Três asneiras, três

Vítor Gaspar interveio hoje num debate no ISCTE, onde também participaram outros ex-ministros das Finanças. No resumo feito pelo Económico, são citadas três afirmações de Gaspar, qual delas a mais, vamos lá, estapafúrdia.

Primeira: «É mais difícil desfazer do que fazer». Quem quer que seja o autor desta afirmação, parece-me que não há ninguém que não constate precisamente o contrário. Mas Gaspar terá vindo para elogiar o seu próprio trabalho, na falta de elogios alheios (exceto Lagarde, facto que muito nos enregela).

Segunda: «A política na Europa é marcada pelo primado básico que é o primado da política nacional. As alterações necessárias são nacionais». Parece que é mas não é. É o que pretende Angela Merkel – e sabemos porquê – com os resultados que se veem nos outros países. Esta é não só uma afirmação errada como inconstatável. E ele, que pelos vistos se orientou por esse pressuposto, viu-se obrigado a desandar. Ainda não percebeu porquê.

Terceira: (“Gaspar, que saltitou de referência histórica em referência histórica, não hesitou em afirmar que mantém as suas posições iniciais – as mesmas que são conhecidas do tempo em que foi ministro das Finanças e que dão primazia à necessidade de resolver o problema do crédito público.”) «Quando alguém mantém uma posição durante um par de anos é teimoso. Quando mantém por 20 anos é persistente. Quando mantém por 50 anos é sábio. Eu estou a trabalhar no caminho da sabedoria».

Sem comentários. Mas qualquer semelhança com o Miguel Relvas e a afirmação de que pauta a sua existência «pela busca do conhecimento permanente» não pode ser mera coincidência.

13 thoughts on “Três asneiras, três”

  1. oh melga das 17:04 andas cá com uma dor de sócrates que é obra. Deixa estar que isso só vai piorar..

  2. Logo, como era de esperar do pensamento extraterrestre burro de gaspar, salazar esteve mesmo, mesmo à beira de ser sábio.
    Cadeira bendita que não deixou ser sábio um teimoso burro que é inspirador destes outros burros e idiotas que nos governam.

  3. Problema:
    País em crise financeira profunda, banca endividada, investimento nulo, com poucos recursos naturais, industrialmente pobre, custos elevados de energia, mobilidade de pessoas e mercadorias essencialmente automóvel, deficiente estrutura rodoviária, abundância de micro e pequenas empresas, educação de baixa qualidade, justiça deficiente, salários baixos, impostos desajustados.
    Solução Gaspar:
    Financiar a banca com empréstimos caucionados pelo estado, baixar vencimentos, deixar de cumprir as obrigações a que está obrigado contratualmente aos trabalhadores a seu cargo, lançar saques violentos sobre classes sociais sem poder reivindicativo, cativar vencimentos e pensões, implementar uma política recessiva, destruir setores de atividade sem cuidar da sua reestruturação/mudança, criar grupos de trabalho pagos a peso de ouro, vender propriedade ao desbarato, contratar assessores para agilizar as vendas, aumentar impostos, lançar taxas, aliviar a carga fiscal aos grandes grupos económicos, fazer de conta que negoceia melhores condições com prestadores de serviços, tornar-se primeiro-ministro sem usar o título.
    Resultado:
    Sucesso! País deve mais, tem menos produção, tem mais velhos, tem menos novos, tem mais desemprego, não pode pagar o que deve, tem menos direitos, os ricos safam-se quer na justiça, quer nos perdões fiscais, quer na exploração do Zé Povo, o comércio definha, a indústria vai morrendo, a agricultura estrebucha, os chineses agradecem, os amigos a quem se distribuíram novas mordomias agradecem também.
    Daqui a 50 anos será estudado nas universidades o modo como fazer desaparecer um país sem recurso a guerras nem magia.

