David Dinis não botou faladura acerca das peças que publicou sobre Sócrates através de Cristina Ferreira e Manuel Carvalho. Assim, não sabemos com exactidão se subscreve a tese da corrupção do Governo socialista na origem do que veio a acontecer na PT em 2014 ou se assina por baixo o retrato manuelino da “tenebrosa era de Sócrates“. Já quanto ao calculismo e sonsice da sua postura, a exactidão é absoluta. Um director tão entusiasmado com a época dos fogos florestais, a qualidade das cercas nos paióis do Exército, o CR Centeno e as danças de salão de Costa e Passos parece especialmente vocacionado para partilhar connosco o que pensa das inauditas e homéricas acusações que manda publicar contra ex-governantes, banqueiros e administradores – acusações que levantam questões de regime. Que estranho o seu silêncio. Será um caso de timidez? Ou ainda não teve tempo para teclar a respeito?
Em vez disso, no próprio dia em que chutava para canto o texto de Sócrates a defender-se dos ataques do Público, o magnífico Dinis voltou ao tema da sua predilecção: os mortos de Pedrógão. Veja-se o gosto com que escreve sobre esse delicioso assunto, imitando na perfeição o estilo de outro grande artista do porno-lirismo que admira de paixão, o PSG:
Que Verão estúpido, este que nos calhou em sorte. Começou há dois meses em Pedrógão Grande. Esse dia que ainda nos parece impossível, esse impossível que nos deixou a perguntar porquê. 64, 65 ou 66 vezes porquê.
Não é lindão? 64, 65 ou 66. Os mortos transformados em números, os números usados como arma de arremesso. Ou seja, os mortos a servirem para despachar textos narcísicos e inanes onde os autores se entretêm a imaginar-se líderes de opinião no topo do comentariadado nacional. Porque raio os escrevem? Porque podem, porque querem e porque não resistem à fantasiada importância que dão a si próprios por causa dos cargos que ocupam e da sua notoriedade potencial. E qual o efeito no espaço público, na sociedade, em alguém que tropece nele, de um texto que se limita a ser um exercício de lamúria onde se chafurda numa propalada impotência de tudo e de todos? Terá o Dinis a obrigação contratual de escrever um mínimo de caracteres por mês, não importando que tal se contente em ser o despejo dos seus maus fígados?
Porém, contudo, todavia, eis que Sócrates aparece no seu paleio sobre Pedrógão – “What else?” Qual deus ex machina, não satisfeito em ter chegado à Madeira, o director do Público vai buscar os idos de Março de 2011 para terminar o texto, tão bonito, com um fogacho só para iluminar o tal livro sobre a coisa que lhe terá dado alguns tostões a ganhar. É a celebração da estética da decadência, pretende deixar-nos a paisagem de um país destruído pela maldade dos políticos. Os tais políticos que não respondem às perguntas – 64, 65 ou 66 perguntas – que os valentes portugueses a trabalharem heroicamente em órgãos de comunicação livres dos socialistas corruptos fizeram assim que toparam com a fumaça na linha do horizonte.
Também Manuel Carvalho, na sua cena do ódio dirigida a Sócrates et alia, nos deixa o “falhanço do país que fomos nesses anos perdidos da primeira década do século” nos braços. É a sua opinião, apenas uma opinião. Mas posto que é esta a sua opinião, então o seu trabalho como jornalista de opinião passa a ter de ser avaliado precisamente pelo conteúdo que preenche a sua subjectividade. No caso, ele revela nada mais conseguir julgar, quiçá reconhecer que exista ou tenha existido, para além do odor a crime num caso ainda sob investigação e que não sabemos se, quando e como chegará aos tribunais, muito menos o que aí ficará estabelecido como provado.
O país do Manuel Carvalho, tal como o do David Dinis, tem o tamanho da sua parola vaidade e é habitado obcecadamente pelas suas preferências e aversões. De facto, parece miserável.
Claramente, o que move esta gente é a confirmação de que um Estado capaz é capaz de fazer a diferença.
Ambiente, Ciência, Educação, Inclusão, Cultura, Dignidade, essas coisas detestadas, que nos afastam do pobrezinho, mas temente e asseado.
E que sempre que a direita regressa ao poder, lá vem o cimento, o eucalipto, o empreendedor de coisa nenhuma, o preguiçoso, o pato bravo financeiro e “tutti quanti”.
Seria engraçado saber quanto custa controlar desta forma a comunicação social e quem e como a financia.
