Quem utilizar o Multibanco, nem que seja para verificar o dinheiro que não tem, depara-se com esta frase publicitária:
É uma casa portuguesa, concerteza.
O espírito do Acordo Ortográfico é o de aproximar a escrita da oralidade, livrando a Língua dos inestéticos e trabalhosos sinais da sua história, mesmo que para isso arrisque dar cabo da semântica e da sintaxe. Nesse sentido, o neologismo concerteza deveria ser aceite. Ele é usado por um número crescente de personalidades, algumas delas insignes figuras públicas. O mesmo fenómeno ocorre com o também publicitariamente famoso benvindo, o qual pede aprovação institucional. E por aí fora, dando-se carta de alforria ao povo que não está para canseiras. Aliás, que se espera para começar a grafar outras variantes, como as tão úteis sencerteza, concertezapoucochinha, tácertoentão, acertaláissoópá, maisdoiseuroseficacerto, eugostomaisédopreçocertoporqueogordodofernandomendesédemijararir?
Nota: a campanha do Multibanco promove a Adega Cooperativa de Pegões.
Eu escrevo “com certeza”, mas na frase a que te referiste, fica bem o “concerteza”, pois remete para a palavra tão canora que é a “concertina”.
Largóvinho também será escrito assim a partir de agora.
Valupi concordo com tudo mas lamento um facto: estar ligado esse erro à Cooperativa de Pegões que tem aquele vinho branco excepcional nascido nas vinhas cheias de areia da defunta Junta de Colonização Interna. Vivi no Montijo entre 1957 e 1961, beber o vinho de lá é voltar à infância perdida para sempre.
Pois concerteza que o neo-grafismo é benvindo (daí o meu contributo com o termo “neo-grafismo” – ou até, como dizia aquela criancinha quando entrou para a primária, neo-grãofismo, que sempre acrescenta uma carga gastronómica ao termo).
Se me permite, proponho taõbém algumas sugestões, prinzemplos: intusiasmo, tázaber, “Uma daqui a alguns dias à frente” (inspirado na elegante frase diariamente repetida “Há alguns dias atrás…”)
já viste Valupi, bem me parecia que isto era a modos que ir ao ginásio, neuronal no caso, tu és monitor ou assim:
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=44&id_news=353933
com certeza concerteza
O tinto de Pegos Claros(foi da família ,em tempos) era de estalo,um acidulado característico do chão de areia,como bem refere,caro JCFrancisco a minha Avó Materna era do Montijo,é Terra que prezo muito.Abraço
claudia, nunca lá chegaria sozinho.
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Nik, apoiado.
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jcfrancisco, nada do que se vive está perdido. Ora procura lá bem.
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Senhora de idade, é praga corrente, o há dias/anos atrás, explicado pela nossa vocação para a ênfase. Mas vou dar o prémio ao “prinzemplos”, uma das mais conseguidas manifestações do génio português.
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Z, o cérebro é um músculo, cresce com o exercício. Agora, só fica trinca-espinhas intelectual quem quiser.
pois amigo, olha como isto de sair da impulsão para a gravidade faz um achatamento, não haviamos de ter dor de cabeça, depois com exercício lá vai…
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1346207&idCanal=13
Parece que alguém responsável leu o teu post e foi a correr separar as palavras erroneamente siamesas. Não sei se aconteceu em toda a cidade, se o fenómeno se alastrou a todo o país, mas posso afirmar com(toda a)certeza que o multibanco de Campo de Ourique já teve a sua revisão ortográfica.
Z, queremos é andar de cabeça no ar, eis o que se comprova desde há milhões de anos.
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J de João, talvez eles para Campo de Ourique tenham feito uma versão especial, adequada ao nível gramatical do bairro. Afinal, está lá a Casa Pessoa…