A minha vida cabe dentro do escritório
E na sobreloja da leitaria alentejana
Nada nos meus poemas é provisório
Que escrevo nesta concreta geografia
Rua dos Fanqueiros, da Conceição
Rua da Madalena, dos Douradores
Abel Pereira da Fonseca ao balcão
Aquece o meu peito com os calores
Hoje Ofélia chama-se Inês ou Teresa
Sai às seis e desliga o computador
Cesário Verde aparece de surpresa
Na loja de ferragens fala ao vendedor
No Bairro Alto, no Hospital de S. Luís
O poeta antigo, afinal o mais moderno
É lúcido uma vez mais quando nos diz:
Eu preciso de morrer para ser eterno
bela homenagem ao nosso poeta maior e a uma rua viva que vive…
Obrigado pela atenção da leitura caro Luis Eme. Um abraço cordial JCF
pois, essa coisa do póstumo faz-me comichão. mas também há quem vivo mate para ser eterno – deve ser a coisa do antesumo. :-)
(se o Fernando lesse isto havia de querer ter sido Pessoa: eterno de vida) :-)
eterno não serás, mas parvo garantidamente.
o cesário foi comprar pregos e um aluquete para o teu caixão.
anonimo, assim, não, garantidamente. Embora o zézinho já tenha escrito «morre!», a um dos seus comentadores. Teria sido a si? Só de desse modo se compreende…
oh primo! estamos a falar de coisas diferentes, enterros literários & caixões poéticos, coisas a que se assiste vivinhos da costa.