A liberdade não se encomenda

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Lars Refn foi o único cartoonista que, apesar do pedido do Jyllands-Posten, optou por não representar Maomé, o profeta, mas Mohhamed, aluno do 7ºA. O jovem aponta para um quadro onde se pode ler, em persa: «Os jornalistas do Jyllands-Posten são um bando de provocadores reaccionários».

Lars Refn usou da sua liberdade de expressão como queria e não como lhe foi ecomendada. O jornal, apesar de amar a liberdade de imprensa, não gostou da graça e escreveu, como legenda: «pensamos que Lars Refn é um cobarde que não entende a gravidade da ameaça muçulmana à liberdade de expressão». Parece que o Jyllands-Posten adora a sua liberdade, mas não convive bem com a liberdade dos outros. Insultar o jornal que lhe publica o desenho, isso sim, é ter tomates.

37 thoughts on “A liberdade não se encomenda”

  1. Acho incrível não teres reparado que, além de ter uma gralha – uma perna a mais na terceira letra… -, o cartoon se refere especificamente ao Daniel Oliveira, apelidando-o de “reaccionário empedernido ao serviço do traidor Iman Louçanovski”

  2. por acaso este cartoon originalmente foi publicado sem essa legenda, mas enfim… você até é bem intencionado, está é mal informado… Claro que, da mesma forma, quando o imã na sua ferverosa boa intenção de mostrar ao mundo árabe o quanto os dinamarqueses eram odiosos, juntou ao grupo dos 12 aqueles outros 2 já tristemente famosos desenhos, um com maomé a fornicar um camelo e outro com maomé transformado em porco, também foi só mesmo por fervor religioso e boas intenções…

  3. Imaginemos que um escultor (por exemplo Francisco Simões…) resolve fazer esculturas de tudo o que é poeta neste País (incluindo, por exemplo, o Pai do senhor Daniel de Oliveira e o Comendador Cesariny…). Resolve fazer e faz. Há um Presidente de Câmara (um que seja, por exemplo, tio de um taxista emigrado na Suiça…) que acha aquilo giro e faz um parque para as estátuas de poetas do escultor.
    Imaginemos, por outro lado que há um outro escultor (Maurizio Cattelan, por exemplo…) que resolve fazer esculturas para criticar um líder religioso (João Paulo II, por exemplo…), tendo consciência de que essas esculturas poderão ser consideradas ofensivas por certas pessoas (católicos radicais, por exemplo…).
    Quem é que acham que teria sido impedido de exibir as suas obras? Quem é que ouviria ameaças do tipo “vou lá com uma bulldozer e levo tudo à frente”?

  4. Na versão inglesa divulgada para o estrangeiro a legenda está lá, em inglês. Posso publica-la aqui (tenho-a guardada). A não ser que a versão na internet seja falsa, o que não me parece.

  5. Este post nem parece de alguém que hé bem pouco tempo não soube conviver com opiniões contrárias à sua no barnabé. Casa de ferreiro, espeto de pau, não é?

  6. O jornal só tem de ser louvado por publicar uma caricatura que o critica. Isso sim, é respeito pela liberdade de expressão. Se fosse um jornal português teria ignorado o cartoon.

    Ps: a crítca insultuosa do jornal ao autor do mesmo é uma resposta à crítica insultuosa do próprio cartoon. Tudo isto é liberdade de expressão. Ainda bem, talvez agora o Daniel Oliveira entenda o que está em causa.

  7. O ASPIRINA B já reparou que o seu bom amigo, ex-proprietário do WEBLOG vos fez uma boa surpresa?
    Se entrarem no Blogómetro através do blogue “Mas certamente que sim”, o ASPIRINA B e o Espectro ultrapassaram o Abrupto. Se entrarem no Blogómetro pelo Weblog, estão invertidas as posições.
    Mas certamente que sim….

    Aurora

  8. Até acho alguma piada à legenda, em tom de resposta ao que se escreve no quadro, e presumindo que foi traduzido o que está escrito no quadro. Não compreendo é o que pretendes dizer com o “mas não convive bem com a liberdade dos outros” porque houve três cartoons não publicados e este fez parte dos doze publicados. Ah! E “insultar o jornal que lhe publica o desenho, isso sim, é ter tomates” e ser provocador. No fundo, o que todos os desenhos pretendiam ser ;?

  9. Como diria o Woddy Allen em As Faces de Harry, “os records foram feitos para ser batidos!”. Está visto que o mundo muçulmano não estava feliz com tão-só os americanos a desgraçarem-lhes a casa e decidiram ser eles mesmo a arregaçar as mangas e tratar do assunto. E assim se faz a guerriúncula contra os ocidentais por que tantos maníacos religiosos almejavam!
    Se os dinamarqueses são de extrema-direita isso não interessa, o que lhes importa agora é correr a brincar à guerra! E por favor, dizer mal é uma arte, o insulto fácil é para tontos!

