Aviso aos pacientes: este blogue é antianalgésico, pirético e inflamatório. Em caso de agravamento dos sintomas, escreva aos enfermeiros de plantão. Apenas para administração interna; o fabricante não se responsabiliza por usos incorrectos deste fármaco.
Olhar, uma para a outra? São a mesma coisa. Irracionalidade e Racionalidade são exactamente o mesmo. O mesmo «dualismo opositivo, inverso, isomorficamente simétrico», que é o erro e o impasse do discernimento humano actual. Assim, ficamos sempre no mesmo estado evolutivo. É necessário outra capacidade e outra inteligência muito melhor do que isto.
concordo , Imp , estou farta da racionalidade que nos querem impingir. vão ganhar dinheiro pró inferno.
Yo, a minha discordância com o dualismo «racional/irracional» advém de não concordar com a ideia implícita nesse dualismo (como no de todos os dualismos) de que tudo o que no comportamento humano não é ‘racionalidade’ seria ‘irracionalidade’. Ora, ao impor essa inevitabilidade inversa cai-se no oposto de aquilo que afirma que é uma ‘irracionalidade’. Na bidimensionalidade do dualismo, é como se o ‘racional’ se estivesse a ver ao espelho, e o que via era a sua imagem invertida.
Quando observamos o comportamento humano não constatamos apenas o ‘racional’ e o seu inverso. Vemos, simultaneamente, ‘agon’, ‘ilnx’, ‘alea’, ‘ludus’, ‘paidea’ (J. Huizinga, R. Caillois, V. Turner, R. Schechner, et alli.). Em termos dos ‘tipos de personalidade humana’ vemos ‘average’, ‘self-centered’, ‘reserved’, ‘role-model’; e em termos de ‘traços de personalidade’ vemos ‘openness’, ‘extraversion’, ‘conscientiousness’, ‘agreeableness’, ‘neuroticism’ (Martin Gerlach, Beatrice Farb, William Revelle, Luís A. Nunes Amaral, 2018, “A robust data-driven approach identifies four personality types across four large data sets”, Nature Human Behaviour, 17sept2018).
Assim sendo, como é possível reduzir tudo a «racional/irracional»?
O que não é ‘racional’ pode ser aquelas coisas todas, que, não são obviamente o ‘irracional’. A intuição, o amor, a amizade, a emoção, o acaso, a aleatoriedade, a vertigem, a excitação, a seridipindidade, o perdão, etc., não são manifestações de ‘irracionalidade’.
O ser-humano e o seu comportamento não se definem, não se determinam, nem funcionam, nem se podem analisar apenas dentro daquela dualidade.
yo soy yo y mis circunstancias…. já dizia ortega y gasset , o irracional para uns é o racional para outros. portanto a racionalidade/irracionalidade é contextual , logo , não tem um sentido unívoco .
continuo a concordar.
o tipo do vídeo , que me recuso a ouvir , mas que aposto 5 euros que quer conduzir a racionalidade para a materialidade , é descartável a priori.
e para terminar deixo-lhe um pensamento de orwell , que vai muito bem com o que diz :
“They fear love because it creates a world they can’t control.”
Ah, o Pinker. Outro judeu, para gáudio da yo… é ateu, mas duvido que isso o absolva.
O vídeo é do canal ‘Google Zeitgeist’, o que nos prepara logo: é patrocinado por um mega-mamão. Após umas piadas sobre os ignorantes que nos rodeiam – nenhum deles presente na sala, claro – o Pinker vai às razões que os motivam e dá exemplos das ‘teorias da conspiração’ que professam.
Tem pontos giros, como o Pizzagate: o rumor que a Hilária, o Obama e várias celebridades usavam uma pizzaria como masmorra para abusar de crianças. Soa absurdo; tão absurdo como a Casa Pia servir de bordel infantil a ‘celebridades’ tugas, algumas delas mui apreciadas neste blog?
A questão, como o Pinker também reconhece, não é tanto se algo é verdade: o cidadão comum não tem o tempo ou os meios para confirmar. A questão é se lhe parece possível ou provável.
