Para o Z, nosso fiel e querido compagnon de route (conhecemos a sua identidade, mas não a daríamos nem a um pelotão de arma em riste), e isso por ser São Valentim, e por ele ter levado para longes ilhas (conta ele) o Spinosa de Deleuze, mais o Fédon de Platão, mais uns belos livros de matemática, e acabar distraído pelas belezas físicas locais – para ele, pois, este poema que sabemos apreciará:
É sempre o mesmo o que persigo:
Um belo moço, um belo livro.
Acaricie pele ou lombada,
Tocarei sempre e só fachada.
Gerrit Komrij, Contrabando, Assírio & Alvim, 2005, tradução do neerlandês de fmv.
[O autor, que vive em Portugal, e é um dos mais conceituados poetas holandeses, além de conhecido ensaísta, colunista e tradutor]
Fernando, nas mouches, que isto agora tem plural. Ontem o neocortex fez uma birra antes de ir xonar e nós, mindinhos compreensivos e diligentes, desde que andamos ao léu de novo, lá fomos buscar o Deleuze – está aqui um bocado bonito onde se diz tanto sobre a ‘javardice’ aqui do aspirina, a zazie já anda ali a esgatanhar-se que até eu já cansei:
«Enquanto o pensamento for livre, portanto vital, nada estará comprometido; quando deixa de o ser, todas as outras opressões tornam-se igualmente possíveis, e, uma vez realizadas, qualquer acção se torna culpável, e toda a vida ameaçada.»
G. Deleuze, pag.10, Espinosa – Filosofia Prática, Escuta, S. Paulo, 2002
Entre pele e lombada
há diferença profunda:
acariciando a segunda,
não se lhe entesa nada.
Tá lindo, Nik.
o meu agostinho neocortical entesa os neurónios com um book. O resto do pessoal é que é mais neopositivista e o cérebro reptilínio, escaldado de muitos desamores, até só se tira de dúvidas com um pau bem erguido, signo primário
Fernando agradeço o sigilo, mas ninguém tem que passar por tortura para protegê-lo, eu não me permito ter medo de nada, nem vergonha, apenas é muito mais divertiddo e eficaz andar a fazer um risquinho zizagueado do que perorar em nome próprio.