Baldaia’s effect

Paulo Baldaia publicou um texto onde aparece cheio de razão, boas intenções e até sentimentos: Com base numa mentira não há opinião, há mentira. Opinião irrepreensível, só lhe podemos agradecer pela salubridade injectada no espaço público. Porém, há algo no retrato que está a desafiar as leis da física.

Acontece que Baldaia é igualmente o autor destoutro – É política, erro estatístico ou?… – o qual foi publicado em cima do lançamento da notícia. O título resume bem o que lá encontramos, uma mistela de dúvidas e suspeitas que, na prática, alimentam o efeito de alastramento das teorias da conspiração a que a direita partidária se agarrou nos dois dias seguintes, até que o David Dinis veio garantir que estávamos mesmo perante um caso estritamente jornalístico. Portanto, o agora denunciante da cultura da calúnia não teve essa cautela e presciência ao escrever a quente. Escuso-me ao palpite sobre o quadro psicológico que poderá explicar a sua reacção e passo para o que verdadeiramente importa.

Baldaia foi um dos mais notáveis defensores oficiosos de Cavaco quase até ao fim da sua estadia em Belém. Pelo seu lado, Cavaco é com Passos, mas num plano ainda mais grave do ponto de vista constitucional, o maior mentiroso do Regime democrático. A forma como Cavaco nos trata já passou a fase obscena de quem não tem o menor respeito pelas instituições e pela comunidade. Agora, com as suas mentiras sistemáticas acerca do que aconteceu na “Inventona das Escutas” estamos no plano da mais cristalina provocação. Ora, que tem Baldaia a dizer sobre o assunto, sobre Cavaco, sobre a golpada que em 2009 foi urdida na Casa Civil para perverter eleições legislativas? Nada? Convive bem com essas extraordinárias e colectivamente vexantes mentiras porque se trata de Cavaco e de alguma malta dos jornais? É que nem está em causa ver Baldaia a retractar-se do apoio que deu a alguém completamente indigno para ocupar o cargo de Presidente da República, apenas lhe pergunto se ainda não teve tempo para despachar uma opiniãozeca acerca do que Cavaco anda a dizer e a fazer em 2017.

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11 thoughts on “Baldaia’s effect”

  1. Valupi, longe de mim a ambição de que dediques o teu precioso tempo com personagens um pouco melhorzinhas do que o Paulo Baldaia, David Dinis, Cavaco Silva e o, bem lá escondidinho mas ao mesmo tempo sempre presente, dizia, o sempiterno que te faz acordar todos os dias com esse sorriso no rosto e pronto para amar quase toda a Humanidade menos os ranhosos do costume, mas poderias ler outro tipo de novelas mais interessantes que há por aí espalhadas pela imprensa portuguesa. Não digo de quem, mas há mais vida para além do défice.

    «Última consideração: XXXXX XXXXXX sustenta que “é necessário que, de uma vez por todas, esta polémica seja dirimida”. Porquê? Por “três peças que são do maior interesse para a iconografia da Lisboa do século XVI e contribuem para novos saberes sobre a cidade pré-terramoto continuem a ser postas em causa na sua autenticidade artística e na sua imensa valia iconográfica”. Mais uma vez, custa-me a aceitar este horror ao debate, à crítica e, se tiver de ser, ao que se designa por polémica. Não acredito que, por um momento só, XXXXXX possa defender uma posição dogmática. E possa julgar que, por lógica ou análise histórica, três quadros falsos dão um verdadeiro.»

    E (Expresso), 25.2.2017, vem nas pp. 55-57.

  2. eheheheh…

    O “aeiou” sempre atualizado e documentado.

    Então, já conseguis dizer…”a”, “é”,…..?

    Hum? Já?

    O Ignotatz levou um sumiço…

  3. O jornalismo tem tiques de uma força de repressão ( não é por acaso a aliança com o MP, é um espelho) vive de fontes ditas anonimas mas não é capaz de contraditar ou argumentar sem conhecer identidades para lhes poder destruir a vidinha ou chantagear caso dê para o torto. Simplesmente não aguentam a pressão de um sociedade livre, ou melhor, informada.

  4. BALDAIA é um SICuta impedernido, faz parte dos conhecidos BRAINWASHES MAINSTREAM MEDIA JUNK/FAKE NEWS com uma PROPAGANDA e AGENDA PRÓPRIAS.

  5. Joe Strummer, de onde te chegou essa genica toda que ofusca a história contemporânea da nobre arte do jornalismo tal e qual a conhecemos pelo menos desde o Watergate? Vou-te deixar umas perguntas por ali, pois não quero estragar tal poema… Deal?

    «O jornalismo tem tiques de uma força de repressão (não é por acaso a aliança com o MP, é um espelho) [se sim, como?] [, / e] vive de fontes ditas anónimas mas não é capaz de contraditar ou argumentar sem conhecer identidades [sim ou não, o que queres dizer exactamente aqui?] para lhes poder destruir a vidinha ou chantagear caso dê para o torto. [como diria o António Costa inspiradamente: «É um espírito criativo de ficção policial, mas não teve nada a ver com a realidade da vida política», o do Marques Mendes e aparentemente o teu, mas, ainda assim, referes-te a alguém que foi chantageado? um pilha-galinhas? ao caso Dona Branca, antes ou a seguir?] Simplesmente não aguentam a pressão de um sociedade livre, ou melhor, informada.» [tanta cena icónica, tantos ângulo de análise, mas esta é uma tese precisa de algo mais… importas-te?]

  6. «[tanta cena icónica, tantos ângulos de análise, mas esta é uma tese que precisa de algo mais… importas-te?]», assim.

  7. Já não se chama jornalismo.
    Está bem à vista :
    – são as encomendadas – fake news.
    Por todo o mundo servindo o que já desmoronou.
    O mano costa e sua sicuta estão de gatas.
    Amparam seus amigos mortos e enterrados por mais umas décimas de tiragem ou audiência que afinal não chegam para o buraco.
    Basta ouvir as notícias matinais nas três estações para ver o tratamento dado à entrevista do Ex. Primeiro Ministro José Sócrates.
    O baldaia já experimentou de tudo.
    É comentador, é “jornalista” é ideólogo…
    … é assim como o fernandes que deu conselhos parvos ao cavaco para dizer que a sebenta nojenta era assim à moda anglo-saxónica.
    É incrível como estas estações não entendem .
    Imitem a sério o mãnhas :
    – posicionamento único.
    – dizerem ao que veem .
    – escolherem a vítima e terem muitas dicas do ministério que pode prender e acusar como lhe mandam.
    A rotatividade dos velhos e gastos servidores dos poderes que se alternam já deu o que tinha a dar.
    O baldaia, coitado, velho, gasto sem figura para tv arrasta-se e retorce-se como um réptil no deserto onde vai pregando a soldo.
    Afinal bastam duas estações tipo : cnn e fox.
    Depois ouvir e ver uma rt.
    Os baldaias e fernandes só prejudicam e mordem a mão que os sustenta.
    O mercado está livre para gente nova e outras verdades.
    Aquelas de que costa falou quando foi ver o camarada a évora.

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