  10. Aurora, uma das referências é às visitas diárias, outra às páginas diárias. Chateiam-me sempre estas coisinhas anónimas a cheirar a conspiração e a lançar venenos para cima das pessoas.

  11. E eu agora armava-me em parvo e dizia: “Deus não existe.” Em que é que isto ficava? Como é que era? Hã? Era uma porra, era o que era. Deixavam o paleio do “o meu deus é melhor có teu” e começava tudo a matar-se à paulada. Ná. Como dizia o outro: “o não sei quantos morreu, o bababa tambem e eu próprio já não me sinto lá nada bem.

    Para meio entendedor…

    PS: Não desenhem o Maomé. vá lá. Desenhem o Bin Laden ou o Sadam. Se não se conseguirem aguentar e acabarem por desenhá-lo, digam que é outro tipo. Ao que parece, a cara do senhor não ficou registada. pelo que com um bom advogado, tá safo…

  12. O Bloco de Esquerda também já revelou que está pela Liberdade de Expressão contra a barbárie e o fundamentalismo. Freitas do Amaral e Daniel Oliveira parecem cada vez mais isolados… até o BE saltou do barco!!

  13. Obrigada Catarina.
    Parva é que eu não sou.
    Manipulam a coisa conforme lhes apetece não é?
    A mim também há muita coisa que me chateia. Desonestidade é uma delas.
    Aurora

  14. zmarco | fevereiro 9, 2006 01:15 AM

    O Bloco de Esquerda não tem razão. A tomada de posição do governo português, através de Freitas do Amaral, é perfeitamente adequada e correta.

    Freitas do Amaral é um homem de muita categoria.

  15. The Studio, lê de novo as 20 coisa que eu escrevi sobre o assunto: defendi a liberdade de expressão e o direito dos cartoonistas a publicarem os cartoons e estou aqui a dize-lo 233ª vez. Mas há quem só leia indignações, mas tenha dificuldade em acompanhar um debate. Há, neste tema, muito mais assunto para além da liberdade de expressão. Eu, lá digo também pela 233ª vez, quero discutir os objectivos desta provocação.

    De rest, acho a nota de Freitas do Amaral muito infeliz.

    Quanto ao Bruno. Se quiseres discutir a diferença entre o escrevia no Barnabé e estes cartoons, vens tarde. Já foi discutirdo aqui. Se queres discutir o que se passou no Barnabé, vens tardissimo. Já foi. Mas se queres apenas que faça um link para o teu blogue, terei todo o prazer.

  16. Já agora, estou com José Almeida Fernandes (do Público) e Ana Sá Lopes (do DN), dois dos colonistas e jornalistas que mais respeito

  17. E a jihad bloquista-relativista continua… quando só restarem ruínas à sua volta, não se surpreenda, você foi um dos culpados.

  18. Se o Daniel usa fontes externas para provar o que está a dizer, também as deveria ter usado antes de afirmar (mais os seus compinchas) atoardas do tipo que o jornal era de extrema-direita, que era lido por poucas pessoas e que era pró-nazi.
    Jyllands-Posten is the largest-selling daily newspaper in Denmark.
    Jyllands-Posten is an independent newspaper that is liberal.
    1940-90s – At the end of the second world war several of the employees at the paper were involved in the resistance against the German occupation.
    Vocês não conseguem disfarçar os vossos tiques estalinistas de deturpação da verdade.

  19. Onde é que eu afirmei que o jornal era de extrema-direita, era lido por poucas pessoas e que era pró nazi? Diga lá quando e onde é que eu escrevi ou disse isso? Isto há cada um…

  20. Tenho pena que os Ocidentais não saibam respeitar as tradições Islâmicas, e, proponho desde já, que se comece a adoptar costumes que não choquem essa mesma comunidade.
    Em vez de desenhar Cartoons, deveriamos cortar cabeças a jornalistas e filmar a execução, matar civis, explodir-nos em autocarros, explodir metros, mandar aviões contra torres, queimar embaixadas, queimar bandeiras e outras formas de Liberdade de Expressão que não chocam com costumes Islâmicos.

    Se é verdade que não podemos pôr tudo no mesmo saco, outra verdade é que os Islâmicos moderados não se manifestam sob pena de morrer em nome das tradições que defendem, e isso, não é Liberdade de Expressão.

  21. Caricatura: (desenho, descrição, etc.) retrato de pessoas ou acontecimentos que assenta no exagero cómico de alguns dos seus traços distintivos.
    Ora do que aqui se trata é saber se os cartoons foram um exrecício de liberdade de expressão, ou, simplesmente, uma provocação?
    Responda quem souber e deixem-se de discussões inócuas.

  22. Daniel
    Se eu quisesse audiências tinha vendida a alma ao diabo (desculpa a blasfémia) e ficado no Barnabé. Não era difícil perceber o preço.

