Marinho e Pinto – um homem que sendo presidente da Ordem dos Advogados não lida com o Direito

Estudos?

– Não!

Adoção singular já permitida para todos.

– “a criança tem direito fundamental a um pai e a uma mãe”

Então…mas já temos adoção singular, logo não há pai e mãe

– isso não interessa nada

Este é Marinho. Há quem admire  o homem com uma  prestação no prós e contras, onde acusou todas as mães que tiveram um filho sem um pai de “más mães” e onde aplicou aos homossexuais a famosa treta panfletária que dizia que todos os males do mundo se deviam aos judeus, para dar dois exemplos.

Sim, há quem admire  a prosa contra a coadoção do bastonário. Leia-se um excerto (Jornal de Notícias) da prosa do homem cuja prestação no debate acima referido é admirada:

“Como diz Reeves, a vida implica todos os níveis do real e, por isso, é que o momento mais belo na vida de qualquer ser humano é aquele em que ele é retirado todo sujo da vagina ensanguentada de uma mulher ou então arrancado da sua barriga esventrada por uma cesariana e é exibido triunfantemente à mãe que o pariu. E esse momento é belo porque é nesse instante que aquele monstrinho sujo, enrugado, roxo e disforme passa de feto a pessoa, ou seja, adquire personalidade jurídica e torna-se sujeito de direitos e de deveres ou, se quisermos, passa a ser um centro autónomo de imputações. É assim que nasce um ser humano. E esse momento é belo também porque a mulher que berrava de dores passa a rir-se de alegria e beija pela primeira vez esse filho (em outras espécies animais, as mães são ainda mais autênticas pois lambem demoradamente os recém-nascidos). Esse momento é belo, sobretudo, porque é o instante em que as dores da vida se metamorfoseiam na felicidade apoteótica da maternidade e da paternidade.

Eu lembro-me bem desse momento. Nunca esquecerei o momento em que nasci e, sobretudo, nunca esquecerei o primeiro beijo que a minha mãe me deu – quase moribunda por me ter parido”.

Marinho e Pinto in “O mais belo momento da minha vida”

 

25 thoughts on “Marinho e Pinto – um homem que sendo presidente da Ordem dos Advogados não lida com o Direito”

  1. Eu ñ vi o “Prós e Contras” mas vi-o num programa da manhã, sobre este mesmo assunto. Triste! Completamente desajustado da realidade… Sem argumentos válidos. Admirei a vossa calma e educação, Sras. Deputadas.
    Fiquei com pena. Até tinha alguma admiração pela frontalidade dele mas, a partir desse dia “desisti” do Dr. Marinho e Pinto. Lamento.
    Agora, depois de ler isto só me apetece dizer “O homem passou-se”! Só pode!

  2. As prestaçõeses de Marinho Pinto e Luis Vilas Boas no último Prós e Contras foram absolutamente deploráveis, porque sem inteligência e tresandando a totalitarismo desumano. O tipo de pessoas que, se estas situações acontecessem com os seus filhos, os lançariam à rua cruelmente. Lamentavelmente, têm seguidores. O reaccionarismo é uma crosta que custa a saír, pode levar anos e gerações. Em contrapartida, os adeptos da coadoção estiveram a grande altura em dignidade, informaçãio e elegância. Nota máxima para a deputada Isabel Moreira que manteve uma atitude impecável perante os desaforos da labreguice.

  3. má prosa do Marinho. Já aora aproveito para perguntar (desculpem a ignorância):o que quer dizer coadoção? Nunca tinha visto a palavra…

  4. Pouco eloquentes e nada dignificantes os sorrisos de desprezo constante dos que estavam contra o Marinho… Transmitiu-se a ideia dum certo totalitarismo moral, que sendo discutível (como tudo na vida), acabou simplesmente por ser ridículo, nada sério, patético e provocador…
    Se a sociedade evoluiu a aceita hoje com naturalidade e tolerância que cada um tome as opções comportamentais que mais gozo lhe dá (na pura acepção da palavra…), é bom que não se confunda isso com uma minoria a ditar os valores e normas para todos…
    Entrando “neutro” na observação do debate, saí com a sensação que de um lado alinhavam pessoas preocupadas com as crianças, e do outro pessoas preocupadas com o desejo (egocêntrico?) de ter meninos em casa a todo o custo…

  5. É incompreensível a argumentação apresentada por certas figuras quantoo à sua posiçao contra a co adopcao, figuras da área do direito….advogados….juízes…..bastonário….responsáveis por instituiçoes….esquecendo-se que o tribunal entrega crianças institucionalizadas a casais homosexuais como familia de acolhimento…… Por favor expliquem me a vossa coerencia de pensamento porque eu nao consigo entender…..aliás entendo, é como o governo……..é para onde e quando dá jeito e é util………

  6. Eh, pá, Dr. Marinho Pinto, este texto é mau demais… Engulo em seco, porra. Fico mudo.

    Uma só palavrinha para ti, meu, que acabas de me desiludir chocantemente: GULP!

  7. O Dr. Marinho Pinto é um caso muito interessante e revelador na Política portuguesa e no espaço de debate público nacional da atualidade.

