Hoje, no Fórum da TSF, João Duque apresentou para espanto dos simples esta épica visão:
Terceira ideia – aproveitar bem a nossa emigração. Nós sabemos que o nosso mercado de trabalho está muito deprimido, há poucas oportunidades no mercado de trabalho e infelizmente os nossos quadros técnicos e os nossos jovens têm estado a sair de Portugal. Mas podemos olhar para esta saída de duas maneiras: ou pelo lado muito pessimista das lágrimas ou pela óptica um bocadinho mais optimista do sorriso. E aquilo que eu espero, sinceramente, é que esta nova diáspora – que é uma nova diáspora que, pela primeira vez eu sinto na minha vida, é uma diáspora educada, que tem aspirações e que tem capacidade para ascender a lugares de decisão nas organizações onde vai entrar – possa no período de 10 a 15 anos tomar lugar nos órgãos de decisão dessas empresas e fazer dessa diáspora aquilo que nós muito desejamos, que é: uma diáspora a puxar pelos produtos nacionais, pela prestação de serviços e fornecimento de produtos com valor acrescentado nacional, e que possam mais tarde vir a conduzir para Portugal investimento dessas empresas – e provavelmente, eu diria, a virem eles a lideraram essas empresas e essas participações e esses investimentos em Portugal porque são as pessoas mais capazes para o fazerem a soldo dessas empresas estrangeiras. Portanto, eu diria que 2014 pode ser também já um ano nesse sentido, que é o aproveitamento da nossa diáspora fora de Portugal.
Há várias ideias de arrebimbomalho aqui amassadas. Começando pela última, temos de louvar a opção do pensador pelo aproveitamento da “nossa diáspora fora de Portugal” tendo em conta o péssimo estado da diáspora dentro do País. Depois, é também enternecedor registar o conselho para sorrir perante o fenómeno da emigração cujos números já ultrapassam os da década de 60. Se sorrirmos, e isso está provado, os problemas ficam logo mais leves ou até desaparecem. Mas a manilha deste Duque visionário está guardada no homérico plano para tomar conta das empresas estrangeiras. A coisa não tem como falhar: estamos perante a 1ª diáspora educada → quem tem educação vai trepar pelas hierarquias das organizações como macacos à procura de banana → tendo em conta que no estrangeiro há pouca gente com as capacidades intelectuais e morais desta diáspora, chegar ao topo das empresas é canja → lá chegados aos gabinetes onde se põe e dispõe, alteram de imediato as ordens de compra e passam a encomendar cenas de Portugal, desde serviços de consultoria a queijos, vinho do Porto e sapatos giros → não contentes, ainda conseguem que as empresas decidam passar a investir em Portugal pelo simples facto de terem portugueses a trabalharem para elas → last but not least, todo o dinheiro que virá encher Portugal de investimento terá de ficar nas mãos da diáspora, a qual, depois de 10 ou 15 anos a aperfeiçoar o sacanço da massa à estranja, é quem deve mui justamente usufrur das benesses alcançadas com tanto esforço. O ás de trunfo exibe-o Duque ao concluir que 2014 já dá para apreciar esta economia planificada em acção, qual esperar 15 anos qual quê. Andamos a ejacular sementes com pujança para os óvulos corporativos além-fronteiras há tempo suficiente para podermos tomar posse dos seus activos este ano mesmo.
O que aqui temos chapado com clareza meridiana é o sonho de um pacóvio alucinado. É deste material que se faz parte maior da direita portuguesa, são merceeiros armados em doutores. Uma sua alma gémea também escreveu há dias um panfleto de igual sentido –A emigração é mesmo uma desgraça? – enaltecendo os heróis que não tem essas pieguices de ficarem a viver na terra onde nasceram e estudaram. Esta é a voz da oligarquia, para quem as crises económicas podem ser extraordinárias oportunidades para ganhos financeiros e/ou políticos. Na oligarquia, essa torre de marfim, os indivíduos que compõem o suporte da comunidade estão lá muito ao longe, são pontos moventes na paisagem, sem rosto e sem voz. Por isso é fácil sorrir durante uma crise desta dimensão, brincar no Excel, delirar com reengenharias económicas e sociais, desprezar a Lei e a História, encher a boca com esse ódio ancestral nascido do medo. O ódio aos pobres.
uns com ódio aos pobre e tu com amor ao teu umbigo
atenção diospiros laranja! o ministro conadá deixou este gajo pendurado
http://www.youtube.com/watch?v=S2F0ahW4UFI
agora te digo que o texto não me arrancou um sorriso mas várias gargalhadas!
:-)
e é assim a alegria sobre a profunda tristeza. talvez tenha faltado também o argumento da xenoglossia da diáspora.
Isto sim é medonho. Uma total falta de respeito por quem emigra. E não, não é de João Duque que falo, é mesmo do autor que assim demonstra uma total falta de sensibilidade, respeito e empatia por quem nestes tempos tenebrosos, deixa mulher, mãe, pai ou filhos p/ ir «à aventura» tendo por leve esperança um regresso alavancado em qualquer empresa estrangeira, sendo chefe, empregado ou avençado.
