender nada sobre os problemas da Esquerda em Portugal.
Se o amigo vier um dia a uma manif, verá com bastante incomodidade que a maior parte dos “slogans” são profundamente divisionistas (quase diria involuntáriamente), gerando no sub-consciente colectivo uma “desidentificação” fatal, que a qualquer momento pode resultar em palavras ou situações desagradáveis.
Falando claro: o ódio irracional ao PS e a Sócrates, por parte da Esquerda à esquerda do PS, e a respectiva linguagem só encontram eco no ódio racional da Direita e dos sectores mais conservadores da nossa Sociedade ao mesmo Sócrates e ao mesmo PS, ao ponto de um finório do PSD ter chegado a alvitrar que com a CDU era possível estabelecer acordos de Governo sólidos, mas não com o BE e o PS de Sócrates (hei-de encontrar o “link”, se precisar dele)!
Venha a Portugal, entre numa tasca e tente comer uns tremoços com pessoal simples do PCP misturado com pessoal simples do BE e pessoal simples do PS. E veja o que acontece.
Uma desgraça, que as direcções desses Partidos nunca quiseram evitar e que, agora, não sabem resolver.
Até porque, na realidade, não vai ser fácil!
E se continuarem a alimentar esta guerra estúpida, então…
Caros,
@ nuno cm :
Vou procurar responder sucintamente às sua perguntas, pela ordem em que as colocou :
1. Sim
2. Sim, mas não a qualquer custo.
@ Julio de Matos :
Sobre a questão da responsabilidade do BE na crise de 2011, tenho uma opinião formada, que não é muito original, nem alias muito interessante. Acho que esta responsabilidade é incontestavel, mas que não é exclusiva.
Confesso ter dificuldades em compreender porque é que essa questão deve ser considerada prioritaria. Mas se v. quiser, OK, digamos que é prioritaria, contando que ela não oculte as outras questões e que isso não nos leve a negligenciar a questão de saber qual deve ser, e qual pode ser, o programa politico alternativo ao programa da direita…
E’ verdade que não resido em Portugal, e por isso venho aqui (e a outros blogues) para tentar perceber um pouco melhor o que se passa. Como é obvio, isso não chega, o que reconheço sem dificuldades. Mas, se me der licença, isso não me impede de levantar questões, como o faço neste post.
Agora que escrevi este ultimo paragrafo, acho que percebo melhor a dificuldade que tenho em ver as mesmas prioridades do que v. E’ um problema classico de estrangeirado : irrompe numa discussão de café, e vê-se imediatamente instado a definir-se de um partido ou do outro. Ninguém tem voz, em Portugal, se não começa por dizer se é do Sporting ou do Benfica. Caso negligencie esse pormenor, o que ele pode dizer pura e simplemente não é ouvido, é imaterial, como se estivesse a mexer os labios mas sem ter cordas vocais.
Por exemplo, v. parte imediatamente do principio que eu sou do bloco de esquerda, ou simpatizante do bloco, ou que não tenho nenhum olhar lucido e critico sobre o bloco. Mas o bloco não é dono do meu voto. Nem hoje, nem nunca. Ja votei nele. Ja votei no PS. Ja votei no PC. E ja me aconteceu arrepender-me de ter votado em qualquer deles…
Outro exemplo : ja votei no Socrates, mas não porque o amasse de um amor valupiano. E ja votei contra ele, mas não porque o odiasse. Se quer saber, tenho uma ideia relativamente boa do Socrates. Acho que é um politico competente. Acho que é honesto. Posso mesmo afirmar que as quezilias pindérica em torno da sua licenciatura reforçaram a minha simpatia pela personagem. So que isso nunca pesou na minha decisão de voto, que sempre foi determinada pelo programa politico (o anunciado e o expectavel), nunca pelo homem.
Da mesma forma, v. vem agora dizer que é indispensavel escolher o lado da barricada e que o que importa acima de tudo, é serrar fileiras para nos prepararmos para o combate. Talvez… Eu, modestamente, com o meu olhar poético de estrangeirado pouco dado a estas coisas, tenho uma visão um pouco diferente. Por exemplo, acho que as soluções raramente saem das fileiras e das barricadas. As coisas passam-se antes de maneira inversa : surgindo soluções, as forças politicas definem-se em relação a elas.
Isto, provavelmente não faz de mim “alguém com quem valha a pena discutir politica”, para usar a bela expressão do nuno cm. Mas também, que diabos, as caixas de comentarios so têm a ganhar com energumenes da minha laia. Afinal de contas, para claque, ja temos o ignatz…
Boas
oh emigrante de merda, com a mania que és estrangeirado! aqui nas berças escreve-se “energúmenos” e claque é a matilha que fica histérica com o padreca anacleto. se calhar tamém já votaste ou pensas no ppd ou mesmo no cds, requisito para uma verdadeira independência de pinsamento, é mesmo assim.
broas.
