Experiências feitas com rãs – na Estação Espacial Internacional, onde nada parece ter gravidade – mostram que não voltará a existir um 2011 tão bom como este. É aproveitar, pois.
Claro que nem todos dão o devido crédito à ciência, preferindo os estreitos limites da subjectividade e as múltiplas ilusões do senso comum. Esses estão zangados com um país onde desfrutam das mais avançadas leis em matéria de liberdades e direitos. Ter hospitais, escolas, esquadras, estradas e uma imensa panóplia de serviços públicos a funcionar, a que se junta a oferta de todo o tipo de mercadorias e produtos de consumo, não chega. A meta é o crescimento fulminante dos salários e regalias laborais, o desaparecimento do desemprego e da pobreza por decreto, mais a imunidade absoluta contra convulsões económicas ou meteorológicas. A perfeição, o Céu na Terra.
Mas há um problema com os paraísos. É que até neles aparece quem se aborreça, quem sinta falta de qualquer coisa que ainda não provou. Um certo tipo de fruta, por exemplo. Para esses, todos os anos são maus. Eles sabem-no para lá de qualquer dúvida porque o sentem. Sentem-se mal. Seja porque não almoçam nem se cruzam nos aniversários e casamentos com os bandidos que estão na governança, seja porque precisam de inventar inimigos para se levantarem da cama, seja porque a vida é madrasta e eles já passaram há muito a idade das ousadas esperanças. Cresce-lhes o azedume, uma infecção na alma que só a realização da sua megalomania faria desaparecer. O abismo chama o abismo.
Vamos ter o melhor 2011 de sempre, essa é que essa. Os que disserem o contrário não pertencem a este tempo, apesar de ocuparem o mesmo espaço. É deixá-los entregues às suas dilectas neuroses e tratarmos do que mais importa: a incomparável beleza do acontecer.
uma coisa é certa: 2011 só haverá um!
e cultivar depressões só para que é mesmo doente…os outros façam-se à vida. Está certo, caro Val! bora.
Bom ano!
só mais uma pequena coisa (isto sai aos pinguinhos), não são os fazedores de opinião, nem os políticos bem falantes que vão fazer alguma coisa pelas dificuldades que todos conhecemos, quem trabalha de forma construtiva não se dedica a esses discursos da derrota. Cabe a cada um olhar à sua volta e fazer o que está ao seu alcance. E as coisas acabarão por mudar.
Eu sou todo “panóplias” e por isso digo, só a tiro e à espadeirada é que se acaba com esta gente mal acostumada.
Bom Ano Valupi, e que continues a escrever como sempre ou melhor (se possivel). O prazer e meu e de muitos que aqui vem (estou sem acentos, sorry).
Como dizes, 2011 sera o melhor de sempre, arregacemos mangas, venha ele!
Sofia Carvalho
E a juntar a todas as coisas boas que podemos disfrutar ainda temos o bónus de começar o ano a ler textos como este. Tudo indica, portanto, que tens toda a razão, para variar. :)
Vê-se que este Valupetas é um tipo limitado: as suas «análises» da treta vivem, constantemente, da psicologização da realidade. A propósito de tudo e de nada, serve-se de conceitos emprestados da psicologia (ou pior: da revista Maria) para nos «explicar» o que acontece. E o que acontece (ou não acontece), segundo o seu psicologês, reduz-se a sentimentos de tristeza, ódio, inveja, etc. Consequentemente, o desemprego, o corte de salários, a subida dos impostos, o corte nas despesas sociais (e note-se que na manipulação do Valupetas o que estaria em causa seria o contrário: subida de salários, mais regalias sociais, etc) devem ser encarados com «alegria» e apreciados na sua «beleza», como o sádico Valupetas nos sugere. Socretino como é, o Valupetas não quer ver as pessoas resignadas (mas nem muito menos a protestar contra o estado de coisas a que o Pinto de Sousa nos conduziu), mas antes felizes e contentes por irem viver novas experiências, novos acontecimentos, pois estes são sempre bons para nos livrar do «tédio». Pobretes, mas alegretes, parece ser a «vida bela» que o Valupetas nos convida a desfrutar. Ao ponto a que chegou a socretinice…
2011 só há um?…. Oh Monsieur de La Palisse…
Muitas vezes aprende-se muito sobre nós ouvindo os estrangeiros que por cá passam. Aqui há tempos fui de Lisboa a Caldas da Rainha no «Expresso» a ouvir uma jornalista canadiana que estava em Portugal há dois meses dando algumas opiniões que me fizeram pensar.
bom , relativamente a senso comum e ciência , há que dizer que o Boaventura , e outros , tentam aproximar a ciência do senso comum , a ciência deve voltar-se para o senso comum , diz ele. ora vai lá ler ” um discurso sobre as ciências”.
e cientificamente desconfio da veracidade das tuas certezas. no dia 31 de dezembro de 2011 , depois da experiência concluida , veremos.
