Aviso aos pacientes: este blogue é antianalgésico, pirético e inflamatório. Em caso de agravamento dos sintomas, escreva aos enfermeiros de plantão. Apenas para administração interna; o fabricante não se responsabiliza por usos incorrectos deste fármaco.
Embora isto seja um descarado plágio da peça de John Cage 4′ 33”, em que, como sabem, ele abriu o piano e o contemplou durante quatro minutos e trinta e três segundos, está excelente. Claro que um “cartoon” destes até eu fazia, mas não tive a ideia. Lá perdi outra oportunidade para o meu quarto de hora de fama.
Mas, tal como a música calada de Cage era para que cada espectador imaginasse a melodia que lhe apetecesse, aqui imagino uns figurões. Sócrates sentado à direita de Cavaco, com toda a colecção de delfins e afins, e o povo à esquerda, a distância conveniente para não cair na tentação de apanhar ao menos as migalhas do bolo-rei.
Às vezes o Valupi espalha-se ao comprido, acontece a qualquer um.
Desta vez caiu no pântano, e a lama colou-se-lhe ao casaco.
Isto só acontece a distraídos e a palermas.
de facto sobre o vazio não se pode dizer nada, se não que é
a seguir abre-se o infinito
infinitos tipos de infinito
quando vier um bocejo volta-se ao vazio
Não encontro uma razão
Nesse alvo branco que deixaste
É inútil
Essa louca e estúpida razão de existir
Essa utopia do homem livre
Do amor e da razão
Por mim
Abraço meu filho
Até morrer de vez
Genial!!!
Daniel, deste um grande salto até chegares ao Cage. Porém, vale muito a pena essa recordação.
__
Anteu, antão é só isso que consegues dizer? E que tens contra os pântanos e a lama? Tens medo de te sujar? Deves ser fresco, deves.
Como cartoonista, solidarizo-me com este desabafo do Michael Shaw. Abaixo o politicamente correcto!
brilhante cartoon. e para quem tenha duvidas, o cartoon nao tem que ser um bom desenho. e mesmo um bom desenho nao tem que ser virtuoso, pode ser tosco. e que uma folha em branco e’ ja uma forma de representacao sobre uma folha em branco.
Não sei se será 100% politica,etnica e religiosamente correcto. Para já,as cores,branco e negro não são neutras,podendo reenviar-nos para questões relacionadas com o racismo:uma grande extensão de branco,limitada por um fino traço negro.Que quererá isto dizer?Que o autor,subliminarmente, nos diz considerar que o espaço vital da raça ariana é brutalmente limitado pelo negro?!
Penso que vou atirar umas bombas ecológicas,feitas de cenouras,a um qualquer cartoonista,apenas para demonstrar a minha profunda raiva anti-racista perante o óbvio fascista que é o senhor Shaw…
A propósito deste assunto,recordo (não irei citar,porque não encontro o livro)a personagem de João Ubaldo Ribeiro,d’”A casa dos Budas Ditosos”,comentando que,qualquer dia,todas as piadas seriam ilegais e passaria a existir um novo tipo de traficante,o traficante de piadas.Piadas de negros,mulheres,judeus,etc,seriam passadas ás escondidas.
Já estivemos mais longe…
fresco ou não devo dizer-te Valupi, que não usaste responsavelmente o interessante cartoon e que não precisavas dessa rasquice do título que lhe deste. Porque é uma ironia pacóvia e tu podes ser anticomunista mas não parvo.
Coralina, que bem lembrado, o Ubaldo. Muito obrigado.
__
Anteu, cresce a minha curiosidade pela tua reacção. Vejamos:
– Uso irresponsável do cartoon
– Título rasca
– Ironia pacóvia
– Anticomunismo
Aparentemente, entendeste como um ataque ao PCP, ou ao comunismo, ou a ambos, o trocadilho. Mas que culpa tenho por tu seres tão correctamente comunista que nem admites um uso lúdico e inócuo das escrituras sacras da tua religião?
Converte-te, antes, à democracia. É vida menos paranóica.
