A Irlanda do Norte, a sério?

O apoio que Theresa May vai negociar com os membros do DUP, partido unionista da Irlanda do Norte, em ordem a poder governar arrisca-se a desestabilizar o acordo de paz alcançado pelo Governo de Tony Blair em 1998 para aquela parte do Reino Unido (ver aqui e aqui, ou aqui, sobre o Good Friday Agreement e o Acordo de St. Andrews, que o alterou em 2006).

Há pouco, ouvi o antigo secretário de Estado de Blair, Jonathan Powell, que foi também o principal negociador para a Irlanda do Norte, lembrar, na Sky News, que ficou consagrada no acordo a neutralidade do Governo de Londres em relação aos partidos políticos e ao governo da Irlanda do Norte. Powell, que afirma que todos perderam nestas últimas eleições (o que é objectivamente verdade), não vê possibilidades de um governo estável ou sequer viável com base numa tal coligação, que ameaça agitar de novo a Irlanda do Norte, já que o partido que irá apoiar o Governo de May não deixará de exigir  contrapartidas que defendam os seus interesses.

Neste momento, é difícil vislumbrar uma (outra) solução para a situação criada por estas eleições. Tudo indica que o Reino Unido vai continuar agitado e com poucas condições para negociar a saída da União Europeia. Deviam deixar a Irlanda do Norte sossegada. Os LibDem seriam uma alternativa, caso quisessem, claro.

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