Felizmente, foi fazendo o seu caminho em Portugal uma cultura de intransigência social face à corrupção, que está atenta e não aceita a promiscuidade na política e as relações ambíguas entre ocupantes de cargos públicos e agentes económicos. Uma nova cultura de intransigência que, felizmente, tem eco no Ministério Público desde que Joana Marques Vidal está à frente da Procuradoria-Geral da República, dando um imenso contributo para a dignificação da Justiça, das instituições e da sociedade. Felizmente, o Ministério Público passou a estar atento ao comportamento dos políticos.
[…]
A actual remodelação de secretários de Estado tem assim um lado simbólico. Esperemos não seja só isso e, daqui para a frente, surja uma cultura de exigência ética quanto ao comportamento dos ocupantes de cargos políticos. Isso seria mais do que o início de novo ciclo do Governo concreto de Costa. Seria um novo ciclo na actuação política e, por consequência, na governação do país.
A diferença de Joana Marques Vidal
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São José Almeida, jornalista com importante produção no campo do activismo homossexual, situa-se politicamente entre o BE e o PCP (ou coisa parecida, ou para lá do PCP, ou nada disto, sei lá eu). Na sua opinião publicada não se encontram rasgos proféticos, nem iluminações súbitas, a respeito do devir político nacional. Bem pelo contrário, a previsibilidade e banal sectarismo dos seus raciocínios rivaliza com a pontualidade de Kant nos seus passeios diários de outrora em Königsberg. O mundo apresenta-se bem arrumadinho e pronto a entender na sua cabeça. Há bons e maus. Os bons são quem ela decide que são, os maus os restantes. Por exemplo, os políticos são maus. Pelo menos, todos aqueles que a São José não considerar bons, o que resulta numa enormíssima maioria. São maus porque são corruptos, e são corruptos porque não são bons. É simples de explicar e ninguém contesta sob pena de ser acusado de cumplicidade com a corrupção dos políticos. Num outro e congénere exemplo, o PS também é mau. E, dentro desse mal encardido e venenoso, o pior vem de Sócrates e de quem esteve ao seu lado. Ora, Sócrates teve o partido todo a seu lado durante anos, e parte dos seus mais próximos continuam politicamente relevantes, e até próximos de Costa. Resultado, esta senhora não perde uma ocasião para denunciar a profunda corrupção que grassa entre os socialistas.
Dentro deste quadro maniqueísta, o populismo e o moralismo fazem lei. Não espanta, então, encontrar uma arrebatada, lunática e pacóvia glorificação de Joana Marques Vidal com a sua assinatura. O texto que cito é típico nisso de ser completamente falho de fundamentação. Como avaliar a seguinte frase “Felizmente, foi fazendo o seu caminho em Portugal uma cultura de intransigência social face à corrupção, que está atenta e não aceita a promiscuidade na política e as relações ambíguas entre ocupantes de cargos públicos e agentes económicos.“? De que “caminho” está a falar? Quais são as manifestações da suposta “intransigência social face à corrupção“? Como definir o que sejam “relações ambíguas entre ocupantes de cargos públicos e agentes económicos“? Nada explicitando, sequer pela rama, não podemos saber do que está a falar. E, portanto, o discurso fica blindado contra a crítica pois se furta à mera análise da sua veracidade e sentido. Qual o seu valor? Nada mais, nem menos, do que ao passar na rua ouvir-se um “Viva a Joana!” caído de uma janela.
Seria fascinante ler ou ouvir esta jornalista a discorrer sobre um tema que lhe é tão querido mas agora estando obrigada (voluntariamente) à objectividade. Que sabe ela da corrupção em Portugal com base nas informações disponíveis nos diferentes organismos do Estado, nas universidades e em organizações relacionadas com o fenómeno? Que tipo de dados e qual o seu tratamento que conseguiria organizar e divulgar? E, indo directamente para o âmago da sua paixão messiânica, como é que a incensada “cultura de intransigência” deste Ministério Público desinfectado da porcaria dos socialistas se saiu no caso dos submarinos e de Dias Loureiro, por exemplo? É que, se correu tudo bem, o seu entusiasmo com a prisão de Sócrates e a demissão destes secretários de Estado será assim um bocadinho a modos que prematuro. Ou suspeito. Onde não há suspeição, e podíamos espremer todos os seus textos, é na convicção de que os seus conhecimentos factuais a respeito da corrupção não diferem dos que são partilhados gratuitamente pelos taxistas.