  4. Engraçado que fazia uma ideia do Gaspar como sendo alguém possuidor de um certo sentido de ‘interação social’, digamos assim, julgava-o até senhor de algum sentido de humor, etc., mas vê-lo ao vivo foi assustador; Gaspar é um cromo, não encontro expressão mais justa. O verdadeiro cúmulo do enfado, mas sem a noção de que o estava a ser. Monótono, desprovido de qualquer carisma, desinteressante, chato, impertinente. Passou os primeiros quinze minutos de intervenção a ler papeis — num debate, que sentido faz uma coisa destas? Nenhum. Fartou-se de citar autores a propósito de matérias técnicas absolutamente ridículas que não interessariam ao próprio menino Jesus; foi várias vezes chamado à atenção do próprio moderador a propósito da necessidade de este, e da própria audiência, ouvir respostas objetivas às questões que estavam, naquele momento, em cima da mesa: continuou na sua deambulação pelo universo de teóricos cujas “experiências dizem-nos que…”; constrangedor.
    Teixeira dos Santos não esteve mal, embora deva confessar que, para meu próprio espanto, foi Bagão Feliz quem teve o discurso mais interessante, no meio da panóplia; um debate que tinha todos os ingrediente para ser interessantíssimo, menos um, afinal: a coragem. Foram os quatro debitar banalidades, as coisas óbvias de sempre, citarem-se mutua e constantemente a propósito das mesmas, etc.; frente a frente, sem a cenoura de um direto televisivo, ou de uma eventual eleição, sem o reconhecimento público, digamos assim, são todos um aborrecimento.

  5. Nem outra coisa seria de esperar do “mago” Gasparoika!
    Quanto muito, será um rato de biblioteca muito dado a
    modelos que, à partida estão furados … como modesta-
    mente, confessou na sua carta de demissão mas, tentan-
    do sacudir a àgua do seu capote, com a citação implícita
    da falta de liderança do alegado p.ministro no des-go-
    verno e rumo a seguir!!!

  6. O princípio da subsidiaridade, um dos princípios básicos da UE, diz que as decisões devem ser tomadas ao nível nacional, sempre que isso não é menos eficaz. Mas a UE pode (e deve) intervir quando a sua acção é mais eficaz que a dos governos nacionais isolados. Tendo em conta outros princípios, a UE tem mesmo a obrigação de agir quando um problema se tornou impossível de resolver a nível nacional, ainda para mais quando a impossibilidade de resolver o problema deriva da nossa perda da soberania monetária. Será que isto é difícil de perceber?

    Gaspar refere a subsidiaridade com um carácter absoluto (que não tem). Aliás, se há alguma coisa que a nossa desgraça veio provar é que não é possível resolver problemas de competitividade apenas ao nível nacional, em países da zona euro. Este argumento de Vítor Gaspar cai, infantilmente, por terra.

  7. O Pinóquio, num só ano, em 2009, aumentou a despesa pública nuns 5.000.000.000€. Mais do que vai ser ainda necessário cortar ao atual nível de despesa.

    Deixou o tesouro exaurido (como confirmou Teixeira dos Santos), com apenas cerca de 300.000.000€ em caixa, que não chegavam sequer para meio mês de salários da função pública.

    Deixou uma dívida colossal no setor empresarial do Estado que, entretanto, teve de ser incorporada na dívida pública.

    Deixou ainda compromissos financeiros contatualizados com PPPs e afins, impossíveis de cumprir sem mais aumentos de impostos.

    Deixou um défice entre despesa e receita, em 2010, a rondar os 20.000.000.000€.

    E tudo isto para nada… Anos perdidos sem crescimento económico, em que o endividamento externo líquido explodiu, a um ritmo médio de 10% do PIB ao ano.

    Parabéns Pinóquio!

  8. “parabens pinoquio”o teu comentario,revela que não és um homem serio. nesse ano de 2009 a ue solicitou aos governos europeus investimento publico,para diminuir os estragos causados pela crise financeira. este socrates é o mesmo que recuperou o pais de um deficite de 6.8 % deixado pelo governo de direita,para 2.7% . chamar pinoquio a socrates depois de nos confrontarmos com um pm ministro que foi eleito na base da mentira,que por pudor, me recuso a repetir por serem escabrosas,só posso terminar desta forma: a gajos com a tua seriedade só os posso mandar para a puta que os pariu.

