A Fernanda está a tratar do assunto:
as perguntas que judite esqueceu — assim de repente
E há muito mais para dizer, claro. Certas declarações de Cavaco, nesta entrevista, são de arrebimbomalho. Como a direita portuguesa é a nulidade que se conhece, e a esquerda-puríssima a nulidade que nem se quer conhecer, este vexame para a República corre o risco de não suscitar indignação suficiente. Vejamos:
Eu não sei se os portugueses estão esclarecidos, e a prova que talvez não estejam é que a Assembleia da República quer realizar um inquérito para saber o que terá acontecido verdadeiramente nesse negócio.
Nesse caso, que levou Cavaco a criar alarme social no Verão de 2008, precisamente a propósito de um assunto que tinha sido votado unanimemente no Parlamento? O esclarecimento dos portugueses passa da alçada de S.Bento para Belém segundo as conveniências da Presidência?
Mas mais interessante, qual é o critério que permitirá atestar da validade das explicações que vão ser dadas na comissão de inquérito? Se o Presidente da República endossa essa investigação, importaria saber qual é o interesse nacional que está em causa. Porque, até agora, o caso PT/TVI apenas tem servido para espionagem política, devassa da privacidade e calúnias pessoais.
Custa-me a crer que a decisão da PT tenha sido determinada pela minha declaração porque eu apenas pedi que esclarecessem o que estava a acontecer entre a PT e a TVI. Tenho o direito de pedir que haja transparência e ética nos negócios e nos mercados. Entendo que numa sociedade democrática a compra de uma estação de televisão não pode deixar de ser uma operação transparente.
A PT não ia comprar uma estação de televisão, pelo que Cavaco está a errar, cônscia ou inconscientemente. Contudo, o que é extraordinário é dizer-se que a entrada no capital da TVI pudesse ser feito sem transparência e… sem ética! De que raio se está a falar? Desde quando é que um Presidente da República é o provedor para a ética nos negócios entre privados? O descaramento asinino desta declaração, não assumindo qualquer responsabilidade pelo acto extraordinário que protagonizou ao denunciar um eventual acordo entre empresas, é Cavaco vintage.
A questão a lançar ao Presidente da República era esta: a intervenção desasada no dia 25 de Junho foi o resultado de ter tido conhecimento das certidões de Aveiro? Se não teve delas conhecimento directo, terá tido indirecto? Ou terá a sua intervenção nascido da influência dos mesmos que, semanas depois, lançaram a inventona de Belém a partir da Casa Civil e com manipulação da comunicação social?
Não, Judite. Não esperava que fizesses estas perguntas.
Concordo!
Judite de Sousa deveria ter pedido a José Sócrates que lhe ditasse as perguntas entrevistar “o” Cavaco.
Assim sim, seria uma socrática e esclarecedora entrevista.
Ai, ai…”a” Judite não é das nossas…
O sr quando foi à guerra levou a mulher consigo, ou foi a mulher que foi com ele? É ainda na sequência deste velho quadro existêncial de equívocos, que a dona Judite se deslocou a casa da esposa do sr, e não o seu contrário; a guerra agora é outra, mas a estratégia organizativa de comando, deve ser a mesma.
Eu também não esperava e foi por não esperar que nem sequer ouvi a dita entrevista. Nem negócios nem Dias LOureiro, nem «mails» para a Madeira nem afastamento do acessor de imprensa… Safa!
Ai, ai…”a” Judite não é das nossas… Não é não, Mário Pinto. É das vossas. Aliás, assim de repente só me consigo lembrar de nomes “dos vossos” que berram alto e bom som quando servem os interesses da estratégia do PSD e aliados, e que “asfixiam” quando a tal estratégia dita o seu contrário. Nesta entrevista notou-se claramente a mordaça estratégica que asfixia a Judite.
E Socrates não se daría sequer ao trabalho de ditar as perguntas, mas o mesmo não se pode dizer de um famoso ex acessor de imprensa que continua lá para os lados de Belém.Daí que a entrevista tenha sido uma “amena cavaqueira”.
KKbm
Adorei ler a sua prosa, meu caro.
Continue assim e não se deixe estragar.
Volte sempre!
Fica clara, aos olhos de todos, a “encomenda”. Não vi a entrevista toda, embora, a posteriori, tenha lido os comentários e vistos os respigados mais “importantes” e é nítido que a Esposa do Sr.Presidente da Câmara de Sintra, foi suficentemente “soft” (a feminilidade assumida!)e “amestrada” para não “bombardear”, como é seu costume os entrevistados de que não gosta (leia-se: que não sejam do PSD…), não os deixando responder e fazendo constantes perguntas para que o raciocínio se baralhe no frémito da sua ânsia desmedida em querer “apanhá-los”. Com o entrevistado desta semana não foi o que sucedeu.
O post do Valupi, consegue demonstrar, com clareza e erudição, as “linhas com que nos cosemos”… Pôdres linhas estas, infelizmente…
Cavaco “vintage”? Será, ou terá sido, mas doravante definitivamente envinagrado.
E, assim, de amena cavaqueira em amena cavaqueira se pode ir andando, até ao escavacanço final…
Ó Margarido!!!
Recordo-lhe a última entrevista que Judite de Sousa e José Alberto Carvalho fizeram a José Sócrates e durante a qual este Sr. disse o que quis, sem que os entrevistadores o incomodassem!?
Ai essa memória, de tão selectiva que é que tende a confundir tudo.
Mas tem uma desculpa. Se o Margarido não viu a entrevista a Cavaco Silva não pode opinar sobre a mesma, não é?
É, digo eu.
Marco Alberto Alves
Tem toda a razão.
“O” Cavaco só era vintage enquanto durou o apoio que José Sócrates lhe deu.
Depois terá avinagrado, concordo.
Mas diga-me, não é verdade que até os vintage se deterioram quando se juntam ao vinagre?
É, não é? Eu sabia…