A ideia de que a eventual corrupção que aflige a Nação diz respeito a viagens e hotéis para isto e aquilo, e que podemos ficar tranquilos desde que esses malandros passem a pagar do seu bolso esses luxos caso os queiram usufruir fora do horário de trabalho, não é apenas estupidamente estúpida. É algo muito pior, é o culto de uma hipocrisia de Estado que conhecemos dos totalitarismos e ditaduras. São José Almeida gostava de ver os políticos acorrentados nos seus gabinetes e a trabalharem sob as ordens de um capataz de chicote, porque não confia em quase nenhum dado conhecê-los tão bem na sua natureza maligna. No final do dia, receberiam uma malga de água e um pedacito de pão. Tudo em nome da “exigência ética” que vai pôr os “comportamentos dos políticos” na ordem. Ou na prisa.
Este culto da hipocrisia do Estado tem a vantagem de revelar o liberal de pacotilha que existe em cada amigo da sociedade civil.
Temos de conseguir despedi-las, Valupi.
– Peço para ligarem ao Vara, se calhar?
Valupi, defensor da corrupção em geral, e da corrupção política em especial .
Portanto, assegurada a normalidade, ” A justiça não é cega . Ela é paga para não ver ” está encontrado o mantra para o “estado de direito perfeito” que Valupi prefere .
É o da Joana que só vê do olho esquerdo.
É o da Morgado que não é carteiro nem moço de recados para ir dar informações ao governo e muito menos à tropa.
É do Alexandre que faz o jeito ao colega amigo cheio de massa corrupta a quem depois pede dinheiro mas, cruzes canhoto, é tudo limpinho, limpinho.
É do Teixeira do processo “torre de babel” com biliões de páginas, milhões de documentos, milhares de pistas, centenas de arguidos, dezenas de provas sólidas, um jornal diário para publicitar as ditas provas, dezenas de colaboradores especialistas e a “torre” ainda só vai a meio.
É do grupo de magistrados que publicaram obscuramente um “manifesto anti-PS” onde manifestavam a vontade de ir visitar a sede para apenas deixar lá de pé a mulher da limpeza.
Estes são os queridos da São.
Há muitos anos, quando ainda lia jornais, via a São no “público” e julgava que era do CDS. Afinal o Valupi informa que ela, talvez embalada, passou a outra extremidade.
Quanto a fundamentar as suas facciosas doxarias e moralidades como essa de “fazer o caminho” (ela devia querer dizer fazer a cama) ou da “vergonha” do pelado mental Diniz nada, nem é preciso. Eles pensam como Félix Ravaisson que trata-se de experimentar as ideias que irão deixar-se apreender pelo hábito e incorporar-se no fundo dos nossos instintos.
Só que o mesmo Félix também pensa que essa ideias depois de muito repetidas e mastigadas volvem velhas impressões que vão perdendo a força inicial até se gastarem e libertar o pensamento para a crítica desse hábito viciado.
Hoje em dia vou tomar o café onde se lê o “cm” e já não vejo alguém entusiasmado com as notícias de crimes de facadas e violações de mulheres ou políticos: um dia acaba-se o poder de sedução ou voyeurismo, como na pornografia.
Valupi, Se achas que São José se encontra ideologicamente nas imediações do BE ou do PCP ou estás próximo do coma alcoólico, ou apanhaste uma pedrada de Tem-te, não caias, ou um Sol pior do que aquele que Octávio Machado acusa Bruno Carvalho de ter apanhado na moleirinha. Óbvia e ululantemente, valha-nos Nelson Rodrigues, andará pelo PSD ou pela direita do PS na hora de votar.