    Se depois disso tivesse querido audiências também não me faltaram convites.

    O que eu quero é outra coisa. Mas é normal que um profissional da agitprop como tu não perceba.

    Aliás, qualquer analfabeto (não é o teu caso, escrever bem nunca foi o teu problema) que escreva Expresso ou tenha «notoriedade» política tem audiências na blogosfera.

    Não quero regressar ao passado, bem obrigado. Se quisesse tinha aproveitado os vários textos na imprensa de «referência» depois do fim do Barnabé com o seu belo exemplo de rigor e imparcialidade.

    Mas acho que a tua denúncia da hipocrisia e da duplicidade de critérios do tal jornal dinamarquês levanta questões interessantes sobre o se o mesmo não pode ser dito de ti. É só. Mas percebo que não queiras perceber.

    E sim, acho que te ficava bem pôr o linque. Ultrapassar esse tique do tempo de antena que é tão típico dos nossos comentadores encartados. Integraste depressa, não há dúvida. Mas olha que é sinal de pequenez intelectual. E sempre mostrava que fizeste algum progresso no caminho da tolerância prática (em vez de só na teórica) nestes últimos meses. E olha que o custo é baixo, a ti que te importas tanto com essas coisas, porque não é isso que irá mudar as nossas audiências.

  23. Insisto que estou a falar da versão internacional (em inglês) que me chegou ao computador e não à versão em dinamarquês. Posso estar enganado e ser falsa. Investigarei. Infelizmente não a consigo pôr aqui nos comentários.

  24. Luís Lavoura, não, não concordo com a posição de Freitas do Amaral. Se não manifesta solidariedade com a Dinamarca ou Noruega e os seus governos e os seus cidadãos, se não vinca que os países europeus democráticos não podem condicionar a liberdade de expressão, está apenas a ser cauteloso e receoso com o fanatismo religioso islâmico. Mais valia estar calado, não se notava tanto essa posição de medo. A resposta a esta onda de vandalismo do fanatismo religioso islâmico não pode de igual indole, mas tem que ser firme na defesa dos valores das democracias ocidentais de que a liberdade de expressão é um dos seus pilares essenciais. Mostrar receio, estar agachado só dá mais força a esse fanatismo religioso e a maiores avanços para as suas barbaridades. Quanto ao relato do Público era só para sublinhar que o Daniel Oliveira deve andar com a cabeça à nora dada a contradição da sua posição a este propósito das caricaturas. Ao colocar-se agora também como crítico da posição de Freitas do Amaral, que ao fim e ao cabo, tem a mesma posição do Daniel, ainda mais confusos ficamos. Estivessem neonazis aí por essa Europa fora a incendiar embaixadas árabes e já teríamos o DO e o Bloco aí com manifestações marcadas de solidariedade com o mundo árabe, como são os árabes a fazê-lo sobre países democráticos europeus gastam mais tempo a criticar as caricaturas. E para sossego de alguns afirmo que fui sempre contra e condeno a intervenção americana no Iraque. As minhas posições são ditadas pela minha consciência e análise das situações e não pelos jogos de cintura ou danças de ventre políticas.

  25. Já disse o que tinha a dizer sobre o incêndio de embaixadas. Já agora, é costume haver, por essa Europa fora, não embaixadas mas residências de muçulmanos incendiadas. No caso, por vezes, com gente lá dentro. Estou-me a lembrar das manifestações que não foram organizadas por cá e dos textos inlamados que não foram publicados na nossa imprensa.

    A minha posição é exactamente oposta à de Freitas do Amaral. Ele acha que deve haver censura mas não há e que ela não deve ser selectiva. Eu acho que não deve haver censura mas há e que ela é selectiva.

  26. http://service.spiegel.de/cache/international/0,1518,399653,00.html

    estava agora a ler este artigo (da jornalista americano-dinamarquesa Jytte Klausen) e encontrei uma passagem relevante para esta discussão. o resto do artigo também vale a pena.

    «My favorite one, though — which was aimed at the cartoon publishers, not Islam — shows Muhammad as a seventh-grader, who has written on the blackboard “Jyllands-Posten’s journalists are a bunch of reactionary provocateurs.” »

  27. Não faz sentido a tua conclusão: se o próprio jornal publica um cartoon contra si próprio, parece-me que a legenda também é legítima. De deres uma pancada nas costas a alguém convém esperar um murro nos tais grandes tomates.

    A tua análise está centrada no facto de ser um jornal de extrema-direita e não na moralidade da cena em si.

  28. olha Daniel o que o Bruno quer
    é ter protagonismo. Mas ele sò tem um blog, enfim…e muito mauzito!Inveja é muito feia Bruninho.

  29. A liberdade não se encomenda…

    Também não se recomenda a quem não a entenda…
    Liberdade é um estado de espírito,logo é um dogma …
    Liberdade só na morte.

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