Depois da ida de Relvas à ERC e subsequentes declarações públicas do próprio, já dispomos de todos os elementos para reconstruir o filme sem precisarmos de ler a papelada final. Foi exactamente (ou quase) assim:
– Relvas constatou que as perguntas enviadas por Maria José Oliveira na quarta-feira da semana passada expunham as mentiras que proferiu no Parlamento um dia antes e abriam outras suspeitas não exploradas pelos deputados. Passado dos carretos, toma consciência de que tem de estancar por completo aquela investigação. Decide telefonar de imediato a Leonete Botelho.
– A conversa com a editora de política do Público corre bem enquanto ele faz pressão e ameaças, chegando ao cúmulo de explicitar o modus faciendi da chantagem: divulgação de informações relativas à privacidade da jornalista Maria José Oliveira na Internet. Mas acaba mal, porque a Leonete não lhe faz a vontade. Desliga furibundo. Volta a ligar e a repetir as ameaças, com igual resultado.
– De seguida, Relvas liga para Bárbara Reis, a directora do jornal, a qual o ouviu e calou. Entretanto, os jornalistas do Público foram esperando, conversando, esperando e conversando. Até que se fartaram de esperar: na sexta-feira lançam um comunicado a denunciar a situação, assinado pelo Conselho de Redacção. A Direcção começa por o repudiar, para logo depois juntar a sua voz à versão dos acontecimentos nele vertida, passado a ser a posição oficial do jornal daí em diante. A reacção de Relvas é de completa negação e de ameaça de processo judicial contra o jornal.
– No seguimento desta acção que uniu a Redacção e a Direcção do jornal, Bárbara Reis liga a Relvas para apresentar um protesto formal e recebe um pedido de desculpas. De seguida, o Ministro continua a negar ter feito pressão, quanto mais ameaças, e remete-se a um silêncio apenas interrompido com a sua ida à ERC.
Foi assim (ou parecido) e nunca se tinha visto em Portugal. Isto é, nunca um órgão de comunicação social denunciou ameaças deste calibre, para mais vindas da 2ª figura do Governo e explicitando uma chantagem torpe e sórdida, eventualmente criminosa. Todos os factos em cima da mesa tornam inevitável a concordância com a versão do jornal, até porque é o próprio Relvas que vai confirmando às mijinhas o mesmo relato. Confirmou que fez os telefonemas, confirmou que ameaçou com a ERC e tribunais, confirmou que ameaçou com um boicote unipessoal ao jornal e confirmou que estaria em condições emocionais anormais e agressivas. Acima e antes de tudo, não contesta judicialmente a versão do Público, versão essa que nos mostra um cidadão sem condições para exercer cargos governativos e partidários, pelo menos.
Mas tudo isto não passa da ponta solta de um novelo muito maior, o qual nos faz regressar a Silva Carvalho e à sua generosidade secreta. Algo de muita importância deixou Relvas a espumar da boca, uma boca bem suja, e levou-o para um número mafioso que julgava nunca vir a dar esta bronca. Honra e aplauso para Leonete Botelho e quem no Público decidiu não alinhar no silenciamento vindo da Direcção. Agora, que se assumam os corolários do episódio no que à imprensa e ao Parlamento disser respeito. Particularmente, que se investigue o vínculo de Silva Carvalho a Relvas a partir das perguntas mesmas a que ele não quis responder. E que se dê o passo inevitável, esse de chegar a Passos e perguntar se ele confirma nunca ter ouvido de Relvas conversas a respeito de mensagens engraçadas vindas do super-espião com tantas informações para partilhar entre os amigos. Seja qual for a resposta de Passos, diga sim ou não, o futuro político deste Governo e dos seus carolas mudará instantaneamente.
A mafia ceciliana,nada tem a aprender com esta gente!Para colmatar este rombo na sua credibilidade,o governo,vai à morgue encomendar um cadáver,com causa da morte desconhecida ,para imputar a responsabilidade ao ex PM José Socrates.
o rei das merceearias do norte já veio dizer, no meio de risos, o que o preocupa é aquilo não dar dinheiro.
por breves segundos, tive esperança, mas não quem se demitiu foi o adjunto.
http://www.publico.pt/Política/adjunto-de-miguel-relvas-demitiuse-1547619
Com este e os secretários do ministro Àlvaro, mais os da “Cultura” do Viegas, já são uns quantos com vergonha na cara. Mas os “godfathers”, esses ninguém lhes toca.
Investiguem tudo.
desde os tempo em que tentaram colar o Ferro Rodrigues ao caso Casa Pia até tudo o que se passou com o Sócrates.
Investiguem…..sou eu a sonhar
Está tudo minado meus amigos. Desde a PJ aos Procuradores…está tudo minado.
O Seguro que se ponha a pau. Assim que fôr uma ameaça séria, pode ter a certeza que lá vem um caso do “passado”
Depois é só a Felícia, a Manuela e outros que tais porem-se a trabalhar.
O senhor Tó-Zé Seguro não tem nem quer ter nada a ver com estes assuntos “sujos”. Ele não se mete com ninguém, não tem opinião sobre nada, nem toma atitudes seja de que género for. Ele está no máximo cargo a que pode aspirar. Não o incomodem, que ele quer é sopas e descanso. Um perfeito inútil.
Chicotada psicológica do adjunto? Nem pensar. Mais vale a equipa acabar com o futebol profissional.
E no fundo para quê? Para levarmos com meses de choro em uníssono da Comunicação Social, “era tão boa pessoa”, “logo numa família tão bem”, “tantos anos escuteiro para isto” ou “ em criança até de Menino se vestia todo nu no presépio vivo da Abocanhada”. Hoje, não viram já o Álvaro com uma lagriminha ao canto do olho “era o melhor ministro do mundo! nós no Canadá nunca tínhamos visto nada como ele”? É ele e os pasteis de nata.
Além disso, neste circo é o único palhaço que de vez em quando nos consegue fazer rir (a cristas é especial, claro, já vou trabalhar em boxers e cursos de formação de caça, também quero uma espingarda). Os contorcionistas chegam com as mão aos dedos dos pés de cócoras. Os trapezistas é cada tombo que até nos dói as costas. E os domadores só trabalham com domésticos.
Mas se tiver mesmo que ser, que lhe ponham um raminho de oliveira na mão, umas sandálias e a tanga. E. claro, a coroa de espinhos na cabeça. Pelo menos ganhamos um mártir. E finalmente o primeiro vai poder retribuir “estás muito bem, ervas. o teu cabelo está diferente”.
Obviamente, o pior vai ser a vingança do crato “enquanto eu estiver aqui e a partir de hoje, é exames nacionais para todos os anos. e até para a actividade profissional. esta gente não merece outra coisa”
Mas nós estamos preparados.