No dia 18 de Janeiro do corrente, Paulo Campos esteve a ser interrogado na Comissão Parlamentar de Inquérito à Contratualização, Renegociação e Gestão de todas as Parcerias Público-Privadas do Setor Rodoviário e Ferroviário. A sua passagem por lá gerou menos atenção mediática do que a ida de Liedson para o Porto; a qual, por sua vez, já tinha causado menos comoção pública do que o regular trânsito da sardinha ao largo de Sesimbra. No entanto, este perigoso e nojento socrático é responsável pelo roubo de centenas de milhões de euros ao Estado, dinheiro que ele depositou nas mãos de algumas empresas amigas – tal como os pulhas, a gente séria, o Correio da Manhã e o Mário Crespo não se cansam de repetir, grupo a que se juntam entusiasmados os imbecis da esquerda pura e verdadeira. Essas falcatruas, a que se somam os gastos em automóveis, fundações, TGV e aeroportos por tudo quanto é sítio, é que nos levaram à bancarrota e obrigam agora o nosso amado Governo a ter de empobrecer a mata-cavalos os portugueses, é sabido e está decorado. Aparentemente, o Ministério Público ainda não o conseguiu apanhar, embora a Judiciária já lhe tenha revistado a casa, pelo que ele continua a pavonear-se por aí e por ali mas terá fatalmente os dias contados e um calabouço à espera.
Ora, a sessão consta de 6 horas de paleio. Dir-se-ia que o infeliz do Paulo Campos, invariavelmente julgado e condenado sem piedade de cada vez que alguém debita sentenças sobre as PPP, que nem sequer do líder do seu partido recebe qualquer prova de confiança (bem ao contrário), quando apanhado numa sala com os honestos e competentes deputados do laranjal e seus aliados de ida ao pote seria trucidado, saindo em maca a soro e oxigénio. Afinal, como pode um só homem resistir contra uma maioria, um Governo, um Presidente da República, uma Procuradora-Geral da República e dezenas, ou centenas, dos mais brilhantes jornalistas que este país alguma vez viu, ainda por cima quando os seus crimes são tão graves, tão grandes e tão evidentes?
Não faço ideia de quantos indivíduos irão ver a sessão completa. Deixo abaixo um excerto que representa o que por lá se passou. Porém, aqueles que optarem por gastar assim o seu tempo irão ter uma lição de sociologia que é, simultaneamente, uma radiografia da classe política que nos governa, assim como da classe política que nos desgoverna. Campos exibe-se altamente preparado, completamente disponível para apresentar factos e responder a todas as perguntas. Mas mais: ele aproveita para reclamar contra a exploração difamatória e caluniosa que fazem do seu nome e passado executivo, oferecendo-se para o confronto com os acusadores. E ainda mais: Campos expõe e denuncia a máquina de manipulação da imprensa e do espaço público com que o laranjal faz “política”. E quem é que lhe aparece à frente? A escória da direita portuguesa. Umas alimárias que nem sequer dominam as noções básicas das matérias sobre as quais bolçam deturpações por cima de deturpações. É estonteante ver a degradação moral desses deputados que se comportam como rufias de tasca. No contraste, Paulo Campos, cujos maneirismos ansiosos não promovem a simpatia imediata, é um monumento de educação, classe e decência.
Ver para crer:
“os senhores têm andado a falar sozinhos sobre essa matéria (chumbo do PEC IV e responsabilidades pelo país de joelhos ao pedir o resgate financeiro)”.
Pois têm!
Assisti a todo o interrogatório na Comissão Parlamentar de Inquérito à Contratualização, Renegociação e Gestão de todas as Parcerias Público-Privadas do Sector Rodoviário e Ferroviário a Paulo Campos. Vi o à vontade com que respondeu às perguntas formuladas por alguns deputados e até os apelidou de faltar à verdade. Altino Bessa e Hélder Amaral da maneira que foram acusados de mentir e não usaram o direito de defender a honra só mostram que as afirmações de Paulo Campos são verdadeiras. Se fosse comigo e visse que Paulo Campos mentia movia-lhe um processo judicial onde ele tinha de provar por A mais B que eu tinha mentido. Mas estes deputados do PSD e CDS/PP vivem e gravitam na base da mentira. Como a mentira tem pernas curtas logo é apanhada.
Emídio Guerreiro, que presumo ser neto de Emídio Guerreiro um grande antifascista, é vice-presidente desta comissão o que o devia levar a ter outra postura, não passa de um arruaceiro. Que diferença entre ele e o seu parente! É que as palavras ditas pelo seu parente saíam da sua boca sem o azedume que este Emídio Guerreiro usa. Costuma-se dizer que a agressividade verbal é o único recurso dos imbecis. Não podia estar mais de acordo.