Não parece, de facto é mesmo miserável ou de facto são mesmo miseravelmente miseráveis porque são miseravelmente pedantes convencionais convencidos de suas tiradas palavrosas e floreados que tomam por pensamento o que não passa de rasca opinião fulanizada sem fundamento para atacar o outro por vingança encomendada sem carácter nem moral.
O Carvalho é o cão amestrado do dono e faz gala disso caninamente a todo o tempo onde quer que bote faladura. O Dinis esfola a cabeça e pela-se sempre a todo o tempo por mostrar que pensa pela sua cabeça e tem ideias próprias diferentes e únicas dos seus pares. Daí, ao querer ser diferente e original, normalmente emaranha-se em pensamentos com lógica de batata e sem querer opina em sentido contrário ao desenvolvimento do seu discurso.
Foi assim que produziu, em parceria, os “Entroikados” que, bem lido, cada vez mais com o decorrer do tempo, se torna um documento valioso que, ao contrário do pretendido, valoriza documentalmente toda a acção de Sócrates nos momentos cruciais na defesa intransigente do país.
O Pacheco padece do mesmo ódio destes dois e, como todos que não suportam alguém que, além de não corrupto, é não comprometido com Cavaco nem com o cavaquismo de Duarte Lima, BPN, e…, e…, e…, e é mais capaz e competente politicamente, também ataca ferozmente o mesmo alvo sem sentido nem fundamento ao contrário do que tenta fazer quando defende as vacas loucas, Durão Barroso, a guerra do Iraque, o jornalismo do ‘cm’ ou Trump.
Há aqui, no caso Sócrates ex-PM de Portugal, qualquer coisa que é uma constante do lado trágico da História humana: os que vêem antes são sempre perseguidos e destruídos pelos que só vêem depois.
Para tais visionários a sentença final será exarada na História e para os acusadores no sombrio esquecimento.
Esse inefável Dinis, qual Lavrador de um qualquer pinhal plantado, mas que não medrou, tenta semear palavras ocas aos ventos a ver se alguma medra (acho que o anagrama da palavra se aplicaria melhor…). É igualzinho a um seu anterior colega de direção do jornal, do qual o Grande Chefe Belmiro dele muito gostava, como se vangloriou, por ele ter militado nos idos de 74-75 na USP e ter a “fibra” de um “combatente” (por estas ou palavras similares…). Pela amostra vê-se bem o combatente. Mandam uns bitaites para ficarem bem na fotografia e já se julgam grandes educadores. Não há como fugir do senso comum. A “vidinha” manda a perna,porque o que deveria estar no cérebro, passa-lhes somente para a mão que escreve.
Grande parte da opinião publicada que domina a imprensa de direita, a única existente em Portugal, afastou-se da construção de textos com um racional sólido para dar lugar a elaborações retóricas que servem os preconceitos ideológicos dos seus autores. Para ler um texto com cabeça tronco e membros, com recursos poéticos metidos no sítio certo, uma pessoa tem que recorrer a blogs anónimos. Que não te doam as mãos Val
Integra.
Subscrevo Lucas Galuxo.
Que não doam as mãos a Valupi para escrever o que boas cabeças reconhecem como escrita consistente e séria e de análise.
Os impérios pasquim cairão todos na mesma mão e breve breve bastará um com publicação audio para iletrados de baixo consumo em tascas e cafés.
Rádio só Antena 2.
Tv só 2.
Por agora e ainda.
Alto lá! Este País não é só dos Dinis e Carvalhos! Ao contrário, há muita gente boa por cá!
PROBLEMA: A nossa passividade, o nosso nível de ‘ter’ em vez de ‘ser’, a nossa fé no ‘destino’, oriunda do ‘maktub’ dos mouros e da ‘PIDEnça’ de Salazar. ‘Não estorva’ é a regra básica na função pública.
E ‘manda quem pode, obedece quem tem juizo’ para aqueles que querem lá chegar ou numa PME
ter um BMW para dar a impressão que tem algum poder.
Quem não sabe dos imensos iates que nunca saem da marina de Vilamoura, onde os que aparentam
ter recursos realizam festas de Verão e convidam opinion-leaders, convictos que o iate é do hóspede,
quando sabemos que é arrendado para aquele evento. Chega até a mudar o nome por alguns dias,
para dar a impressão que realmente é do aldrabão. Nada ilegal, mas não terá algum impacto?
Não nos falta um PLANO ESTRATÉGICO, p.ex. entre os bloguistas, para apresentar soluções, em vez
de discussões? Já que a comunicação social despreza a interactividade com o seu público, não dá
‘voz aos sem voz’, não seriam os blogues a alternativa para o cidadão se articular com os seus pares
e mudar, em vez de refilar?