10 thoughts on “Parelhas (edição especial da casa)”

  1. Exactamente, Lucas Galuxo,

    Mais um caso em que a propensão portuga para a dramatização em jeito de coboiada tem servido a uns e outros para varrer debaixo do tapete e fugir à verdadeira questão, que é trabalhar sobre os factores objectivos de risco : a desertificação das zonas rurais, a politica de florestação inexistente ou permeavel aos interesses das papeleiras (sou o unico a lembrar-me das paginas inteiras de publicidade nos jornais a proclamar que que estas industrais tinham conseguido aumentar a area florestal no pais ?), a ausência de uma politica territorial consequente e com visão, que deixa permanecer uma situação de micro-propriedade em que ninguém é capaz de fazer o que quer que seja a não ser chorar quando arde o quintal, etc. etc…

    Ha outros sectores onde nos vemos a braços com o mesmo problema.

    Boas

  2. Não sei se leste a notícia até ao fim, Viegas. A WWF também desfaz a mitologia eucaliptofóbica.

  3. Ola,

    O que o artigo diz é que a monocultura não é, por si so, um perigo e que pode ser compativel com um risco diminuto se for devidamente mantida blablabla. A monocultura é uma consequência obvia de todos os outros factores (abandono dos campos, emparcelamento que faz com que ninguém tenha possibilidade e/ou apetência para investir nas zonas rurais, a não ser as papeleiras, etc.) e, como se viu o verão passado, os eucaliptos ardem tão bem ou melhor do que os pinheiros. Portanto, embora concorde que não se deve apresentar o eucalipto como o diabo responsavel por todos os males, a cantiga que reza “coitado do eucalipto, é uma vitima, e se as pessoas tivessem mais cuidado os nossos eucaliptais a perder de vista seriam um autêntico paraiso” tem muito que se lhe diga.

    E’ um bocado como a rabula no Lucky Luke, quando estão todos a lamentar a morte de um velho colhido por um touro e que uma das pessoas encostadas no bar diz “pobre Jim, se calhar ele não devia ter bebido antes de ir afrontar o touro”, ao que o dono do bar responde : “não é bem assim, se o touro também tivesse bebido, a tragédia não teria acontecido”.

    Boas

  4. Voltamos ao mesmo: convocar o clima para explicar uma dinâmica na qual o clima é o único factor que se manteve . Quando são os presidentes das câmaras de Albufeira ou de Lagoa a convocar as “alterações climáticas” para explicar a inundação das caves que licenciaram nos leitos de cheia da ribeira de Albufeira ou no barranco do Carvoeiro, eu entendo – estão a insentar-se de responsabilidades técnicas e politicas. Mas quando esse “argumento” é usadopor um cidadão num suposto exercicio critico, não entendo.

    Exemplo acabado de que estes assuntos são tratados com os pés, são as comparações da WWF entre os eucaliptais galegos e das serras de Huelva. Como se pode explicar o comportamento perante o fogo apenas pelo ordenamento quando estamos a falar de humidades relativas diametralmente opostas ?!

    Neste aspecto a noticia fez-me lembrar um arrazoado do Francisco Louçã , em que comparava a àrea relativa de eucaliptal entre Portugal e outros países, entre eles a Alemanha. Segundo Louçã, só não teria eucaliptos quem não queria, pois pelos vistos eles cresceriam por igual em qualquer lado. Enfim.

  5. JRodrigues, és contra a criação de uma resposta ibérica às alterações climáticas no domínio do combate aos fogos florestais?

  6. Valupi, sou favorável à promoção de politicas de ordenamento do território que minimizem o risco dos fogos florestais num clima que é e sempre foi NATURALMENTE propenso a eles. Apenas isso.

  7. JRodrigues, não foi sobre isso que respondeste que te perguntei. Aliás, o facto de o clima ter sido sempre “naturalmente” propenso a incêndios florestais, aceitando a tua tese, não impede que se reconheça uma maior probabilidade de incêndios por causas relativas às alterações climáticas e, especialmente, ao aumento das temperaturas na Península Ibérica.

  8. A questão, caro Valupi, é que conheço uma quantidade considerável de medidas de politica económica e de ordenamento e gestão do território cuja implementação poderia ter razoável impacto de médio prazo na redução da probabilidade de ocorrencia de grandes incêncidos ; já em relação a medidas que evitem o invocado ” aumento das temperaturas “, aceitando a tua tese, sou ignorante na matéria.

  9. especialíssima. é maravilhoso quando sentimos que não estamos sozinhos naquilo que é essencial: o conhecimento. e é por isso que é tanto o orgulho que sinto em vir cá.

    Obrigada, residência Valupi. :-)

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