A 29 de Outubro, ninguém no mundo e arredores imaginaria que o Manchester City se iria afundar num ciclo de derrotas consecutivas e repetidas como não se via no clube há 18 anos. No final do dia 30 de Outubro, igual, apesar de ter perdido contra o Tottenham. O mesmo a 5 de Novembro, quando perdeu com o Sporting, isto depois de ter perdido frente ao Bournemouth. Toda a gente continuava a pensar que Guardiola, tranquilamente o melhor treinador de sempre a avaliar pelos títulos conquistados, num clube cheio de estrelas e dinheiro, e com o gigante Haaland sem lesões, iria voltar à supremacia do costume. Só que não. Paralelo com Rúben Amorim, dado como um génio na paróquia, que se convenceu de ser ele o messias que o Manchester United desespera que chegue. As condições para a sua entrada no actual clube não poderiam ter sido mais favoráveis, com a sua vitória ao City a carimbar a promessa de ser desta que um verdadeiro sucessor de Alex Ferguson aparecia para o clube regressar ao prestígio perdido. Amorim, e legitimamente, acreditava que, acontecesse o que acontecesse, iria sempre ter muito melhores resultados do que Erik ten Hag. Ao chegar ao United, distribuiu sorrisos e confiança, teve excelente imprensa. E disse coisas, como “Vão ver uma ideia” e “Este era o clube que mais desejava treinar”, deixando no ar que tinha recusado ocupar a lugar de Guardiola. E depois veio a realidade, que é esta: actualmente, o MU está pior do que com o holandês. No espaço de duas semanas, o sonho transformou-se num estupendo pesadelo que, lá está, ninguém no mundo e arredores seria capaz de imaginar a 15 de Dezembro.
Os treinadores de futebol famosos não são especialistas em sistemas complexos, nem têm remédios contra a aleatoriedade. São apenas milionários relações-públicas das suas entidades patronais.
Este post mais parece uma fuga à iminente vergonhaça que os sportinguistas vão passar logo à noite com a vitória retumbante do Glorioso.
Carrega Benfica!
Até já estou arreepiaaado.
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Um Ano Novo porreiro para todos – sem exceção.
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Simpatia especial para alguns comentadores desta caixa de comentários:
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O Valupi revela aqui alguma injustiça face ao ex-treinador que fez ressurgir, com brilhantismo, o Sporting ao seio do trio dos três grandes clubes portugueses.
Os treinadores de futebol tal como nós todos temos um toque divino, pensamento e poder de inovar e criar mas, simultaneamente, temos pés de barro, a falibilidade. E se alguém tem de dirigir um grupo para atingir um resultado único temos um conjunto de falibilidades possíveis para levar a que tal resultado único pretendido, possa falhar.
R. Amorim demonstrou ser capaz de conduzir um grupo à vitória pretendida, assim, é provável que as falibilidades estejam noutro lado que não em si. E uma derrota num clube não significa uma derrota para a vida.
Também, penso, que no caso presente se trate, tão só, de que os treinadores “São apenas milionários relações-públicas das suas entidades patronais.” Um treinador de futebol, para mais ainda jovem, tem direito à sua legítima ambição pessoal de vencer grandes desafios arriscados e não, ao contrário, acomodar-se atrás da 1ª vitória na batalha de sua vida como treinador.
Deixemos que o tempo confirme o “estupendo pesadelo” ditado e que, sendo tempo de Natal e Ano Novo, tal não passe de um erro de percepcão.
E bem-vindos a mais uma edição de ‘O volupi descobre a pólvora’.
Pode, ainda assim, haver algumas diferenças entre os treinadores da bola, ainda que longe das que são pintadas pelos merdia desportivos: os que têm melhor intuição, os que utilizam melhor a tecnologia disponível nos clubes ricos, os que lidam melhor com os achaques das suas estrelas broncas e mamonas. A experiência acumulada no mafioso mundo da bola também conta.
Isto sempre assim foi, mas hoje a tecnologia é tal e o dinheiro tanto que até um analfabeto como o Jorge Jesus ganha em vários clubes e continentes graças a um software, uma espécie de Football Manager – um famosíssimo jogo de computador – aplicado a clubes e jogadores reais, onde tudo é medido e optimizado para reduzir ao mínimo possível a aleatoriedade de que fala o volupi.
Contra esta progressiva Amazonização da bola, onde algoritmos substituem palpites, temos o mito do génio treinador, que é primo do mito do gestor ou do líder político: o tipo visionário e ‘carismático’ que faz a diferença, inspira o pessoal e obtém resultados – seja vitórias, lucros ou, no caso do político e do postal anterior do volupi, chavões como ‘crescimento’ ou ‘inovação’.
Mesmo muita carneirada alinha nesta treta do líder, do herói que pensa e decide pelos outros e sem o qual nada é possível. O volupi também alinha: o seu herói é o 44.
É isto: Josep Guardiola, inventor do futebol moderno (essa chatice), vencedor de 3 ligas dos campeões, 4 supertaças europeias, 3 ligas espanholas, 3 ligas alemãs e 6 ligas inglesas (e mais 2 taças nacionais em cada um desse três países), isto em 15 épocas (e meia) como treinador principal, não passa, afinal, de um “milionário relações-públicas das suas entidades patronais”. Enfim, valeu a pena só para pode escrever: “incha Fernando!”
E ainda por cima é um carequinha lindo de morrer. E um charme igual ao do Zidane.
E eu não gosto grande coisa de bola. Se os jogadores fossem todos como esses dois, com algum substrato, era capaz de gostar. Deixava de ser um jogo de broncos atrasados
JPT, concordo muito contigo.
JPT, Guardiola, excelente treinador, não foi bem isso que disse. O “inventor do futebol moderno” foi o treinador argentino, Luis Menotti, em cujos métodos e filosofia de jogo Guardiola se inspirou. Em Portugal foi Carlos Queiroz, homem odiado em Portugal pelos oportunistas que vivem da bola em Portugal, incluindo imprensa, devido ao seu vanguardismo nessa área. Muitas semelhanças com o que aconteceu a José Sócrates na política.
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Sporting mereceu ganhar. E ganhou porque o Lages é um medricas. Não tinha nada a perder. Era ir para cima deles e depois se veria. O mais certo é o Benfica ser campeão este ano.