  9. parabens pinoquio,não te esqueças dos capangas do psd/bpn e do rombo da madeira,para onde foram mais 50milhoes com os votos de toda a oposiçao.este bonus pos o ps na madeira atras do cds.socrates sabia que isso ia acontecer,mas não cedeu ao eleitoralismo.

  10. val ,desculpa a deriva. ontem houve mais uma” baixa no pcp pela calada da noite!junto aos deposito do lixo(tipo caixas do correio) ,vi num monte muito bem arrumado dezenas de livros e cadernos produzidos pela ediçoes avante e outros.desde da “agonia e morte de lenine,a “o pcp e a juventude”,”os suv em luta” e o “28 de setembro a conspiraçao da maioria silenciosa” havia de tudo para formar um bom militante. trouxe para casa os “suv em luta” e o 28de setembro” para recordar esses tempos do assalto ao poder. a esse ex militante do pcp,só lhe posso dizer que abriu os olhos a tempo,para não votar nas europeias,num partido que não gosta da europa!

  11. Confrangedoras esta três afirmações de V. Gaspar. Pode ser inteligente – não duvido – mas é cretino! Então a última é de bradar aos céus, e só pode ser querer chamar-nos estúpidos. É quase um pecado dar-lhe atenção.

  12. Segue o texto seguinte, com dedicatória a “Parabens PINOQUIO”

    Parabens, PEDRITO!

    Ao fim de apenas três anos de governação, e apesar de uma bruta austeridade — bem maior que a aplicada pelo tal “PINOQUIO” — o chefe laranja conseguiu aumentar a dívida pública de 90% para 130%. Bruta austeridade essa que, só por si — pois como poderia, aquele que poupa que nem um labrego, ver-se castigado com mais dívida? — convenceu os néscios e os idiotas de que o amigo “PINOQUIO” era um mãos largas estroina e gastador. Só que a economia nacional não é a economia doméstica.

    As contas mostram que a prodigalidade gastadora do nosso amigo “PINÓQUIO” ficou-se por aumentar a dívida pública de 60% do PIB para 90%, no meio de um colapso financeiro só superado pelo de 1929 e, ainda para mais, no dobro dos anos que levaram PEDRITO a alcançar seu mui brilhante resultado de (des)consolidação orçamental. O que o amigo “PINOQUIO” conseguiu foi à custa de muito menos austeridade. Sendo que isso é que talvez não agrade às personalidades do reino da finança tuga, que ainda vai “aguentando” à custa da labuta dos tugas que ainda podem trabalhar.

    Não duvide que o seu chefe laranja terá o seu justo prémio. Sendo que a dívida pública portuguesa já ascende, actualmente, a mais de 130% do PIB e a 250% do total das nossas exportações anuais, bastará tão só comparar com os números da dívida da Argentina antes da sua bancarrota, e que são,

    145% do PIB e 350% das exportações anuais,

    para perceber qual vai ser o prémio de carreira de PEDRITO e do seu fiel amigo que ocupa Belém.

    (
    Tudo isto se os 74 + 74 não conseguirem, como outros antes deles o fizeram, lá para os idos de 1933, salvar o capitalismo financeiro tuga da ruína absoluta. Estou a falar daquela ruína que atrai, como o mel faz à mosca, os audazes a quem Benjamin Franklin se referiu nos seguintes termos:

    “Um tolo e o seu dinheiro, cedo se separam.”
    )

  13. Convém deixar bem claro que quando falei de 1933, não estou a falar daquele austero homem que, nesse ano, ocupava a cadeira de S. Bento.

    Estou-me a referir a John Mainard Keynes, ao New Deal norte-americano, ao presidente Franklin D. Roosevelt que salvaram, in extremis, o capitalismo financeiro dos Estados Unidos e da Grã Bretanha da ruína.

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