Como avisava Ernest Hemingway “never confuse movement with action”. Acho que vou apanhar este registo de leitura do texto porque não me passa pela cabecita que haja por aqui um laivo, sequer, de sugestão de que não aspirar a uma melhoria constante, é modo de vida. Seja em termos individuais, seja em termos colectivos. Tratar-se-á, então, de ser realista o que não implica, necessariamente, ser pessimista. Poderemos ser, a um tempo, realistas e optimistas. Ser realista e até céptico, pode conduzir a uma forma de lucidez interessante. Com generosidade e sentido de humanidade pelo meio, não corremos o risco do cepticismo nos tornar cínicos. Então, sejamos críticos, cépticos e generosos. Assim, talvez construamos uma esperança lúcida e nos afastemos tanto de um cinismo mortal como de uma ingenuidade completamente improdutiva.
Será?
:))
Quando eu era jovem andava aí pelas estradas um pomposo Citroen que tinha o apelido de DS. O CITROEN DS era aquela máquina. Carregava-se no “prego” e ele levantava o “focinho” e aí vai ele, fero e veloz. Agora saíu-nos na rifa um tal DS que faz exactamente o contrário. Quando acelera a botar discurso que não a raciocinar… em vez de levantar, afocinha! Pois não é “afocinhar” falar no, soi-disant, “estado de coisas em que o Pinto de Sousa deixou o paìs”?! Vá lá… gaste meia dúzia de euros e veja um documentário que está aí à disposição das mentes honestas que queiram conhecer o que de facto aconteceu no mundo de há uns anos a esta parte. Prove lá a si mesmo e a todos os que por aqui ainda lhe fazem o favor de o ler, prove lá que tem, de facto uma mente honesta e não está apenas apostado em vomitar ódios imbecis!
Aniper, o “boca de sapo”? Empertigava o nariz, sim senhor.
:)))
Aos cépticos, recomenda-se uma volta ao mundo, para saber a verdade. Aliás, nem é preciso tanto: basta uma saltada aos vizinhos do norte de África. Bom Ano, Val e & Cª!
Que engraçado, ANIPER (provavelmente um nome de uma associação nacional qualquer de apoio ao Pinto)… Tal como a ti, a mim a tua conversa também me traz à mente imagens de «focinhos». Não o «focinho» de um carro, mas o focinho de um cão de guarda. Daquele tipo de cão treinado para defender o dono, sempre que este é desmascarado. É por isso que ao meu «ódio imbecil» tu consegues contrapôr um amor cego ou uma fidelidade canina ao Pinto de Sousa, que chega ao ponto de desresponsabilizar este impostor de todas as medidas anti-sociais que ele tomou (não só agora, mas desde que está no governo). Porque um tipo que gastou dois terços da despesa com a crise com a banca e apenas um por cento com o desemprego (e que é o mesmo aldrabão que tinha prometido 150000 empregos) não precisa de desculpas externas. Um tipo que manda chumbar um projecto de lei que travava a distribuição antecipada de dividendos da PT, mas ao mesmo tempo vai obrigar desempregados e pensionistas, que não recebem menos do que o salário mínimo, a pagar taxas moderadoras, não precisa de desculpas vindas do exterior. A responsabilidade deste estado de coisas é mesmo interna: está naqueles que de tanto verem «filmes» ou anúncios televisivos protagonizados pelo vendedor da banha da cobra, passaram a reduzir a realidade ao mundo do cinema.
Melhor não sei, mas único será com certeza. Mas gostei da ironia. Só pode…
Em breve adoptaremos o calendário socretino (em honra do santo com o nick socras) e garanto que 2010 anos depois estaremos muito melhor. Pelo que, o próximo 2011 é que vai ser…
Então e as rãs? Comemos-lhes as perninhas ou têm outro papel na conjuntura?
Deixem o DS em paz!
Então não se vê logo que é o Vasco Pulido Valente quem está por detrás destas linhas de azedume neurótico! (DS – Deus e Salazar ou Derrubem o Socrates?)