Tudo assenta em probabilidades. Embora nunca tenha ido ao espaço ver, acredito que a Terra é redonda; atribuo-lhe quase 100% de certeza. Mas noutras coisas a certeza é menor. E em muitas há quem tenha fortes motivos para mentir ou para ocultar parte da verdade. O cepticismo é saudável.
Bem pior é comer as versões oficiais sem as questionar; ou ir às aulas dos Pinkers e sair todo contente porque não se vai em ‘teorias da conspiração’, enquanto pulhíticos e comentadeiros a soldo de mamões nos adormecem e enrabam todos os dias. Esta canalha é realmente capaz de tudo; sempre o foi. E hoje os maiores mamões têm já a tecnologia para fazer mais que nunca. Só vai piorar.
claro que não absolve : memória genética ? tanto dá que se digam ateus como crentes , o bicho do materialismo e da destruição e da mamonice está lá.
e vai nada piorar . sabe a quantidade de gente que já os topou ? é que nós , os outros, também temos memória genética … e persiste , por mais que a tenham querido nos últimos tempos apagar.
“Embora nunca tenha ido ao espaço ver, acredito que a Terra é redonda; atribuo-lhe quase 100% de certeza”
Ganda maluco, ainda não tem 100% de certeza!
100% certeza não tenho, Limpa retretes. De nada. Até admito, veja bem, que o Trafulha 44 possa não ser trafulha. Dou-lhe praí 0,0001% de probabilidade. À Terra ser plana dou 0,001%.
não há limpa retretes que cheguem para limpar a merda que cagam em forma de comentários.
Desde o 10.º ano de escolaridade, em quase todas as actuais escolas, ensina-se a Probabilidade como sendo o máximo que se pode obter da ciência.
Concretamente, P(A/B) = P(B/A) x P(A)/P(B) (Thomas Bayes 1760, Pierre-Simon Laplace 1812).
Ou seja: … A ‘probabilidade de A ocorrer quando ocorre B’ é igual à de ‘B ocorrer quando ocorre A’ multiplicada pela ‘probabilidade de A ocorrer’ vezes a ‘probabilidade de B ocorrer’. Isto é, a Probabilidade é um jogo sem fim, expresso em percentagens, entre a ‘possibilidade’, a ‘impossibilidade’, a ‘necessidade’, e a ‘contingência’.
A neurobiologia, ao estudar o cérebro, criou 5 MITOS: o «mito do cérebro como um órgão»; o «mito do cérebro dividido em zonas» (cada uma correspondendo a um determinado comportamento); o «mito do cérebro dividido ao meio» (hemisfério direito e esquerdo, cada um com as suas funções próprias); o «mito do cérebro límbico estratigrafado em três andares» (reptílico, paleomamaliano e neomamaliano); o «mito do cérebro como mediador da informação» (uma questão de transmissão de informações entre neurónios e sinapses); o «mito do cérebro-máquina» (uma espécie de computador molecular).
A estes 5 MITOS, que constituem o resumo da história científica do estudo do cérebro, em 1987, Gérard Percheron chamou “NeuroMitologias”. E escreveu:
— “Desde La Mettrie, em 1947, a explicação do cérebro como uma máquina tem sido o motor de uma redução materialista dos fenómenos psicológicos. A bioquímica tornou-se a disciplina dominante (através da farmacologia e da biologia molecular) das ciências do cérebro. A neurobiologia mostra toda a sua hostilidade a uma psicologia que não seja uma ‘psicobiologia’.”
Nós acrescentaríamos, a este reducionismo positivista (que neste Post se expressa pela relação «racional/irracional»), que, concomitantemente, há também uma hostilidade a todas as ciências humanas que não sejam uma ‘sociobiologia’. Ficando de fora, fenómenos como a ‘consciência’, o ‘livre-arbítrio’, ‘produção simbólica’, etc.
