Daqui a umas horas abrem as mesas de voto em Lisboa. A abstenção será a vencedora destas eleições, e creio que a culpa é da candidatura de Helena Roseta. Trata-se do maior fiasco dos últimos anos, pois muito se esperava da mulher. O que se viu é igual a zero. E o zero começou a fIcar redondo na recusa de coligação com o José Sá Fernandes. Curiosamente, o meu desejo de 11 de Maio não era assim tão alucinado, pois a Nogueira Pinto admitiu apoiar Roseta. Perdeu-se uma rara oportunidade para se renovar a democracia e promover a cidadania.
Acreditando que vemos no exterior o que somos no interior, que os trafulhas vêem trafulhas em todo lado e os anjinhos se imaginam no céu, envaideço-me a pensar que Sócrates foi inteligente e responsável na escolha de António Costa. Não é comida para a minha dieta, mas foi socrático. Foi bom para a Polis.
Um misto, ou mistela, de sentimentos patéticos com raciocínios abstrusos preenche o fenómeno da popularidade de Carmona Rodrigues. Os seus apoiantes dividem-se por dois influentes e retro-urbanos grupos: as donas-de-casa e os fogareiros. A uni-los, um único argumento a favor do bisonho anti-PSD e anti-partidos: ele é boa pessoa. E quanto menos falar de política, ou quanto mais falar contra os políticos, mais melhor-boa a sua pessoa ficará. Claro, também com patarecos se faz uma eleição.
Sobra o Sá Fernandes. Um lírico. Um bravo. Vai ter o meu voto.
Sá Fernandes já teve o meu voto quando foi necessário alguém para denunciar o “trabalhinho” de Santana e Carmona. Neste momento de desastre financeiro e de paralisia na CML é preciso concentrar os votos em algo de construtivo: António Costa (não confundir com o cabo da GNR). É que não há alternativa.
O post anterior é cá do Nikita.
Bem visto, Valupi!
Depois do sonho, a realidade. É o que sobra.
No dia seguinte, depois da festa, petiscamos os restinhos… deliciosos!
Excerto de um post meu de ontem no Floresta do Sul:
«…embora se me obrigassem a lá viver e me desse para lá votar (…) pusesse a cruz no quadrado de José Sá Fernandes.»
António,
Já somos dois. O voto do Valupi vale (de resto, sempre) por três.
Continua o incompreensível direito de voto exclusivo em Lisboa dos residentes em Lisboa.
Sendo que residir em Lisboa é cada vez mais raro, como se sabe, relativamente ao número de pessoas que aí vivem todo o dia, porque aí trabalham, estudam, ou porque passam aí quase todo o seu tempo.
Todos aqueles que penam no IC19 ou na autoestrada Cascais-Lisboa ou na Ponte 25 de Abril, Vasco da Gama e afins passam o seu dia em Lisboa.
Muitas vezes mal conhecem o sítio onde vivem, desde os vizinhos a quem é o presidente da Câmara, para não falar no — nunca soube quem é, nem de que partido é — presidente da ‘junta’.
No entanto, não votam em Lisboa.
A mesma Lisboa onde fazem tudo, onde gastam e ganham dinheiro, que conhecem melhor que o concelho onde vão dormir.
O que leva L. a pensar se os resultados eleitorais em Lisboa não serão injustos, errados e inúteis.
Pelo menos enquanto os universitários e restantes estudantes, e todos os que ‘dormem’ fora de Lisboa, que trabalham em Lisboa, aqueles cujo BI não diz Lisboa em ‘residência’, não votarem em Lisboa.
Porque vendo bem, são eles que vivem — e que são — a Capital.
A maioiria dos lisboetas querem saber da sua cidade?
Tendo em conta os valores da abstenção nas eleições de ontem, nem por isso, mas parece – pelo que se viu na TV durante as intervenções junto dos “apoiantes” de António Costa – que os septuagenários de Famalicão, Cabeceiras de Basto e do Alandroal, querem.