    Conseguindo ser extremamente eficaz, demolidor, até, no nível mais imediato e superficial da racionalidade – nível “televisivo” -, esboroa-se inglóriamente logo nos níveis seguintes de pensamento (no sentido da erudição), reduzindo-se a sua viril argumentação, com o aprofundar da análise, progressivamente a quase nada!

    Mais interessante do que o que este curioso fenómeno de retórica revela sobre a solidez de convicções e de conhecimentos de Marinho Pinto, é contudo o que ele revela sobre o estado “da arte” do meio cultural, mediático e até intelectual português da atualidade, onde o tipo de discurso sulerficial, tonitroante, demagógico, simplista e básico, com um “golpe de asa” de brilhantismo retórico de pregador e um pouco de “patine” livresca de vendedor de Enciclopédias penetra e triunfa no subconsciente colectivo nacional mais depressa do que piolhos numa creche, ou o fogo em palha seca.

    Só o facto de o público generalista português, que consome Cultura, Política e Conhecimento com esta falta de sentido crítico, ser tão débil e tão vulnerável a este tipo de “pensamento” trivial, irreflectido, fundado no reflexo condicionado e no “senso comum”, mas quase sempre SEM QUALQUER REFERENTE LÓGICO SÓLIDO, permite o sucesso de vedetas mediáticas como Medina Carreira, Marcelo Rebelo de Sousa, José G. Ferreira e Camilo não sei quantas (varreu-se-me, a sério), que não tem paralelo fora de Portugal, nem mesmo em Espanha!

    O Povo português está hoje desarmado, completamente indefeso, nas mãos da maior concentração de artilharia pesada de propaganda “soft” de que há memória em Portugal, pelo menos desde 1975 (em que, ao menos, havia ainda alguma igualdade em termos de “armas”…), e isso vai impedir o País de debater e de chegar a consensos sobre os principais problemas que o apoquentam e que, sem exagerar, diria que ameaçam mesmo a sua sobrevivência.

    E a culpa é de todos, a começar pelos órgãos de comunicação, mas acabando nas salas de aula do Ensino Básico.

    E sendo assim, parece-me que de nada servirá pedir Eleições sem se mudar alguma coisa no panorama do debate público nacional. E não vejo este problema a ser discutido com a urgência e a seriedade que, quanto a mim, merece.

  8. O Dr. Marinho Pinto é um caso muito interessante e revelador na Política portuguesa e no espaço de debate público nacional da atualidade.

    Conseguindo ser extremamente eficaz, demolidor, até, no nível mais imediato e superficial da racionalidade – nível “televisivo” -, esboroa-se inglóriamente logo nos níveis seguintes de pensamento (no sentido da erudição), reduzindo-se a sua viril argumentação, com o aprofundar da análise, progressivamente a quase nada!

    Mais interessante do que o que este curioso fenómeno de retórica revela sobre a solidez de convicções e de conhecimentos de Marinho Pinto, é contudo o que ele revela sobre o estado “da arte” do meio cultural, mediático e até intelectual português da atualidade, onde o tipo de discurso sulerficial, tonitroante, demagógico, simplista e básico, com um “golpe de asa” de brilhantismo retórico de pregador e um pouco de “patine” livresca de vendedor de Enciclopédias penetra e triunfa no subconsciente colectivo nacional mais depressa do que piolhos numa creche, ou o fogo em palha seca.

    Só o facto de o público generalista português, que consome Cultura, Política e Conhecimento com esta falta de sentido crítico, ser tão débil e tão vulnerável a este tipo de “pensamento” trivial, irreflectido, fundado no reflexo condicionado e no “senso comum”, mas quase sempre SEM QUALQUER REFERENTE LÓGICO SÓLIDO, permite o sucesso (porém efémero e estéril…) de vedetas mediáticas como Medina Carreira, Marcelo Rebelo de Sousa, José G. Ferreira e Camilo Lourenço, algo que não tem qualquer paralelo fora de Portugal, nem mesmo em Espanha!

    O Povo português está hoje desarmado, completamente indefeso, nas mãos da maior concentração de artilharia pesada de propaganda “soft” de que há memória em Portugal, pelo menos desde 1975 (em que, ao menos, havia ainda alguma igualdade em termos de “armas”…), e isso vai impedir trágicamente o País de debater e de chegar a consensos sobre os principais problemas que o apoquentam e que, sem exagerar, diria que ameaçam mesmo a sua sobrevivência!

    E a culpa é de todos, a começar pelos órgãos de comunicação, passando pelos órgãos de Poder executivos e legislativos, mas acabando nas salas de aula do Ensino Básico.

    E, sendo assim, parece-me que de nada servirá pedir Eleições sem se mudar alguma coisa no panorama do debate público nacional. Infelizmente, não vejo este problema gravíssimo a ser discutido com a urgência e a seriedade que, quanto a mim, ele merece.