Espera, espera, que o povo aqui está a debater a espuma e não vêem o calhau. Em resumo: aceitar o PEC IV era pactuar com as mesmas políticas recessivas e contra-producentes (é ver o que estava lá proposto e o que serviu de base para o memorando) que o actual governo quis (e foi) ir mais além. Podem falar de quem votou contra ou a favor no recesso PEC IV, mas quem depôs o governo de Sócrates do poder foram, imaginem que isto é um regime democrático, os eleitores. Aceitar o PEC IV era aceitar as políticas que nos levam para este buraco negro. Não há austeridade (política neotonta) leve (PEC IV) ou austeridade bruta (Gaspar). Há apenas austeridade que no actual contexto, como há dois anos atrás, é económica e socialmente contra-producente. Estão a se gladiar sobre a quem recai a responsabilidade de empurrar o governo de Sócrates para rua (ele demitiu-se não foi?) e de não reeleger (Sócrates foi a votos a seguir, não foi?) quando o que estava em causa com o PEC IV é o mesmo que está em causa no actual (des)governo: a política económica/financeira/social simultânea e contra-producente que denominaram de austeridade.
Ó Zé, se era assim tão evidente que a mudança se ia traduzir na mesma coisa, porque trabalharam tanto para isso os bloquistas e comunistas? A esquerda achava que com a rejeição do PEC e o resgate o povo ia finalmente abrir a pestana e votar na esquerda verdadeira. Azar dos azares, o bloco baixou a votação.
Não foi só o Bloco a baixar de votação, os promotores do PEC IV também.
Grande bolg Val. Continue com esta postura lucida e vai ter leitores que voltam. Para os “sabichoes e fanaticos” abra-lhes um link/aba só para eles e decore-o com as bandeiras de eleição que eles ficam mais mansos.
João Viegas,
já deve ter reparado que aqui as pessoas gostam de discutir consigo. Há é uns animais que por vezes saem do curral, mas não mordem e se ninguém lhes zurrar em resposta eles voltam para a gamela e pronto, é como se nunca tivesse ladrado.
Perceba de uma vez que eu não estou a discutir o sentido de voto, não estamos em campanha, não me interssa onde o João vota ou votou (pelos vistos temos feito opções muito semelhantes), antes estou a falar-lhe de um fenómeno sociológico que, a meu ver, lhe escapa, não por dificuldade de compreensão (como acontece à maioria dos portugueses…), mas únicamente por viver longe da “piolheira”.
Se você acha o Sócrates um político competente, honesto e, no fundo, tem uma opinião relativamente boa dele, experimente dizer isso em Portugal e verá o que lhe acontece.
Se estiver entre camaradas esquerdistas, o ambiente gela e você será olhado, no mínimo, como um perigoso “amarelo”. E de seguida escarnecido, vituperado e, por último, escorraçado de qualquer discussão.
Se estiver entre maltosa do PS, muita da que eu conheço, militantes de reuniõezinhas semanais, vai logo ter de levar com om catárctico “mas fez muitos erros, olha as PPP’s, o TGV, o Aeroporto de Lisboa…” e alarvidades do mesmo estilo.
Por outro lado, se estiver à saída de alguma Missinha e falar em Sócrates à frente de velhotas beatas, ou catequistas jovens, o mais certo é o céu abrir-se e cair um raio fulminante! Ou chamarem piedosamente o 112 para lhe enfiarem uma camisa-de-forças…
Garanto-lhe que, se não quiser causar problemas, ferir susceptibilidades, ou gerar empecilhos ao harmonioso desenvolvimento de situações sociais ou profissionais, é de maior etiqueta em Portugal que o nome Sócrates nunca seja, nem ao de leve, pronunciado. E espero que acredite em mim, que não sou filiado em nenhum Partido, nem votei no Sócrates em 2005.
Acha isto uma doença mental? Pois também eu, mas é real.
Quem alimentou esta patologia aberrante? Os meios conservadores, sim, as Corporações e os Sindicatos, também, mas igualmente a Esquerda parlamentar, o Bloco e a CDU, e os blogues marxóides.
Quem ampliou ao insuportável esta disfunção colectiva? Os meios de comunicação de massas, os opinadores e os intelectuais mais prestigiados. Uns pela palavra, outros pelo silêncio.
É-lhe possível, apesar disso, continuar a discutir racionalmente o Sócrates e a unidade da Esquerda, abstraindo-se deste clima doentio e crispado? É, mas só porque vive no Estrangeiro, garanto-lhe. Ou melhor, a mim também é, sobretudo consigo, porque não sinto no ar essa crispação, mas aqui é muito difícil.
Compreende agora melhor a virulência pró-Sócrates que às vezes aflora em alguns dos textos deste “blogue”? Se você estiver no meio de uma tempestade fortíssima, a sua posição será normal e vertical, ou antes procurará inclinar-se para contrariar o efeito do vento na gravidade?
Se conseguir ultrapassar o seu afastamento e vislumbrar esta contextualização que nós aqui sentimos tão fortemente, talvez consiga dar “o desconto” e adoptar a mesma “inclinação” que nós, que lutamos para não sermos arrastados para a demência há mais de três anos.
