A abertura do PSD à sociedade civil e seus fantasiados independentes resultou num tiro na cabeça, Nobre, e em duas galinhas que ameaçam fugir desasadas com os votos no bico, Carlos Abreu Amorim e Francisco José Viegas. De Nobre, já tudo foi dito e tudo o mais haverá para dizer até às eleições e dias seguintes. Destas duas aves de arribação, está tudo por contar.
Embora partam de motivações diferentes, o Carlos de uma arrogância pacóvia e tribunícia e o Francisco de uma procura de vendetta embrulhada em snobismo dandy, acabam por se imitar na cegueira sectária. Esta estratégia retórica, em tempos normais, alimenta as legiões de agentes políticos medíocres que são lançados nas assembleias e comunicação social para ocupar espaço e boicotar a racionalidade nas discussões. Todavia, estes são tempos dupla ou triplamente anormais, pois à crise do País junta-se a crise do PSD e a crise de Passos Coelho.
Sectarismo, como se viu espectacularmente nas eleições de 2009, era precisamente aquilo que o PSD devia evitar a qualquer custo. Desde que Passos ocupou o palacete da Lapa que os sinais dados pelo eleitorado indicavam-lhe a óbvia direcção: fica caladinho, com juizinho e apresenta serviço. As sondagens premiaram invariavelmente as decisões sociais-democratas que viabilizaram e favoreceram a governabilidade, penalizando tudo o resto, desde as ideias manhosas e foleiras às loucuras de chumbar o PEC e derrubar o Governo, passando pelas trapalhadas dos recuos esbaforidos após lançarem ideológicos balões de ensaio.
Abreu Amorim e José Viegas não conhecem, nem pretendem perder uma caloria a tentar conhecer, o eleitorado que decide eleições – o vasto e profundo centro. Esse eleitorado está farto de cassetes, sejam de esquerda ou direita. As suas escolhas são pragmáticas e comunitárias, o que explica o extraordinário feito da resistência de Sócrates e do PS no meio do caos internacional com tão graves consequências nacionais. E o PSD não tem ninguém capaz de estabelecer diálogo com estes cidadãos, os quais mereciam muito melhor do que mais dois egos politicamente bacocos, iracundos e soberbos.
Como se pode errar tanto?
Dedicatória ao PSD, aos seu dirigentes e particulamente ao Passos Coelho, umas prosas de um poeta algarvio, António Aleixo de seu nome:
Fui polícia, fui soldado
Estive fora da nação
Vendo jogo. guardei gado
Só me falta ser ladrão
Sei que pareço um ladrão
Mas há muitos que eu conheço,
Que, não parecendo o que são,
São aquilo que eu pareço.
Embora os meus olhos sejam
Os mais pequenos do mundo,
O que importa é que eles vejam
O que os homens são no fundo.
Uma mosca sem valor
Pousa co’a mesma alegria
Na careca de um doutor
Como em qualquer porcaria
Sou um dos membros malditos
Dessa falsa sociedade
Que, baseada nos mitos,
Pode roubar à vontade.
Finges não ver a verdade,
Porque, afinal, tu compreendes
Que, atrás dessa ingenuidade,
Tens tudo quanto pretendes.
Há tantos burros mandando
Em homens de inteligência,
Que ás vezes fico pensando
Que a burrice é uma ciência.
Eu não sei porque razão
Certos homens, a meu ver,
Quanto mais pequenos são
Maiores querem parecer.
O PSD há muito que desistiu dessa canseira de ter de falar honestamente para cativar um eleitorado racional e sensato. O que lhe interessa é apenas conquistar o Poder formal, para além do informal que já detém, claro. E se para tal tiver que se apoiar nos votos maciços de pensionistas analfabetos e das cabeças-de-alho chocho dos coléricos acéfalos, não será isso que lhes há-de pesar na consciência. Já há muitos anos que desisti de perder tempo a lamentar esta evidência…
Um nome para ti, Val: Ricardo Rodrigues.
o que é que o ricardo rodrigues tem que tanto incomoda os direitolos?
“Como é que se pode errar tanto?”
Errando.
Pois, HG, explica lá o nexo da comparação.
Quem deve estar a roer as unhas de inveja é o Zé Manel Fernandes.
Então levam o Viegas e deixam-me de fora.
Que despautério.
Posso fazer-te uma pergunta?
como gastas tanto tempo com coisas que não valem um tostão furado?
Custa saber que esta é a alternativa.
Ibn, a política para ti não vale um tostão furado?
Fico comovido com a tua preocupação com o PSD. Como se pode ser tão errante e cão sem dono, com perdão do canídeo? PS e Sócrates = prisão, já, meu caro! Será pífio todo o esforço para a esquiva disto
PALAVROSSAVRVS REX, larga o vinho.
Bom dia, concordo com o caro acima, o senhor quer vir dizer-me na cara para largar o vinh0?
faça favor…podemos combinar algo…já me dizia isso na cara, ou n é homem?
Para a prisão devia ir quem se abotoou, roubou ou aceitou o o produto de roubo, a dinheiro da SLN/BPN que não lhe pertencia, e que agora estamos todos a pagar!
Quando vi o título, pensei que era, finalmente, um post sobre o governo de Sócrates.
padre frederico, digo eu… LARGA O VINHO
pedro frederico, escreve-me para o email do blogue para combinarmos isso e outras coisas mais.
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jcd, não queres escrever esse post? Prometo que o publico e acaba-se a tua aflição.
A imbecilidade (do post) atrai a imbecilidade (dos comentários). Venha um FMI para curar o defice de sanidade mental.
SANICO na linha da frente para receber ajuda do FMI
ó anonimo Abr 18th, 2011 at 16:42
“o que é que o ricardo rodrigues tem que tanto incomoda os direitolos? ”
Ainda perguntas? Nem é questão de direitolas ou esquerdolas, é mesmo de cidadania.
Boa tarde, primeiro eduque-se, e trate-me por senhor ou voce(no minimo), nao sou da sua laia…depois é so aparecer no bairro do aleixo e perguntar pelo fred…pode trazer o seu amigo ferra…já estou habituado a expressoes caninas vindas de baixo…
Combinado, fred.
Padre frederico, nao sou amigo do val, mas por mim tudo bem. Diz a hora e o local eu levo as minhas testemunhas, a arma escolhes tu, já que foste o ofendido…
val
Já o escrevi, muitas vezes, nos últimos anos. Não sou daqueles que precisou de chegar à falência do estado para abrir a boca de espanto com o que está a acontecer.
E, só por curiosidade, o PSD acertaria escolhendo exactamente quem?
jcd, sei bem e fizeste muito bem, pois assim o pensas. Mas aceitas opiniões diferentes das tuas ou andas à procura de um mundo de pensamento único?
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jaa, perguntas pelos nomes ou pelos perfis?
Nomes, claro. De coisas genéricas já estamos todos fartos. E, afinal, não se podem incluir «perfis» nas listas de deputados. Só pessoas – com os seus inevitáveis pontos positivos e negativos.
Sobre nomes há dois da “direita” que admiro imenso: o Daniel Proença de Carvalho e o Ribeiro e Castro.