1. Desiludam-se os que pensam que algum dia, nos próximos dois anos, Paulo Portas rompe a coligação. A avaliar pelo que aconteceu em Itália (e sim, Berlusconi é um palhaço) e já antes com a hipótese de referendo na Grécia (onde não havia palhaço algum), à mínima ameaça à “estabilidade” (para nós, a penitência) pretendida pela Alemanha e sua corte nos países mais vulneráveis, começam a chover telefonemas de Barroso, van Rompuy, Merkel e até Hollande. Portas não vai sair até ao fim da legislatura. Não só não lhe interessa pessoalmente, porque adora ser ministro e nem sempre tem oportunidade, como também, se por milagre, tal decidisse, seria imediatamente impedido de o fazer por pressões externas. O que lhe resta, pois, para não deixar os créditos do seu partido afundarem-se com a sua participação na orgia assassina de Passos e Gaspar? Ir fazendo uns números a simular discordância, pôr uns deputados a insurgirem-se contra certas medidas, incentivando vários comentadores a perorarem sobre a iminência de um rompimento (no fundo, ele compraz-se) e, no essencial, ir despejando cola na coligação. Não será por aí, nem por Belém, que nos livramos do bando.
2. A RTP. Só de pensar no perfil de gente a que a querem concessionar e assim entregar a prestação do serviço público, dá vontade de trepar pelas paredes. Não há um único país civilizado que não possua um ou dois ou três canais estatais, tratados com seriedade, dignidade e pinças. Assistir a um indivíduo como Miguel Relvas, um chico-esperto, vigarista e politicamente um aldrabão, a tratar de fazer negócio com o canal de televisão do Estado, sem provento financeiro que se veja para o país, só pelo capricho de o oferecer aos amigos é quase como uma sessão de tortura. Espero que quem tiver competência ou poder para impedir tal coisa o impeça. Miguel Relvas não pode levar a melhor nesta matéria.
não há hipótese, os gajos dão cabo disto em nome do interesse nacional e qualquer obstrução democrática é aproveitada para duplicar a dose. obrigado gerómino e louçã.
Mas vai para a frente, Penélope, e como ele quer. E ainda vai sair disto mais forte. Já deixou os jornalistas deste país todos borradinhos de medo e eu, se estivesse no ligar deles, andava de fraldas. Perder o emprego, numa altura destas, nem pensar. O tempo dos heróis pelas “causas” já lá vai, porque os “herois” das causas descobriam por eles próprios que foram carne para canhão dos que os empurraram para a batalha. Relvas há de sair deste governo como tantos dos seus pares no PSD: com a vida bem aviada. E como é mais esperto que muitos deles, vai ficar multimilionário. Escreve aí.
Depois, este governo só vai ao fundo quando não restar mais nada de interesse para pilhar.
E Cavaco assina tudo de cruz. Vá-se lá saber porquê. Mas eu suspeito: por fraqueza inata. Ele deve perguntar-se muitas vezes como chegou aqui.
Infelizmente concordo com o leitor Jeremias.
Nem sei mesmo se um levantamento popular em massa os conseguirá pôr a andar.
Têm lata e falta de vergonha na cara suficientes para se colarem ao pote de todas as formas .
Só saiem á lei da bala.
O poder financeiro incumbiu-os de destruir o estado social e enquanto não estiver tudo arrasado estes meninos não darão o trabalho por terminado.
E não podemos fazer nada, senão assistir a tudo, embasbacados, perguntando-nos ” como foi possivel?!”
Pois é. Espero que o PCP e o BE estejam satisfeitos…