Acresce, que, o funcionamento interior de um indivíduo está sempre sujeito (tem sempre uma conexão) com o exterior. Logo, não é apenas uma redução materialista-positivista (racional), é também um erro epistemológico.
Olhar, uma para a outra? São a mesma coisa. Irracionalidade e Racionalidade são exactamente o mesmo. O mesmo «dualismo opositivo, inverso, isomorficamente simétrico», que é o erro e o impasse do discernimento humano actual. Assim, ficamos sempre no mesmo estado evolutivo. É necessário outra capacidade e outra inteligência muito melhor do que isto.
concordo , Imp , estou farta da racionalidade que nos querem impingir. vão ganhar dinheiro pró inferno.
Yo, a minha discordância com o dualismo «racional/irracional» advém de não concordar com a ideia implícita nesse dualismo (como no de todos os dualismos) de que tudo o que no comportamento humano não é ‘racionalidade’ seria ‘irracionalidade’. Ora, ao impor essa inevitabilidade inversa cai-se no oposto de aquilo que afirma que é uma ‘irracionalidade’. Na bidimensionalidade do dualismo, é como se o ‘racional’ se estivesse a ver ao espelho, e o que via era a sua imagem invertida.
Quando observamos o comportamento humano não constatamos apenas o ‘racional’ e o seu inverso. Vemos, simultaneamente, ‘agon’, ‘ilnx’, ‘alea’, ‘ludus’, ‘paidea’ (J. Huizinga, R. Caillois, V. Turner, R. Schechner, et alli.). Em termos dos ‘tipos de personalidade humana’ vemos ‘average’, ‘self-centered’, ‘reserved’, ‘role-model’; e em termos de ‘traços de personalidade’ vemos ‘openness’, ‘extraversion’, ‘conscientiousness’, ‘agreeableness’, ‘neuroticism’ (Martin Gerlach, Beatrice Farb, William Revelle, Luís A. Nunes Amaral, 2018, “A robust data-driven approach identifies four personality types across four large data sets”, Nature Human Behaviour, 17sept2018).
Assim sendo, como é possível reduzir tudo a «racional/irracional»?
O que não é ‘racional’ pode ser aquelas coisas todas, que, não são obviamente o ‘irracional’. A intuição, o amor, a amizade, a emoção, o acaso, a aleatoriedade, a vertigem, a excitação, a seridipindidade, o perdão, etc., não são manifestações de ‘irracionalidade’.
O ser-humano e o seu comportamento não se definem, não se determinam, nem funcionam, nem se podem analisar apenas dentro daquela dualidade.
yo soy yo y mis circunstancias…. já dizia ortega y gasset , o irracional para uns é o racional para outros. portanto a racionalidade/irracionalidade é contextual , logo , não tem um sentido unívoco .
continuo a concordar.
o tipo do vídeo , que me recuso a ouvir , mas que aposto 5 euros que quer conduzir a racionalidade para a materialidade , é descartável a priori.
e para terminar deixo-lhe um pensamento de orwell , que vai muito bem com o que diz :
“They fear love because it creates a world they can’t control.”
Ah, o Pinker. Outro judeu, para gáudio da yo… é ateu, mas duvido que isso o absolva.
O vídeo é do canal ‘Google Zeitgeist’, o que nos prepara logo: é patrocinado por um mega-mamão. Após umas piadas sobre os ignorantes que nos rodeiam – nenhum deles presente na sala, claro – o Pinker vai às razões que os motivam e dá exemplos das ‘teorias da conspiração’ que professam.
Tem pontos giros, como o Pizzagate: o rumor que a Hilária, o Obama e várias celebridades usavam uma pizzaria como masmorra para abusar de crianças. Soa absurdo; tão absurdo como a Casa Pia servir de bordel infantil a ‘celebridades’ tugas, algumas delas mui apreciadas neste blog?
A questão, como o Pinker também reconhece, não é tanto se algo é verdade: o cidadão comum não tem o tempo ou os meios para confirmar. A questão é se lhe parece possível ou provável.