Isto é um nojo, é brincar com GENTE, PESSOAS que sendo ou não do nosso agrado falam a nossa língua, partilham os nossos costumes e daqui saem sem mais nada do que a esperança de que «lá» tudo corra bem e um dia possam voltar.
Fica assim esclarecido quem vê toda esta merda como uma brincadeira, um jogo entre «nós» e «eles» e não se revê jamais nas dificuldade e legítimas aspirações que alguns possam ter.
É de GENTE de que falas, estão lá longe mas têm rosto e voz, um dia voltarão, velhos ou acabados, ricos ou miseráveis, «merceeiros armados em doutores»?!? É o POVO meu FDP é o POVO, é a plebe, são miseráveis que saem, mais ou menos educados, mais ou menos orientados, mas nenhum sai de ânimo leve e confiante, nenhum sai sem a esperança de voltar.
Fazer graçolas cibernéticas com a miséria, mais ou menos indigente, de quem tem ou teve de emigrar, faz-me perceber quem se diverte com a CRISE.
VOLTAR, e se possível, à frente de uma empresa é uma aspiração justa e legitima de quem parte. O que o Duque diz não foi ele que inventou, foi-lhe dito por todos os que saem…
O mundo é o que é, e uns ainda acham que se divide entre «esquerdas» e «direitas».
O duque de paus secos roubou a ideia ao Futre.
Enviados para a terra dos parvos de lá-fora, os portugueses educados e qualificados para conquistar e ocupar as presidências das multinacionais do mundo, brevemente o céu de Portugal encher-se-á de charters carregados de CEOs para a reunião anual cavacoide da diáspora.
As encomendas choverão dos CEOs portugueses e de seguida o céu, mar e estradas de Portugal cobrir-se-á de charters, combóios de barcos e tires carregados de bens transacionáveis portugueses com destino ao mundo global.
No grandioso monumento de homenagem aos heróis do sucesso das novas navegações portuguesas por mar, terra e ar, o cavaco, o passos e o portas posarão para a eternidade a acariciar uma cabeça de abóbora gigantesca do duque.
Bom dia, no meu trabalho (Oil and Gas – Noruega) tenho colegas do Paquistao, Irao, Polonia, Filipinas, Portugal, etc. Portugal esta neste grupo de paises, com crises enormes geradas em grande parte por governos incapazes.
Ha paises que recebem mao de obra qualificada e outros que exportam mao de obra qualificada, e o saldo final sempre foi o empobrecimento ainda mais acentuado de quem perde essa mao de obra.
Quanto ao texto do Sr. Duque, nada daquilo se aproveita para a discussao, e realmente uma idiotice. Talvez se pudesse mandar esse Duque de autocarro para a Holanda para convencer os descendentes judeus Portugueses a voltar, ou a investir em Portugal. Ele tem tao bons argumentos…
O que o sr. Duque se esqueceu é que há um grande ressentimento dos emigrados, uma vez que emigram por falta de oportunidades, reconhecimento e perspectivas de futuro.
Nenhum se vê a voltar a Portugal nos tempos mais próximos pq dizem que nunca cá obterão as mesmas condições do país onde atualmente se encontram, pelo que sonhos de virem cá com 5 empresas debaixo do braço é ilusório.
Já o HMonteiro, num texto nojento que tem a incrível permissa de – esqueçamos as implicações pessoais relativas a cada emigrante – como se isto não contasse, como se não estivessemos a despedaçar famílias, amigos e até possíveis grupos de empreendedores, apela no mesmo sentido. Uns idiotas que nem contas fazem…é que são lindas. Em 2012 os números da emigração tornam o problema demográfico talvez no maior de todos em Portugal. Como se não bastasse aos 107612 óbitos corresponderem apenas 89841 nascimento, os 121418 da emigração vêm lixar a conta toda na seguinte perspetiva de perda de população:
-2 anos – menos 278378 habitantes
-5 anos – menos 695945 habitantes
-10 anos – menos 1391890 habitantes
-15 anos – menos 2087835 habitantes
E os que julgam que esta ano é excepcional, aguardemos então pelos nrs de 2013 e pelo evolução cada vez mais negativa da natalidade.
Assim se esfodaça e envelhece um país, de propósito diga-se. É por isto que eles são traidores à Pátria e diferentes de todos os outros.
Sempre te leio com grande prazer, por desfrute pessoal, e posso dizer que é justo valorizar a quem sabe dar tão bem amanho , qual alfareiro o barro, as palavras da lingua portuguesa. Ora bem, não é só quem sabe repartir palavras como semente de centeo numa leira, o que escreve bem. Escreve bem quem saber dizer muito em pouco e quem sabe colocar as palavras para fluirem sob o texto resbalando sossegadas à olhada do leitor.
Leio-te por isso e sob de tudo por post como este. Cheio de força social, pungente, que nos deixa ficar contentes con nós e agir para irmos comtra badocos. Pôr ajudarnos á andar de olhos abertos, e por saber fazer da tua palestra virtual um altofalante contra à imbecilidade e à insensibilidade.
