Il a raison

Notre culture est judéo-chrétienne. Le creuset français se fait à Jérusalem, il se fait à Athènes, il se fait à Rome. C’est une civilisation unique, qui est aussi européenne et le pire pour moi, c’est de voir cette mauvaise conscience européenne alors que l’Europe est le symbole de la liberté. Comment voulez-vous intégrer des jeunes qui doutent, en leur disant que la France n’est pas aimable, qu’elle est coupable de tous les crimes ?

 

Bruno Retailleau, ministro da Administração Interna de França

 

Tudo indica que a discussão sobre os valores europeus versus outros valores entra finalmente na ordem do dia catapultada (em força nas redes sociais) pelo problema da imigração, sobretudo muçulmana, um problema bem detectado e aproveitado pelas forças nazis e de extrema-direita, até há pouco adormecidas e, convém lembrar, pelos russos do regime de Putin, apostados em apoiá-las, sempre na mira da desestabilização dos seus rivais “ocidentais” e da NATO.

Com o Próximo Oriente em ebulição, com os vários atentados à faca na Alemanha e com as manifestações da “rua euro-árabe” um pouco por todo o lado na Europa a pretexto do que se passa no Médio Oriente, chegou finalmente a altura de a Europa deixar de se consumir pela culpa do colonialismo – até porque russos e chineses “colonializam” e “imperializam” à vontade hoje em dia, embora por outros processos – e deixar de se envergonhar da sua história, da sua filosofia, das suas descobertas, da sua literatura, da sua liberdade, da sua laicidade, enfim, dos seus valores. Valores esses, diga-se, altamente apreciados por muitos dos que, vivendo sob os regimes opressores do Médio Oriente e não só, gostariam de se libertar deles, e dos quais tiram proveito os que decidem emigrar para o Ocidente.

Por isso, tem razão, sim, o ministro francês, se não em tudo o que diz sobre o Estado de direito nesta entrevista, sobretudo neste particular da integração dos imigrantes provenientes de partes do mundo onde imperam regras e valores bem diferentes dos nossos. Como querer que os filhos dessas pessoas se integrem nas nossas sociedades se uma parte estridente de nós, normalmente a extrema-esquerda, grita os mais irados vitupérios contra a nossa história, o nosso sistema económico, a nossa política e tudo o que é ocidental em geral? Assim é complicado.

Idiotas úteis ao serviço das autocracias (também simplesmente “agentes”) é mesmo o termo mais adequado para os designar.

15 thoughts on “Il a raison”

  1. a nossa cultura é cristã. e romana .de aí terem sido expulsos os judeus carradas de vezes dos países cristão , a cultura deles não é compatível com a cristã. tanto quanto a muçulmana. os tipos fixaram-se em Abraão , nós partimos para Cristo.

  2. Não é habitual concordar com os postais cá do sítio; este é uma das excepções.

    As pessoas não têm culpa da religião e outras tretas que lhes impingem quando são crianças: vivemos num mundo ainda primitivo e acarneirado, que continua a usar explicações igualmente primitivas e infantis para o que não compreende. Deus fez assim, Deus quer assim, Deus explica tudo.

    Só que as pessoas devem crescer e evoluir. Também eu fui exposto a tais tretas, mas depressa percebi que eram tretas; há cada vez mais gente como eu. Os que ainda não perceberam devem ser ajudados, não encorajados: não se encoraja tontos e malucos na sua maluqueira ou tontice.

    Devemos acabar com a religião faseadamente, como querem fazer com os motores a combustão: quanto mais pública a religião mais nociva. Se alguém quer acreditar em deuses e fadas em sua casa que o faça; mas não deve impingi-las a ninguém. E a escola deve contrariar tais parvoíces.

    E quem quer vir para a Europa tem de aceitar isto. As pessoas são bem-vindas; a sua religião não o é. Ou fica à porta ou ficam elas. E – aqui choco com a yo e muita gente – também a ‘nossa’ religião judaico-cristã está a mais. Também essa, embora hoje menos agressiva, é anacrónica e ridícula.

  3. Filipe Bastos desculpe, mas a religião não tem por si só nenhum problema. Ou não seria uma base espiritual para quase toda a humanidade, há milénios. Essas tendências assépticas costumam acabar em imposição de vazio, não me revejo.
    A questão parece-me poder ter um caminho mais simples: a religião ou é de Bem, ou de mal. Quando é de mal deve ficar à porta, ela e as pessoas que a advoguem.

  4. A religião tem todos os problemas, Miguel: nada causou tanta guerra, morte, destruição, perseguição, discriminação, fanatismo, ignorância e atraso como a religião. O bom que fez fica muito aquém do mau; evoluímos apesar da religião, não graças a ela. É um costume primitivo, obsoleto.

    Não diria que isto é asséptico nem niilista, apenas racional. Cada um é livre de acreditar nas fadas e nos duendes que quiser, mas como sociedade devemos largar fantasias medievais e focar-nos no pensamento crítico, na ciência e no progresso que esta pode e deve trazer a todos – não apenas aos que seguem este ou aquele deus. E isto dá motivação e sentido bastante à vida sem tais fantasias.

