(a Francisco José Viegas)
Comboios em cemitério
Tanto tempo enferrujado
Segundo novo critério
Já não vão a todo o lado
Debaixo dos pavilhões
Ou nas linhas canceladas
Há memórias de estações
Despedidas, namoradas
Beijo cortado na pressa
Que um apito anuncia
Amor dos pés à cabeça
A bandeira é a alegria
Comboio para a História
Duas guerras mundiais
A certeza é a memória
Da guerra de nunca mais
Despedidas de soldado
Chamado pelo regimento
As cartas do namorado
Perfume do sentimento
Tal como as linhas vazias
Dos comboios a vapor
Há no olhar destes dias
A memória dum amor
sai uma de tgv prá mesa do viegas
Gosto muito, jcf. Que texto mais enxuto, sim senhor. Como de resto é teu apanágio quando optas pelo metro curto (uma forma pouco explorada na poesia portuguesia recente).
isso não é balada, é contorcionismo comuna a tentar apanhar o comboio do ministro da cultura em movimento na linha de bragança. deves ter em mente um tgv poético subsidiado pelo viegas.
Parabéns JCF, gostei muito! A memória de um tempo que ainda há pouco era atualidade e já tão esquecido.
tãi giro, Zézinho, adorei. e são memórias, sem pressa, estas, de beijos. :-)
«quando optas pelo metro curto»
ó joão pedro costa, o poema é sobe comboios, não é sobre o metro.
Um poema dedicado ao Francisco José Viegas? Cheira-me a pedido, pela certa. O jcfrancisco não dá ponto sem nó. Favores com favores se pagam. É ou não é? Graxa…
Bandido!