«O Século» de Lopes de Mendonça (O primeiro jornal socialista)
Lopes de Mendonça (1826-1865) figura no nosso século XIX ao lado de Garrett, Castilho e Herculano: historiador, poeta, jornalista, folhetinista, doutrinador, crítico e ensaísta. Mas também fundador e redactor anónimo de «O Século», um jornal de 11 números com 16 páginas cada, que se publicou entre 10 de Abril e 25 de Junho de 1848. Ernesto Rodrigues recupera-o para os leitores de hoje em 165 páginas de texto anotado.
Vejamos como Lopes de Mendonça escreve sobre a República em 1848: «A república não tem classes, não tem distinções, não tem interesses rivais: as lutas são as das ideias e a sua expressão é, tem de ser manifestada pela imprensa. Ás revoluções armadas hão-de suceder as reformas pacíficas; às paixões, os sentimentos; aos certames de partido, os combates de princípios. Alcançar-se-há esse ideal que debalde têm querido realizar as monarquias representativas? O sistema republicano acolherá no seu seio o princípio da perfectibilidade humana sem que ele ressurja de espaço a espaço tinto de sangue?»
Incansável jornalista e homem de ideias, Lopes de Mendonça responde à pergunta «O que quer o socialismo?» deste modo: «A fraternidade substituída ao individualismo: isto é, o indivíduo ligado pelos sentimentos e pelas instituições à sociedade: a associação em vez da concorrência, isto é um regime industrial que iguale as condições dos três agentes da produção, o capital, o talento e o trabalho».
A capa deste livro que vem revelar um novo aspecto na história das ideias do século XIX em Portugal reproduz um quadro do pintor Gaspar David Friedrich (Nuvens passageiras).
SEIS OU SETE LINHAS, UM REPARO.
“o capital, o talento e o trabalho”. Ah, esses Mendonzas com tantos talentos clássicos.
Para folhetinista até nem está mal. Mas podia ter simplificado as coisas:o poder do repugnante financeiro de nariz adunco, o patrão e o operário. Para quê tanta pincelada de engatar sobre socialismos e sociedades fraternais. A palavra mais adequada com que o homem se saiu foi, de facto, “agente”.
Ainda andam ai muitos por aqui, alá e acolá, e já lá vão quase dois séculos.
Um exceletne 2009 para v.s todos (j]a nao sao muitos mas estou a contar com os comentadores, nik incluido que estou muito benemerita. E sem esquecer o tubarao e o Rui VN
zazie, desejo-te um bom ano 2009.
E já agora também desejo o mesmo a todos os que por aqui andam :-)
E eu a ti. Que estupidez esquecer-me da Claudette
“:O))