    O mesmo para a nossa agência moral: talvez o crime mais insidioso da religião, e são muitos, é remover-nos essa agência e tornar-nos criaturas amorais, incapazes da mais básica decência sem essa esplêndida influência ‘judaico-cristã’, muçulmana ou outra treta qualquer. Como se precisássemos dum padreca para não matar o vizinho ou violar-lhe a filha – caso o padreca já o não tenha feito.

  5. A nossa cultura europeia é greco-romana cristã. Nada temos com a cultura judaica. Aliás os judeus nunca quiseram integrar-se na nossa sociedade. Tal como os muçulmanos.

  6. o irão criou uma brigada de espionagem para combater a mossad e foi recrutar um dirigente e vinte operacionais da mossad, os resultados foram conhecidos esta semana. mais una sacanice de israel e a onu não proíbe estas merdas. na próxima semana ficaremos a saber ou não se o ahmadinejad foi morto por constar nas folhas de pagamento da mossad.
    https://vinnews.com/2024/09/30/ahmadinejad-admits-head-of-irans-anti-mossad-unit-was-a-mossad-agent/

  7. Não Filipe. Continuo a não concordar. A religião é um Bem. Quando não é um Bem, não é religião.

    A religião que eu conheço assenta no Filho (que por cá andou 3 anos) de um Senhor que, entre as diretrizes mais racionais que a humanidade poderá conhecer, deixou coisas como esta: “… perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido…”. Se nas outras, que não conheço ao ponto de opinar, houver disto, são uma dádiva. Assim o homem as saiba receber.

  8. Já o que se passa em Israel não é religião, é ódio mortal e inegociável à parte judaica de um grupo de gente a quem a ONU decidiu repartir a palestina.
    Não há ninguém na liga árabe que dê uma palha pelos árabes da palestina, são carne para canhão. Liga árabe essa tomada por uma ideologia de morte transvestida de religião.

  9. Sem dúvida. O mundo árabe está-se borrifando para os palestinianos. Os palestinianos estão cercados por todos os lados, mesmo pelos “seus”, lá de dentro, os que se dizem seus defensores em nome de Allah.

    Na Palestina…
    “Os retornados ….. ocupam os lugares de topo na nova Sulta, em detrimento dos palestinianos que tinham liderado a intifada (…) Foi apenas graças ao sacrifício dos da população local, ‘os de dentro’, que os de fora puderam regressar (….), mas a vida dos ‘de dentro, só piorou depois dos Acordos de Oslo” . (…) O cidadão comum passou a mostrar-se ressentido com os ‘retornados’ ”
    (Copiadinho de um livro que ando a ler sobre a vida na Palestina)

    Palestinianos que se atraiçoam uns aos outros.

    Eu não estou contra Israel.

    Esse “Filho”, se é que existiu, não criou religião nenhuma.

  10. «A religião é um Bem. Quando não é um Bem, não é religião.»

    Todas as religiões têm frases bonitas e dizem ser do ‘Bem’, Miguel. Nenhuma lhe dirá que quer explorar os crentes e matar os demais. No caso da religião preferida por cá, a distância das frases à práxis é maior que a da Terra a Marte. A Igreja sempre foi um mamão hipócrita, um antro de exploradores e abusadores que encheram a barriga e o bolso à conta de uma população ignorante e indigente.

    À conta de platitudes como a que citou passaram séculos a acarneirar povos inteiros, submetendo-os a monarcas e ditadores, justificando guerras e atrocidades, cometendo ou branqueando incontáveis crimes. Hoje a religião dita cristã está finalmente mais controlada, já não mata, abusa e branqueia tão facilmente, mas o seu efeito nocivo vai ainda durar por gerações. E o Islão é dez vezes pior.

    Outro crime insidioso da religião: a submissão. O conformismo. É assim, tenhamos paciência. Nada há a fazer. Conformemo-nos. Deixemo-nos chular e saquear nesta vida; a próxima há-de ser melhor. E eterna! Nem pensar em derrubar mamões, classes, sistemas. Sejamos bons carneirinhos.

  11. Filipe, a práxis é o somatório da atuação de cada membro de qualquer coisa. E da atuação individual não se safa, derrube lá você o que quiser.
    No entanto, no caso da Igreja, guardiã de uma mensagem santa, a obrigação de um comportamento exemplar pelos seus membros é ainda mais exigível.

  12. Certo, Miguel, mas já aqui ‘debunkámos’ a falácia das poucas maçãs podres no cesto impoluto da Igreja: esta não só ignorou os abusos como encobriu sistematicamente os abusadores. E não foram poucos. Isto além das ‘mother and baby homes’ da Irlanda, da miséria que criaram ao proibir a contracepção, do conluio com a Ustase e tantos outros podres da instituição, não de indivíduos.

    Já percebi que, como a yo, também o Miguel dá para esse peditório. Não vou mudar a sua opinião, mas convirá que essa “obrigação de um comportamento exemplar” não está a correr muito bem. Como dizem os americanos, that ship has sailed. Já zarpou há alguns milénios.

  13. Não, não está a correr muito bem. Em alguns momentos, muito mal.

    Resta a cada um que com Ela se identifique fazer a sua parte. Desde o mais humilde crente a Francisco. É um espectro incrível, hã? Mas é assim, não há outra forma de Ela medrar. Será sempre representada, vivida, carregada por pecadores, não há cá outra coisa, mas repito que a mensagem é Santa, o que torna certos pecados ainda mais escabrosos e indesculpáveis (pelo menos pela justiça dos homens).

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