Valupi,pelos vistos não percebeste a ironia do meu post,por isso vou explicá-la:pretendia dizer que,nos dias de hoje,há sempre alguém pronto a acusar o humor de alguma coisa.
Mas obrigada por provares o meu ponto;exemplificaste perfeitamente as reacções que pretendia parodiar :).
Coralina, é bem possível que a ironia me tenha escapado, sim, visto ser da sua natureza andar escondida. Contudo, vou convocar a tua atenção para dois singelos factos:
– Eu não me referi ao que escreveste, para além da referência ao Ubaldo. A qual agradeci sem explicar porquê.
– A ideia de haver sempre alguém pronto a acusar o humor de alguma coisa, tua tese embrulhada em ironia, é – e precisamente – a ideia do cartoon em causa. Será que também estarás disposta para me explicar a sua ironia e o motivo da minha escolha para ser post?
O que te agradecia esclarecido, porque não chego lá sozinho, é o sentido da frase final. Dizes que eu exemplifico as reacções que tu pretendias parodiar. Ora, eu limitei-me a agradecer a presença do Ubaldo, a qual me trouxe uma memória boa. Donde, quererás tu dizer que parodias o gosto pela literatura brasileira?
Tens a minha conversão garantida Valupi, no dia em que a democracia de que falas deixar de ser uma fraude dupla, a que pregas e a que praticas.
Leio-te sempre que passo aqui no blogue, e com proveito quando te limitas a ser ilustrado e sabedor e consegues fugir à arrogância e à traquinice duma juventude a fingir.
Quando não te armas no único tipo inteligente da criação.
O cartoon é notável e o humor do autor pedia-te uma utilização responsável. Tu deste-lhe um título palerma e provocatório próprio de aspirante a humorista. Levas as confusas Coralinas a confundir o dito cujo com as calças, o branco humorístico do cartoon com o falso humor do título que lhe deste, a dita força do PC.
Depois arrepias caminho e falas de trocadilhos, acabas por dizer que eu nem admito o uso lúdico e inócuo duma merda qualquer porque sofro de paranóia.
Toma juízo pá, e mostra algum respeito democrático por quem não ler a tua cartilha. É que isto não é só falar!
eu então interpretei PC como ‘personal computer’ e achei bem metida…
Anteu, creio que finalmente entendo o teu problema: tu não percebeste o que PC queria dizer no contexto em que utilizei a sigla (Politicamente Correcto, tão-somente – era essa a única chave interpretativa, dado o contexto). Vai daí, resolveste aplicar um pouco dos métodos estalinistas e partiste para a purga munido da tonteira e dos argumentos “ad hominem”. São escolhas, infelizes.
Continuo com essa da “utilização responsável” atravessada. Não sei se conseguirás explicar. Talvez nem tu saibas o que queres dizer.
__
z, temos de voltar à conversa do dinheiro. É assunto fascinante.
tem graça que interpretei a sigla como o z. talvez para isso tenha contribuido, também, o facto de ter visto o título na versão anterior a esta. seja como for, a leitura como «partido comunista» seria tão absurda e destituída de sentido que apelava, obrigatoriamente, a um significado que desconstruisse o slogan, que não o cumprisse; só podia haver ali uma ambiguidade.
Bom dia pessoal. Também acho fascinante Valupi, olha aqui:
Meus amigos, não é querer meter a foice em seara alheia, e espero não parecer inconveniente, mas confesso que nem sequer tentei interpretar o que queria dizer aquele PC. Concentrei-me na ironia do “desenho”, e isso me bastou. No entanto, no caso de a hipotética referência ao Partido Comunista ser considerada politicamente incorrecta, isto só daria razão ao Shaw. Quanto a mim, se o Valupi tivesse dito algo do género “Assim esmorece a força do PS”, eu teria aplaudido.
Aqui não há ‘seara alheia’ Daniel, é de todos, espero
Embora isto seja um descarado plágio da peça de John Cage 4′ 33”, em que, como sabem, ele abriu o piano e o contemplou durante quatro minutos e trinta e três segundos, está excelente. Claro que um “cartoon” destes até eu fazia, mas não tive a ideia. Lá perdi outra oportunidade para o meu quarto de hora de fama.
