900 anos de maluqueira

A pressão sobre o Tribunal Constitucional, depois de Barroso ter dado fogo à peça, é agora à outrance. Mas caso os juízes cedam, e saberemos se cederam, essa cobardia transformará por completo a situação política em Portugal para alguma coisa que só conhecemos de ler nos livros de História. É que não é possível saber quem é que Passos, Portas e Cavaco representam neste momento, dado que todos traíram radicalmente os seus eleitorados, mas sabemos que aqueles malucos ibéricos que são o sonho da Galiza e a inveja da Catalunha têm perto de 900 anos de irredutível independência.

Se os juízes não cederem, essa valentia será em nosso nome e devemos festejar com quem nos enche o peito de orgulho. No fundo, na política como no amor, o que está em causa é conseguir andar de cabeça erguida e olhar franco por entre iguais.

12 thoughts on “900 anos de maluqueira”

  1. parece-me mesmo bem isso de vir contrariar a coisa de que a traição tem sempre perdão – isto inibe as pessoas, as fracas pessoas, de sequer tentarem viver com franqueza pois regem-se pelo padrão. e se o olhar for naturalmente franco então temos paraíso – o do sentir. além disso, é mesmo o que se quer – que os políticos sejam, os amantíssimos raros da cidade, francos no olhar e no sentir.

  2. por vezes as coisas boas trazem sacrificios,mas permite o andarmos de cabeça erguida.não tenham duvidas, que passar o “cabo das tormentas” foi uma tarefa bem mais penosa,sendo assim não sejamos piegas!

  3. A propósito do «Rectângulo»:
    – Ser português não é o ser portador de um BI, não é uma questão de ser de Direita ou de ser de Esquerda, etc… é… ISSO SIM, defender uma estratégia que tenha em vista a sobrevivência de Portugal!!!
    {nota 1: existem parvinhos-à-Sérvia… que apesar da venda de empresas estratégicas para a Soberania… e que apesar da substituição populacional dos nativos… acreditam que Portugal vai conseguir sobreviver!?!?!}
    {nota 2: os ‘globalization-lovers’ que fiquem na sua… desde que respeitem os Direitos dos outros… e vice-versa!}
    {nota 3: uma NAÇÃO é uma comunidade duma mesma matriz racial onde existe partilha laços de sangue, com um património etno-cultural comum; uma PÁTRIA é a realização de uma Nação num espaço}
    {nota 4: Os portugueses até poderiam ser os tipos mais horríveis do planeta bla bla bla… e outros serem os mais maravilhosos do planeta bla bla bla… todavia, no entanto, como é óbvio, um DISCURSO NAZI continuaria a ser inaceitável!… De facto, independentemente do valor de outros… os portugueses (e não só) devem preservar o DIREITO À SOBREVIVÊNCIA DA SUA IDENTIDADE!}
    [obs: nazismo não é o ser ‘alto e louro’, bla bla bla,… mas sim a busca de pretextos com o objectivo de negar o Direito à Sobrevivência de outros!]
    .
    A Luta pela Sobrevivência envolve:
    -1- capacidade de renovação demográfica;
    -2- capacidade de defesa perante aqueles que pretendem ocupar e dominar novos territórios.
    Assim sendo:
    antes que seja tarde demais, há que mobilizar aqueles nativos europeus que possuem disponibilidade emocional para abraçar um projecto de Luta pela Sobrevivência… e… SEPARATISMO-50-50!

  4. Se os juízes do T. Constitucional cumprirem a sua missão, reprovando as gravosas
    medidas de saque do des-governo, resta a este apresentar a demissão e ir prepa-
    rando a sua defesa para o julgamento, em termos criminais, do mal que fizeram aos
    portugueses e à Pátria, apesar dos avisos feitos dá a idéia que agiram com dolo!
    Não há que ter medo de ir a eleições, o segundo resgate já está alinhavado mas, um
    novo Governo com apoio reforçado pode ser a pedra no charco, seguindo o exemplo
    da Grécia … renegociando a dívida e os respectivos juros e reduzir a austeridade!!!

  5. Venho pedir um esclarecimento, se possível. Tenho pensado bastante sobre as opções que se poderão seguir, caso o TC chumbe o orçamento: correção do OE e mais austeridade com manutenção do governo; demissão do governo e convocação de eleições; governo de iniciativa presidencial , vulgo salvação nacional; confisco de bens patrimoniais com ou sem manutenção do governo (preconizadas por Cadilhe há cerca de 3 anos e agora em Outubro 2013 pelo FMI); suspensão parcial da constituição.

    Ora é esta suspensão, ou imposição do estado de exceção, que eu não sei será possível e se sim, quem a poderá decretar…. Farto-me de ler o famoso artigo 19ª da CRP e não consigo ter um entendimento claro . Haverá por aí alguém que me possa esclarecer ?
    Agraço antecipadamente.

  6. Vejo em direto, na SIC. o Jerónimo e fico sem dúvidas : o inimigo do PC, aquele que é preciso abater não é o governo nem os partidos que o apoiam, mas sim o PS…
    E assim se explica a atuação do deputado Ramos na audição de Machete e também a recusa de antecipação de votação do orçamento…. Armam-se em vanguarda esclarecida ….
    Absolutamente ridículo.