Acredito em quanto dizes, aliás sinto-o tal qual o dizes. Ouví o `personagem na TSF, reli à escrita e o teu comentario e gostei mais uma vez que alguem dixera como a min me gostaría dar uma resposta a tão grande palhaçada.
O homem acha queteve um bom pensamento, que nos engana a todos, que teve uma ideia feliz, que ele pode converter o dor em alegrías. Com segurança, ele não está a sofrir no seu ámbito familiar tal diáspora. Como se isso fosse bom para o paíss, para os jovens, para as familias. Só lhe faltaou dizer também que é bom porque se conhece mundo e isso abre à mente das pessoas. Sim que é bom conhecer mundo pero a ser possivel, não servendo cafés em Londres um engenheiro, ou lavando carros em Berlim um psícologo,ou trabalhando no Carrefour portando caixas um economista. Tudos eles gastaram muitos cartos o país e os paes, e à sociedade deu-lhe umas expectativas convertedas num falhanço.
E isso bom?. Numca poderá ser bom, será inevitavel, e haverá que lutar para sairmos adiante e que esta diáspora educativa poda dar-se a se mesmo e a sociedade o que sería desejo de todos.
A diáspora educativa é muito grande para que chegue algum día á terra prometida da prosperidade, como o nosso Duque gosta de dizer. Iste cavalheiro será mais um dos que cheiram o lucro em tudo o que bule perto deles, e principalmente o aparecer a desgraça colectiva. Concordo que mamou na oligarquía e despreço porque não pertece a sua caste, principalmente pelos pobres que o rodearam na sua vidinha. O que tal vez não sabe , ou sim que sabe, que ele está bem assentado numa sociedade na que o seu engorde vai sempre depender da fome de outros , embora parceiros de caminhada. Como se não explicar-nos-emos que em Espanha, por ponher como exemplo, o número de grandes fortunas aumentou um treze por cento dende o principiar da crise?.
A diáspora educativa e uma tragedia que vivimos no nosso arredor. E uma tragedia que não sabemos ainda valorizar. São custos que serão vistos lá num longo tempo e se escreva nos livros de Historia. Os países que sempre tivemos diáspora,os galegos sabemos disso, sempre achamos que numca sería como agora e que leva esse nome tan eufemístico de educativa. Na nossa sociedade houve, há, um falhanço. Andivemos a educar, a formar os jovens e os melhores ,os que podem fazer evoluir na investigação , na tecnología no desenrolo, tenhem que ir fora procurar sustento, nem fortuna. E não todos vão a fazer aquilo para o foram formados,¡ o desgraça!.
Aqui na Irlanda, ja disse ao meu chefe que a partir de Fevereiro toda a gente tem de andar com sapatos Portugueses e comprar uma vez por semana um pastel de nata a um amigo tuga que anda nesses negocios, ate agora nao obtive resposta…
Este duque de coisa nenhuma,é mesmo uma carta sem qualquer valor facial.Pobre rolo de papel higiénico,de uso exclusivo em sanitários públicos,cuja miopia mental é de tal ordem,que, sistematicamente,só lhes permite vislumbrar os rebordos da sarjeta onde gostaria de abancar,não sendo capaz de enxergar quanto é grande a concorrência que teima em não o convidar.
Em terras de Basto,no tempo de Camilo,este duque de paus,só teria serventia,como arrastadeira de bosta seca ou recolhedor de estrume orgânico!
Bardamerda, para tal estupor!
João Duque tem formação em gestão de empresas e em mercados financeiros; a cadeira que ensina, no ISEG (a que preside), é a de Opções Financeiras. O seu currículo pode ser consultado em:
https://aquila5.iseg.ulisboa.pt/aquila/homepage/f242
Parece-me que João Duque deveria, talvez, abster-se de fazer comentários cuja justificação (séria) envolveria uma área da economia (macroeconomia) onde não desenvolve investigação nem declara fazer parte dos seus interesse científicos.
O interesse científico do Duque é ajudar os amigalhaços a mamar na teta do contribuinte. O único modelo de negócio que conhece.
Há muitas pessoas que dizem, usando vocabulário menos sugestivo, que estes especialistas em economia financeira são, efectivamente, armas ideológicas ao serviço dos interesses do sector financeiro.
Por outro lado, neste dia em que se comemora Eusébio e a sua proverbial humildade perante as tarefas difíceis que enfrentava nos relvados, todos nós temos o direito (e o dever) de exigir aos donos do dinheiro e aos seus académicos de serviço mais humildade perante as tarefas hercúleas que chamaram a si, e que não deixam mais ninguém fazer. Como se costuma dizer em bom português, “não f*****, nem saem de cima”.
Nessas tarefas — centrais à distribuição de recursos de capital entre as várias partes da economia — que o sector financeiro monopoliza, este tem falhado rotunda e clamorosamente. Mas tais fracassos não diminuem a vanglória e a vaidade dos donos do dinheiro. A soberba é um pecado grave, que santos e teólogos descreveram como capital, ou mortal. A soberba é o defeito de estimação daqueles que não fazem nem deixam fazer, que leva à ruína alheia e, quando por fim os astros se desalinham, própria.