Tudo assenta em probabilidades. Embora nunca tenha ido ao espaço ver, acredito que a Terra é redonda; atribuo-lhe quase 100% de certeza. Mas noutras coisas a certeza é menor. E em muitas há quem tenha fortes motivos para mentir ou para ocultar parte da verdade. O cepticismo é saudável.
Bem pior é comer as versões oficiais sem as questionar; ou ir às aulas dos Pinkers e sair todo contente porque não se vai em ‘teorias da conspiração’, enquanto pulhíticos e comentadeiros a soldo de mamões nos adormecem e enrabam todos os dias. Esta canalha é realmente capaz de tudo; sempre o foi. E hoje os maiores mamões têm já a tecnologia para fazer mais que nunca. Só vai piorar.
claro que não absolve : memória genética ? tanto dá que se digam ateus como crentes , o bicho do materialismo e da destruição e da mamonice está lá.
e vai nada piorar . sabe a quantidade de gente que já os topou ? é que nós , os outros, também temos memória genética … e persiste , por mais que a tenham querido nos últimos tempos apagar.
“Embora nunca tenha ido ao espaço ver, acredito que a Terra é redonda; atribuo-lhe quase 100% de certeza”
Ganda maluco, ainda não tem 100% de certeza!
100% certeza não tenho, Limpa retretes. De nada. Até admito, veja bem, que o Trafulha 44 possa não ser trafulha. Dou-lhe praí 0,0001% de probabilidade. À Terra ser plana dou 0,001%.
não há limpa retretes que cheguem para limpar a merda que cagam em forma de comentários.
Desde o 10.º ano de escolaridade, em quase todas as actuais escolas, ensina-se a Probabilidade como sendo o máximo que se pode obter da ciência.
Concretamente, P(A/B) = P(B/A) x P(A)/P(B) (Thomas Bayes 1760, Pierre-Simon Laplace 1812).
Ou seja: … A ‘probabilidade de A ocorrer quando ocorre B’ é igual à de ‘B ocorrer quando ocorre A’ multiplicada pela ‘probabilidade de A ocorrer’ vezes a ‘probabilidade de B ocorrer’. Isto é, a Probabilidade é um jogo sem fim, expresso em percentagens, entre a ‘possibilidade’, a ‘impossibilidade’, a ‘necessidade’, e a ‘contingência’.
A neurobiologia, ao estudar o cérebro, criou 5 MITOS: o «mito do cérebro como um órgão»; o «mito do cérebro dividido em zonas» (cada uma correspondendo a um determinado comportamento); o «mito do cérebro dividido ao meio» (hemisfério direito e esquerdo, cada um com as suas funções próprias); o «mito do cérebro límbico estratigrafado em três andares» (reptílico, paleomamaliano e neomamaliano); o «mito do cérebro como mediador da informação» (uma questão de transmissão de informações entre neurónios e sinapses); o «mito do cérebro-máquina» (uma espécie de computador molecular).
A estes 5 MITOS, que constituem o resumo da história científica do estudo do cérebro, em 1987, Gérard Percheron chamou “NeuroMitologias”. E escreveu:
— “Desde La Mettrie, em 1947, a explicação do cérebro como uma máquina tem sido o motor de uma redução materialista dos fenómenos psicológicos. A bioquímica tornou-se a disciplina dominante (através da farmacologia e da biologia molecular) das ciências do cérebro. A neurobiologia mostra toda a sua hostilidade a uma psicologia que não seja uma ‘psicobiologia’.”
Nós acrescentaríamos, a este reducionismo positivista (que neste Post se expressa pela relação «racional/irracional»), que, concomitantemente, há também uma hostilidade a todas as ciências humanas que não sejam uma ‘sociobiologia’. Ficando de fora, fenómenos como a ‘consciência’, o ‘livre-arbítrio’, ‘produção simbólica’, etc.
Acresce, que, o funcionamento interior de um indivíduo está sempre sujeito (tem sempre uma conexão) com o exterior. Logo, não é apenas uma redução materialista-positivista (racional), é também um erro epistemológico.