E admitir que, nestas condições, se torna quase impossível não só pôr as pessoas dos vários Partidos de Esquerda a falar entre si (e mesmo falando já não seria fácil atingir consensos…), como sobretudo pôr as PESSOAS NA RUA a falar entre si com abertura de espírito. É isso que falta a Portugal, sabe? O clima de fraternidade e união que se viveu, no seu expoente máximo, nos primeiros meses de 1974, mas que no essencial durou até à Expo’98, ou talvez mesmo até ao Euro’2004. E que se perdeu completamente a partir de 2007-2008…
Caro Julio de Matos,
Completamente de acordo com o que v. diz acerca da histeria anti-Socrates.
Admitindo que, por mais dificil que isso seja, o debate politico não pode esgotar-se nessa questão, cabe começar a ponderar a questão das propostas politicas concretas, com Socrates ou sem ele. Pessoalmente, concordei com algumas medidas tomadas por Socrates, outras nem tanto… Mas sobretudo, acho que devemos ser realistas e fazer um balanço sério, o mais possivel objectivo, que não pode ser completamente positivo, pois afinal o resultado esta ai e ninguém, em politica, se pode satisfazer com a teoria confortavel de que a culpa é exclusivamente alheia.
O segundo governo Socrates, minoritario, numa situação desesperada (por razões em grande parte externas, ninguém tem duvidas a esse respeito), escolheu deliberadamente – com razão na altura ou sem ela, isto agora nem interessa muito – procurar apoio na sua direita. O resultado esta à vista…
Não sera altura de considerar a hipotese inversa ?
Nesse aspecto, como sou um incuravel optimista, tendo a encarar as coisas sem fulanizar. Por isso, quando falo em apoio, não penso em fulano, beltrano ou sicrano, provisorios lideres politicos. Penso na base eleitoral, que é quem da poder a fulano, beltrano ou sicrano. Como digo, sou optimista, o que implica pensar que as pessoas são, na sua generalidade, menos estupidas do que os lideres partidarios querem pinta-las. Sabem, normalmente, separar o trigo do joio.
Posto é que se lhes coloque propostas bem construidas na frente. Posso ser uma ave rara, mas não vejo outra alternativa do que começar por ai. E’ certo que nada nos garante que o resto vira por acréscimo. Mas parece razoavel pensar que nunca obteremos nada se não começarmos por ai.
E, como é obvio, a reflexão não se pode satisfazer com palavras vagas (como as que estão aqui em cima). Ir em direcção à esquerda pode, a meu ver, ser traduzido em termos muito concretos e simples de explicar : repartição mais justa do esforço fiscal e para-fiscal para restabelecer as contas publicas, mudança radical de critério na escolha do investimento produtivo (abandonando a dança da chuva à volta do totem do empreendedorismo espertalhão), aposta forte e consequente numa reforma da administração com vista à efectividade da redistribuição, o que implica compreender que a riqueza não é uma realidade de papel…
Boas
Caro João Viegas,
não posso estar mais de acordo com esse seu programa. Mas tem que haver uma plataforma mínima de entendimento (muito mais do que apenas rasurarmos de uma vez a questão Sócrates, que aqui até posso admitir como hipótese plausível): por onde começar, então?
O PCP, o BE e o PS que têm em comum? Defender o Estado Social? É um conceito bonito, pode ser o início do caminho, mas por si só não basta.
Sobretudo se o BE e a CDU exigirem, à partida, a ruptura do PS com a tróica! Espera, com realismo, que isso algum dia aconteça?
Por isso mesmo é que, agora, o BE e o PC se arriscam a ficar de fora da salvação do País. Ou acredita ser possível alguma reviravolta súbita nesta exigência fatal?
Eu não.
Ola,
Não tenho “A” resposta, nem acredito que exista uma em absoluto. Mas repare que o realismo conduz a jogar com os interesses objectivos de uns e de outros.
E’ certo que ninguém esta completamente ao abrigo da chantagem demagogica. A direita esta a experimentar isso mesmo com o Portas… Agora se o PS fôr capaz de definir uma proposta suficientemente coerente e clara, que não possa ser confundida com a do PSD, então vai encontrar suficientemente eco no eleitorado de esquerda para obrigar o BE e o PCP a inflectir as suas posições. Talvez não ao ponto de entrarem completamente logo numa logica de aliança, mas talvez ao ponto de perceberem que têm mais beneficios a esperar da viabilização de um governo PS, do que de uma corrida aos extremos em que se arriscam a perder o contacto com as suas bases…
Como é evidente, o perigo da demagogia é mais importante em época de crise, pois as pessoas estão desnorteadas. E’ o que passa hoje e o que explica que a esquerda do PS tenha actualmente uma forte propensão para alinhar em barricadas absurdas. Mas nessas alturas é que conta ser construtivo e responsavel. O crédito politico adquire-se dessa forma. Bom, sejamos mais prudentes, devia adquirir-se dessa forma…
As pessoas sabem fazer a diferença, acredite. Mas se a proposta do PS for indiscernivel da do PSD, então, com alguma legitimidade, vão achar que não vale a pena votar no PS, ou que votar no PS não é votar à esquerda, o que vai dar no mesmo…
Boas