  9. @ jpferra – Mai 30th, 2013 at 8:57
    Apesar das barbaridades do meu discurso fica sabendo que estava realmente “neutro” neste assunto. Nunca tinha investido grande tempo de reflexão com ele. Agora deixei de ser neutro…
    Realço um aspecto engraçado…. Os defensores do “projecto” (no sentido mais lato), mantém como primado retórico a incapacidade “cultural” ou de entendimento por parte dos mais “conservadores”, os que dizem barbaridades… Digamos que não é um argumento muito sólido, apesar de profundamente arrogante e nada democrático. É como se uma minoria aceite e tolerada pela sociedade tivesse agora virado num grupo de “déspotas esclarecidos” que a cada esquina afirmam a sua sobranceria perante os demais…

  10. Luis FA, talvez o termo barbaridades tenha sido desproporcional ao que escreveste, mas só usei porque todo o discurso do Marinho foi de uma barbaridade total, com várias contradições, por exemplo se todas as crianças precisam de um pai e duma mãe porque existem famílias monoparentais?

    Eu nem sou a favor nem contra, a mim o que me move é e será sempre o superior interesse das crianças, mas não posso nem quero usa-las para demonstrar o meu ponto de vista, como aquele pai com lagrimas nos olhos???? usou o seu filho adoptado para marcar o seu.

  11. ainda não viste tudo, luis fa! o próximo passo vai ser a exigência de material para co-adopção e inseminação artificial subvencionada pelo sns afim de se cumprir a lei.

  12. há 25 anos, o meu filho com 6 anos ouve na nossa conversa a palavra homosexual e pergunta ao meu amigo: senhor avelino o que é um homosexual? resposta pronta do pai do meu amigo já na altura na casa dos 50 anos:” “é um homem com a bicicleta com os pedais a andar ao contrario ” pela novidade o que se passou a seguir não dá para descrever.hoje já não perguntava porque essas bicicletas tornaram-se vulgares.

  13. Ora, Isabel. Da pena do Marinho armado em Torga também não resulta o meu tipo favorito de prosa, mas parece-me que não é pecado por aí além dizermos, por exemplo, que nos lembramos da batalha de Aljubarrota e não esquecemos esse momento fundador. Não é para ser tomado á letra porque é um efeito de estilo. Está a descrever a mãe e o sofrimento da mãe que conhece porque lho contaram; não está a descrever, por exemplo, as mamas da enfermeira que o açoitou, nem a lembrar-se que o médico disse «eh pá temos de dar aqui uns pontos que este tipo tinha cá uma cabeçorra que nem o Martim Moniz».

    Quanto à aptidão do nosso bastonário favorito para colocar a seita dos defensores dos orfãos (não é assim que se chama?) perante factos que mais ninguém ousa articular debaixo da actual ditadura do homossexualmente correcto, isso aí nota 20 sem tirar nem pôr. Precisamos urgentemente de mais gente com o desassombro do Marinho e Pinto.

  14. Já agora, quanto à «famosa treta panfletária que dizia que todos os males do mundo se deviam aos judeus», em que é que ela se distingue da famosa treta panfletária que diz que todos os males do mundo se deviam aos nazis, promovida 24/365 a propósito de tudo e de nada?

    Espantosa, esta coincidência da defesa dos orfãos com a defesa da sétima arte ao serviço da bagunça propagandística.

  15. jpferra pergunta: … com várias contradições, por exemplo se todas as crianças precisam de um pai e duma mãe porque existem famílias monoparentais?

    Resposta: Se todos as pessoas precisam de duas pernas, porque existem pessoas com uma perna só?

    Melhor ainda: Se existem pessoas com duas pernas e pessoas com uma perna só, por que razão não hão-de existir pessoas com um braço no lugar de uma perna e uma perna no lugar de um braço? Afinal de contas para que é que serviram as experiências do dr. Manguelas?

  16. Concordo muito com o Dr Manguelas,

    Pela mesma logica, a ideia de dar proteses aos mutilados (por exemplo às crianças vitimas de minas) é uma perfeita parvoice e vai contra o direito inalienavel de cada um de ter pernas e braços inteiramente naturais.

    O que não falta nesta discussão, é inteligência…

  17. Sim, dr. Satânico, aproveitar crianças mutiladas para dar uso a proteses trocadas e colocar-lhes duas esquerdas ou duas direitas, é uma perfeita parvoice e vai contra o direito inalienável de cada um de ter proteses correctas.

    O que não falta nesta discusão é espertalhufice canhestra.

  18. Pois é, Dr., mas repare que as proteses correctas (seja la o que isso for) são tão naturais como a sua esperteza…

    Essa é que é essa.

  19. Olha, jpferra, meu anti-fascista primário que nem um oitavo de nacional-socialismo de rosto humano aceitas, prepara-te mas é para a breve trecho teres na tua rua o nome do judeu do século XV que tu e os teus vizinhos mataram no tempo do rei Manecas. E a prova é que ele já não está vivo.

    A malta porreira (a começar com a chanfrada da Câncio no DN a vociferar contra os conspiracionistas antissumiticos, sim, a propósito da Eanes, do lobby e do casamento) já conseguiu transformar a Alemanha numa nação tarada, e enquanto não alargar o processo ao resto do mundo, não descansa.

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