  7. O PCP, apesar da retórica, da cassete, não é diferente dos outros partidos.
    Comporta-se também como uma empresa e tem o seu nicho de mercado.
    O seu objetivo é o de maximizar o lucro dos seus acionistas e satélites. Estes são a direção do partido, os deputados, os presidentes de câmara, as estruturas sindicais que controla, etc, etc..
    Se fossem coerentes com o que apregoam porque nāo apresentam leis na assembleia para integrar as reformas dos deputados e outros privilegiados no regime geral?
    Porque é que se aliaram à direita para derrubar o governo anterior?
    O povo está agora muito pior e vai ficar muito mais e o PCP tem mais câmaras, vai ter mais deputados, etc, etc..
    Tenham vergonha na cara!!

  8. Na rentrée, Passos deu o mote no comício aos Jotas com os conselhos de bom senso ao Tribunal Constitucional, Nessa altura, tivemos também a rábula pulha sobre os desempregados e a Constituição. Depois, a capa do Expresso com a chantagem do cheque da troika sobre o Tribunal Constitucional. Seguiu-se o spin internacional – via associated press e outros, veiculando a ideia de radicalismo do Tribunal Constitucional.

    Na campanha das autárquicas, Passos veio associar o eventual chumbo de normas do Orçamento de Estado pelo Tribunal Constitucional a um segundo resgate. Entretanto, Portas e sus señoritos reforçam a ideia e dizem que tal implicará igualmente um pacto constitucional para retirar qualquer obstáculo às medidas da troika. De seguida, o “nosso” Durão subiu a parada com a ameaça do “caldo entornado” (como se vê dá imenso jeito ter um português na Presidência da Comissão Europeia, não é?). Agora, a crítica ao “ativismo político” do Tribunal Constitucional por parte de mais um obscuro funcionariozeco português de Bruxelas, daqueles que – tal com os estarolas radicais do Banco de Portugal – têm os seus ordenados protegidos do tsunami austeritário que está a destruir Portugal.

    Tudo para condicionar a ação do Tribunal Constitucional, neste momento, o último garante da efetiva independência política de Portugal, a última sede de soberania de Portugal. Com um Presidente da República comandado por controlo remoto pelo Governo e instituições europeias, uma comunicação social em larga medida submissa e/ou condicionada pelos grupos económicos dominantes, com uma oposição liderada por uma nulidade genérica de marca branca, a população portuguesa, já de si com uma intervenção política passiva ou muito pouco informada, encontra-se num estado quase catatónico, conformada com o retrocesso civilizacional que os “senhores da televisão” lhes dizem ser o único caminho possível para finalmente podermos voltar a ser um “País de bem”, empobrecendo cada vez mais para conseguirmos pagar uma dívida cada vez maior.

    Mais tarde ou mais cedo, Passos ou Marco António Costa, no seu estilo destrambelhado, ou Maduro, no seu estilo mais viscoso, atravessarão o que ainda falta (ainda falta?) do Rubicão Constitucional, com novas intervenções que colocarão definitivamente em causa o Tribunal Constitucional, coagindo de forma objetiva o livre exercício da sua ação e incorrendo mesmo num crime punível por lei. (Artigo 10.º da Lei n.º 34/87, de 16 de Julho “Crimes de Responsabilidade dos Titulares de Cargos Políticos”, Coacção contra órgãos constitucionais – 1 – O titular de cargo político que por meio não violento nem de ameaça de violência impedir ou constranger o livre exercício das funções de órgão de soberania ou de órgão de governo próprio de região autónoma será punido com prisão de dois a oito anos, se ao facto não corresponder pena mais grave por força de outra disposição legal).

    O Tribunal Constitucional é, pois, neste momento, o último grande adversário antes de se conquistar Roma… Compete a todos os democratas que acreditam que Portugal deve continuar a ser um Estado de Direito independente denunciar estas pressões e ingerências brutais e inadmissíveis do Governo e das instituições europeias sobre o Tribunal Constitucional. Até porque, se o Tribunal Constitucional acabar por capitular, esta história, tal como em Roma, vai acabar mal, muito mal para todos nós…

  9. Sou um zé ninguém e não conheço o “PG”, mas faço-lhe uma vénia e descubro a minha cabeça perante a qualidade e sobretudo perante o conteúdo do seu texto acima. Muito bom, excelente mesmo.

  10. Caros malucos ibéricos. Mas o sonho galego somente tem quinientos anos. Amtes foi tudo mais realidade que sonho. Desde Afonso Henriques até a Batalha de Toro co Afonso V, não foi sonho pois somente faltou uma fita, en variadas ocasiões, para cambiar a historia e que todo fosse talvez diferente. Naquela altura em Toro todo rematou e à posivel realidade converteuse em sonho eterno.
    E que dizer na ocupação castelhana, filipina, Quando Felipe IV da Espanha foi buscar ás tropas de Portugal para aplacar a subversão catalana e os portugueses rejeitaram à proposta-imposição e aproveitaram a revolta catalana para lançarem o Vasconcelos pela Janela do Paço e tornarem a independência? Os catalaes não tiveram sucesso e seguem com inveja.

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