A Kate Nash é a artista mais sublimemente irrelevante da pop britânica. A rapariga move-se em territórios já amplamente explorados nos últimos (vá lá) 40 anos e, por isso, não é de estranhar que não traga absolutamente nada de novo ao planeta pop. Se ainda não me mandaram dar uma volta ao bilhar grande devido à utilização abusiva de advérbios de modo nesta entrada, então posso-vos dizer com um tom voz que gostaria que imaginassem idêntico ao do Eládio Clímaco que «Foundation», o seu mais recente single, é a música que mais tenho ouvido nas últimas semanas. Cheguei a esta canção devido ao vídeo (bela cacofonia) de Kinga Burza (Ungashaka! Ungashaka!), que tece uma delicada filigrana (que querem? estou cansado, preciso de me deitar) em torno dos objectos que denunciam essa bela e gloriosa estupidez que é uma vida a dois. Como dizia o meu pai, a felicidade é um estado de alma sobrevalorizado: existem estados intermédios muito mais recomendáveis.
o teu pai era um homem sábio.
a música tem um contraste peculiar entre a voz e o fundo instrumental (ligeiramente dissonante). dá-lhe muita graça. and the girl is cheeky.
O clip está muito conseguido, sim senhor, e há pequenos detalhes nos arranjos que mereceram a minha atenção. Em si bemol.
Aplauso para o feito: contarem-nos uma história sobre o que mais importa como se nada fosse.
JP, fizeste-me despertar um pouco a ínsula musical, embora eu ande gamado no som do silêncio. Tinha uma tal de Anette (?) Peacock, outra de Laurie Anderson e outras que ainda estão em camadas geológicas mais profundas da minha memória, que não sei. Conheces? Mas olha que agora vou nadar.
(já de sandálias: e Joni Mitchell, claro)
Feridas vivas… excepcionalmente melodiosas, na (de)cadência do quotidiano.
Ai a Joni Mitchell. Vou já ouvir o «Blue».
cabrãozinho, caçaste-me com a caralhada do outro post, meteste-me contente a lembrar que queria ser druida, depois puseste-me aos pulinhos mentais de manhã lá em cima, meio ensonado, cliquei nesta coisa, de que só tinha visto um segundo antes, e agora vi tudo: parece uma síntese das minhas namoradas todas de outros tempos…
Quem as manda gostar de um gato vadio?