Por falar em descendências junto a frontalidade de Paulo Campos à de seu Pai que foi também deputado na Assembleia da República. Nunca temeu os confrontos e ai de quem o injuriasse. Tal como seu pai, Paulo Campos, não quer deixar o nome da família andar pelas ruas da amargura. É como diz o povo: quem sai aos seus não degenera.
subscrevo o post e o texto do manuel pacheco.não vi todo o inquerito,mas foi suficiente ver a segurança,e o avontade com que paulo campos respondeu a todos os deputados.o neto do emidio guerreiro foi arruaceiro por que o presidente da comissaõ (comunista) permitiu que isso acontecesse, ao deixa-lo interromper constantemente antonio campos com comentarios.esse “badameco” colocou-se mesmo ao lado de campos, para ser audodivel sem o seu microfone ligado.a montanha pariu um rato. o fim da “inquisiçao ” a campos teve este final já todos de pé: “o tunel do marão,parou por que os juros que o estado pagava eram baixos” .melhor final não podia haver.
há tribunais que condenaram recentemente baseados em testemunhos provados falsos, portanto o campos que se acautele, as vinganças e a eliminação de adversários nas secretarias judiciais está aí para perpectuar esta canalha no poder.
Tenho amigos na direita ou com pensamento da direita e por isso me custa o que vou dizer, apesar da ressalva de que há filhos da mãe em todos os quadrantes ideológicos: a direita que se tem revelado em Portugal parece transportar a pulhice no ADN. Diria que são os legítimos herdeiros de séculos de Santa Inquisição: traidores da pátria, embusteiros, imbecis, invejosos, mentirosos, incompetentes, carreiristas, mafiosos, padrecas, farisaicos, videirinhos, quadrados, oportunistas, ranhosos, lambecus e lambebotas, proxenetas, vigaristas, trauliteiros, fanfarrões rafeiros e, como se diz no norte, uns refinados morcões.
Cada deputado do PSD/CDS desta AR, pelo seu comportamento ao longo de ano e meio desta legislatura e do comportamente nas duas legislaturas anteriores, pode enfiar, com justeza, todos e cada um daqueles apodos. E Paulo Campos bem podia esfregá-los nas fuças de cada um.
“Ninguém acredita na sua versão por muitos números que traga”. Esta frase é todo um programa: apela ao senso comum como forma de legitimação de uma opinião independentemente dos factos apresentados. Ou seja, retira ao acusado qualquer hipótese de defesa. Se é assim, para quê estas fantochadas? Enforca-se o homem e não se fala mais nisso.
“Se é assim, para quê estas fantochadas?”
exactamente para isso, fantochada sem fantochada não é fantochada.
Caros amigos
Paulo Campos disse e passo a citar:
“O PEC4 era a solução para o país e é semelhante à soluçao que a Espanha está a seguir ”
Desemprego actual em Espanha 27%
Não tenho mais comentarios a fazer sobre o PEC 4!
Não percebi esta “tirada” do francisco rodrigues. Devo ser eu que sou muita burro! O que é que o PEC 4 tem a ver com 27 % de desemprego em Espanha. É antes dos espanhóis estarem agora a aplicar medidas para reduzir o seu déficit já tinham este desemprego. Não foi o PEC de Espanha que criou o desemprego. Ele já existia. E para esclarecer melhor o sr. rodrigues dir-lhe-ei que o PEC 4 tinha a vantagem em relação às centenas de PECS que já foram aplicados pelo desgoverno do Passos de embora aplicando medidas gravosas para os portugueses o país não pagaria os juros dos 78 milhões que nos foram emprestados e que com esta tão “boa” governação já elevaram a dívida para os 120% e o desemprego para o milhão de desempregados. Com o governo anterior ai Jesus que haviam 600.000 desempregados. Agora está quase no dobro. Pois eu não mais comentários a fazer sobre o PEC 4.
Este Francisco Rodrigues padece (provávelmente entre muitas outras maleitas, que agora não vêm directamente ao caso) de uma das falácias mais comuns da retórica: comparar coisas que não são comparáveis.
A taxa de desemprego atual em Portugal, para efeitos desta discussão, só deve ser comparada com a taxa que existia ANTES do resgate, tal como a atual taxa de desemprego em Espanha só deverá ser comparada com a que, um dia, poderá haver se a Espanha também caír nas garras da “troika”!
Tudo o mais é como comparar a frota pesqueira espanhola com a da Áustria (ou os funiculares da Suíça com os da Mauritânia)…