Mas, tal como a música calada de Cage era para que cada espectador imaginasse a melodia que lhe apetecesse, aqui imagino uns figurões. Sócrates sentado à direita de Cavaco, com toda a colecção de delfins e afins, e o povo à esquerda, a distância conveniente para não cair na tentação de apanhar ao menos as migalhas do bolo-rei.
Às vezes o Valupi espalha-se ao comprido, acontece a qualquer um.
Desta vez caiu no pântano, e a lama colou-se-lhe ao casaco.
Isto só acontece a distraídos e a palermas.
de facto sobre o vazio não se pode dizer nada, se não que é
a seguir abre-se o infinito
infinitos tipos de infinito
quando vier um bocejo volta-se ao vazio
Não encontro uma razão
Nesse alvo branco que deixaste
É inútil
Essa louca e estúpida razão de existir
Essa utopia do homem livre
Do amor e da razão
Por mim
Abraço meu filho
Até morrer de vez
Genial!!!
Daniel, deste um grande salto até chegares ao Cage. Porém, vale muito a pena essa recordação.
__
Anteu, antão é só isso que consegues dizer? E que tens contra os pântanos e a lama? Tens medo de te sujar? Deves ser fresco, deves.
Como cartoonista, solidarizo-me com este desabafo do Michael Shaw. Abaixo o politicamente correcto!
brilhante cartoon. e para quem tenha duvidas, o cartoon nao tem que ser um bom desenho. e mesmo um bom desenho nao tem que ser virtuoso, pode ser tosco. e que uma folha em branco e’ ja uma forma de representacao sobre uma folha em branco.
Não sei se será 100% politica,etnica e religiosamente correcto. Para já,as cores,branco e negro não são neutras,podendo reenviar-nos para questões relacionadas com o racismo:uma grande extensão de branco,limitada por um fino traço negro.Que quererá isto dizer?Que o autor,subliminarmente, nos diz considerar que o espaço vital da raça ariana é brutalmente limitado pelo negro?!
Penso que vou atirar umas bombas ecológicas,feitas de cenouras,a um qualquer cartoonista,apenas para demonstrar a minha profunda raiva anti-racista perante o óbvio fascista que é o senhor Shaw…
A propósito deste assunto,recordo (não irei citar,porque não encontro o livro)a personagem de João Ubaldo Ribeiro,d’”A casa dos Budas Ditosos”,comentando que,qualquer dia,todas as piadas seriam ilegais e passaria a existir um novo tipo de traficante,o traficante de piadas.Piadas de negros,mulheres,judeus,etc,seriam passadas ás escondidas.
Já estivemos mais longe…
fresco ou não devo dizer-te Valupi, que não usaste responsavelmente o interessante cartoon e que não precisavas dessa rasquice do título que lhe deste. Porque é uma ironia pacóvia e tu podes ser anticomunista mas não parvo.
Coralina, que bem lembrado, o Ubaldo. Muito obrigado.
__
Anteu, cresce a minha curiosidade pela tua reacção. Vejamos:
– Uso irresponsável do cartoon
– Título rasca
– Ironia pacóvia
– Anticomunismo
Aparentemente, entendeste como um ataque ao PCP, ou ao comunismo, ou a ambos, o trocadilho. Mas que culpa tenho por tu seres tão correctamente comunista que nem admites um uso lúdico e inócuo das escrituras sacras da tua religião?
Converte-te, antes, à democracia. É vida menos paranóica.
http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro_digital/news.asp?section_id=19&id_news=85846
hum,
http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=256368&idselect=91&idCanal=91&p=200
Valupi,pelos vistos não percebeste a ironia do meu post,por isso vou explicá-la:pretendia dizer que,nos dias de hoje,há sempre alguém pronto a acusar o humor de alguma coisa.
Mas obrigada por provares o meu ponto;exemplificaste perfeitamente as reacções que pretendia parodiar :).