Ao cobrir os partidos de esquerda, na substância e no tom das notícias que foi dando, a jornalista, designemo-la assim por comodidade, fez, desde meado de 1990 par com Pedro Correio, no Diário de Notícia. E os da casa, seguiram-lhe o estilo.
Uma coisa de onde a jornalista evacuou o contraditório e que encheu até cima de opinião própria, sempre muito crítica e assente numa narrativa que lhe dava jeito. Pedro Correia, que se reclamava sempre do bom jornalismo, e não do engajamento ou comissariado, acabou assessor de Miguel Relvas, São José Almeida, que se reclama do mesmo, não foi na leva que ao longo dos anos tirou quase todos os de esquerda dos quadros do jornal onde escreve.
De vez em quando, pelo menos um provedor do leitor lá lhe lembrava regrazinhas do ofício. Então o contraditório? Não se ouvem a atendem as partes interessadas? E aquilo de não meter opinião dentro das notícias? Chama-se análise, liberdade de pensamento e de expressão defendeu-se a visada, e entretanto o provedor foi com os porcos por tanto criticar jornalistas da casa.
Mas e a Sãozinha, entretanto? Ela por lá continuou, sempre empenhada em bater nos mesmos, a fazer tempestades das mais ínfimas contradições que pudesse aproveitar. Sempre ignorante e fazendo-se despercebida das traves no olho daqueles em quem vota.
E pelo caminho foi eleita presidente do Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas, corporação que lá sabem das linhas com que se cosem e quem querem que os represente nas questões da ética e da deontologia.
Cereja, pérola, o que quiseres até foi acusada, há tempos, de quebra ética por ter tirado do armário tantos alegados homossexuais do Estado Novo? E agora reparo. Deve ser isso que te confunde. Bateu em amigos do Salazar. Mas não confundas as coisas. No mais das vezes, São José Almeida votou contigo. E quando não o fez, fê-lo até mais à direita.
Triste sja, mais um elemento a braços com a falência dum ganha pão que obriga à mendicidade duma opinião combinada e vendida em saldo.
Está tudo a ficar velho, feio e, neste caso, claramente indigente.
O futuro já me vai assustando pela quase impossibilidade de produzir gente renovada, com belas cabeleiras encimando cérebros esclarecidos e limpos dada a ausência de modelos profissionais a seguir.
A perda de audiências e descrédito obrigará a compulsivas reformas sem honra dos servidores da encomendada e reles propaganda.
Cantaril, saí da leitura do teu comentário com a funda certeza de que nunca leste nada do que a senhora escreveu.
Valupi, Confirma-se. São as três: álcool, drogas e défice cognitivo. Tu é que nunca leste a gaja. Aconselha-te com José Neves, que até a julgava do CDS-PP.
Foda-se.
Leiam o artigo da senhora, que não conheço, nem vem agora ao caso saber quem é. O artigo não fala do Socrates, nem um bocadinho. Menciona unicamente as acções movidas contra três secretarios de Estado por terem aceitado benesses em violação dos seus deveres elementares (não vejo que isso seja contestado). O artigo refere, e muito bem, que estas trafulhices não têm mais aceitação por parte do povo e que o poder politico é obrigado a ter isto em consideração. Isto é verdade em Portugal, como é verdade um pouco por todo o lado. Poderiamos pensar que é uma boa coisa…
Que tem o Valupi a contrapor ? Que a fulana é prima direita de sicrano, que é ou foi de não sei que partido, que disse mal do Socrates, ou se não disse que pensou baixinho, que por causa disso ela não passa de uma inimiga de todos os genuinos democratas e de uma vil traidora, de forma que o que ela escreve traduz necessariamente um justicialismo inaceitavel.
