Numa tarde que continua
Não se pensa a despedida
Multidão que enche a rua
Projecta a lição de vida
Avó e mãe sem horário
Disponível todo o dia
Na folha do calendário
Numa teimosa alegria
Contra tudo contra todos
Teimosia convocada
Uma energia a rodos
Força sem dar por nada
2 rapazes, 5 meninas
Era a vida uma manhã
Fazia luvas pequeninas
Passa-montanhas de lã
Seus olhos as bandeiras
Seus cabelos estandarte
Voz de palavras inteiras
Ouvia-se em toda a parte
Nasceu no fim duma guerra
Morreu só na Conservatória
A moral que a tarde encerra
Faz duma derrota a vitória
Um amor não perdido
Multiplicado por nós
Vai dar um novo sentido
À memória da sua voz
Que todos vamos guardar
No coração bem fechada
Parece a força do mar
Não tem medo de nada
Os meus sentimentos ao filho, ao neto, à nora e a si, poeta, se o interpreto bem.
O Algarve, onde me encontro com avós da mesma idade, pode muito bem ser o Céu que as igrejas abrem, neste Inverno frio, aos seus fiéis enregelados.
Um céu de apanhar a suave luz do Sul e de fazer luvas de netinho e passa-montanhas de mais crescidos. Se a encontrar por cá assegurar-me-ei que está bem e de livre vontade !
Um abraço
Jnascimento
Um abraço caro Joaquim Costa de África. E obrigado. O mar daqui é o da Vieira de Leiria. Diferente do de Albufeira. Ou talvez não.
Não há que ficar triste, uma pessoa quando “morre” passa à próxima plana. Científica e shamanisticamente provado há muitos anos.