Aviso aos pacientes: este blogue é antianalgésico, pirético e inflamatório. Em caso de agravamento dos sintomas, escreva aos enfermeiros de plantão. Apenas para administração interna; o fabricante não se responsabiliza por usos incorrectos deste fármaco.
Chateiam porque já estão feitas, e não fomos nós a fazê-las. Não digas mal da inveja, aprende-se tanto.
5 thoughts on “Coisas que chateiam”
Se chateiam. Como naqueles quadros em que dizemos isto também eu fazia.
E não fazemos. Será isto a inveja?
Que original declaração de amor. Talvez todas as criações artísticas tenham esta frase escondida e ela apenas não se desmorone por não estar à vista. Talvez estas letras disfarçadas de palavras fossem uma escada que se desfez, só que em vez de ligar dois andares, ligava duas pessoas. Talvez as palavras estivessem a contar com um ombro ao qual se encostarem que não apareceu (será que as letras cairam por terra respeitando a sua ordem alfabética?). Talvez o “you” não tenha aguentado tanta responsabilidade. Mas ao “I” ninguém, nem mesmo os deuses, tira o prazer da criação neste acidente linguístico. Quem sabe, um destes dias as palavras desfeitas
levantam-se do chão.
tudo bonito, pás
invidea quer dizer ver para dentro não é? Aprende-se muito pois então
PS: encostar a uma árvore é seguro
Nada de novo, a inveja é tudo o que nos despertar a gana.
__
J de João, talvez todos os amores sejam frágeis, sempre em periclitante equilíbrio. Mas para quem tiver vontade de levantar as letras do chão, todas as criações voltarão a ser possíveis.
__
Z, é isso!
Também acredito na recriação, mesmo (ou sobretudo) se as letras no chão forem criadoras de palavras como “verdade”, “confiança” ou “intimidade”. E mais: desconfio que estas letras alvas e puras foram extraídas do rochedo que Sísifo carrega consigo até ao cimo da montanha, mesmo sabendo que em seguida ele voltará a cair por terra – seguindo o trajecto do caos à arte no trapézio do amor.
A frase é tão frágil que apetece repeti-la vezes sem conta, como se na repetição ela ganhasse força, músculos, corpo e realidade. E de cada vez que fosse repetida, poderia ser transformada numa pergunta feita aos artistas e criadores. Se tivessemos a sorte deles responderem, íamos finalmente saber em quem pensou Rodin quando criou O Pensador, em quem pensou Neruda quando escreveu 20 Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada ou quem ocupava a mente de Fellini na realização de La Dolce Vita. E, já agora, em quem pensava a artista plástica que nos foi apresentada neste post.
Se chateiam. Como naqueles quadros em que dizemos isto também eu fazia.
E não fazemos. Será isto a inveja?
Que original declaração de amor. Talvez todas as criações artísticas tenham esta frase escondida e ela apenas não se desmorone por não estar à vista. Talvez estas letras disfarçadas de palavras fossem uma escada que se desfez, só que em vez de ligar dois andares, ligava duas pessoas. Talvez as palavras estivessem a contar com um ombro ao qual se encostarem que não apareceu (será que as letras cairam por terra respeitando a sua ordem alfabética?). Talvez o “you” não tenha aguentado tanta responsabilidade. Mas ao “I” ninguém, nem mesmo os deuses, tira o prazer da criação neste acidente linguístico. Quem sabe, um destes dias as palavras desfeitas
levantam-se do chão.
tudo bonito, pás
invidea quer dizer ver para dentro não é? Aprende-se muito pois então
PS: encostar a uma árvore é seguro
Nada de novo, a inveja é tudo o que nos despertar a gana.
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J de João, talvez todos os amores sejam frágeis, sempre em periclitante equilíbrio. Mas para quem tiver vontade de levantar as letras do chão, todas as criações voltarão a ser possíveis.
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Z, é isso!
Também acredito na recriação, mesmo (ou sobretudo) se as letras no chão forem criadoras de palavras como “verdade”, “confiança” ou “intimidade”. E mais: desconfio que estas letras alvas e puras foram extraídas do rochedo que Sísifo carrega consigo até ao cimo da montanha, mesmo sabendo que em seguida ele voltará a cair por terra – seguindo o trajecto do caos à arte no trapézio do amor.
A frase é tão frágil que apetece repeti-la vezes sem conta, como se na repetição ela ganhasse força, músculos, corpo e realidade. E de cada vez que fosse repetida, poderia ser transformada numa pergunta feita aos artistas e criadores. Se tivessemos a sorte deles responderem, íamos finalmente saber em quem pensou Rodin quando criou O Pensador, em quem pensou Neruda quando escreveu 20 Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada ou quem ocupava a mente de Fellini na realização de La Dolce Vita. E, já agora, em quem pensava a artista plástica que nos foi apresentada neste post.