Coralina, é bem possível que a ironia me tenha escapado, sim, visto ser da sua natureza andar escondida. Contudo, vou convocar a tua atenção para dois singelos factos:
– Eu não me referi ao que escreveste, para além da referência ao Ubaldo. A qual agradeci sem explicar porquê.
– A ideia de haver sempre alguém pronto a acusar o humor de alguma coisa, tua tese embrulhada em ironia, é – e precisamente – a ideia do cartoon em causa. Será que também estarás disposta para me explicar a sua ironia e o motivo da minha escolha para ser post?
O que te agradecia esclarecido, porque não chego lá sozinho, é o sentido da frase final. Dizes que eu exemplifico as reacções que tu pretendias parodiar. Ora, eu limitei-me a agradecer a presença do Ubaldo, a qual me trouxe uma memória boa. Donde, quererás tu dizer que parodias o gosto pela literatura brasileira?
Tens a minha conversão garantida Valupi, no dia em que a democracia de que falas deixar de ser uma fraude dupla, a que pregas e a que praticas.
Leio-te sempre que passo aqui no blogue, e com proveito quando te limitas a ser ilustrado e sabedor e consegues fugir à arrogância e à traquinice duma juventude a fingir.
Quando não te armas no único tipo inteligente da criação.
O cartoon é notável e o humor do autor pedia-te uma utilização responsável. Tu deste-lhe um título palerma e provocatório próprio de aspirante a humorista. Levas as confusas Coralinas a confundir o dito cujo com as calças, o branco humorístico do cartoon com o falso humor do título que lhe deste, a dita força do PC.
Depois arrepias caminho e falas de trocadilhos, acabas por dizer que eu nem admito o uso lúdico e inócuo duma merda qualquer porque sofro de paranóia.
Toma juízo pá, e mostra algum respeito democrático por quem não ler a tua cartilha. É que isto não é só falar!
eu então interpretei PC como ‘personal computer’ e achei bem metida…
continua a dança,
http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=256732&idselect=21&idCanal=21&p=200
Anteu, creio que finalmente entendo o teu problema: tu não percebeste o que PC queria dizer no contexto em que utilizei a sigla (Politicamente Correcto, tão-somente – era essa a única chave interpretativa, dado o contexto). Vai daí, resolveste aplicar um pouco dos métodos estalinistas e partiste para a purga munido da tonteira e dos argumentos “ad hominem”. São escolhas, infelizes.
Continuo com essa da “utilização responsável” atravessada. Não sei se conseguirás explicar. Talvez nem tu saibas o que queres dizer.
__
z, temos de voltar à conversa do dinheiro. É assunto fascinante.
tem graça que interpretei a sigla como o z. talvez para isso tenha contribuido, também, o facto de ter visto o título na versão anterior a esta. seja como for, a leitura como «partido comunista» seria tão absurda e destituída de sentido que apelava, obrigatoriamente, a um significado que desconstruisse o slogan, que não o cumprisse; só podia haver ali uma ambiguidade.
Bom dia pessoal. Também acho fascinante Valupi, olha aqui:
http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro_digital/news.asp?section_id=8&id_news=85940
mas olha que eu não tenho pretensões, além das de cidadão interessado e que não se cala, e que gosta de pensar no que dizes
—
susana, ao menos somos dois, embora o ‘politicamente correto’ também seja incisivo
Pois Valupi, olha esta, previsível,
para controlar a inflacção
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1304247
só que as pessoas vão ficar mais endividadas e…
ou não?
Meus amigos, não é querer meter a foice em seara alheia, e espero não parecer inconveniente, mas confesso que nem sequer tentei interpretar o que queria dizer aquele PC. Concentrei-me na ironia do “desenho”, e isso me bastou. No entanto, no caso de a hipotética referência ao Partido Comunista ser considerada politicamente incorrecta, isto só daria razão ao Shaw. Quanto a mim, se o Valupi tivesse dito algo do género “Assim esmorece a força do PS”, eu teria aplaudido.
Aqui não há ‘seara alheia’ Daniel, é de todos, espero
por falar nisso,
http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=256882&idselect=90&idCanal=90&p=200
volátil, pelos vistos:
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=12&id_news=293995