3 thoughts on “Muito obrigado, Fernando”

  1. Velho cineclubista reformado, só posso dizer que se «Uma abelha na chuva» é alta literatura em cinema, «Belarmino» é um retrato pungente de um certo tempo português, a coroa que pagava a graxa, o prato de sopa e a bola de Berlim para encher. E a água mais fresca do Mundo na manhã do bebedouro do Rossio. E o túnel infinito do Estádio José Alvalade, o esplendor da solidão que só pude percorrer em 1988 mas onde eu já tinha passado dentro do filme de Fernando Lopes.

  2. quando morre um artista penso sempre na teoria de Gestalt e quando CE demonstrou que se doze observadores ouvissem cada um dos tons de uma melodia, a som das doze experiências não corresponderia à experiência de alguém que a ouvisse toda. e assim é a vida de quem carrega a imaginação, a invenção, a perspicácia, a intuição e a beleza da vida: uma melodia, num lugar e com uma função únicos, que nasce para os olhos – de dentro para fora e de fora para dentro. e fico tão triste quanto contente. e choro a sorrir.

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