Eu acho que a unica coisa que se pode apontar ao artigo é não sublinhar suficientemente que, se tem havido progressos, infelizmente ainda ha muito caminho a percorrer para chegar à tal cultura da intransigência face à corrupção, como demonstra este post manhoso, de puro ressabiamento, que denota mais uma vez uma absoluta incapacidade de falar de um texto, de uma mensagem, de uma opinião, sem ir a correr saber se quem a emitiu é ou não membro da mesma loja, da mesma familia, ou da mesma mafia.
Não ha paciência.
O justicialismo é um problema ? Talvez seja. Mas com certeza que não o é por ser uma opinião de Maria Eduarda, que é do clã do Jaime, que detesta a Paula, que por sua vez fez os piores horrores ao nosso amigo Fernando…
Experimenta não pensar no Socrates, nem que seja durante 24 horas. Vais ver que melhoras logo. E os teus posts também.
Boas
… para a ignorância em fado chorado do viegas ou será sonsice pipidi-piéssedi?
nada fala em sócras, mas tudo é carreado para o processo do marquês.
“benesses em violação dos seus deveres elementares”, desde quando? interpretação manhosa da lei talvez. o passólas, chefe da oposição, também foi ao euro, quem pagou? e a bancada do psd que justificou a falta para ir ao euro com trabalho político? e já agora que percebes tanto de leis, como é que justificas o mecenato? convidas o primeiro-ministro para o s. carlos, exiges que pague o bilhete e que leve farneleira? deve ser, só pode. trafulhice foi a moderna, os submarinos, os sobreiros, os paneiros, o bpn, o bcp, o antónio borges, loureiros & cavacos, ninguém foi preso ou sequer investigado.
já que estamos a falar nestas cenas de justiça, nunca te afligiu o discurso da procuradoria coincidir com a agenda do psd? pois, a mim assusta-me muito.
Estas a dizer que a tal cultura da intransigência é incompativel com parcialidade e que a exigência e o rigor devem tocar a todos por igual ? Acho que concordo com isso. Se o post dissesse isso, concordaria com o post. Mas o que o post diz, tenho pena, e mais pena ainda que o autor nem se aperceba disso, é que justiça a sério, por contraposição ao justicialismo, seria que os do meu clube pudessem comer também…
Boas
só por causa das coisas fui ler a ti são e o João Viegas tem razão . não é mais que um elogio público às capacidades políticas de A. Costa , que até alinha na cena de “tolerância zero” à corrupção . a joana está lá para disfarçar , na verdade isto agora é tudo do Costa.
vêm o zézito em todo o lado , caramba , até parece que o homem é Roma.
A ler;
http://www.jornaltornado.pt/refeicoando-com-jose-socrates/
Um excerto:
“Durante o repasto, não espartano mas simples, fiquei a saber da decepção de Sócrates por Costa ter deixado cair os seus secretários de estado por uma razão tão evidentemente fútil e da indignação pelo ataque soez ao ex-ministro Manuel Pinho, baseada numa falsidade.
À política o que é da política, à Justiça o que é da Justiça? José Sócrates é peremptório: a Justiça é um dos fins da Política pelo que este axioma não pode ser acriticamente aceite por pessoas de bem.”
A continua negação baseada numa falsa narrativa de que alguma vez sequer Costa pense em alguém para além da sua santidade, pode ser que fique aqui desmistificada.
Para além de Socrates do que se trata e do estado de direito e de um pais vergonhosamente dependente do MP em todo e qualquer assunto e em que o espirito conspirativo se sobrepôs a politica em quase todas as dimensões com o beneplácito do lider do PS. Isto não é o PS que sempre lutou pelas liberdades civis e individuais como o fez Mario Soares. Costa e um cobarde.
Joe Strummer
Costa é cobarde … e oportunista.
Assim o definiu imediatamente Marinho Pinto, e com total acerto.
Sócrates era uma espinha das rijas cravada na garganta da Direita.
Como tal, foi cirurgicamente removido.
Costa parece ser um veneno letal, administrado friamente às pinguinhas.
Por mim, oxalá nunca descubram o antídoto.