Luciana num balcão
Debruçada no sorriso
Empresta calor da mão
Quando café é preciso
No combate à tristeza
Derramada pela rua
No centro duma mesa
Seu sorriso continua
Não havia o adoçante
Adoça com seu olhar
Simpatia no instante
Faz do balcão o altar
Onde a nova liturgia
Como se numa oração
Celebrando a alegria
Do encontro no balcão
À esquerda é o Chiado
E o Castelo é à direita
O sol bate no telhado
A tarde ficou perfeita
Quando olha para o Rio
Não repara na distância
No nevoeiro mais frio
Recorda a sua infância
Em baixo as duas linhas
Além é a Sé de Lisboa
Não há mesas sozinhas
Quando o café se povoa
De gente que não repara
Na pressa, no seu bulício
Luciana então já separa
As tarefas do seu ofício
Tomou o sabor profundo
Do café que nos vendia
Trazendo do seu Mundo
Um grão de pura alegria
As mamas da Luciana Abreu inspiraram-te bem.
Ai que conversa tão parva… Não tem nada a ver. Trata-se de uma miúda que nunca mais vi num café onde ia… Safa! Essa de que falas é abaixo de qualquer classificação. Aquilo é tudo plástico, que horror…
a luciana – se não fôr luciana claudia – fica rosadinha e gosta. :-)
O que me consta é que a “piquena” deixou de frequentar o café porque tu lá ias. Oh Zé!. Falando mais sério: sinceramente gostei!
Não sejas tão badalhoca, JCF. Um horror? Aquela plasticidade carnal faz sonhar mais de um teenager. Procura bem a miúda. Pode ser que tenha caído dentro da xícara do café.
Não é dramático: foi-se embora porque estava à procura de melhor trabalho. Não tentes colocar dramatismo numa coisa normal. E não me chames badalhoca, está fora do contexto. Desliga o complicador, nada de coisas horrorosas…
É um lindo registo de uma memória de uma vez em que tomou agradavelmente um café. Gosto destes registos, e num bom poema ou numa boa prosa, ainda gosto mais!
Talvez tenha sido o desaparecimento da pequena, a causa deste belo poema.
O mais triste foi ela não saber ser sua musa…
JCF e Luciana, isto dava uma novela picante.
Não procures misturar a vida com a literatura, dá sempre mau resultado… Não vás por aí.
Não me chamo Madame Bovary, totó.