Atenção aos que estão de bem com a vida! Somos todos oficialmente apoiantes do socrátes…
Lá se foi o argumento de “boca de sapo” do ANIPER. Só o que faltou realmente no segundo comentário do DS, muito mais bonito sem o “Valupetas”, foi ter lembrado a esta assembleia que a decisão “socialista” de subsidiar a Banca para aumentar o desemprego foi realmente ditada por “influências” externas, como aliás o é todo o resto considerado central na agenda neoconista para a UE, com visa do FMI.
O Povo um dia vai pedir contas disto, ai vai, vai…
Mais vale este sereno optimismo, mesmo que possa soar a exagerado, do que a absurda neurose do pessimismo estéril, totalizante e maciço com que os tablóides e as televisões comerciais nos tentam embotar toda e qualquer capacidade de raciocínio e, sobretudo, de ser feliz, ou melhor, de nos sentirmos felizes. A minha resposta é só uma: para todos um FELIZ 2011 e uma EXCELENTE NOVA DÉCADA (até se esqueceram de que apenas anteontem entrámos nos fabulosos Anos 10…)!
Não, não me parece que seja o VPV quem esteja por trás da argumentação do DS. Parece-me demasiado de esquerda, daquela esquerda populista que aposta no “quanto-pior-melhor” para conquistar os corações, que não as mentes, dos que a ouvem e assim abichar mais uns votitos.
Ai que bom seria se voltássemos aos tempos do Salazar em que a nossa luta (inegávelmente heróica, digo eu) nos punha no coração e na mente de toda a gente de bem! Então não era, ó DS!
Não contesto que seja sempre um conforto para alma recordar o passado. Mas sejamos sérios. Não; de costas voltadas para o presente e para o futuro! Não; pensando mais no Partido do que no país!
um bom ano 2011 para todos os que fazem parte do mundo aspirinab.
Este texto, que conta com a ajuda das rãs para não ser apenas lunático, não versa sobre o pessimismo ou optimismo. Esses dois modos de antecipação de eventos, num caso fechando a inteligência e no outro abrindo-a, remetem para a projecção psicológica, para a imaginação.
Do que falo é da realidade e do realismo. Da atenção. Quanto atentos, vemos que tudo o que é real é também, em sentido primeiro e último, incomparável, irrepetível, único.
Ah, ok. Bute na imperial e nos tremoços que isso de comer rãs, só mesmo para lunáticos…
:)
Ó ANIPER, vê-se que os filmes de propaganda socretina que andas a ver conquistaram e, ainda pior, colonizaram defenitivamente a tua mente! Se o Pinto de Sousa tivesse confiscado apenas teu o coração ainda podíamos ter esperança na tua recuperação, mas assim o cenário é mais pessimista. Depois das medidas de austeridade aprovadas pelo teu amor, não é preciso mais ninguém para apostar no «quanto-pior-melhor». Porque este ano (e nos seguintes) tudo vai piorar, mas para ti vivemos no melhor dos mundos possiveis. Não confundas o país com a socretilãndia! E nem sei se um qualquer terramoto intelectual na tua cabeça teria o poder de destruir as tuas fezadas e o teu apoio incondicional ao Pinto de Sousa. É que, parece-me, que quanto este tipo mais te bate (na cabeça) mais tu gostas dele…
«definitivamente», claro.
Isto hoje não saíu bem: há um «que» a mais na última frase.
O Ds tem grande valor de informação aqui no Aspirina porque é do contra e aguenta-se à bronca. Isto para quem gosta de diversidade claro, quem prefere relvados sem daninhas é outra coisa.
Que seja então a incomparável beleza do acontecer: voar sobre o dito.
Entretanto vamos dando atenção ao desdobramento doreal.
É isso mesmo Val!
A Atenção à realidade…o Aqui e Agora.
E por aí vemos, ouvimos, cheiramos, saboreamos, tocamos…Vivemos Maravilhas! :)
Grande 2011*****
Dá-lhes Val!; no ano da desgraça de 2010 venderam-se +38,8% de automóveis. De Porches e Ferraris não há memória de as vendas terem subido tanto! Os super-mercados estão a abarrotar de papaias, ananases e vegetais pré-preparados, para as senhoras não estragarem as unhas (3 x + caros). No Verão passado o Algarve esteve a abarrotar de portugueses, tudo se vende! aonde está a crise?
Desconfio que a Economia só existe na cabeça dos economistas…